Argumentos finais

Publicado em coluna Brasília-DF

Num café da manhã para animar deputados que estavam meio indecisos quanto ao voto pró-impeachment amanhã, o vice-presidente Michel Temer sacou um parecer do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União. O parecer indica que os primeiros decretos orçamentários de Dilma Rousseff de 2015 e os quatro que ele, Michel, assinou ainda estavam dentro da meta fiscal, portanto não representaram pedaladas.

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Do outro lado da península, o ex-presidente Lula telefonava ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, para pedir que ele retirasse os parlamentares do PSB do plenário no domingo. Deu água. Câmara avisou que os socialistas não têm como recuar da posição adotada por sua comissão executiva.

PP abre a porta…

…de saída. Ao fechar questão ontem pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PP quis dar a senha para que seus deputados possam abandonar o governo sem perder os cargos obtidos na semana passada. Macedão, que levou o Dnocs, agora tem discurso para votar contra Dilma.

…e da briga interna

O que embalou essa decisão por parte dos pepistas foi um vídeo em que o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), anunciava, antes da reunião da Executiva, que seu partido daria 12 votos para a presidente Dilma Rousseff. Júlio Lopes (PP-RJ), aliado de Eduardo Cunha, exibiu o vídeo na reunião e o constrangimento foi geral. A decisão do PP, entretanto, avisam alguns, poderá ser contestada na Justiça por descumprir normas regimentais de prazos.

Metas

Entre os motivos para votar em favor do impeachment, o PP apresenta dois: 1 – Mostrar protagonismo em favor de Michel como quem “compra um apartamento na planta” e não sabe se o projeto vai vingar. Assim, esperam um bom ministério ali na frente. 2 – Tentar se afastar da Lava-Jato, que afundou o partido.

O 342

Deputados do DEM, certos da vitória da oposição, comentavam ontem que o 342º voto vai cair para algum deputado da Bahia, justamente onde Dilma tem uma situação mais folgada em termos de votos.

Isolada, eu? Nunca!

A recepção de parlamentares ontem no Planalto, com governadores, a bancada da Bahia e também representantes de outros estados, teve o objetivo de mostrar que o governo não está morto e ainda pode segurar aliados.

CURTIDAS
QG / Foi na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que os parlamentares se reuniram na noite de quinta-feira, a fim de fazer a última contagem de votos antes de começar a discussão em plenário.

Aposta maior/ A maioria dos políticos apontava o número do deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG): “Temos hoje 367 a favor, 120 contra e 17 indecisos”

Triângulo das Bermudas/ Assim, os políticos batizaram a península onde está situado o Paládio da Alvorada. Do lado direito de quem se dirige ao Palácio está o Jaburu de Michel Temer. Do esquerdo, o hotel onde Lula está hospedado. E, ao fundo, o Alvorada, residência oficial da presidente da República.

Por falar em Michel…/ O vice-presidente desistiu de ir para São paulo: “Estamos numa guerra. Você não pode se ausentar! É general!”, cobrou um aliado.

E em Dilma…/ Os democratas não gostaram do cancelamento do pronunciamento que Dilma faria ontem: “Fiquei no prejuízo! Mandei comprar 30 panelas de 1,99 para bater enquanto ela estivesse falando”, reclamava o deputado José Carlos Aleluia.

“Dualidade institucional” à frente

Publicado em coluna Brasília-DF

A possibilidade de a presidente Dilma Rousseff permanecer no Palácio da Alvorada, no caso de a Câmara dar licença para que o Senado a processe, deixou alguns aliados esperançosos de que nem tudo esteja perdido. De lá, avaliam alguns, ela tem condições de continuar falando como presidente, deixando Michel Temer como “o interino”. Assim, no papel de chefe da nação, ficará nas mãos de Temer a obrigação de propor medidas impopulares e mostrar rapidamente a que veio. A aposta dos petistas, entretanto, é a de que o peemedebista não terá a mesma sorte de Itamar Franco, que, em 1992, substituiu Fernando Collor e fez o sucessor. Temer terá oposição forte. E de dentro do Alvorada.

