Categoria: coluna Brasília-DF
O recado foi dado pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, aos ministros e funcionários da Corte eleitoral. Ela está disposta a cumprir ainda hoje tudo o que se refere à candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República, “nem que vare a madrugada”. Os ministros consideram que, se nada for feito de imediato, o PT abrirá sua participação no horário eleitoral gratuito criticando o Poder Judiciário. E a ordem é reforçar a Justiça enquanto instituição republicana.
Da parte do PT, os advogados já estão de sobreaviso. A ordem é recorrer tão logo o TSE decida sobre a impugnação da candidatura do ex-presidente. Pelo visto, não são apenas os ministros que vão reforçar o lanche no trabalho. Os serviços de delivery, se cumpridas as intenções de todos, vão faturar na noite desta sexta-feira.
“Digital versus analógica”
O cientista político Leonardo Barreto tem dito em palestras que, a partir de agora, começa a campanha “analógica”, a da tevê aberta. Até aqui, na digital, quem surfou foi o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Hoje, ele considera que o capitão reformado está com um pé no segundo turno.
Limonada eleitoral
O fato de Jair Bolsonaro, do PSL, ter pouco tempo de tevê será usado por seus aliados como uma justificativa para não precisar detalhar o programa de governo. Eles só não descobriram ainda como, com esse pouco tempo na tevê, conquistar os votos que faltam, em especial, o feminino. Já concluíram que não será com as caminhadas e os sujeitos ao redor gritando “mito, mito”.
Alckmin analógico
Enquanto o candidato do PSL, que não tem tempo de tevê, apostará tudo nas redes e naqueles que replicam sua campanha — a participação dele no Jornal Nacional, por exemplo, ficou entre os 10 assuntos mais comentados até entre os tuiteiros russos —, Geraldo Alckmin, do PSDB, tem sido discreto nas redes. O tucano direcionou a maior parte dos recursos à campanha de tevê. A propaganda da bala, avaliam os tucanos, fez efeito.
Por falar em bala…
O candidato do PSL sentiu o tranco ao ver o filme da campanha de Geraldo Alckmin, aquele que mostra uma bala atravessando um copo de leite, uma jarra de água, destruindo livros, um melão e parando próxima à cabeça de uma criança. A ordem agora é subir o tom contra o tucano.
Olho nela/ Marina Silva, da Rede, que terá 21 segundos diários na tevê, comemorou o Jornal Nacional como a grande largada de sua campanha e certa de que tem tudo para ganhar mais votos de lulistas do que o futuro candidato do PT, Fernando Haddad. Seus aliados avaliaram que o maior problema abordado se resumiu à saída de deputados da Rede.
[FOTO1]
Por falar em Haddad… / Ele e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, desembarcam no Ceará nesta sexta-feira. Haddad (foto), em busca dos votos de Lula. E Alckmin, tentando arrancar alguns dos que estão com Bolsonaro.
Até aqui…/ O eleitor continua meio desconfiado dos políticos que desfilam pelo país em campanha. Apesar das pesquisas, todos consideram que estão fazendo campanha “no escuro”.
Educação, grande desafio/ O Coordenador Geral de Graduação do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Gabriel Cardoso, lança amanhã, 19h, na Cultura do CasaPark, o livro Empreendedorismo social e políticas públicas na educação: possibilidades e limites, em parceria com o professor Júlio Gomes Almeida, da Universidade Cidade São Paulo (Unicid). Num momento em que os indicadores do Brasil nessa área estão tão baixos, nunca é demais se informar a respeito.
Toffoli se mostra disposto a julgar reajuste de servidores e outros temas polêmicos
A junção das “11 ilhas”

Conforme Toffoli contou a um colega de Tribunal e também a alguns amigos, o objetivo é substituir a ideia das 11 ilhas por um continente ou, no mínimo, um arquipélago todo interligado por pontes. Falta combinar, obviamente, com todos os ministros.
Tá nesse nível
Entre os petistas há quem diga que, se Ciro Gomes (PDT) crescer alguns pontos nas pesquisas, vai ter muito dirigente partidário repleto de desculpas para evitar compromissos de campanha ao lado de Fernando Haddad.
Vão ter que engolir 1
A contar pelas pesquisas, seja quem for o presidente eleito, terá que se sentar à mesa com o MDB. O partido caminha para continuar no comando do Senado, seja com a reeleição de Eunício Oliveira (CE), seja com Renan Calheiros (AL). O comando partidário considera que tem condições de eleger até 19 senadores, embora levantamentos mais rigorosos, como o da Arko Advice, apontem que o partido já tem assegurado, no mínimo nove e, no máximo, 16.
