Categoria: coluna Brasília-DF
Deputados reclamam de serem atendidos por Quintão, assessor especial da Casa Civil
O governo mal começou e os deputados se dizem cansados de serem atendidos por Leonardo Quintão, assessor especial da Casa Civil e ex-deputado pelo MDB de Minas Gerais. Os políticos querem falar é com quem resolve os problemas — leiam-se verbas e projetos para as bases eleitorais. Nos ministérios, salvo as áreas ocupadas por políticos — Agricultura, Cidadania e Saúde —, os demais ministros não têm “sensibilidade” para priorizar o atendimento aos políticos. Quintão, até aqui, tem sido educado, mas nada além de água e café. Já tem gente dizendo que, assim, vai ser difícil.
Na medida…
O discurso do presidente Jair Bolsonaro em Davos, na Suíça, ficou dentro do que ele podia dizer. A reforma previdenciária ainda está em discussão, a tributária ainda é desconhecida. Qualquer passo em falso poderia comprometer a negociação por aqui.
… para não fazer marola
Tudo o que Bolsonaro não desejava era passar a ideia de que levou suas propostas primeiramente ao público externo para, depois, apresentá-las aos brasileiros. Afinal, lembram integrantes da comitiva, quando os temas precisam ser negociados com o parlamento, todo o cuidado é pouco.
Por falar em Parlamento…
A 10 dias da eleição para presidente da Câmara, três blocos se formam em busca de espaços na Casa, um com o PSL, outro com o PT e um terceiro, com MDB e PP.
… é melhor moderar o discurso
O vídeo que o deputado eleito Daniel Silveira (PSL-RJ) gravou na China para defender a comitiva do partido que viajou àquele país está dando o que falar. Ele solta uma série de “pqp” e outros palavrões, diz que brasileiro só funciona na “porrada”. Vale lembrar que, na tribuna, esse linguajar pode resultar em advertência.
O maior teste de Flávio
Políticos tarimbados são unânimes em afirmar que a grande prova de Flávio Bolsonaro será seu discurso no plenário da Casa, em fevereiro. Como filho do presidente e com explicações pendentes, terá a missão de convencer que é inocente, não se expor a contradições e evitar chorar na tribuna.
A maldição do choro
Pelo menos, dois choraram ao apresentar a defesa: Geddel Vieira Lima, na Câmara, e José Roberto Arruda, no Senado. Deu no que deu.
Bolsonaro, o econômico I/ Os ministros Paulo Guedes e Sergio Moro acompanharam o presidente Jair Bolsonaro a Davos, mas não ficaram no mesmo hotel que o presidente, o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Pelos preços nos sites de cada hotel, a hospedagem dos ministros foi bem mais cara do que a do presidente.
Bolsonaro, o econômico II/ Bolsonaro, Araújo e o filho ficaram no Hotel Seehof, um dos mais antigos e tradicionais do resort suíço. Moro e Guedes se hospedaram no novíssimo Hard Rock Davos, inaugurado em dezembro de 2017. No Seehof, o quarto mais barato sai por 800 francos suíços, correspondentes a R$ 3,3 mil. No Hard Rock Davos, a única diária disponível era de 6 mil francos suíços, o equivalente a R$ 22,6 mil.
Bolsonaro, o econômico III/ Vale registrar que o filho do presidente viajou a convite, “sem custo para a Câmara e a Presidência”.
Enquanto isso, no passado…/ Integrantes do governo faziam questão de lembrar a polêmica viagem da então presidente Dilma Rousseff que, em 2014, saiu de Davos direto para Cuba, com uma “escala técnica” no fim de semana em Portugal, onde se hospedou no Hotel Ritz, à época, com diária de R$ 26 mil.
CB.Poder/ A deputada Joice Hasselmann (foto) é a entrevistada de hoje no CB.Poder da TV Brasília, às 13h.
Mourão prepara o terreno para a inclusão dos militares na reforma da Previdência
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentam as novas bases do governo no Fórum Econômico de Davos, o presidente em exercício, general Hamilton Mourão, estará dedicado a preparar o terreno para a inclusão dos militares na reforma da Previdência. É cada vez mais consensual no governo que ninguém pode ficar de fora, até para não dar margem a atrasos no Parlamento.