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Em tempo: o fato de alguns petistas trabalharem com o dia seguinte significa que até eles consideram que a batalha da Câmara está mais para os oposicionistas do que para a presidente.

Primeiro-ministro?
O senador José Serra (PSDB-SP) passou horas reunido com o vice-presidente Michel Temer na noite de quarta-feira. É hoje um dos principais conselheiros de Temer no quesito gestão governamental e medidas econômicas.

Cunha “herói”
Assim alguns parlamentares se referiam ontem ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A aposta é a de que ele agora, com maioria no Conselho de Ética, lutará para terminar o mandato de presidente da Casa e, por tabela, fazer o sucessor, com ou sem conta na Suíça. Alguns peemedebistas, entretanto, dizem que a briga com o presidente da Casa recomeça na segunda-feira. Não querem nada que possa tirar o verniz de Michel Temer.

Fator tratamento
Os deputados ontem comentavam as diferenças de trato que recebem de Michel Temer e o que recebiam (isso mesmo, eles usam o verbo no passado) de Dilma. Michel recebe os interlocutores e, à saída, faz questão de escoltá-los até a porta, sempre cheio de referências. Também atende o telefone. Dilma só recebia a maioria deles nos almoços coletivos. Telefone, nem pensar.

Por falar em Conselho de Ética…
Tia Eron (PRB-BA), substituta de Fausto Pinato na vaga do PRB no Conselho de Ética, postou uma notícia em seu site no dia da posse de Eduardo Cunha na Câmara com o título “Tia Eron vibra com a eleição de Eduardo Cunha”. O registro já está nas mãos dos adversários de Cunha.

CURTIDAS

Ensaio geral/ Michel Temer já começou a treinar o uso do teleprompter de acrílico. Tem ensaiado o estilo do pronunciamento à nação. O primeiro foi o vídeo enviado ao seminário em Lisboa. Vai continuar as lições nos próximos dias.

Em nome do pai/ O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), conversou com o deputado Zequinha Sarney (PV) e chegou até mesmo a oferecer uma participação no governo, caso o deputado vote contra o impeachment. “Nem… Se eu aceito uma coisa dessas, meu pai briga comigo!”, respondeu. Sabe como é: no Maranhão, a família Sarney e Flávio Dino (foto) não se misturam.

Em nome do partido/ O ex-presidente Lula ofereceu ao deputado José Reinaldo Tavares (PSB-MA) a vaga de candidato a senador em 2018 caso ele vote contra o impeachment. Zé Reinaldo disse não. Já está comprometido com o partido.

Pensando bem…/ Quando deputado diz que não quer ser candidato ao Senado e outros recusam cargos, é sinal de que a situação, realmente, parece de fim de festa.

Bancada evangélica se reúne com Temer

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Daqui a pouco, o vice-presidente Michel Temer recebe no Jaburu 30 deputados da bancada evangélica. O encontro será no mesmo horário da reunião em que o PMDB pretende fechar a posição pró-impeachment.
Na classe política, há um detalhe sutil, subjetivo, porém importante, que contará muito na hora do voto a respeito do impeachment em plenário, onde os argumentos políticos prevalecem sobre os técnicos: o tratamento.
Há cinco anos, os políticos se mostram ávidos por reuniões, conversas e um contato maior com quem manda no país, o chamado “empoderamento” que Dilma não costumava proporcionar a deputados e senadores. Temer, que já foi parlamentar, tem se dedicado a esses salamaleques com afinco. Dilma, por mais que se esforce agora, não convence grande parte desse público, porque teve cinco anos para isso é não o fez. Esse é um dos fatores que, para muitos, pesa nessa altura do campeonato.

Temer e os perfis em construção

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Temer e os perfis em construção

Além do ensaio do discurso de posse que “vazou” na segunda-feira, o vice-presidente Michel Temer trabalha desde já os perfis de ministros para a hipótese de precisar assumir a Presidência da República dentro de um mês — prazo previsto para conclusão da primeira fase de autorização para abertura de processo. Buscará unir qualidade técnica e peso político para a garantia de uma base parlamentar sólida e capaz de aprovar medidas amargas.