Vão ter que engolir 2
Em seguida, virá o PT, com um mínimo de cinco (Dilma Rousseff incluída) e um máximo de 12 eleitos este ano. Ou seja, quem apostava em renovação, pelo menos no Senado, será difícil. O PSDB está em terceiro no levantamento da Arko, com a perspectiva de eleger entre quatro e nove senadores.
Portos na lida 1
Como todos os setores, o de portos não vai deixar de fazer a sua campanha com os presidenciáveis. Para isso, a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) preparou um documento com previsão de investimentos da ordem de R$ 15 bilhões, desde que o governo retire as amarras burocráticas, leia-se excesso de normas e regulações.
Portos na lida 2
O documento da ABTP alerta que o setor é responsável por 120 mil empregos diretos e indiretos. No ano passado, passaram pelos portos brasileiros 1,087 bilhão de toneladas de produtos, desde grãos até aqueles de última geração tecnológica. Não dá para desprezar.
Jogo combinado/ A saída de Romero Jucá (foto) da liderança do governo não foi bem… uma briga com o presidente Michel Temer. Afinal, se tem algo que todos entendem é a necessidade de sobrevivência. E, no momento, Jucá está nas mãos dos eleitores de Roraima, que defendem fronteiras fechadas com a Venezuela. Jucá, ao deixar a liderança, amorteceu o discurso dos adversários.
É bem assim/ Comandar o PT é uma tarefa que não costuma agradar a muitos. Tanto é que, nos bastidores, já tem gente chamando a presidente Gleisi Hoffmann de “crazy” Hoffmann.
Hoje tem!/ Debate na TV Brasília/Correio Braziliense, 17h, com os candidatos a governador do Distrito Federal. Transmissão ao vivo pelo Facebook, Twitter e YouTube do Correio. O dos presidenciáveis está marcado para 14 de setembro.
Ops!/ A foto publicada na coluna de sábado não era a de Márcio Aith, e sim de Márcio Sanches.
Os aliados de Marina Silva e de Ciro Gomes, presidenciáveis que mais lucram com a impugnação da candidatura de Lula, vão começar a bater na tecla de que o ex-presidente não só estará fora do páreo como não conseguirá transferir votos para Fernando Haddad. Tiram essa certeza do fato de Dilma Rousseff só ter chegado à Presidência porque Lula, à época bombando em popularidade, conduziu a petista país afora apresentando a então ministra da Casa Civil como a grande gestora, mãe do programa de aceleração do crescimento, a rainha do pré-sal. Ainda assim, Dilma foi ao segundo turno nas duas eleições. Venceu por pouco. Desta vez, com Lula preso, será muito mais difícil, ainda que os primeiros programas de tevê o coloquem como candidato.
Com Lula sem condições de levar a sua mensagem diária ao eleitor na fase mais aguda da campanha, a aposta do PDT e da Rede é de que o PT perca metade de sua força. O PDT de Ciro Gomes, por exemplo, acredita que o eleitorado hoje embarcado no projeto Lula tomará outro caminho quando perceber que o petista mantém a condição de presidiário, condenado em segunda instância. Ciro e Marina estão hoje na repescagem desses eleitores. E, não por acaso, os dois buscam polemizar com Jair Bolsonaro e derrubar a tese de que quem tem mais tempo de tevê vai para o segundo turno.
Imagem é tudo
Os emedebistas tiraram das gavetas a foto em que Michel Temer aparece de mãos dadas com Fernando Haddad (PT) em 2012, quando o petista disputou o segundo turno para prefeito de São Paulo contra José Serra (PSDB). A ordem ali é mostrar que Haddad rechaça o MDB, mas que já foram próximos. Para o PSDB, a lembrança também é boa. Afasta a ideia de que MDB e os tucanos sempre foram parceiros. Ao contrário: desde o governo FHC, vivem às turras.
Brasil virou terra de Murici…
Nesta eleição, o ditado alagoano tomou conta do país. Os candidatos a deputado federal, estadual, distrital e a senador estão em “carreira solo”, muitas vezes desprezando seus companheiros de chapa. No DF, Luzia de Paula fez seu material em verde, a cor que era símbolo da campanha do ex-governador José Roberto Arruda. Não há qualquer menção ao governador candidato Rodrigo Rollemberg.
… Cada um por si
Em Minas Gerais, Rodrigo Garcia, candidato ao Senado pelo DEM, desconhece a candidatura de Geraldo Alckmin a presidente. Sabe como é, diante das incertezas, ninguém quer colar sua imagem a um candidato que corre o risco de não decolar.