A ideia de incluir os militares é para não dar margem a outros setores mais abastados, como o Judiciário, o Ministério Público e o Legislativo. Se todo mundo estiver dando a sua quota, de uma forma ou de outra, fica mais fácil convencer a sociedade.
Contagem regressiva
Renan Calheiros só vai disputar a Presidência do Senado se tiver certeza da vitória. Não entrará em bola dividida. Como até aqui só disse que não é candidato, e que a escolha será da bancada do MDB, não será um recuo.
Enquanto isso, na Câmara…
Rodrigo Maia perde dois partidos em seu bloco, o PT e o PSB. Porém, como o voto é secreto, ele terá apoios discretos nas duas bancadas.
Doria na lida/ O governador de São Paulo, João Doria (foto), tem começado reuniões na Suíça apresentando um vídeo de menos de 3 minutos intitulado “Uma Nação chamada São Paulo, estamos prontos para os negócios”. Tudo para atrair investidores.
PT considera precipitado pedir uma CPI para investigar Queiroz e Flávio Bolsonaro
Parte do PT considera precipitado pedir uma CPI para investigar as movimentações financeiras de Fabrício Queiroz e do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). A ordem na oposição, de um modo geral, é tratar agora das Presidências da Câmara e do Senado, deixando que o senador se explique perante às autoridades competentes, no caso, o Ministério Público.
As movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro e de Fabrício Queiroz não são assunto de governo. Portanto, em outros partidos de oposição é voz corrente que não cabe CPI. Afinal, se banalizar demais os pedidos de CPIs já na largada, se vier algo envolvendo governo, não haverá espaço para pedir investigação. Porém, tem gente no PT querendo CPI só para guardar o lugar na “fila”.
Petistas não vão dar trégua ao senador eleito Flávio Bolsonaro. A ordem é saber se o filho do presidente é pavio curto ou tem “nervos de aço”.
Os petistas querem saber, por exemplo, onde estão os filmes sobre as imagens dos autores dos depósitos em 2017 na conta do senador eleito, se a compra e venda de imóveis está declarada no Imposto de Renda de todos os citados e por aí vai.
Para completar, se houver uma reclamação a respeito do modus operandi do Ministério Público, não faltará quem lembre que, na hora de investigar o PT, o MDB, o PP, o PSDB e quem mais chegou, não houve grita dos bolsonaristas.
Enroscados na Lava-Jato estão de olho no caso Queiroz no STF para pegar carona
Por onde passa Flávio… Passarão outros mais. Enroscados na Lava-Jato que correm o risco de perder o foro privilegiado acompanham de perto os desdobramentos da liminar do ministro Luiz Fux que suspendeu a investigação sobre as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). É que, se o pedido de Bolsonaro tiver sucesso, haverá uma avalanche de novos pleitos para que investigações enviadas à primeira instância no ano passado regressem ao Supremo Tribunal Federal (STF). Há quem diga que, se o tribunal aceitar discutir um caso que não tem relação com o mandato para o qual Flávio foi eleito, e do qual o senador não é sequer alvo, todos os demais devem ter o mesmo destino. Assim, o STF, que pensava desafogar sua pauta e seu trabalho com a restrição de foro, corre o risco de ganhar muito mais atribuições.
Abriu a guarda…
Ao pedir o envio do caso da movimentação financeira do ex-assessor Fabrício Queiroz para a esfera do STF, o senador eleito Flávio Bolsonaro arranhou o discurso do “eu não tenho nada com isso”. Politicamente, até aliados do senador consideram que ele errou ao não ir até o MP do Rio de Janeiro para prestar os esclarecimentos como testemunha e deixar que o suspeito se explicasse às autoridades competentes.
…e chamou a oposição
Depois do recurso ao STF, há quem preveja uma estreia difícil para Flávio Bolsonaro no Senado. Afinal, no momento em que pede para que o caso seja enviado à esfera federal, serve um prato cheio para a oposição degustar na arena do Legislativo, a respeito da restrição de foro. Alguns dizem, em conversas reservadas, que não terão muito trabalho para fazer o novato tropeçar, uma vez que ele mesmo está amarrando uma corda nos pés.
