Categoria: coluna Brasília-DF
Os bolsonaristas vão aproveitar esse embalo da aprovação do teto do ICMS dos combustíveis para dizer na campanha que, se Bolsonaro for reeleito, a tributária será votada no início do segundo mandato. Vão lembrar, inclusive, que a reforma da Previdência, pendente dos governos Lula, Dilma e Temer, foi aprovada no governo de Bolsonaro. A ordem deles é dizer que, se Lula entrar, tem tanta coisa para mudar que a tributária ficará em segundo plano.
Entre os técnicos ligados aos mais diversos partidos, porém, a aprovação do projeto que estabelece o teto do ICMS dos combustíveis foi um alerta aos defensores da reforma tributária ampla: ou eles correm para tentar buscar um ambiente político capaz de resolver a desigualdade na cobrança e na distribuição de impostos, ou novos projetos desse tipo virão. Este ano, no entanto, a votação da reforma já foi atropelada pelo calendário eleitoral. No ano que vem, independentemente de quem for eleito, eles querem forçar para começar por esse tema.
Imposto global…
Professor do programa de pós-graduação em ciência política da Universidade de Goiás, Francisco Tavares agitou o congresso luso-brasileiro dos auditores fiscais, em Salvador, ao defender a tributação global e lançar a ideia de uma conferência nos moldes da Rio92 com o objetivo de discutir sua aplicação, por exemplo, para as grandes empresas de tecnologia como forma de combate à desigualdade social. O assunto vem ganhando corpo no mundo dos acadêmicos.
…causa polêmica
O mediador, que deveria baixar a temperatura do debate, era o secretário executivo do Centro Interamericano de Administrações Tributárias, Márcio Verdi, que rechaça essa ideia e não conseguiu esconder a irritação: “Não vou discutir aqui utopias e ideologias”, respondeu. O presidente da Associação Nacional das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), Rodrigo Spada, assumiu as vezes de cerimonialista e encerrou o painel.
Troca & não troca/ Enquanto o pré-candidato do União Brasil a presidente da República, Luciano Bivar, dizia que não era uma celebridade, mas seu partido tinha projeto, os comentários da live no Instagram eram na linha de “Moro presidente”. Não vai ter troca de candidato.
Moro e Bolsonaro juntos?/ O deputado Ney Leprevost (União Brasil-PR) não perdeu as esperanças de ter Sergio Moro candidato ao Senado numa dobradinha com o governador Ratinho Júnior (PSD). Só tem um probleminha: Júnior hoje apoia Jair Bolsonaro, que quer distância de Moro.
Mostrou serviço/ Prestes a completar um ano, a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo comemora o fato de ter contribuído no debate para a aprovação de 20 projetos dos 45 que integram a sua agenda legislativa. Na lista estão a MP dos cartórios, que vai digitalizar documentos e agilizar a vida do cidadão, e o marco legal de garantias, que vai auxiliar na concessão de empréstimos bancários e na redução dos juros para pessoas físicas e jurídicas. Sinal de que nem tudo é descolado do cidadão no Parlamento brasileiro, especialmente num ano eleitoral.
Já está definido que o PL de Jair Bolsonaro terá duas coordenações de comunicação: uma a cargo do partido, com o publicitário Duda Lima, outra com o filho 02, o vereador Carlos Bolsonaro. O presidente, sempre desconfiado, não quer ficar restrito à coordenação partidária. Para alguns aliados, porém, a situação preocupa, porque com Carluxo no front, Bolsonaro tende a se distanciar do terno feito sob encomenda para que atraia o público de centro, fundamental para afastar o “risco Lula”.
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Na atual campanha, avaliam alguns simpatizantes de Bolsonaro, não será possível repetir a receita de 2018, quando o presidente fez tudo praticamente sozinho nas redes sociais, em especial depois de ser vítima de um atentado. Se repetir o modelo, pode terminar derrotado. É isso que o PL tentará evitar, mas os bolsonaristas raiz não querem.