A vida como ela é
A turma do candidato Jair Bolsonaro, do PSL, refez as contas e passou a considerar os debates das emissoras de tevê fundamentais para que o presidenciável possa ser mais visto no período eleitoral. A conta é a seguinte: quem tem apenas oito segundos na tevê e, praticamente, uma inserção a cada dois dias, não pode se dar o luxo
de ficar fora.
Pop star/ Podem falar o que quiserem de Sérgio Moro (foto), mas uma coisa é certa: o juiz tem legiões de fãs. Durante jantar antes do Simpósio dos Delegados da PF em Salvador, o juiz posou para fotos e selfies. Ter a atenção do juiz por mais de dois minutos, entretanto, foi privilégio de poucos.
Companheiros I/ Moro fez questão de cumprimentar pelo menos um policial mais efusivamente: o delegado aposentado Getúlio Bezerra, conhecido do magistrado por causa de operações em Curitiba. Ao ver o delegado de costas, Moro interrompeu a conversa com um grupo e se dirigiu ao policial. Conversaram durante pelo menos 10 minutos.
Companheiros II/ Getúlio foi escalado pela direção da Associação dos Delegados da Polícia Federal para entregar a medalha Tiradentes a Sérgio Moro.
Ali, ele já tem a força/ Bolsonaro aposta na proposta de posse de arma para ganhar votos no campo. Diante disso, tende a dispensar a participação na sabatina promovida pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), na próxima quarta-feira.
A decisão unânime da Mesa Diretora da Câmara de cassar o mandato do deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi vista com alívio pela maioria dos parlamentares. Já tem gente dizendo nas bases que a Casa não compactua com malfeitos, tanto é que, em pleno período eleitoral, degolou Maluf. Só tem um probleminha: os outros casos que não foram analisados no Conselho de Ética, como o do deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel Vieira Lima, vão ficar “dormindo” nos escaninhos durante esta temporada de campanha.
A ordem agora é a seguinte: quem se reeleger ganhará um “refresco” para que só precise responder no próximo mandato. Quem não se reeleger, poderá terminar o mandato sem ser incomodado, uma vez que o fim desta legislatura está logo ali.
É o que tem para hoje
Aos deputados e senadores preocupados com o desempenho de Geraldo Alckmin nas pesquisas, um tarimbado político tem feito o seguinte apelo: “Em vez de reclamarem, peçam votos para o candidato e trabalhem por ele até o último dia. Ou é ele ou teremos Bolsonaro e o PT. É isso que vocês querem?”
Por falar em Bolsonaro…
Ao dizer que “qualquer um” derrota o candidato do PSL num segundo turno, Alckmin quer se colocar como o mais promissor para evitar que o PT retome a Presidência da República. Quem o acompanha diz que ele se convenceu de que o passe para o segundo turno é tirar votos do capitão da reserva do Exército, líder no cenário sem Lula, inclusive em São Paulo.
Desafios de Geraldo I
Em reuniões fechadas, os alckministas concluíram que o presidenciável precisa urgentemente colar a sua campanha à do ex-prefeito João Doria. É que, no estado de São Paulo, as pesquisas apontam um grande contingente dos eleitores de Doria votando em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente. Lá, no estado que Alckmin governou, ele aparece em segundo lugar no cenário sem Lula, enquanto Doria lidera a disputa para o governo estadual.
Desafios de Geraldo II
Também é hora de dar uma atenção especial à Região Sul, onde Alvaro Dias é o segundo colocado e só perde para Bolsonaro. Aliás, no cenário sem Lula, o candidato do PSL só perde no Nordeste, onde está empatado com Ciro Gomes, ambos atrás de Marina Silva, da Rede.
Desafios de Haddad
O fato de ter dois ex-ministros de Lula — Ciro Gomes e Marina Silva — como adversários no seu campo deixou Fernando Haddad sem ter como criticá-los, a fim de atrair votos. Por isso, a ordem no partido é massificar o número 13 e esquecer do perfil do candidato.
Campanha indoor/ A falta de recursos praticamente tirou a campanha das ruas. Não há mais comícios nas praças. No máximo, uma caminhadinha ali, uma carreata acolá. A maioria está apostando nas reuniões fechadas, com setores produtivos. Há quem se refira à campanha como o “circuito do PIB”. Semana que vem, por exemplo, tem encontro na Confederação Nacional de Agricultura (CNA).
A vitória de Temer/ A decisão da 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que condenou o empresário Joesley Batista a pagar uma indenização de R$ 300 mil ao presidente Michel Temer (foto) por danos morais, virou mais um motivo para que os emedebistas peçam a Henrique Meirelles que defenda a imagem de Temer.
A cobrança do MDB/ Internamente, há quem diga no MDB que o partido aceitou a candidatura de Meirelles para que ele se apresentasse, mas também defendesse o presidente Michel Temer, o governo e o partido. Até aqui, o candidato do MDB só se apresentou. E não sai do 1%.