A avaliação dos fiéis escudeiros é de que os partidos serão fundamentais, uma vez que, se ele assumir, será na condição de emergência e urgência na votação de medidas econômicas. Diante desse quadro, avaliam, o ministério terá que ser de gente que resolve. “Não vai adiantar nada colocar alguém que montará um plano completo de governo. Em dois anos, será trocar a roda com o carro andando.”

Dilma e Temer

A estratégia da presidente Dilma Rousseff, de “colar” a imagem de Michel Temer à do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi vista pelos peemedebistas como um sinal de que o vice-presidente, se assumir, terá que se livrar logo do amigo acusado de ser beneficiário de valores depositados em contas na Suíça.

Temer e os empresários

Em caso de impeachment, abram as comportas — leiam-se: investimentos. É esse o discurso que o vice-presidente tem feito aos maiores empresários do país nas conversas reservadas que manteve nos últimos dias. Busca uma atitude mais firme.

Em revisão

Uma ponte para o futuro, lançada por Michel Temer no ano passado, servirá apenas de pano de fundo para o que ele pretende empreender, se houver o impeachment. Uma das mudanças ocorreria na área de concessões, de forma a animar os empresários.

Dilma e as medidas

Quanto às propostas de um pacto nacional apresentadas por Dilma na entrevista de ontem, as intenções chegam com, pelo menos, um ano de atraso. Se fosse feita logo depois da eleição de outubro, a oposição considera que não teria como deixar de ajudar. Agora que Michel Temer saiu do tubo, não há meios de colocar tudo de volta e fechar com a presidente.

CURTIDAS

Novo eixo de poder/ No corredor da Câmara, uma jornalista pergunta a um deputado que chegava na Casa: “O senhor está vindo de onde?”. O deputado, tarimbado integrante do grupo pró-impeachment, responde: “Da Presidência”. “Ué? Estava com a Dilma?”. E o sujeito completa: “Não, com o Temer”.

Novos tempos/ Em 1992, a comissão de senadores que analisaria o impeachment do então presidente Fernando Collor preliminarmente nem chegou a ser instalada. Foi tudo direto para o plenário, resolvido em 48 horas. Agora, não será assim tão rápido.

Tancredo as avessas I/ Tancredo Neves, depois de eleito presidente da República, era procurado por amigos para saber sobre boatos a respeito de indicações de ministros. Tancredo, sabendo as intenções do sujeito sobre um convite, cortava:”Espalhe que eu convidei, mas você não aceitou”. Agora, esse

Tancredo as avessas II/ A reunião da presidente Dilma Rousseff com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, depois de a bancada definir uma posição majoritária pró-impeachment, ficou assim: Os amigos dele que desejam distância do governo espalharam que ele pediu demissão, mas Dilma Rousseff não aceitou.

Gim quer falar

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No vôo que o levou até Curitiba ontem, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) comunicou a quem interessava: “Podem chamar os procuradores”. A senha está dada. Gim quer falar. Ou, no mínimo, está mandando recados aos que podem ser arrastados para a fogueira junto com ele. É a Lava Jato cada vez mais próxima dos políticos às vésperas da votação do impeachment no plenário da Câmara.

Quem tem medo de Gim?

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Desde ontem de manhã, nota-se uma certa apreensão entre os senadores, em especial alguns do PMDB, por causa da prisão do ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Os ares de preocupação têm motivo: Se Gim decidir partir para a delação premiada, tentará enroscar os peemedebistas e a presidente Dilma Rousseff.