Trabalhando sem nomeação
A Casa Civil continua com dificuldade para colocar em dia a edição de decretos de nomeação e dispensa de pessoal. Até mesmo na equipe de Paulo Guedes, anunciada em 2 de janeiro, alguns demoraram mais de 15 dias. Marcos Troyjo, por exemplo, secretário de Comércio Exterior, só foi nomeado esta semana, praticamente às vésperas de acompanhar o presidente Bolsonaro a Davos.
Simone Tebet versus Renan Calheiros
Ao marcar a reunião do MDB para 29 de janeiro, a líder do partido no Senado, Simone Tebet, deu um nó na estratégia de Renan Calheiros. O senador contava com a reunião de bancada na véspera da eleição, de forma a não dar tempo de a campanha contra ele nas redes sociais influenciar a escolha de parte dos senadores. Já tem muita gente convicta de que Simone vai disputar contra Renan na bancada. Tal e qual Luiz Henrique fez em 2015 e perdeu. Agora, com a Casa mais pulverizada, há quem acredite que pode dar certo.
PSDB em (re) construção I
A deputada Yeda Crusius (PSDB-RS) aceitou o chamado da bancada feminina tucana e vai concorrer à Presidência do PSDB. Seu primeiro compromisso foi uma conversa com o governador de São Paulo, João Doria. Ele tem como candidato a presidente da sigla o deputado Bruno Araújo (PE). O nome de Yeda foi lançado pela senadora eleita Mara Gabrilli (PSDB-SP).
PSDB em (re) construção II
Yeda conta com a bancada feminina a seu favor. Bruno tem a desvantagem de o partido ter sido praticamente dizimado em Pernambuco, enquanto os gaúchos vêm com o jovem governador Eduardo Leite. Yeda chega com o discurso de que a legenda tem de montar um novo programa partidário, “não novos valores”, e acabar com a disputa interna que destroçou o PSDB: “Tem de ter lugar para Fernando Henrique, que não apoia Bolsonaro, e para Doria, que apoia, e as posições serem respeitadas”.
Os recados de Renan/ Ao dizer no Twitter que “bate continência para um major da polícia” e não para um coronel da política, como Tasso Jereissati (foto), Renan Calheiros manda um recado: pode ter conversa com o PSL. Como o partido de Bolsonaro tem quatro votos na Casa, se brincar, fica até a vaga que caberia ao PSDB na Mesa Diretora.
Dona Zezé I/ A tal “despetização” promovida pelo ministro Onyx Lorenzoni acaba de atingir uma filiada ao… seu partido. A maranhense Maria José Brasil é do partido desde os tempos em que o DEM ainda se chamava PFL. Tem até a certidão do cartório eleitoral de Bara do Corda, de 2001. Quem trabalha no Palácio do Planalto ou percorre seus gabinetes sabe de quem se trata.
Dona Zezé II/ Ela chegou ao Planalto ainda no governo de José Sarney, levada por Marco Maciel nos tempos em que ele era chefe da Casa Civil. Permaneceu por lá em todos os governos. De Sarney a Michel Temer, passando por Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma. É conhecida porque sempre fez questão de tratar todos pelo nome, algo raro no entra e sai palaciano. Quem falava com D. Zezé uma vez, na segunda, não precisava se reapresentar. Memória do Planalto que, pelo visto, o novo governo não dá o menor sinal de querer preservar.
Polêmicas de Damares são usadas para equipe econômica contornar situações esdrúxulas
Integrantes da equipe econômica estão a ponto de pedir que a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, mantenha as frases polêmicas. É que, a cada dia que passa, descobrem mais uma situação esdrúxula, seja no Orçamento, seja na administração pública. Nesta semana, muita gente ficou boquiaberta ao constatar, via Instituição Fiscal Independente (IFI), que, para cumprir a regra de ouro, o Congresso terá que aprovar um crédito orçamentário adicional atípico, e por maioria absoluta.
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Para quem não viu ou não soube, o relatório da IFI, que já está com técnicos do governo, menciona que, no Orçamento de 2019, o excesso de operações de crédito em relação às despesas de capital é da ordem de R$ 248, 9 bilhões. Para tapar esse buraco, o governo precisará aprovar o crédito orçamentário no Congresso. Ou seja, Bolsonaro já vai entrar correndo atrás dos deputados, e não será apenas por causas das reformas, mas para reduzir os prejuízos.