Renovação zero/ A contar pelas pesquisas de intenção de voto para o Senado em vários estados, o brasileiro pode se preparar para encarar velhos conhecidos. No Pará, por exemplo, lideram Jader Barbalho (MDB), 29%, e Mário Couto (PP), 20%.
Presidentes do MDB Mulher em diversos estados ameaçam recorrer direto ao Supremo Tribunal Federal para garantir a distribuição mais equânime dos recurso de campanha. Em Minas Gerais, por exemplo, a campanha mal começou e o dinheiro destinado a elas está acabando.
As mulheres do MDB calculavam que teriam à disposição, pelo menos, R$ 70 milhões em recursos do fundo partidário e que, tirando o valor destinado à campanha de seis deputadas federais
(R$ 12 milhões), restaria uma parcela expressiva para distribuição entre os estados, proporcional ao número de eleitores em cada um deles. Porém, não foi isso que ocorreu. As emedebistas de Minas Gerais prometem desembarcar em Brasília nesta quinta-feira para cobrar os recursos.
Em tempo: é bom os partidos se prepararem. É voz corrente no Judiciário que, se as mulheres forçarem a porta do cofre, os partidos que não definiram regras de distribuição não terão saída senão entregar os 30% dos recursos. E mais: se conseguirem uma liminar que determine cofre fechado até a decisão final da Justiça, adeus campanha para muitos candidatos.
Vai sobrar para ele
O marqueteiro Lula Guimarães é quem mais sentirá a pressão de estagnação do candidato Geraldo Alckmin nas pesquisas divulgadas nesta semana. Por ora, não há recomendação de troca, mas há, dentro do PSDB, quem deseje colocar alguém para acompanhar Lula de perto.
Haddad sob pressão
A baixa transferência de votos do ex-presidente Lula para Fernando Haddad faz crescerem dentro do PT as pressões da ala Construindo um Novo Brasil (CNB) para que o ex-prefeito de São Paulo seja “mais militante”, com maior diálogo com movimentos sociais. Um outro grupo, entretanto, considera que, se Haddad for por esse caminho, vai terminar disputando votos apenas com Guilherme Boulos (PSol).
Adeus, união
Depois dos ataques de João Doria a Márcio França nesta semana, em que o candidato do PSDB acusou o governador de fazer campanha dentro do Palácio dos Bandeirantes, acabou qualquer possibilidade de união num segundo turno, caso um dos dois esteja fora da final.
Muito esquisito/ A história de Jair Bolsonaro não divulgar a agenda de campanha foi considerada estranha até por seus apoiadores. Sabe como é: se o sujeito não quer ser acompanhado de perto no período eleitoral, vai ser difícil exercer a Presidência da República, na qual a vigilância é quase que 24h.
Já estava na conta/ O desfile de Ciro Nogueira com o PT no Piauí e o de José Rocha, do PR, com os petistas na Bahia já estavam previstos pela coordenação da campanha de Geraldo Alckmin. O importante é segurar o resto.
O último a sair/ Deputados consideraram normal a saída de Marcio Lacerda (foto) da disputa ao governo estadual. Desde que o caso foi para a Justiça, ele estava como um “cavalheiro solitário”, sem apoios e sem aliados. A aposta geral é a de que, por lá, como, aliás, a coluna já havia antecipado, a eleição será decidida no primeiro turno, entre Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT).
Otavio Frias Filho/ A coluna se solidariza com familiares e profissionais da Folha de S.Paulo. Foi lá, sob o comando de Otavio Frias Filho, em São Paulo, e da dupla Gilberto Dimenstein e Josias de Souza, em Brasília, que comecei na profissão. Em 1986, era uma escola para ninguém botar defeito.
A primeira rodada de pesquisas depois de registradas as candidaturas deixou todos preocupados, inclusive quem está na frente. Isso porque os números do Ibope indicam que quem mais ganha hoje com a saída de Luiz Inácio Lula da Silva do páreo é a candidata da Rede, Marina Silva, justamente aquela que o líder Jair Bolsonaro (PSL) não consegue enfrentar de peito aberto. Desde o debate da última sexta-feira, quando deixou o capitão da reserva sem resposta, ela povoa os pesadelos dos bolsonaristas.
Os petistas, por sua vez, comemoram de público, mas franzem a testa no privado. Eles sabem que Lula não será candidato. E consideram que Fernando Haddad precisa de, pelo menos, metade dos votos do ex-presidente e um pouco mais para chegar ao segundo turno. Por enquanto, as pesquisas não indicam essa preferência, uma vez que, na urna, não virá escrito “candidato apoiado por Lula” e sim o nome Haddad — isso na hipótese de o desfecho jurídico da candidatura ocorrer quando as urnas já estiverem programadas. Quanto aos demais, aguardam o horário eleitoral gratuito de rádio e tevê, apostando que, na TV aberta, o jogo será outro.
