E O PMDB SE DIVIDE

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A guerra interna do PMDB

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, começou a passar uma lista para ser reconduzido ao cargo de comandante da bancada no ano que vem. A iniciativa quebra o compromisso, fechado em fevereiro, de promover um rodízio na condução da bancada. Essa briga interna pode, inclusive, comprometer o calendário dos peemedebistas favoráveis ao impeachment, uma vez que Picciani está cada vez mais próximo do governo e não apoia o afastamento da presidente Dilma.

Ministro pendurado

Causou mal-estar entre os palacianos a ausência do ministro da Educação, Renato Janine, em duas agendas da presidente Dilma Rousseff. Na sexta-feira em que o Dialoga Brasil foi ao Piauí, Janine foi dar palestra no Rio de Janeiro. Ontem, durante a entrega do prêmio Jovem Cientista no Planalto, o ministro também não compareceu. Dilma registrou a ausência.

Secretário fortalecido

Nas duas oportunidades e ontem, durante a invasão do prédio principal do Ministério da Educação por grevistas, quem segurou o rojão foi o secretário-executivo, Luis Cláudio Costa. Ganhou pontos no Planalto e fora dele.

E Alckmin diz não

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi sondado sobre indicações de ministros para um possível governo Michel Temer. Respondeu que não está no projeto de impeachment.

Câmara na contramão

Na pauta de hoje da reunião da Mesa Diretora da Câmara vai entrar em discussão uma proposta que, na prática, transforma os cargos de nível médio em nível superior. Isso representará a bagatela de R$ 300 milhões a mais nas despesas com pessoal. Em tempos de corte de gastos, o exemplo deixa a desejar.

E o “do contra” parte do PT

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) anuncia que votará contra a CPMF. “Esse pacote tira o ovo e torce o pescoço da galinha dos ovos de ouro. A hora é de incentivar os exportadores e não de aumentar imposto. Esse plano não tem espinha dorsal”,diz ele, alertando que, aos governadores, o pedacinho da CPMF não compensará a perda de arrecadação do ICMS.

CURTIDAS

O muso/ O deputado Sylvio Costa (PTB-PE) encontra o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e se saiu com esta: “Estou vendo que a coisa está feia, porque você é o muso do impeachment!”. O parlamentar baiano (foto), que é do tipo que não perde a verve, caiu na gargalhada.

Convivência/ Nem tudo é ódio entre dilmistas e tucanos na Câmara. A presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa, Jô Moraes (PCdoB-MG), está em campanha para fazer da deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), presidente da comissão especial que vai discutir mudanças na lei de migração.

E a Lava-Jato, hein?/ O PMDB ainda não relaxou diante da delação premiada de Fernando Baiano.

E o PT não relaxa com nada/ O deputado Paulo Rocha (PT-PA) vai chamar o presidente do partido, Rui Falcão, para uma reunião de análise de conjuntura com a bancada. Já não era sem tempo. Ou o partido ajuda Dilma a montar um plano para sair da crise econômica ou acabará perdendo o poder.

Dilma no Labirinto

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Desde a semana passada, quando saíram as primeiras informações sobre a perspectiva de Michel Temer deixar a articulação política do governo, os petistas no entorno de Dilma se dividiram: um grupo pede que ela segure Michel na função, com o risco de os senadores do PMDB se sentirem liberados para cuidar da própria vida e do afastamento dela; outro, entretanto, pede que ela aproveite o embalo para empreender a reforma ministerial. O problema é que a presidente não pode reduzir os espaços dos aliados, sob pena de perder ainda mais apoio no Congresso. E, para completar, desconfia-se no Planalto que as pressões pró-reforma vêm por encomenda para tentar tirar os postos do PT e deixar o partido mais enfraquecido do que já está. Ou seja: Dilma chegou num ponto que até uma reforma pode terminar emparedando ainda mais o governo em vez de dar uma saída para a crise política.

…E cada vez mais dependente da esquerda

O documento da OAB e de outras instituições divulgado na semana passada só não trouxe um posicionamento firme contra o impeachment porque a maioria dos dirigentes da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) bateu o pé e disse que não poderia ir tão longe, uma vez que a bancada do agronegócio e os produtores rurais ainda não se posicionaram claramente sobre o assunto.