Não por acaso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, torce para que Gim decida fazer uma delação. Assim, há o risco de Renan Calheiros entrar novamente na rota defensiva, dividindo a cena do desgaste com presidente da Câmara. é mais um lance na briga surda entre Eduardo e Renan.;

Cunha, 2ª temporada
Passada a votação do impeachment, independentemente de resultado, Eduardo Cunha promete voltar com força em nova temporada de exposição na galeria da Lava Jato. É que a próxima testemunha a ser ouvida no Conselho de Ética é do Banco Central, com a missão de detalhar as contas na Suíça que apresentam o presidente da Câmara como beneficiário.

Reforço no público
Secretários de Educação de vários municípios do Espírito Santo foram convidados para viajar a Brasília e acompanhar a solenidade dos educadores no Palácio do Planalto, onde Dilma discursou acusando um golpe. Há quem jure que o convite incluía passagem aérea paga pelo governo federal.

Impeachment no ar I
Nas últimas horas, vê-se no Congresso uma onda mais favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff oriunda de alguns fatores, a saber: a ida dp vice-poresidente Michel Temer ao deputado Jorge Picciani, pai do líder do PMDB, Leonardo Picciani, em busca da reconciliação do partido, antes da votação em plenário. O vazamento programado do discurso de Temer, tratando o impeachment como fato consumado e, ainda, o movimento do PP, pró-afastamento de Dilma Rousseff. A conferir no domingo.

Impeachment no ar II
A avaliação de muitos é a de que a expectativa de poder de Michel Temer, com perspectivas de mudança de clima, vale muito mais para os partidos de centro, como o PP, do que a permanência de Dilma Rousseff. Até aqui, dizem alguns, quem domina a cena é a Lava Jato. A única forma de tentar mudar isso é trocando o governo. Falta combinar com os procuradores dedicados a limpar o que der.

CURTIDAS

Confusão na CPI do futebol/ Aposentado, o ex-consultor Marcos de Santi continua trabalhando na CPI com acesso a toda a documentação sigilosa, que só pode ser acessada por servidores da Casa em exercício. O requerimento que permitiria a Santi assessorar a CPI foi anulado por decisão do presidente da Casa, Renan Calheiros, junto com outros que previam a convocação dos ex-dirigentes da CBF, inclusive Ricardo Teixeira. O senador Romário, que preside a CPI, vai forçar nova votação esta semana.

“Alô, presidente?”/ Num jantar ontem entre integrantes do DEM e do PSB, um dos deputados do PMDB presentes telefonou para o celular de Michel Temer e colocou o vice-presidente para falar com todos eles. Todos trataram o vice como “meu presidente”.

Pensando bem…/ Assessores palacianos reagem assim quando alguém menciona que o PP abandonou a presidente Dilma: “A única coisa que não tem jeito é a morte”.

… o momento é delicado/ Até aqui, os tucanos mantiveram a fleuma com o “pixuleco” mostrado com a imagem do presidente do partido. Agora, entretanto, se o deputado Orlando Silva resolver repetir a dose, a ideia é partir para cima e lembrar que o parlamentar deixou o primeiro governo Dilma acusado de irregularidades, enquanto Aécio Neves deixou o governo de Minas com uma aprovação expressiva.

Gim, um imponderável a mais

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Quem conhece, garante que ele não ficará na cadeia, enquanto seus antigos colegas de Senado permanecem incólumes. As apostas de quem conviveu com o ex-senador Gim Argello, do PTB, são as de que logo virá uma delação premiada. Cordato e bom de conversa, Gim chegou ao Senado em 2007, rompendo um acordo. Joaquim Roriz, alvo de denúncias de corrupção, renunciou ao mandato de senador e combinou a renúncia dos seus suplentes para forçar nova eleição. Gim, o primeiro da fila, gostou da cadeira e ficou.
No Senado, aos poucos foi se “enturmando” com o PMDB de Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney. Gostava ainda de passar a ideia de que era amigo íntimo da presidente Dilma Rousseff, nos tempos em que ela chefiava a Casa Civil. Em 2010, foi incansável na campanha da petista. Mais tarde, chegou a ser indicado para o Tribunal de Contas da União , mas não emplacou por causa dos processos que responde na Justiça. Da Aquarela, a operação que derrubou Roriz, à Zelotes, passando pela Lava Jato, Gim está em todas.