Precificado
Os partidos fizeram “cara de paisagem” para a condenação do ex-vice-presidente da Câmara André Vargas e farão o mesmo para outras que estão por vir. A Lava-Jato, avaliam, já está na conta de todas as legendas. A avaliação geral é de que o maior impacto foi na eleição de prefeitos. Agora, o motor do voto são outros: segurança, saúde e educação.
Roraima na campanha
Historicamente, os candidatos a presidente da República sempre desprezaram Roraima, um colégio eleitoral pequeno e distante. A maioria nem visitava. Agora, com a crise na fronteira com a Venezuela, o estado entrou no debate, numa linha semelhante ao da intervenção no Rio de Janeiro.
Se liga, Geraldo!
Até ontem, não havia uma linha sobre a candidata a vice, Ana Amélia Lemos, no site de campanha do tucano Geraldo Alckmin. Apenas as fotos dos dois. Para completar, o candidato ainda trocou o nome da vice durante sabatina da Record: chamou-a de… Kátia Abreu, do PDT, vice de Ciro Gomes. Há quem diga que Geraldo está deixando de usar um grande ativo, representado pela senadora gaúcha na chapa dele.
Se liga aí, ô!
Quem acompanhou o seminário Elas por Elas no Supremo Tribunal Federal (STF) e a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, saiu convicto de que os partidos que fraudarem a inscrição de candidatas mulheres e o tribunal descobrir podem se preparar para sanções.
Vale a leitura I/ Chegam às livrarias de Brasília, nesta semana, os volumes Volta ao Poder, sobre as cartas que Getúlio Vargas (foto) trocou de 1946 a 1950 com a filha, Alzira Vargas. Alzirinha, como o pai a chamava, era assessora, guardiã dos segredos políticos, confidente e, por vezes, até protagonista da era getulista.
Vale a leitura II/ No período retratado nas cartas, Getúlio era um ditador deposto, exilado em sua fazenda, em São Borja (RS). Num tempo em que as ligações telefônicas eram difíceis, esses documentos formavam a ligação do ex-presidente com o mundo. A organização é de Adelina Moraes e Cruz e Regina da Luz Moreira.
Vale a leitura III/ Os dois volumes somam 912 páginas. O segundo tem 56 páginas destinadas à identificação de nomes e apelidos mencionados na correspondência entre pai e filha. O presidente Eurico Gaspar Dutra é “grão de bico”. O vice-presidente, Nereu Ramos, “pavão”. Atualmente, também existem apelidos. Nas planilhas que a Lava-Jato pegou com empresários que pagaram propinas. É, pois é.
Era encenação/ Desconfie sempre que um deputado disser que não será candidato a nada. Este ano, na Câmara dos Deputados, por exemplo, só 31 dos 513 não vão concorrer a um mandato eletivo.
… reza o dito popular, é só começar. A imagem estampada do presidente do PP, senador Ciro Nogueira, na largada da campanha do candidato a vice-presidente, Fernando Haddad (PT), no Nordeste, foi lida entre os aliados de Geraldo Alckmin como um precedente preocupante. Pragmático, Ciro tem, inclusive, material de campanha ao lado de Lula e vai manter assim enquanto o ex-presidente figurar como cabeça de chapa, torcendo para colar o seu nome ao do petista.
Os amigos do piauiense usam a seguinte imagem para definir o comportamento dele: quando ele chega a Teresina, é de esquerda e petista, quando desce no aeroporto Juscelino Kubistchek, em Brasília, vira um político de centro, aliado de Geraldo Alckmin. Se todos os parceiros do tucano no Nordeste seguirem o mesmo caminho — a coluna, aliás já mencionou esse risco —, ele não terá quem faça a sua campanha. Aí, é que mora o maior perigo.
Sem intermediários
Pelo menos 18 delegados da Polícia Federal serão candidatos a um mandato na Câmara, país afora. No Distrito Federal, o nome dos policiais é Luciano Leiro, do PPS. A categoria chegou à conclusão que não basta prender os malfeitores da política. É preciso ocupar espaços para garantir uma vigilância mais de perto.
Ainda não “pegou”
A campanha ainda não chegou ao grosso da população. Levantamento da XP Investimento, publicado ontem, mostra que apenas 30% dos eleitores entrevistados estão muito interessados no pleito, 21% se dizem “mais ou menos interessados”, 19%, pouco interessados e 29% não estão interessados. Ou seja, ainda tem muito jogo pela frente.