O tempo e a crise I

A impressão dos agentes políticos é a de que Dilma Rousseff, se cair, não será este ano. Quanto ao processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o caso está apenas começando e, se os advogados forem bons, o mandato passa e não julga. No caso de Jackson Lago, no Maranhão, foram dois anos. Para completar, no TSE, há quem assegure que a posição de Gilmar Mendes, que foi ministro da Advocacia-Geral da União de Fernando Henrique Cardoso, não é consensual.

O tempo e a crise II

O mais provável, avaliam aliados do governo em processo de afastamento, continua sendo o caso das pedaladas fiscais e do uso de recursos sem autorização legal. Como tudo ainda tem que passar pelo TCU, pela comissão mista de Orçamento, plenário do Congresso Nacional, para depois chegar a um processo de pedido de abertura de impeachment, há quem esteja certo de que, o desfecho não sai antes este ano. A corrida é resistência e não de velocidade.

O tempo e o PMDB

Os peemedebistas se preparam para sair em bloco do governo nas eleições municipais. Assim, teriam tempo para tentar dar aquela reciclada antes das eleições de 2018. A aposta, diante do quadro atual e perspectivas econômicas, é de que o distanciamento é necessário para ter sucesso eleitoral ou credibilidade para comandar o país na hipótese de afastamento de Dilma.

Refilmagem

Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acreditam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fará tudo o que estiver a seu alcance para tentar levar o senador com ele para a beira do abismo. Se o deputado cair, ele tentará puxar o alagoano. É algo parecido com a crise entre os senadores Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães no início do século. Porém, num clima muito mais pesado hoje.

CURTIDAS  E a Kátia, hein?/ Com a decisão da CNA, quem ficou numa saia justa foi a ministra da Agricultura, Katia Abreu (foto), leal à presidente e defensora incansável do mandato de Dilma. Ocorre que o setor agropecuário vai começar a cobrar da ministra que tudo tem limite. Katia, entretanto, tem feito almoços e jantares com deputados do agronegócio na tentativa de se fortalecer e também ao governo.

Por falar em Agricultura…/ Entre aqueles que sonham com a reforma ministerial para se fortalecer, está o ministro da Pesca, Helder Barbalho. Se houver uma união do ministério que ele ocupa com a Agricultura, a queda de braço entre ele (leia-se o senador Jader Barbalho) e Katia Abreu será grande.

A volta da FPN/ Está marcado para 31 de agosto a organização de uma frente parlamentar encabeçada pelos deputados Glauber Braga (PSB-RJ), Alessandro Molon (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ). A ordem é a defesa da economia nacional e de políticas públicas e, por tabela, a ordem constitucional e o mandato de Dilma.

Sob nova roupagem/ A ideia é agregar parlamentares de vários partidos, como ocorreu com a Frente Parlamentar Nacionalista (FPN) que, no fim dos anos 1950 e início da década de 1960, levantou as bandeiras “o petróleo é nosso” e auxiliou nas reformas de base do governo Jango. O lançamento oficial será em 5 de setembro, em Belo Horizonte. Capital de um estado onde o governador, Fernando Pimentel, é amigo da presidente.

A hora de Mercadante

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A hora de Mercadante

Se Michel Temer se afastar mesmo da coordenação política do governo, conforme está programado para meados de setembro, quem cuidará dessa tarefa será o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que novamente ficará exposto. Por isso, que ninguém se surpreenda se, houver novos movimentos da presidente Dilma Rousseff no sentido de tentar manter o vice na lida diária da crise política. No Planalto, tem-se a clara ideia de que, embora Eduardo Cunha esteja arranhado para tocar um processo de impeachment, há quem diga que os riscos de abertura da ação podem crescer na hipótese de o PMDB largar as atribuições. A visão clara hoje no Planalto é a de que, se está ruim com Michel Temer, ficará muito pior sem ele.