Enviado do meu iPhone

Agora, só falta Teori

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Depois que a ministra do Supremo Tribunal Federal Carmem Lúcia fatiou a operação Zelotes remetendo o nome de Lula para investigação na primeira instância, ampliaram-se no Planalto as suspeitas de que o ministro Teori Zavascki pode fazer o mesmo com o ex-presidente no que se refere ao processo da 24ª fase da Lava Jato, entregando Lula ao juiz Sérgio Moro.

Conforme antecipou a coluna na semana passada, o Planalto teme que as investigações sobre o ex-presidente ainda estejam no STF por causa da presidente Dilma. Nesse caso, o ministro Teori, tratado no meio jurídico como um dos mais técnicos do tribunal, analisaria se a presidente Dilma Rousseff cometeu algum crime, na hora em que nomeou Lula ministro. E é aí que, avaliam alguns, mora o perigo.

Novo discurso
O governo vai bater bumbo com o recuo da inflação de março para ver se consegue convencer parte dos congressistas dos partidos de esquerda de que ainda é possível consertar a economia sob o governo da presidente Dilma Rousseff. A investida da semana será sobre o PSB, antigo parceiro petista. Ali, havia até quinta-feira apenas três votos contrários ao impeachment. É nos socialistas que o PSDB também pretende investir para não perder votos favoráveis ao impedimento.

Apostas
Os governistas estão convictos de que, se a presidente Dilma Rousseff perder por pouco na comissão especial, é sinal de que pode vencer no plenário. Na madrugada, entretanto, muitos estavam meio descrentes dessa hipótese por causa dos 39 pronunciamentos pró-impeachment, com apenas 19 favoráveis ao governo.

Oráculo
Do alto de quem viveu muitas crises governamentais, o ex-presidente José Sarney tem dito a amigos que não acredita no impeachment. A um dos interlocutores reagiu assim: “Estou aqui desde Getúlio. Não vai ter impeachment”. Na hora, o sujeito que garante ter ouvido essa frase de Sarney pensou em Jorge Bornhausen, ministro da Casa Civil de Fernando Collor famoso à época por ter declarado que a CPI de PC Farias ia dar em nada.

MST, a vingança
Bastou o PMDB deixar o governo para que, na semana passada, o movimento dos Sem terra, o MST, invadisse a fazenda Santa Mônica, do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira. O líder é hoje um dos que tenta servir de ponte às alas do partido no Senado, cobrando serenidade daqueles mais afoitos.

Encolher para respirar
A mistura explosiva crise econômica com reflexos da Lava Jato levou a Mendes Júnior, uma das maiores empresas do país, a demitir mais de 10 mil pessoas. É a volta aos tempos em que a família começava um pequeno negócio. As empreiteiras estão na linha de “recomeçar para tentar sobreviver”.

CURTIDAS

#NãovaiterPaolla I/ O diretor, Sérgio Rezende, e parte do elenco do filme “Em nome da lei”, estrelado por Matheus Solano e Paolla Oliveira, vão dar o ar da graça no Congresso esta semana. Não, eles não vêm tratar do impeachment da presidente Dilma,

#NãovaiterPaolla II/ O filme conta a história do juiz Odilon de Oliveira, que desbaratou várias quadrilhas de tráfico de drogas e armas no Mato Grosso do Sul e até hoje anda com escolta policial. A pré-estreia em Brasília, na próxima quinta-feira, será acompanhada de um périplo do diretor e atores pelo Congresso para pedir celeridade na votação do projeto que combate o contrabando.

#NãovaiterPaolla III/ Paolla Oliveira não virá a Brasília. Ela, que já tirou a concentração de muitos com a cena em que Danny Bond,aparece numa loungerie fio dental em Felizes para Sempre?, a minissérie filmada em Brasília, prefere não provocar tumulto num momento em que as excelências precisam se concentrar na votação do processo de impeachment.