À la Collor
Amigos do capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro sonham repetir Fernando Collor, que foi para o segundo turno da eleição de 1989 contra o PT e, com os votos do PSDB, derrotou Lula na final. Naquela eleição, Leonel Brizola (PDT) transferiu todos os seus votos no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro para o petista. O tucano Mário Covas foi de Lula, mas o eleitorado tucano se dividiu e grande parte apoiou Collor. Esse é o objetivo de Bolsonaro: chegar ao segundo turno com o PT e derrotar o partido Lula com o suporte dos simpáticos ao PSDB.
Preventivo
Foi esse histórico do eleitorado tucano que levou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a falar sobre o apoio do PSDB ao PT, em caso de segundo turno. Fernando Henrique quer evitar justamente que a história se repita e os eleitores tucanos terminem elegendo o minúsculo PSL de Bolsonaro para comandar o país. Por isso, dizem os amigos de FHC, ou o PSDB e aliados se engajam na campanha de Alckmin ou a realidade de apoiar um dos extremos vai se impor, como ocorreu em 1989.
Era tudo o que ele não queria/ O candidato do MDB, Henrique Meirelles, fez cara de paisagem para a carta de Eduardo Cunha (foto) à nação, aquela em que o ex-deputado exalta a filha, Danielle, candidata a deputada federal e declara voto em favor do emedebista. Sabe como é, se carregar Michel Temer de padrinho já está difícil, que dirá Cunha.
Olha a onda/ Alexandre Frota se apresenta em São Paulo como o “federal de Bolsonaro”. Todos tentam tirar uma casquinha das intenções de voto no capitão reformado do Exército. Se Bolsonaro perder fôlego daqui a alguns dias, muitos desses novos companheiros vão abandoná-lo rapidinho.
Prata da casa/ A procuradora Raquel Dodge voltou à infância, por algumas horas, em Morrinhos, a terra natal dela, onde ministrou, ontem, a aula inaugural do curso de direito da cidade, na Universidade Estadual de Goiás. Morrinhos, de 46 mil habitantes, praticamente parou para receber Raquel, filha da dona Ivone e do seu José. A contar pelas homenagens, os conterrâneos não têm do que reclamar do trabalho da procuradora.
Três em 100/ Ex-diretora do LabHacker da Câmara, a especialista em tecnologia da informação Roberta Rabay figura entre as 100 mais influentes personalidades do mundo em digital government. Além dela, há outros dois brasileiros: o secretário de Tecnologia e Informação do Ministério do Planejamento, Luís Felipe Sanlin Monteiro, e Tiago Peixoto, do Banco Mundial.
Colaborou Renato Souza
Candidato a governador por São Paulo, o ex-prefeito João Doria vai virar uma arma dos petistas contra o PSDB na eleição presidencial. Explica-se: Doria venceu o petista Fernando Haddad na disputa pela prefeitura paulistana e deixou o cargo para concorrer ao governo, o que fez crescer a rejeição ao tucano na capital. Agora, Haddad quer usar essa rejeição para ver se consegue arrancar votos de Geraldo Alckmin em São Paulo.
Vice na chapa de Lula a presidente da República, Haddad e seus estrategistas estão convencidos de que, se o ex-prefeito petista conseguir agregar esses eleitores decepcionados com Doria e somá-los ao contingente que hoje vota em Lula no Nordeste, a vaga no segundo turno da eleição estará garantida.
Data-limite
Mesmo com a largada oficial da campanha, ontem, os partidos mantêm a frieza em relação às pesquisas eleitorais de agosto. Como os comerciais na tevê só começam daqui a 15 dias, o maior estresse para quem estiver abaixo de dois dígitos só virá depois de fechada a primeira quinzena de setembro.
Por falar em estresse…
O PT tem trabalhado diariamente com pesquisas para medir o poder de transferência de votos de Lula para Fernando Haddad. Enquanto for alto, não muda a estratégia de manter o
ex-presidente candidato, e Haddad, mais conhecido.
Agora, vai
O Ministério da Cultura deu início às obras de reforma e modernização da Biblioteca Demonstrativa Maria Conceição Moreira Salles, fechada desde 2014. O investimento é de
R$ 1,764 milhão. O ministro Sérgio Sá Leitão contou que a área da biblioteca será, inclusive, ampliada para receber novidades, como espaço acessível
para cegos, lanchonete, palco para eventos e brinquedoteca. Esse terá o que mostrar ao fim do governo
Michel Temer.