O timing de Michel

Os principais observadores dos movimentos do vice-presidente Michel Temer consideram que ele fez tudo o que se programou: compôs com Renan Calheiros, isolando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Agora, com Eduardo ocupado com outro jogo, ou seja, obrigado a tratar da Lava-Jato e se dedicar à própria defesa, a hora é de Temer dispender sua energia no sentido de recuperar todo o seu poder dentro do PMDB, onde Eduardo Cunha começava a crescer tirando espaço de todos os demais caciques.

O tempo de Cunha

O presidente da Câmara sentiu o tranco e ontem foi até o vice-presidente. Entre os aliados de Eduardo Cunha, há quem diga que ele não terá mais condições sequer de tratar das contas do governo de 2014. Isso porque o processo só deve chegar à Casa em meados de setembro, quando, calculam os aliados e desafetos, Cunha estará dedicado à sua própria defesa. As prioridades dele agora mudaram para valer.

Enquanto isso, em frente às câmeras de tevê…

O movimento junto à Força Sindical ontem faz parte da estratégia de tentar passar à opinião pública a ideia de que Eduardo Cunha foi denunciado porque estava enfrentando o governo. Há quem diga que é por aí que ele pretende adquirir fôlego para levar avante a ideia de presidir as votações relativas a possíveis pedidos de abertura de processos de impeachment contra Dilma Rousseff.

…Nem tudo é o que parece

A estratégia de Cunha parece ter dado algum resultado. Ao longo da sexta-feira, vários deputados de oposição e até aliados do governo tiveram que explicar às chamadas bases políticas que o caso de Eduardo Cunha nada tem a ver com a situação da presidente Dilma Rousseff. Como diria José Genoino, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

“É preciso cuidar do mal maior, que não é a Dilma. É a crise econômica”

Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo, referindo-se ao conjunto de crises que assola o país

CURTIDAS   

Desconfortável/ Dia desses, no plenário do Senado, o senador Blairo Maggi (PR-MT) comentava com amigos: “É a última vez que dou um cheque em branco para o governo. Não contem mais comigo para votar de olhos fechados”. Referia-se ao projeto de reoneração da folha de salários.

Alerta/ Ontem, os poucos parlamentares que permaneciam em Brasília aproveitaram para lembrar aos palacianos que “Eduardo Cunha não é José Dirceu, que caiu e ficou por isso mesmo”.

Apostas pró-Janot/ A maioria dos senadores confia na recondução do procurador Rodrigo Janot. Tirá-lo agora, afirmam mutos, será o mesmo que jogar a crise ética para dentro do Senado. E tudo o que os senadores querem é manter a confusão restrita à Câmara. Portanto, quanto menos marola, melhor.

Sem unanimidade/ O senador Cristovam Buarque (foto), do PDT-DF, se prepara para avisar aos irmãos Gomes que o PDT não definirá desde já que Ciro será candidato a presidente da República pela legenda. Pelo visto, Carlos Lupi vendeu ao ex-ministro de Lula e de Itamar Franco uma mercadoria que ainda não tem como entregar.

Planetas distantes

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Planetas distantes

O PSDB, que há uma semana jogava uma boa parte de suas fichas em novas eleições, considera que está cada vez mais distante a hipótese de afastamento da presidente Dilma Rousseff via Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso significa que, se houver a saída, será por crime de responsabilidade, algo que também não ocorrerá tão cedo, uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) adiou a análise das contas do governo para daqui a 15 dias, ou seja, ficou para setembro.

Com essas duas perspectivas bem longe do alcance das mãos do PSDB, restou à parcela tucana que aposta na saída da presidente recorrer às ruas neste domingo. Para completar, nem todos os tucanos partilham da tese de partidarizar o movimento do dia 16.  Resumo dessa ópera: Dilma respira, embora não tenha chegado ao ponto de dispensar os aparelhos.

Padilha, o imponderável

Não, não é o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, e sim o empresário Hamylton Padilha, que tem deixado os políticos preocupados. Há quem diga que ele tem a senha para que a Operação Lava-Jato entre de vez no parlamento. No organograma do petroduto, Hamylton era visto como o superior de Fernando Baiano.

Tem para todos

Padilha, conforme avisam seus antigos interlocutores, levará consigo aliados do governo que hoje não são mais tão da base assim. Já o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, apostam outros, tem tudo para atingir ainda mais o PT. Resta saber o que a Polícia Federal e o Ministério Público vão desovar primeiro.