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Os técnicos da IFI dão, inclusive, uma pista de onde o governo pode tirar o dinheiro para cobrir esse buraco: privatizações de estatais, leilões de petróleo dentro da cessão onerosa, devolução de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e resultado positivo do Banco Central. Tá, mas, tem gente no governo que estava disposta a usar tudo isso em outras coisas. Pelo visto, vai ter de escolher: ou cobrir as despesas ou deixar o país se divertindo com assunto mais cor-de-rosa, enquanto a economia não entra no azul.
Noves fora…
A turma aliada ao deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) fez as contas e descobriu que o bloco partidário de Rodrigo Maia, em 2017, reunia 450 deputados. E o candidato desses partidos obteve, à época, menos de 300 votos no primeiro turno. Logo, dizem os amigos de Fabinho Liderança, é ali que estão os traidores.
…a conta termina fechando
Apesar dos pesares, Rodrigo venceu. E, desta vez, terá votos em quase todos os partidos, do PT ao PSL. Embora o presidente Jair Bolsonaro não esteja engajado nas campanhas, seus ministros estão. E o DEM tem mais espaço na Esplanada, além da simpatia de Paulo Guedes.
Por falar em ministros…
Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, Teresa Cristina, da Agricultura, ambos do DEM, e o emedebista Osmar Terra, da Cidadania, deixam o governo por 24 horas, em 1º de fevereiro. Vão assumir os respectivos mandatos na Câmara dos Deputados.
Por falar em Paulo Guedes…
O ministro da Economia, Paulo Guedes, é tido hoje como um defensor da candidatura de Renan Calheiros à Presidência do Senado. Já chegou aos ouvidos do Planalto a seguinte frase do Posto Ipiranga: “Renan é um Highlander. Vai nos ajudar a aprovar as reformas estruturais”.
… ele não deixa de ter razão
Guedes não está de todo equivocado. Renan quer paz, amor poder e… recursos para o governador de Alagoas, Renan Filho. É, foi e será sempre pragmático.
CURTIDAS
Acontece nas melhores famílias I / Sem saber, e desavisado em relação aos cerimoniais palacianos em visitas de chefes de Estado, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, parou na porta errada, ontem, no Itamaraty, e foi logo descendo do carro, caminhando rápido pelo tapete vermelho da entrada principal. Muita gente, dentro do prédio, olhou esquisito. E não foi por causa do governador ser estreante.
Acontece nas melhores famílias II/ O acesso por aquela porta é restrito a chefes de Estado, salvo raríssimas exceções, como reza o protocolo da sede da diplomacia. Foi uma saia justa para o cerimonial. Invariavelmente, em eventos formais, convidados e demais autoridades costumam acessar o prédio pela porta lateral. Mas ninguém foi criar caso com o governador ou reclamar por ele ter usado a mesma porta que Jair Bolsonaro e Maurício Macri. Sinal de bom senso.
Deferência/ O rei da Espanha, Felipe VI, recebeu o embaixador Pompeu Andreucci Neto no Palácio Real de Madrid. O embaixador fez entrega das cartas credenciais e, em seguida, foi recebido em audiência pelo rei. Normalmente, nessas ocasiões, o monarca concede entrevistas de 10 minutos. No caso do embaixador do Brasil, a entrevista estendeu-se por 35 minutos. O rei Felipe VI gosta muito do Brasil e é profundo conhecedor da realidade brasileira.
O segredo do “novo Severino”/ A coluna quis saber do deputado Fábio Ramalho por que ele tem feito campanha praticamente à mesa: “É porque, nessas situações, os ânimos ficam desarmados”.
Bolsonaro ganha tempo para decidir sobre a inclusão de militares na reforma da Previdência
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de apresentar a reforma da Previdência depois da viagem a Davos deu ao governo pelo menos mais 10 dias para fechar o texto e amadurecer o que deve ser feito, especialmente, em relação aos militares. Hoje, eles não têm um sistema previdenciário completo, uma vez que quem passa para a reserva pode ser chamado em caso de necessidade, com ocorreu, por exemplo, com os policiais, no Ceará. O mesmo período será usado para o líder do governo, Major Vitor Hugo, sondar os aliados sobre o tamanho do grupo com que o presidente poderá contar para “o que der e vier”. Até aqui, essa é a maior incógnita no Planalto.