Por falar em impeachment…/ Passava da 1h30 da matina de sábado na comissão especial, quando Marcos Feliciano, em tom de pregação, diz que quem votar contra o impeachment é um “Judas, deve se enforcar e não poderá olhar nos olhos dos filhos”. Chico Alencar, do PSol, contrário ao impeachment, não se conteve: “Isso é apelação baixa de quem se julga dono da verdade e usa a religiosidade em proveito próprio. Meus filhos continuam orgulhosos do pai”. Feliciano retrucou e foi a senha para que quase começasse uma discussão. Na saída, Alencar fez o sinal da Cruz para Feliciano e brincou: “É a benção de Judas!” A resposta: “Essa eu aceito!”

Ministro Edinho Silva vai processar Otávio Azevedo

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O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Edinho Silva, soltou uma nota hoje para responder às acusações feitas por Otávio Azevedo, executivo da Andrade Gutierrez, que, em delação premiada disse ter abastecido a campanha de 2014 com propinas. Ele reitera que jamais se reuniu com o empresário para discutir contratos do governo e anuncia que irá interpelar Azevedo judicialmente.A seguir a íntegra da nota:

Nota à imprensa:
Tenho sido injustamente acusado de articular um conluio envolvendo obras e contratos do governo federal. Segundo os vazamentos seletivos de uma suposta delação premiada do empresário Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, propinas teriam financiado a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Esta alegação é uma mentira escandalosa e me causa extrema indignação e perplexidade. Por isso, vou interpelar legalmente, para posteriores ações judiciais, o empresário responsável por essa inverdade, para que responda as perguntas que, infelizmente, a imprensa brasileira não faz.

Como é de conhecimento público, fui coordenador financeiro da campanha Dilma-Temer 2014. Assumi a tarefa em julho daquele ano, enquanto a operação Lava Jato já estava em pleno andamento. Minha missão foi “blindar” a campanha de qualquer fato que estivesse vinculado às denúncias. Assim o fiz. Por isso, garanto que nenhuma investigação vai encontrar algo que desabone a minha conduta e, por consequência, atinja a campanha da chapa Dilma-Temer.

Além disso, reforço que jamais ocupei cargo no governo federal e nunca trabalhei junto às esferas da União. Assumi como ministro somente em 2015. Como eu poderia, portanto, ter atuado em 2014 como articulador de um conluio envolvendo obras e contratos do governo federal? Isso não existe. Esta é uma acusação totalmente descabida e grosseira. Esse conluio nunca aconteceu. É uma invenção vazada seletivamente a partir de uma suposta delação premiada, que tem o único objetivo de atingir a presidenta Dilma e interferir no processo de impeachment em andamento.

As perguntas que farei na interpelação judicial são:

a que planilha se refere o delator, sendo que não a conheço e nunca a vi? Com quais empresas eu teria feito a suposta combinação de doações em articulação com a Andrade Gutierrez? Com quais empresários eu teria combinado a doação no valor de R$ 100 milhões cada? Quando e onde?

Sei que não haverá resposta a essas perguntas pelo simples fato de que nada disso existu.

Ainda acredito no Poder Judiciário brasileiro. Acredito que a Legislação brasileira não seja manipulável e que o ônus da prova ainda cabe à quem acusa, ou a quem divulga acusação mentirosa.

Sinto-me profundamente atingido pelas mentiras que têm sido divulgadas por essa suposta delação premiada. É lamentável que estejamos vivendo em um país onde a verdade tem tão pouco valor, em que a honra das pessoas sejam atingidas como se nada valessem. É lamentável que processos de investigação sejam utilizados para a luta político-partidária, e que as delações premiadas, que deveriam ser um valioso instrumento de investigação, tenham se tornado espaços para mentiras e manipulações, no caso da Andrade Gutierrez, segundo o divulgado pela imprensa, chega às raias da hipocrisia.