Cunha e Renan

Pegou mal o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deixar a reunião com Michel Temer e já criticar o “Plano Renan”. A leitura foi a de que ele pode até baixar o tom no comando da Câmara, mas a postura pessoal de oposição permanecerá. Aliás, ele foi convidado para o almoço justamente para tentar tirar o PMDB da Câmara do isolamento e não dar ao governo a chance de medir quem lhe é realmente fiel na bancada. Apenas o futuro separará essas estações.

Novo alvo

Os auditores da Receita Federal abriram guerra contra o secretário Jorge Rachid. Tudo porque, na avaliação deles, Rachid não se empenhou pela inclusão dos auditores na Proposta de Emenda Constitucional nº 443, que equipara os vencimentos da AGU aos do Judiciário. Agora, além da campanha de valorização da carreira, os auditores agora pressionarão pela demissão de Rachid.

CURTIDAS   

Comida não falta/ Em meio à crise política, não faltam jantares promovidos por deputados e senadores para discutir cenários. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (foto), por exemplo, tinha 16 previstos em sua agenda. Só para ontem.

A hora dos verdes/ Na onda da Frente Parlamentarista lançada ontem na Câmara, o Partido Verde levará ao ar hoje, em seu programa de 10 minutos, a defesa do parlamentarismo como solução para a crise. A produção do vídeo é do marqueteiro Luiz Natal.

Eles não perdem o humor…/ O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) comentava com jornalistas que o movimento de domingo não deve ser tão grande quanto as manifestações de 2013 e, de repente, chega o deputado Hauly, do PSDB do Paraná e presidente da Frente Parlamentarista. Devanir brinca: “Lá estará cheio de coxinhas!”

…Mas não escondem arrependimentos/ Hauly retruca: “A culpa é de vocês, que fizeram essa bagunça aí”. Devanir, então, que é extremamente ligado a Lula, completa: “Nós tentamos evitar! Queríamos o terceiro mandato do Lula, mas ninguém topou”. Epa! Pelo visto, tem gente no PT que não anda lá muito satisfeito com Dilma. Faz parte.

Dilma e o PMDB

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   A reunião do presidente do Senado, Renan Calheiros, e senadores do PMDB com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o do Planejamento, Nelson Barbosa, e o da Comunicação Social, Edinho Silva, marcou a apresentação, por parte dos senadores, de um pacote de projetos dividido em três eixos melhoria do ambiente de negócios do país, equilíbrio fiscal,  proteção social. Politicamente,  há um  pano de fundo a ser considerado: Ou o governo aceita a maioria das 27 propostas feitas pelos peemedebistas, ou eles terão a senha para sair do governo ou então tratar Dilma como rainha da Inglaterra e negociar tudo com Michel Temer, o que dá praticamente no mesmo.

   O fato de o encontro ter reunido apenas senadores __ lá estavam ainda Romero Jucá e  o líder do PMDB, Eunício Oliveira __ deixou uma pulga atrás da orelha dos deputados: Há quem desconfie que a ordem é isolar Eduardo Cunha, deixando Renan como o fiador das propostas que buscam tirar o país da crise, enquanto o presidente da Câmara aposta na “pauta-bomba”.

Marina e Dilma

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  O discurso de Marina Silva hoje em Recife, na homenagem ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deixou a muitos a impressão de que ela não engrossará as fileiras pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff. “Acima de nós está o Brasil e a Constituição”, disse Marina. Ela defendeu ainda que as forças políticas “se juntem numa agenda em que o Brasil esteja em primeiro lugar”. Para bons entendedores, o recado é o de que Marina não apoiará um afastamento. Ela prefere as urnas em 2018.

TCU, A PANELA DE PRESSÃO

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A próxima encrenca

Aumenta a pressão para que o Tribunal de Contas da União (TCU) analise as pedaladas fiscais antes das contas de 2014. O uso de dinheiro dos bancos para pagamento das contas governamentais, se considerado um crime, vai enroscar muita gente boa que está no governo. Correm o risco de ser responsabilizados, além do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior, hoje presidente da Caixa Econômica Federal; o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine, hoje comandante da Petrobras; e ainda o ex-presidente da Caixa Jorge Hereda. Se esses atores forem condenados, estarão sujeitos a oito anos fora do serviço público, ou seja, o país corre o risco de, numa tacada só, ficar sem presidente da CEF e da Petrobras.