Bloco dos pragmáticos
A decisão do PCdoB embaralhou o jogo na Câmara. O partido vai indicar o voto em favor de Rodrigo Maia, mas não participar do bloco formal que hoje engloba o DEM e o PSL. O PDT segue pelo mesmo caminho. O PSB não quer Maia, mas quer um bloco com esses dois partidos. Vai terminar surgindo aí um bloco, sem compromisso com candidaturas a presidente da Casa. O que eles querem é vaga na Mesa Diretora.
Lição petista
O PT está decidido a fazer qualquer movimento que lhe garanta espaço na Mesa Diretora, desde que não tenha que se aliar formalmente ao PSL de Bolsonaro. Em compensação, não lançará candidato a presidente da Câmara. O partido fará tudo para não repetir 2015.
Preço foi alto
Naquele ano, quando Eduardo Cunha venceu, o PT apostou suas fichas em Arlindo Chinaglia e perdeu tudo — a Presidência da Câmara, cargos de comando à Mesa Diretora. Mais tarde, esse erro custou a Presidência da República.
Discurso & prática I
Autoridades do governo estão convictas de que o decreto do presidente Jair Bolsonaro flexibilizando a compra de armas não mudará muito o dia a dia do cidadão. Nem tampouco a segurança das famílias, especialmente, as de baixa renda, dado o preço dos artefatos e da munição.
Discurso & prática II
A diferença entre discurso e ação vale também para a transferência da Embaixada em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém. Muito se falou sobre o tema nos primeiros dias de governo, mas até agora nenhuma ação concreta foi adotada.
Presença de Levy/ Sempre que está em Brasília, o presidente do PRP, Levy Fidelix, vai religiosamente à vice-presidência da República. Nem que seja para dar um “olá” ao vice-presidente, general Hamilton Mourão.
Rocha versus Dallagnol/ O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) chamou o procurador Deltan Dallagnol para a briga nas redes sociais. Num vídeo, Rocha diz que Deltan pede voto aberto para presidente do Senado, mas vota secretamente na hora de compor a lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral da República.
Meia volta no PSL/ Pressionados por suas redes sociais, deputados ligados a Jair Bolsonaro engrossam publicamente o “fora Renan”. Em conversas reservadas, porém, já tem muita gente do partido torcendo pelo senador alagoano.
No embalo da Rede/ Ao se lançar candidato a presidente do Senado, Álvaro Dias se antecipa a Tasso Jereissati e espera conquistar o apoio do bloco encabeçado pela Rede. Serão 15 dias de muito movimento nessa seara.
Membros do governo acreditam que a justiça negará abertura de processo contra Queiroz
Jogada arriscada
No governo, há quem diga que a perspectiva de o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pedir a abertura de processo contra o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, sem ouvi-lo abre um portal para adiamentos ainda maiores sobre o caso. Afinal, a Justiça terá a brecha de recusar o pedido por falta do depoimento e, assim, volta tudo à estaca zero.
Bloco liderado pela Rede pensa em lançar Tasso Jereissati candidato à presidência do Senado
O bloco liderado pela Rede, do senador Randolfe Rodrigues, está com dificuldade de encontrar um candidato a presidente do Senado que cumpra dois pré-requisitos: represente a renovação da política e a independência em relação ao governo. Renan Calheiros, que caminha para ser o nome do MDB, não é renovação. E os demais que se apresentaram até agora — Davi Alcolumbre e Major Olímpio — não são independentes. É por aí que o senador Tasso Jereissati pretende se lançar. Falta, entretanto, combinar com o PSDB.
Mudança & comando
Ao escolher o deputado Major Vitor Hugo, de primeiro mandato, para líder do governo, Bolsonaro dá dois recados aos políticos: quer realmente mudar a forma de se relacionar com o Parlamento. E, para completar, o fato de Major não ser muito conhecido na Casa, é lido como um sinal claro de que quem vai coordenar tudo é o presidente da República.
Equilíbrio
O presidente Jair Bolsonaro tenta contrabalançar o poder do DEM na articulação política do governo.
Preservação
O fato de Vitor Hugo não pertencer ao eixo Rio de Janeiro-São Paulo também preserva o espaço dos filhos do presidente que fazem política nesses dois estados.