Agora, foi
Depois de quatro anos de espera e de vai pra lá e pra cá, foram publicados no Diário Oficial da União o credenciamento e a habilitação do Centro Especializado de Reabilitação IV e Implantação Ortopédica para a Apae de Pirassununga (SP). O pedido foi feito em 2014 pelo deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) e agora, em plena campanha eleitoral, saiu do papel. Em política, nada é por acaso.
Ciro encara a realidade/ O candidato do PDT, Ciro Gomes, bem que tentou defender Lula na pré-campanha e lá vai. Porém, a sua entrevista de ontem mostra que se rendeu à realidade: os petistas de raiz jamais vão apoiá-lo num primeiro turno. Por isso, o pedetista começou a se referir à própria legenda como a esquerda ficha-limpa e incluiu na roda o PSB, do qual obteve apoios expressivos. Vai ser assim até o fim.
Retrato do momento/ Quem conhece o traçado de Brasília não ficou surpreso com o fato de o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, aparecer como primeiro colocado na pesquisa do Correio Braziliense sobre intenção de voto no DF. A cidade — que há oito anos elegia Agnelo Queiroz (foto), do PT, governador, e deu no que deu — busca agora o oposto, de olho na preservação do patrimônio e na segurança pública. Em tempo: a pesquisa não reflete ainda o humor da cidade sobre o slogan “Mais Brasil, menos Brasília”, incluído no programa de governo do capitão reformado do Exército.
Retrato do futuro/ Bolsonaro, no entanto, não tem muito do que se orgulhar dessa performance, porque, em geral, quem ganha no primeiro turno em Brasília não vira inquilino dos palácios do Planalto e do Alvorada.
Retrato do passado/ Em 2014, Aécio Neves chegou em primeiro no DF; em 2010, no primeiro turno, foi Marina Silva (PV), que ficou fora da segunda rodada. E, em 2006, Geraldo Alckmin (PSDB), que perdeu no segundo turno para Lula.
Hoje tem/ Segunda rodada de debate dos presidenciáveis, desta vez, na Rede TV! Em 14 de setembro, será a vez de o Correio Braziliense promover o seu, em parceria com a TV Brasília. Prepare seu estoque de pipoca. Até outubro, muitos encontros virão.
A partir de hoje, quando começa a campanha eleitoral, o presidente Michel Temer terá dificuldades em viajar o país para inspecionar obras ou qualquer outra atividade governamental. É que os aliados apontam o presidente como o pior cabo eleitoral. Em Pernambuco, por exemplo, o governador candidato, Paulo Câmara, trabalha para jogar Temer no colo de Armando Monteiro, candidato à vaga pelo PTB, com apoio do DEM e do PSDB e com dois ex-ministros de Temer na chapa: Mendonça Filho e Bruno Araújo. Armando, ex-ministro de Dilma Rousseff, trata de empurrar o presidente para o PSB de Paulo Câmara que, em parte, fechou com o impeachment de Dilma.
Piauí, a largada simbólica I
Candidato a vice na chapa do ex-presidente Lula, Fernando Haddad definiu o Piauí, governado por Wellington Dias (PT), para o primeiro grande ato da campanha na Região Nordeste. Conforme adiantou a coluna ontem, Haddad escolheu a região para fazer valer o bordão “Haddad é Lula, Lula é Haddad”.
Piauí, a largada simbólica II
Foi em solo piauiense, no município de Guaribas, que Lula lançou em 2003 o Fome Zero, precursor do Bolsa Família. À época, consistia em cupons que poderiam ser trocados por alimentos. Tudo será lembrado na visita de terça-feira, para sedimentar os votos entre os mais pobres.
A novela vai longe
A decisão do TSE sobre a candidatura de Lula não poderá ser feita “de ofício”, conforme queriam alguns ministros. É que, diante dos pedidos de impugnação, será preciso analisar caso a caso e tudo com direito a recurso no STF, onde estão as esperanças do PT de conseguir uma liminar. Ao saber da escolha de Luís Roberto Barroso para relatar o pedido de registro no TSE, um petista reagiu assim: “Pô, justo ele? Que falta de sorte”.
Nem vem
O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, aproveitou o registro da candidatura de Lula para dizer aos caciques do partido que parem com essa história de querer fazer dele candidato. O momento é de consolidar o nome de Fernando Haddad e a defesa do ex-presidente.
Enquanto isso, no PSDB…
Os tucanos não ficaram tão chateados assim com a movimentação petista dominando o noticiário. É que, no mesmo dia, Geraldo Alckmin foi prestar depoimento no inquérito civil que investiga caixa dois na campanha ao governo estadual. Embora não haja nada comprovado contra o governador, a notícia do depoimento, por si só, já é um desgaste.