A conta que não fecha

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem feito as contas sobre os votos para o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Descobriu que hoje não tem os dois terços (343) necessários para abertura de processo contra ela. Ele voltará a fazer a contabilidade depois do protesto de 16 de agosto.

Razões atuais

Se não houver uma pressão popular forte, como foi a de 1992 contra Fernando Collor, o impeachment não sai. Geraldo Alckmin é contra, assim como, nos bastidores, o próprio Aécio Neves. Afinal, ninguém despreza a habilidade de Michel Temer em construir um governo de união nacional e conquistar apoios para o futuro.

O tempo é o senhor da razão

O governo vai tentar ganhar tempo para a votação das contas de 2014 no TCU. A ideia é a de que algum ministro peça vistas ao processo, adiando o parecer final da Corte para meados de setembro. Assim, Dilma teria tempo para tentar recompor alguma musculatura, ver os efeitos da reforma ministerial que pretende colocar em curso e mais prazo para verificar os desdobramentos da Lava-Jato. Ou seja, saber se vem aí algo mais contundente contra o homem que conta os votos pró-impeachment.

Codesp loteada…

Os partidos abandonam o governo, mas não os pedidos de cargos. Em 22 de julho, Beto Mansur (PRB-SP) fez chegar uma lista de três pedidos ao gabinete do vice-presidente Michel Temer para preenchimento de diretorias da Cia. Docas de São Paulo (Codesp). Encabeça a lista Carlos Eduardo Bueno Magano, para diretor comercial e de negócios, indicado por ele e Ricardo Izar, do PSD.

…Por divergentes

Os outros dois indicados são Cleveland Sampaio Lofrano, para diretor de Infraestrutura e Obras, apadrinhado de Milton Monti (PR) e Nelson Marquezelli (PTB). Por último, Francisco José Adriano, funcionário de carreira da companhia, para diretor de Planejamento e Assuntos Estratégicos, indicado por Marcelo Squassoni (PRB) e Baleia Rossi (PMDB). Em tempo: o PTB, de Marquezelli, anunciou que está fora da base governista.

Eduardo na lida

Houve quem dissesse que Eduardo Cunha acenou com a perspectiva de acordo com o Planalto desde que Dilma Rousseff entregasse a cabeça dos ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Justiça, José Eduardo Cardozo. A presidente não topou.

Kátia no ensaio

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, foi conversar com Michel Temer dia desses. Lá pelas tantas, entra 2018 em cena. Kátia quis saber de Temer se ele pensava em ser candidato a presidente da República. Diante da negativa, a ministra se empolgou. Pode ser candidata.

CURTIDAS    

Sucessão, a largada / As homenagens póstumas aos 50 anos que Eduardo Campos faria nesta segunda-feira reunirão vários dos potenciais candidatos à sucessão de Dilma Rousseff. Lá estarão Lula, Aécio Neves, Marina Silva e Geraldo Alckmin. Sim, o governador de São Paulo já confirmou presença. Chegará com o seu vice, Márcio França, que era um dos maiores entusiastas de Eduardo Campos. Mesmo ausente, Eduardo não deixou de ser uma referência.

Sem recibo/ Publicamente, o governador Geraldo Alckmin (foto) não reclamou. Mas, nos bastidores do PSDB, ele registrou sua frustração por ter ficado de fora das inserções do partido que foram ao ar por esses dias.

Tic-tac-tic-tac/ Essa história de alguns governistas dizerem que Dilma Rousseff vai esperar a conclusão da Lava-Jato para promover a reforma ministerial soou a muitos como uma tentativa de evitar qualquer mudança a curto prazo. É que a operação não tem data para terminar. E, se for no espelho da Operação Mãos Limpas da Itália, ainda falta pelo menos um ano. Ou seja, reforma só depois das Olimpíadas.