Reafirmo que estive reunido com o empresário Otavio Azevedo, inclusive em Brasília, como relata a suposta delação, a seu pedido. O empresário se locomoveu por livre e espontânea vontade até o comitê de campanha, na capital, e definiu os valores doados pela empresa, bem como datas para depósitos bancários. Otavio Azevedo jamais mencionou contratos e obras do governo federal, tão pouco fez menção às doações como resultado de vantagens de propinas. As doações foram declaradas à Justiça Eleitoral e os valores mostram que a campanha Dilma-Temer recebeu, inclusive, um valor inferior ao doado ao candidato adversário no segundo turno. Essa é a verdade. O restante é uma tentativa escandalosa de criminalizar doações legais que seguiram as regras e normas da legislação brasileira.

Lembro, ainda, que as contas da campanha Dilma-Temer passaram pela maior auditoria da história do Tribunal Superior Eleitoral. Nada de irregular, absolutamente nada, foi encontrado. As contas foram aprovadas por unanimidade dos votos dos ministros daquela corte.

Edinho Silva, Ministro Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Enviado via iPhon

Cartas na manga

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O uso das palavras “convergência, diálogo, parceria” ontem pela presidente Dilma Rousseff foram no sentido de reforçar os movimentos em curso nos bastidores. Depois de buscar os votos via varejão dos cargos, o governo agora tenta levar atrair setores da esquerda pela política. E foi com esse poropósito que a presidente Dilma Rousseff autorizou conversas com o PSB e outros integrantes da oposição. Ela não aceita nada que encurte seu mandato, mas quem participa dessas iniciativas crê que não está descartado um movimento em prol do parlamentarismo.

O problema é que, a esta altura do campeonato, vésperas da votação do pedido de impeachment na Câmara, está difícil buscar esses votos socialistas. O partido calcula uma maioria favorável ao impedimento. Afinal, desde o início do governo, Dilma ficou de procurar o PSB, mas não fez qualquer gesto de aproximação.

O medo da hora
Com a Lava Jato quieta nos últimos dias, os políticos calculam que algo virá nas vésperas da votação do processo de impeachment no plenário da Câmara

Corpo-a-corpo
A ideia de suspender as sessões neste domingo não foi propriamente para dar descanso aos parlamentares. Ao contrário: A ideia é deixá-los livres para que possam ir às bases ouvir cobranças de votos em favor do impeachment. Afinal pode ser o último fim de semana antes da votação do pedido no plenário da Câmara.

Contagem pepista
Deputados do PP calculam que o governo, “se apertar”, ou seja, levar para dentro do Poder Executivo e cobrar respaldo, pode conquistar 30 votos na bancada.

Lá e cá
Os petistas citam o impeachment como um golpe que dará mais poder ao PMDB do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e Michel Temer não conseguirá governar. Já a ala de Michel Temer cita a todo momento que o ex-presidente Getúlio Vargas escapou de um processo em junho de 1954, mas, emparedado, sem condições de governabilidade, cometeu suicídio em agosto. Dilma pode escapar, mas não conseguirá governar. Façam suas apostas!

CURTIDAS

Não gostou/ Se teve algo que irritou a presidente Dilma Rousseff pro esses dias foi saber que os executivos da Andrade Gutierrez trocavam mensagens chamando-a de “gorda de capacete”. Afinal, se tem algo que a presidente perdeu, além da popularidade, foi peso.

Momento relax no Planalto/ A piada que bomba nas redes sociais,da “determinação” do governo para tiras das artes marciais, como Judô e Karatê das Olimpíadas, foi contada à presidente Dilma Rousseff. Ela sorriu e respondeu “É, no tatame vai ter golpe, no país não”, brincou.

Mapas incertos/ Somados os votos que a oposição diz ter para o impeachment e aqueles que o governo espera contar para barrar o processo, chega-se a quase 540 deputados. Alguém está prometendo votos para os dois lados.

Sessão coruja/ Diante da sessão que iria varar a madrugada, os deputados brincaram com o presidente da Comissão Especial do impeachment, deputado Rogério Rosso (PSD-DF): “Em vez do suco de maracujá, é melhor distribuir café, guaraná e chás energéticos!”