Quantos Neojibas cabem…
A Associação Nacional das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) abriu o 6º Congresso Luso-Brasileiro dos Auditores Fiscais, em Salvador, com um espetáculo da Orquestra 2 de Julho, do projeto Neojiba. A apresentação no Teatro Castro Alves rendeu à Orquestra um cachê de R$ 30 mil.
… num Gusttavo Lima?
O projeto Neojiba insere jovens de comunidades carentes da Bahia na música e já é sucesso na Europa, com espetáculos que encantam pela boa formação técnica e performance no palco. Nos bastidores do show, muitos comentavam que com as prefeituras por aí pagando R$ 1 milhão de dinheiro público a sertanejos como Gusttavo Lima, é sinal de que há recursos para investir em projetos como o Neojiba, que reúne assistência social, educação, arte e cultura. Um combo mais interessante do que o caríssimo tetereretete.
Palavra de especialista
Na aula magna inaugural do 6º Congresso Luso Brasileiro dos Auditores Fiscais, em Salvador, o professor e economista Paulo Nogueira Batista foi incisivo ao fazer um alerta àqueles que desejam discutir seriamente um sistema tributário mais justo: “É preciso que se evite a armadilha de que imposto sobre grandes fortunas incidirá sobre a classe média. São os super-ricos que podem e devem ser tributados”, diz.
A tensão só aumenta
Até aqui, os pré-candidatos a presidente da República têm sido econômicos ao fazer uso da tragédia brasileira que envolve o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips, na Amazônia. É bom os militares se prepararem, porque já tem muita gente na política com seguinte raciocínio: enquanto o Ministério da Defesa se preocupa com as urnas eletrônicas, a bandidagem toma conta da Amazônia.
Aliás…
Já circula na internet uma charge em que os militares apontam suas armas para a urna eletrônica, enquanto a bandidagem corre solta na floresta, promovendo desmatamento ilegal e assassinatos.
A ida do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Cúpula das Américas foi lida por diplomatas mais técnicos e menos aficionados à polarização política como um movimento muito positivo para ele e para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Bolsonaro ganhou a chance de se mostrar afinado com os preceitos democráticos, e Biden, dadas as ausências de outros presidentes, teve a cúpula de Los Angeles praticamente salva pela presença da comitiva brasileira.
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Bolsonaro, porém, na avaliação de alguns diplomatas, extrapolou ao reclamar do #fiqueemcasa ao longo da pandemia. Foi considerado desnecessário. Para alívio dos integrantes do Ministério de Relações Exteriores, o presidente logo mencionou a guerra da Ucrânia e a disposição de ajudar na busca da pacificação.
Muito esforço…
… e pouco resultado. É assim que ministros de tribunais superiores têm definido as diversas tentativas de paz entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). Há quem diga que algumas conversas foram produtivas, mas não dá 24 horas e lá está o presidente batendo na mesma tecla das diferenças com os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin.
E o ICMS balança
O fato de a maioria dos senadores ter deixado para discutir o texto na semana que vem deixou o governo tenso com a perspectiva de dificuldades para aprovação na segunda-feira. O fim de semana será de contagem de votos.
Vai bater bumbo
Por ter sido o Brasil o sexto país que mais atraiu investimentos no ano passado, isso será explorado na campanha eleitoral. A ideia é dizer que, apesar das dificuldades, a economia está no caminho certo. Falta combinar com a percepção do eleitor, que ainda sofre com os preços altos dos alimentos.
Enquanto isso, no Rio Grande do Sul…
O acordo do PSDB com o MDB em torno da candidatura de Simone Tebet ao Planalto deixou o cenário para lá de indefinido. Nas últimas 24 horas, um grupo do MDB local reagiu à solução de cúpula tomada em Brasília, de apoio à candidatura de Eduardo Leite. Mas a tendência é mesmo o MDB fechar com o ex-governador na cabeça de chapa. Só que o anúncio oficial não será da noite para o dia.
Bagunçou tudo I/ Diante do cenário indefinido no Rio Grande do Sul, o ex-deputado Beto Albuquerque (PSB), pré-candidato a governador, procurou a ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD), que hoje é o nome para concorrer ao Senado na chapa do MDB, com Gabriel Souza no comando. Agora, vai mudar.