Estimular para embaralhar
Deputados aliados de Fábio Ramalho começaram a estimular outros colegas a entrarem na disputa pela Presidência da Casa. Quanto mais candidatos, avaliam, mais difícil para Rodrigo Maia manter um mapa fiel dos votos.
Curtidas
Onde passa boi…/ A prisão domiciliar do deputado Chiquinho da Mangueira provocará uma corrida de outros presos da Operação Furna da Onça ao Superior Tribunal de Justiça. Quem ainda não recorreu prepara a papelada do recurso a fim de tentar o mesmo benefício ainda no plantão.
As dores do crescimento/ A vida do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) mudou. Até dezembro, ele era líder dele mesmo e não precisava dar satisfação a ninguém. Agora, tudo o que é feito tem de ser discutido com outros quatro.
Longe de confusão/ O secretário especial de Regulação Fundiária do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia, arrancou risadas de quem acompanhava uma entrevista coletiva. Ao avistar um repórter com um crachá de visitante na cor rosa, chamou atenção. “Menino, tem de avisar o pessoal lá embaixo que menino é crachá azul e menina crachá rosa”, brincou. Ele adotou o tom da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. “É para evitar conflito no governo”, disse às gargalhadas.
Restou o recado/ O presidente Jair Bolsonaro sonhou em assinar a extradição de Cesare Battisti. Michel Temer o fez. Sonhou em entregar o terrorista às autoridades italianas. Não conseguiu. Sobrou, porém, anunciar que condenados em outros países por terrorismo não terão mais abrigo no Brasil, um país que respeita decisões judiciais de nações amigas. Como diziam ontem alguns diplomatas, caso encerrado. Bola para frente.
Colaborou Otávio Augusto
Renan e Ramalho ganham força, e MDB pode comandar Senado e Câmara
Cansados do que chamam de interferência do Judiciário no Legislativo, deputados e senadores começam a olhar com mais interesse a candidatura do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e a do deputado Fábio Ramalho (MDB-MG).
À época da prisão do então senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em 2015, Renan foi enfático ao dizer que um senador não poderia ser preso no exercício do mandato sem julgamento. Discordou da maioria. Na visão dos senadores, é considerado como aquele que, no momento difícil, tem coragem de defender prerrogativas do Poder Legislativo, mesmo quando não tem aplausos da população.
Na Câmara dos Deputados, a situação que leva muitos para o colo de Fábio Ramalho é o caso da cassação do mandato de Paulo Maluf, em agosto do ano passado. Deputados que se reelegeram ainda se dizem engasgados com o fato de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ter cumprido a decisão de Edson Fachin, de que a Mesa Diretora deliberasse a cassação do mandato.
À época, Maia tomou a decisão com mais três integrantes da Mesa para proteger a imagem da Casa. Porém, em conversas reservadas, deputados reclamam. Dizem que ele deveria ter levado o caso ao plenário, a instância que deve se pronunciar sobre perda de mandato de parlamentares.
#Ficaesperto: Se essa lógica prevalecer, o DEM, que disputa a presidência das duas Casas, pode terminar a ver navios.
A fórmula
Embora o Senado esteja mais pulverizado do que há quatro anos, ou seja, com mais partidos, o MDB planeja repetir a estratégia que levou Renan Calheiros à vitória, em 2015: fechar os cargos da Mesa Diretora apenas com aqueles partidos que apoiaram o candidato oficial da bancada. Se vingar, quem apoiar outros candidatos perderá a vaga.
PT caminha para apoiar Renan
O PT do Senado caminha para apoiar Renan Calheiros. Isso porque, dos candidatos que se apresentaram até agora, o emedebista é visto como o mais distante do governo Bolsonaro.
Se o PSDB quiser disputar a Presidência do Senado, corre o risco de ficar sem a primeira vice-presidência, cargo que lhe cabe hoje se prevalecer a tradição de respeito à proporcionalidade.
Em 2015, o PSDB apoiou Luiz Henrique contra Renan Calheiros e terminou fora da Mesa Diretora, porque os partidos que apoiaram o candidato oficial do MDB fecharam a chapa sem levar em conta aqueles que optaram pelo candidato avulso.
Alto verão
A perspectiva de condenação do ex-deputado e ex-assessor Rodrigo Rocha Loures deixou o grupo de políticos ligado ao presidente Michel Temer preocupado. Há quem diga que o sossego terminará antes do carnaval.