E hoje os políticos respiram/ Os fins de semana são aqueles momentos em que até os enroscados na Lava-Jato dormem um pouco mais sem receio de acordar com a Polícia Federal na porta. Hoje, então, o domingo tem um gosto especial para todos, inclusive eles. Feliz Dia dos Pais a todos os leitores!


A briga da hora é entre PMDB E PSDB

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Conversas & cargos

A classe política, de um modo geral, considera que Dilma Rousseff “já era”, apesar de todas as declarações dela em sentido contrário. O vice-presidente Michel Temer continua fora de qualquer conversa para assumir o poder, mas tem gente ligada a ele — e em quase todos os partidos, menos no PT — dedicada a isso. A sorte de Dilma, neste momento, é que, embora PMDB e PSDB convirjam no diagnóstico de que a presidente não tem condições políticas para debelar as crises, esses partidos não se entendem quanto à terapêutica para sair da encrenca e brigam pelo poder. O grupo tucano, capitaneado por Aécio Neves, está cada vez mais agarrado a pregar novas eleições, enquanto o de Michel Temer deseja que o vice-presidente assuma. É assim que termina a primeira semana de agosto. O ambiente é de conspiração geral.

Enquanto isso, na sala da presidente…

Dilma navega, atualmente, na perspectiva da reforma ministerial, na qual a presença de Lula no governo foi cogitada, mas não debatida seriamente com o ex-presidente. Parte do grupo do PT que prega a inclusão de Lula na equipe vislumbra, com o gesto, uma chance de tentar pôr um freio nas articulações dos peemedebistas para apear o PT do poder. Lula e Temer trabalhariam juntos no sentido de recuperar alguma estabilidade política para Dilma. Ou seja, o ex-presidente viraria  o “bedel do Michel”.

Lula e a crise

Pesquisa qualitativa feita pela oposição ao PT em São Paulo mostra que o ex-presidente Lula não está no “volume morto”. Há muita gente dizendo que, no governo dele, conseguiu melhorar de vida. Ainda que seja um leão desgastado, não deixa de ser um leão.

Collor e Janot

Se o senador Fernando Collor (PTB-AL) tinha alguma perspectiva de tentar derrotar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, essa chance se esvaiu com o discurso do senador esta semana na tribuna, diz o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima. “Não há hipótese de Janot não ser aprovado”, afirma.

Renan e Janot

Os senadores consideram que, se o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), fizer carga contra Janot ou tentar postegar a análise da recondução, pode terminar perdendo pontos. Renan ganhará se mantiver a postura institucional.

Cunha e Janot

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não tem votos nem poder no Senado para derrotar o procurador. Sua esfera de atuação se restringe, hoje, à Câmara, onde, realmente, vale o que o ele disse: ali, ele tem mais poder do que Dilma Rousseff. Só tem um probleminha: a Câmara não apita na escolha do procurador-geral da República.

CURTIDAS    

Estampa/ Nem a maquiagem escondeu as olheiras da presidente Dilma Rousseff no discurso de ontem em Roraima.

Pensando bem…/ Um amigo perguntava ontem a outro se havia alguma novidade na sexta-feira em relação à Lava-Jato: “Tem sim!  A sexta-feira passou e ninguém foi preso!”. É, pois é…

Por falar em Lava-Jato…/ Deputados do PT na CPI da Petrobras disseram ao repórter Eduardo Militão que a união de “setores da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário” representa um “inimigo de todos”, não só dos petistas. Para eles, os métodos “levianos e irresponsáveis” usados na investigação da Operação Lava-Jato vão se repetir no futuro, seja num governo do PMDB, seja num do PSDB.

E o PMDB, hein?/ O deputado Danilo Forte (foto) resumiu assim o espírito do partido: “O vigor da governabilidade no PMDB é maior do que qualquer outro”. Em outras palavras, o partido não vai entrar nessa de novas eleições, tampouco acabar com o pouco que resta da economia nacional. 