Bagunçou tudo II/ No Paraná, a chegada de Sergio Moro ao cenário também balança estruturas. Na verdade, tudo só vai se definir mesmo nas convenções, em julho.
Por falar em Moro…/ Ninguém entendeu por que o ex-juiz teve seu domicílio eleitoral negado, mas a mulher dele, Rosângela, pode ser candidata.
Arruda na fita/ Os 17% que José Roberto Arruda pontuou na pesquisa TV Record/Real Time/Big Data animou o PL a tentar carreira solo. O governador Ibaneis lidera com 28%, mas muita gente no PL considera que Arruda pode tirar essa diferença se obtiver o apoio de Bolsonaro. Reguffe (União Brasil) tem 16%, Leila Barros (PDT), 5%, e Leandro Grass (PV), que tem o apoio do PT, 4%.
Demorou/ Só hoje o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, dará explicações às autoridades britânicas sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo. A ordem no governo é deixar claro que, desde domingo, quando a pasta soube do desaparecimento, tudo foi feito para localizá-los.
O MDB de Minas Gerais levará Simone Tebet ao estado pelo menos duas vezes antes da convenção. Seus integrantes têm esperança de que a senadora protagonize no Brasil o que ocorreu em Minas, quando Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) disputaram o governo do estado em 2018. Romeu Zema (Novo) deu a volta nos dois, na última semana da corrida eleitoral, e venceu a parada. “Os dois tinham rejeição alta e perderam. Se Simone Tebet conseguir captar esse sentimento, estaremos no jogo”, diz o deputado Newton Cardoso Jr.
Por falar em Simone…
O PSDB tende a apoiar a senadora, mas alguns não estão tão convencidos assim. O deputado Aécio Neves (MG), por exemplo, planeja ir ao encontro do partido hoje para defender a candidatura própria dos tucanos.
Zerar tributos de combustíveis é o “Plano Real” de Bolsonaro
Num jantar com a bancada mais afeita ao seu setor, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse em alto e bom som ao deputado Danilo Forte (União Brasil-CE): “Você salvou o governo. Muito obrigado”. Danilo Forte é autor do PLP 18/22, que limita a cobrança de ICMS dos combustíveis e energia, e serviu de pontapé para as negociações em torno de projetos para reduzir o preço do diesel e da gasolina. Se der certo, trará benefícios eleitorais ao presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não interessa a cor do gato, o importante é que pegue o rato”, diz Forte, que acredita piamente na redução do preço do combustível na bomba, ou na amenização dos efeitos de reajustes.
O ex-presidente Lula já se posicionou contra o texto. Líder das pesquisas de intenção de voto, disse que Bolsonaro deveria ter coragem de pedir à Petrobras que parasse com os reajustes vinculados ao mercado internacional. Bolsonaro já tentou, mas ainda não conseguiu. A aposta na redução dos impostos é o que o governo considera viável no curto prazo. Se der certo, Lula ouvirá dos bolsonaristas o mesmo que ouviu, quando o Plano Real deu resultado, em 1994. O PT foi contra e o posicionamento lhe custou a eleição daquele ano, em que o petista também liderava as pesquisas. Alguns integrantes do PT têm o mesmo receio agora. Afinal, a história, muitas vezes, se repete.
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E por falar em Lula, o mapa da fome que apontou 33 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar — uma alta de 14 milhões em relação ao último levantamento —, é visto no PT como a linha mestra do programa de governo. A aposta é de que a população tem a memória de criação do Bolsa Família e que, por aí, será possível assegurar a volta de Lula ao Planalto.
Muita calma nessa hora
O projeto que o PT encaminhou aos partidos com diretrizes para um plano de governo, com fim do teto de gastos e da reforma trabalhista, foi tão criticado por aliados que os próprios petistas estão pedindo calma a todos. Afinal, o texto não passa de uma carta a ser discutida e reformulada ao longo dos debates.