Dois coelhos
A campanha publicitária que o governo pretende promover para esclarecer a população sobre o uso de armas de fogo é considerada mais um instrumento para dar segurança ao Parlamento na hora de votar a legislação depois do decreto presidencial.
Dentro do governo, o embate sobre a reforma da Previdência será em torno do grau de sacrifício a ser cobrado dos militares. Parte da equipe econômica está disposta a não cobrar tantas mudanças nas aposentadorias e pensões das Forças Armadas. Porém, há quem diga que, se o presidente Jair Bolsonaro ceder demais a eles, ficará difícil cobrar grandes sacrifícios das demais carreiras de Estado. Os militares estão divididos. Enquanto uma parcela não se incomoda em dar sua contribuição à reforma, outra considera que já passou muito tempo desprestigiada nos governos anteriores. O desafio está lançado e todos estão de olho. Se os militares forem muito “beneficiados”, há quem diga que será mais difícil aprovar qualquer projeto na Câmara e no Senado.
O corpo fala
Militares estarão de olho hoje no comportamento do presidente Jair Bolsonaro e do vice, o general Hamilton Mourão. É que já tem gente nas Forças Armadas se referindo à parceria entre eles com a seguinte expressão: “casal em fim de casamento”. Isso, em 11 dias de governo, ou seja, fase que deveria ser de lua de mel. Se é pura intriga ou não, o futuro dirá. Mas as referências são reais.
Jogo não está empatado
O vice Mourão tem um filho nomeado e o presidente tem um filho chamado para prestar esclarecimentos ao Ministério Público a respeito de um ex-assessor.
Um bloco anti-PSL
A decisão do PSB de não apoiar Rodrigo Maia caminha para levar a escolha do presidente da Câmara a um segundo turno e, por tabela, tirar espaço do PSL nas comissões importantes da Casa. O cálculo interno no PSB é o de que, se o partido conseguir reunir num bloco algo em torno de 70 deputados ou mais, terá musculatura suficiente para, mais à frente, buscar posições de destaque nas comissões técnicas da Casa, impedindo que o partido de Jair Bolsonaro conquiste o comando daquelas estratégicas, como Finanças e Tributação.
Os trabalhos de Aécio
O deputado eleito Aécio Neves tem defendido internamente a candidatura de Rodrigo Maia a presidente da Câmara. Geraldo Alckmin até agora não se manifestou.
Por falar em Alckmin…
Entre os deputados, há quem esteja comparando a campanha de Rodrigo Maia àquela que terminou por prejudicar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República: Fechou acordo com as cúpulas dos partidos, mas se esqueceu da patuleia.
O povo é pra lá…/ Um dos memes que está provocando gargalhadas na comunidade jurídica de Brasília dá conta de uma conversa fictícia entre o presidente Jair Bolsonaro e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. A conversa começa assim: “Ô, Kakay” (…) “É o Jair aqui. Maluf me indicou seu nome. O Aécio também. E o Jucá. E a Roseana. E o Ciro Nogueira. Até o ACM me indicou seu nome numa sessão de psicografia”.
… de criativo/ Kakay, então responde: “Rapaz, o ACM. Eu tava mesmo precisando dar uma palavra com ele. Mas em que posso ajudá-lo, presidente?” “Não é para mim, não, é para o motorista do meu filho Flávio”, diz o fictício Bolsonaro. “Vixe, filho é sempre um problema. É aquele que falou em invadir o STF?”, pergunta o advogado. “Não, esse aí é o Eduardo.” “Ah, é aquele que fala muito no Twitter”, chuta o imaginário Kakay. “Não, esse é o Carlos.”
Moro em “casa”/ O ministro da Justiça, Sérgio Moro (foto), tem aproveitado o tempo fora do gabinete em Brasília para trocar ideias em jantares com colegas de outros ministérios.
#Ficaadica/ Os políticos estão estranhando os horários das reuniões e posses. Nos últimos governos, tudo atrasava. Agora, a pontualidade tem sido britânica. Entre os militares, então, nem se fala. A transmissão de cargo no comando da Marinha começou pontualmente às 10h30. Hoje, por exemplo, tem posse no Comando do Exército. E bom acertar os ponteiros.