Emendas suspensas

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Os líderes do governo começam agora a Trabalhar no sentido de convencer os deputados e senadores a desistirem das emendas ao Orçamento que representem novas obras. É que a fonte secou. Na área de Transportes, o desembolso de R$ 1 bilhão por mês para investimentos encolheu para R$ 1 bilhão por ano. Agora, o governo autorizou R$ 4 bilhões para esse setor e destinará a conclusão das obras em andamento, com prioridade ao que falta para concluir e aos corredores de escoamento de produção. Só no Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) são 66 obras paradas.

Eduardo e Michel I
Num encontro com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB-SP), no Palácio do Jaburu, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria ido explicar por que não pretende renunciar à Presidência da Casa neste momento. Cunha não gostou de ver Temer discorrer sobre a escolha de um candidato único para ocupar o cargo, como se ele estivesse vago. Cunha avalia que tem todo o direito de se defender e nada indica que uma renúncia lhe garantiria esses direitos.

Eduardo e Michel II
O Planalto confirmou a ida de Cunha ao Jaburu. Cunha disse que não esteve lá. Quando a coluna comentou, via mensagem de texto, ao deputado, que a assessoria do Planalto confirmou o encontro, Cunha respondeu apenas “eles se enganaram. Não estive lá”. Então, tá.

A mala que pesa
Foi consenso na reunião do Comitê de Infraestrutura ontem no Planalto que as malas despachadas nos voos nacionais devem ser cobradas à parte pelas companhias aéreas. Não há consenso, entretanto, sobre a taxa de conexão. Aliás, hoje, as pessoas querem mesmo os voos diretos. Não faz sentido cobrar a mais de quem faz conexões.

Enquanto isso, no setor elétrico…
A ideia é reformular tudo, inclusive refazer a modelagem para os leilões da área de energia de agosto e outubro deste ano, de forma a colocar regras capazes de atrair os investidores. A avaliação do atual governo é de que os últimos leilões foram um fracasso. Ops! O ministro da área era Edison Lobão. Do PMDB. Para não deixar Lobão mal, a equipe de Temer tem dito que quem dava a palavra final sobre esse setor era Dilma Rousseff.

Meia-volta
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Gastão Vieira, vem sendo assediado para retornar ao PMDB. Emissários peemedebistas procuraram-no para dizer que, se ele voltar ao partido, poderá permanecer no cargo. Gastão Vieira hoje é cacique do Pros. No PMDB, era índio. Mas não é totalmente fora de cogitação que possa alcançar um protagonismo maior nesse momento. Afinal, o senador Edison Lobão e seus aliados enfrentam maus bocados por causa da Lava-Jato.

Tudo como dantes // O embaixador do Reino Unido, Alex Ellis, esteve no Planalto ontem para dizer de viva-voz à equipe de Michel Temer que a saída de seu país da União Europeia em nada muda a intenção de estreitar relações comerciais com o Brasil.

Tudo diferente // Embora a iniciativa da conversa tenha sido do diplomata britânico, foi a primeira vez que o embaixador foi convidado a ir ao Planalto.

Acelera, Janot!!! // Até os assessores do procurador-geral, Rodrigo Janot (foto), consideram que ele está demorando muito para concluir os inquéritos relacionados a políticos, especialmente os senadores. Não adianta Janot correr esta semana. É que, com o recesso dos tribunais superiores a partir de sábado, os processos só vão deslanchar em agosto. E olhe lá.

As agruras dos líderes // Na reunião palaciana ontem pela manhã, os líderes governistas reclamaram bastante. O da Câmara, André Moura (PSC-SE), reclamou do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão. “Não dá mais.” Falta combinar com Eduardo Cunha. Rose de Freitas (PMDB-ES), líder no Congresso, disse que chegou e encontrou um caos, com medidas provisórias quase vencendo. Para completar, o líder do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), lembrou que o impeachment só sai na segunda quinzena de agosto, em meio aos Jogos Olímpicos.