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Conversa paulista/ O ex-governador de São Paulo João Doria retoma suas atividades empresariais e políticas com um forte zunzum de que poderá ser candidato a deputado federal para puxar bancada.
Diferenças/ No Planalto, diz-se que Bolsonaro não pedirá para que Damares Alves desista de concorrer ao Senado. Isso porque a avaliação é de que a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos é Bolsonaro raiz, enquanto Flávia Arruda (PL-DF), também pré-candidata ao Senado, está Bolsonaro por conveniência política.
Consulta/ No intervalo do CB.Poder de ontem, com Damares, ela vira para assessoria e pergunta: “Estou muito brava?”
Inversão dos fatores/ Uma parte do PSDB acredita que, embora o MDB resista a ceder a cabeça de chapa no Rio Grande do Sul, será possível insistir nisso quando os tucanos apoiarem Simone.
A decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à cassação de Fernando Francischini retoma o kit fake news que havia sido colocado na roda em 2021 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na avaliação de alguns juristas, o veredicto vai além: coloca as redes sociais no mesmo patamar de rádio e tevê no quesito propaganda eleitoral. Ou seja, quem avançar o sinal com notícias falsas sobre as urnas ou candidatos estará sujeito a punições severas.
Diante desta constatação, à turma de Francischini, hoje, e a de quem mais chegar amanhã, restará reclamar à Justiça e tentar provar que não propagou fake news. Até mesmo se for o presidente da República candidato à reeleição. Duvidar das urnas é um direito, mas daí a afirmar categoricamente que houve fraude sem comprovação apenas para tumultuar o processo eleitoral, as consequências virão.
Sempre pode piorar
A revisão do PIB global para baixo feita pelo Banco Mundial, de 4% para 2,9%, é sinal de que a vida do governo não será fácil em plena campanha eleitoral. E nessa toada, há um receio de que, se demorar muito, o teto do ICMS de 17% para os combustíveis não será sentido pela população.
A guerra de “narrativas”
A proposta para conter a alta dos preços dos combustíveis tem agora dois discursos. O da oposição é o de que a redução do ICMS vai tirar dinheiro da saúde e da educação. A narrativa do governo é a de que perda de arrecadação será compensada, e não votar o pacote de redução dos impostos será o mesmo que querer manter os preços elevados.
É no Sete de Setembro
Os bolsonaristas pretendem fazer uma megamanifestação no Sete de Setembro deste ano eleitoral para demonstrar a força do presidente da República e, de quebra, mandar um recado ao Supremo. E, desta vez, não terá Michel Temer para intermediar a paz entre o ministro Alexandre de Moraes e Bolsonaro.
Enquanto isso, na seara da imprensa…
A pedido de diversas instituições, a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados fará uma audiência pública para avaliar a segurança dos profissionais de imprensa na campanha eleitoral. Diante de ameaças por parte de extremistas, todo cuidado é pouco.
Uma rodada sem jogar/ Analistas consideram difícil Sergio Moro conseguir manter o domicílio eleitoral em São Paulo, depois da recusa do Tribunal Regional Eleitoral. Já tem muita gente disposta a aconselhá-lo a ser candidato no Paraná, ou se prepare para a próxima rodada, em 2026.
Detalhe/ Sergio Moro tem 49 anos, faz 50 em agosto. Logo, ainda tem muito tempo pela frente para concorrer ao Planalto ou ao Senado no futuro.
Vou ali…/ Enquanto o presidente Jair Bolsonaro corre contra o tempo para convencer o Congresso a lhe dar uma ajuda nas eleições, aprovando a PEC que prevê subsídio para os combustíveis, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, estará na Europa. Embarcou ontem no voo que liga Brasília a Lisboa, e, de lá, segue para Paris, onde participará da reunião da OCDE.
… e já volto/ No mesmo trajeto estava o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys. Com o ministro da Economia, Paulo Guedes, dedicado a cuidar da PEC dos combustíveis, Guaranys e Ciro Nogueira vão cuidar do que falta para que o país ingresse na Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico.