O público de Afif/
O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, concentrou atenções e aplausos na solenidade de abertura do 30º Congresso da Abrasel — Associação Brasileira de Bares e Restaurantes — em especial, quando disse: “Não existe governo ruim para povo organizado”. Faz sentido.
Eterna lembrança/
Em todas as eleições surge um candidato que se diz inspirado em JK (foto). Desta vez, será o senador Álvaro Dias, que tem inclusive imagens gravadas em Minas Gerais, para exibir na campanha.
Por falar em JK…/ Se tem um que perdeu o apoio de qualquer integrante da família do ex-presidente Juscelino foi Jair Bolsonaro. Ao colocar o slogan “Mais Brasil, menos Brasília”, o ex-capitão mexeu com os brios dos brasilienses.
…foi plágio/ O mesmo slogan foi usado, no ano passado, como tema de um congresso da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul.
De caso pensado, os petistas concentraram as manifestações de hoje no Movimento do Sem-Terra com dois objetivos: o primeiro, obviamente, está explícito, a defesa da liberdade de Lula e da candidatura do ex-presidente. Entretanto, o que os petistas querem de verdade, e só admitem em conversas bem reservadas, é reforçar o discurso daqueles que pretendem ver no segundo turno o ex-capitão Jair Bolsonaro, do PSL.
Até aqui, Bolsonaro tem defendido o enfrentamento direto com o MST. Com esse discurso, tirou votos do PSDB no setor do agronegócio, em especial, no Centro-Oeste. Agora, com a marcha do MST sobre Brasília, os petistas esperam mostrar força, mas também dar uma ajudinha a Bolsonaro a manter essa parcela do eleitorado que, em alguns casos, volta suas atenções para Alckmin. Afinal, os petistas, não só querem chegar ao segundo turno, como, de quebra, escolher o adversário.
E agora?
A turma do Paraná ficou atônita com a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, de tirar das mãos de Sérgio Moro parte das delações da Odebrecht. Isso terminará por dar uma ajudinha a Guido Mantega que, essa semana, virou réu, suspeito de negociar medidas provisórias. Até descobrir o que pode ficar e o que não pode, dizem alguns procuradores, Mantega já terá escapado ileso desse processo.
Fica esperto, Geraldo
Parlamentares oriundos do Nordeste consideram difícil replicar a campanha de Geraldo Alckmin na região. É que, lá, Lula lidera, Bolsonaro e Marina surgem na casa dos dois dígitos e Alckmin tem por lá o que Henrique Meirelles consegue no plano nacional. Portanto, ou o tucano amarra o diálogo com os prefeitos, ou não terá quem faça sua campanha por lá.
Por falar em Nordeste…
Fernando Haddad e Manuela D’Ávila embarcam, na semana que vem, para estados da região. A ordem é começar a fazer pegar no eleitorado de Lula o bordão, “Haddad é Lula, Lula é Haddad”.
Olho nele
Os senadores Renan Calheiros (MDB) e Benedito de Lyra (PP) não tiram os olhos dos movimentos de Ronaldo Cunha, filho da ex-deputada Ceci Cunha (PSDB-AL), assassinada em 16 de dezembro de 1998. Quem conhece a política no estado acredita que um dos dois perderá a vaga ao Senado para o filho de Ceci. Para quem não se lembra, o ex-deputado Talvane Albuquerque (PFL-AL) foi condenado há 100 anos de prisão como mandante do crime. Ele não se conformava por ter perdido a eleição.
Se aplausos significam votos…/ O Diálogos da União Nacional das Entidades de Comércios e Serviços (Unecs) com os presidenciáveis teve três mais aplaudidos: Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Alvaro Dias. Fernando Haddad, do PT, e Henrique Meirelles, do MDB, não arrancaram tantos aplausos efusivos.
…/ Jair Bolsonaro não foi ao evento da Unecs. Os empresários comentavam em conversas reservadas que, quando a conversa requer uma visão mais aprofundada do programa de governo, o candidato do PSL dispensa convites e alega problemas de agenda.
Estrutura enxuta/ Candidato a vice na chapa de Lula, Fernando Haddad começa a campanha com assessoria formada por três pessoas: Ex-chefe de comunicação na prefeitura, Nunzio Briguglio, e, ainda, Laio Morais e Frederico Assis, que cuidará da agenda.
Só no filé/ Um dos homenageados do prêmio Congresso em Foco, o senador Magno Malta (foto), do PR-ES, não se fez de rogado. Quando a mestre de cerimônias anunciou que o jantar estava servido, ele fez cara de paisagem para a fila que se formava na ponta do buffet, ao lado dos pratos. Estrategicamente posicionado na outra ponta, onde estava o rechaud da carne, ele pediu um prato ao garçom e se serviu na contramão, sem a menor cerimônia.