Colaborou Vicente Nunes
A desconfiança de Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas não mudará até a eleição e mesmo depois do pleito, caso seja derrotado. Ele está convencido de que as pesquisas não refletem o que ele encontra nas ruas pelo país afora.
Os tucanos vão decidir sua posição sobre a terceira via esta semana com o MDB resistente a ceder a cabeça de chapa a Eduardo Leite no Rio Grande do Sul. Lá, a imagem usada é a seguinte: o ex-governador gaúcho está igual ao marido que sai de casa para tentar a sorte com uma amante, no caso a candidatura ao Planalto, e, agora que deu errado, quer voltar para casa. Pode até conseguir, mas vai demorar. E talvez não seja nesse pleito.
O anúncio da proposta para zerar o ICMS dos combustíveis e do gás de cozinha feito com a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), representa uma convocação dos governadores e da oposição para que entrem no barco de redução dos impostos. O “sim” dos governadores a esse esforço virá, inclusive, com transferência de receita para compensar a perda de arrecadação. Quanto à oposição, a avaliação dos governistas é a de que os atores não terão muito poder de manobra. Aliados do presidente têm dito que agora é pegar ou largar e, nessa segunda hipótese, vem acoplada a perspectiva de arcar com as consequências de não aprovar a proposta — ou seja, não baixar os preços. Tudo agora terá reflexo eleitoral e, nesse sentido, o presidente Jair Bolsonaro (PL) atirou no alvo. Terá o discurso de que fez tudo o que estava ao seu alcance.
Obviamente, os partidos ainda vão analisar a proposta de emenda constitucional. O texto ainda não chegou ao Congresso formalmente, mas as apostas de Lira e de líderes próximos ao presidente são a de que é possível fazer esse esforço para votar rapidamente. Só a presença de todos, no anúncio da proposta, indica união para salvar
a lavoura — leia-se a eleição.
Guedes respira, mas…
Ao anunciar, na entrevista à Bandnews, que o ministro Paulo Guedes permanecerá no comando da Economia em caso de reeleição, Bolsonaro deixou a ala política com um frio na espinha. É que os políticos estão convencidos de que a área econômica é crucial para as eleições e não dá para “vender mais do mesmo ao eleitor”. O ministro, no entanto, é o padrinho da proposta de zerar impostos.
… tem que entregar mais
É preciso gerar esperança e muitos avaliam que Guedes ainda não conseguiu passar essa mensagem de forma clara, tanto é que as pesquisas continuam apontando dificuldades para a reeleição, e a economia como fator principal no humor do eleitorado. No governo, porém, a avaliação é de que houve geração de empregos, a economia “está melhorando” e, na campanha, será possível detalhar os ganhos que o país obteve apesar do cenário adverso gerado pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. E com a PEC dos combustíveis em curso, Guedes ganhará oxigênio, inclusive entre os políticos.
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O setor sabe o que quer/ A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) decidiu mudar o formato do encontro com os presidenciáveis. Em 2018, nem todos compareceram, especialmente os dois que foram à final, Bolsonaro e Fernando Haddad. Agora, a ideia da entidade é entregar o documento de suas propostas a representantes das campanhas, a serem indicados pelos candidatos. E ponto.
Muita calma nessa hora/ Na CNA, seus executivos já fizeram circular um comunicado sobre a necessidade de conversa com todos os atores do espectro político. O agro é majoritariamente eleitor de Bolsonaro e, até aqui, nada tem feito o setor mudar de rumo.
Quem diria…/ A ex-senadora Ana Amélia Lemos ficou praticamente enfurnada na suíte do hotel em que mora, em Porto Alegre, nos dias em que Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin passaram por lá. Ela, que foi vice de Alckmin em 2018, respeita o ex-governador paulista, mas não quer nem de longe posar para fotos ao lado do ex-tucano, hoje vice do petista.
… que seria assim/ Durante os dias em que Lula e Bolsonaro se hospedaram lá, o hotel ficou praticamente sitiado, com atiradores de elite posicionados em todos os telhados dos edifícios próximos. A segurança do petista está cada dia mais reforçada.
Grave, muito grave/ As ameaças ao jornalista Lucas Neiva, do Congresso em Foco, depois que ele denunciou um fórum na internet que pretende disseminar fake news e ódio a jornalistas profissionais, terá investigação profunda. Todos os Poderes já foram acionados para buscar os culpados e uma resposta que acabe com as intimidações. Um governo que diz pregar liberdade de imprensa e de expressão não pode compactuar com esse tipo de ameaça. Alô, ministro da Justiça Anderson Torres!!!
Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) querem uma resposta rápida do pleno do Supremo Tribunal Federal aos recursos que serão apresentados contra a decisão do ministro Nunes Marques, que derrubou a cassação do deputado estadual Fernando Francischini. Em 28 de outubro do ano passado, quando Francischini foi cassado, esta coluna classificou o caso como parte de um pacote que os ministros do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) consideravam necessários para evitar a propagação de notícias falsas contra as urnas eletrônicas ao longo do processo eleitoral. Francischini, para quem não se lembra, foi cassado por causa de uma live no dia da eleição de 2018 para desacreditar a urna. Agora, este ponto ficou capenga.
O segundo aspecto do pacote estava numa fala do ministro Alexandre de Moraes, sobre disparos em massa nas redes sociais. Segundo Moraes, “é ingenuidade achar que rede social não é meio de comunicação social (…) Vai ser combatido nas eleições de 2022. Se houver repetição, o registro será cassado e as pessoas irão para a cadeia”. Este ano, o futuro presidente do TSE repetiu o aviso.
A hora de bater bumbo
Muitos analistas econômicos acharam pouco o crescimento de 1% do PIB, mas a área política do governo vai começar a colocar esse dado aos quatro ventos para mostrar que há esperança no país administrado pelo presidente Jair Bolsonaro e equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. Será cada vez mais difundida no partido do presidente, o PL, o discurso de que “se não fosse o #fiqueemcasa, a economia estaria melhor”.
Nem tudo é perfeito
A citação do “fique em casa” traz à tona a gestão do governo na área de saúde durante a pandemia, desaprovada por parcela expressiva da população e explorada pelos adversários do presidente. Os opositores de Bolsonaro se preparam para mostrar na campanha eleitoral o cenário desolador e mais de 600 mil famílias brasileiras que perderam seus entes queridos pela doença.
Tem jeito
A estratégia do PL para rebater esse discurso da oposição sobre a má gestão é dizer que não faltaram recursos para estados e municípios providenciarem atendimento à população nem vacinas para quem quis o imunizante. Caberá ao eleitor, senhor do voto, definir quem tem razão nesse debate.
Tem diálogo
O debate de todos os Poderes em torno do projeto que limita o ICMS dos combustíveis será explorado como uma demonstração de que o presidente Jair Bolsonaro não é avesso a conversar com quem pensa diferente.
Enquanto isso, em São Paulo…
O ex-governador Márcio França (PSB) se reuniu com empresários e avisou que não arreda o pé de concorrer ao governo estadual. A avaliação dele é a de que a disputa para o Palácio dos Bandeirantes está totalmente em aberto e que o PT não manterá na campanha a liderança que apresenta hoje nas pesquisas registradas.
A busca do Nordeste/ Na segunda-feira, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) vai a Sergipe para o lançamento da pré-candidatura do senador Alessandro Vieira ao governo do estado pelo Cidadania. Lá, o presidente regional do MDB, Walter Alves, defende o apoio a Lula no primeiro turno.
Nova missão/ O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal Ruy Coutinho vai assumir a direção do Departamento Jurídico da Federação das Indústrias de São Paulo. Na próxima semana, ele estará em São Paulo, para uma reunião com o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, a fim de conversar sobre o novo desafio.
Olhar de especialista/ Ruy Coutinho, que atualmente comanda a Latin Link Consultoria, acompanhará de perto todas as alterações no ordenamento jurídico do sistema produtivo e industrial do país.
A volta das máscaras/ Com a covid dando as caras, melhor prevenir do que remediar. Não corra riscos.