O risco da quebradeira partidária

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Partidos por um fio

Algumas das empresas envolvidas na Lava-Jato que tiveram executivos decididos a fazer delações premiadas cogitam agora colocar os partidos recebedores de propinas no papel de corresponsáveis pela devolução dos recursos ao governo e às estatais que obtiveram prejuízo. Se, lá na frente, ficar comprovado que as legendas foram realmente beneficiárias finais, há quem aposte que muitos partidos vão quebrar, ou seja, não terão como devolver os recursos. E, assim, os políticos que não estiverem envolvidos terminarão obrigados a abrir um novo partido. Nesse rol, há quem inclua o PT. Não por acaso, muitos políticos têm mencionado em conversas reservadas a criação de um grande partido de esquerda. Assim, desmancha-se o PT, sem necessariamente extingui-lo..

O medo do extermínio

A cinco meses do ano eleitoral para escolha dos prefeitos, o PT começou a avaliar em quais capitais tem mais chances de sucesso. Restou apenas João Pessoa, onde Luciano Cartaxo tem condições favoráveis à reeleição. Nos demais grandes centros, a situação vai de mal a pior. A ideia agora é colocar todos os marqueteiros lá, a fim de descobrir por que o prefeito não está contaminado pelo clima de rejeição ao partido que reina em outras praças, onde os maiores herdeiros dos votos do PT prometem ser o PSol, o PSB e o PPS, nessa ordem.

Sarney às avessas

Se em 1986, o então presidente Sarney elegeu quase todos os governadores nas asas do Plano Cruzado, 30 anos depois, a ocupante do Planalto, mantido o cenário atual, não terá condições de ajudar a eleger nenhum prefeito. Os petistas e marqueteiros ligados ao partido acreditam que Dilma permanecerá no cargo, uma vez que ela não é Fernando Collor, o PT não é o PRN e existe uma base social forte que ainda tem alguma capacidade de sustentá-la. Mas, daí a querer que ela vá aos palanques no ano que vem, a distância é grande.

Esqueceram-se dele

O setor de turismo é um dos que mais atraem o interesse dos governadores, mas o ministro da área, Henrique Eduardo Alves, não foi chamado a participar da reunião no Alvorada. Qualquer tentativa de vincular a ausência aos bons laços de amizade entre o ministro e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não é mera coincidência. Dilma cumpriu a promessa de arrumar um lugar ao sol para Henrique Alves, mas faz questão de deixá-lo na penumbra.

Se for para incomodar…

O congresso do PMDB marcado para outubro está a perigo. Tudo porque integrantes da cúpula do partido foram informados de que o grupo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, planeja pedir o rompimento definitivo do partido com o governo da presidente Dilma Rousseff. O comando partidário não deseja deixar que o vice-presidente Michel Temer passe por esse constrangimento. Portanto, se houver algum risco de isso ocorrer, a tendência é adiar o Congresso para um futuro distante.

…é o fórum errado

A alegação da cúpula do partido é que há três instâncias capazes de deliberar sobre o relacionamento do partido com o governo: diretório nacional, conselho político e comissão executiva nacional. O Congresso tratará apenas de programa de governo para o futuro.

CURTIDAS   

Panelaço, o retorno/ Circula nas redes sociais mais uma convocação de panelaço durante o programa do PT que vai ao ar em 6 de agosto, quinta-feira. É o mês da bruxa solta chegando com tudo logo na primeira semana.

E o líder tomou doril…/ O presidente da Câmara tem reclamado a parlamentares próximos da ausência do líder do PMDB, Leonardo Picciani (foto), nesse momento difícil. Picciani simplesmente não estava acessível quando o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) soltou o verbo contra o presidente da Casa.

… Para sobreviver/ Há quem diga que Picciani está hoje de olho na vaga de presidente da Câmara. Falta combinar com o restante do colegiado e com o próprio PMDB.

Enquanto isso, no TCU…/ O clima entre os ministros vai de mal a pior por causa das denúncias envolvendo o filho de Aroldo Cedraz e excelências da Corte. E quem vai pagar por esse imbróglio será o governo da presidente Dilma Rousseff.

O CENTRO DAS ATENÇÕES

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A esfinge Cunha

A menos de uma semana da retomada dos trabalhos do Legislativo — frise-se, após um recesso ilegal —, todas as atenções estarão voltadas para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A aposta é que ele chegue com a mesma agenda com a qual encerrou o semestre, ou seja, maioridade penal (segundo turno), o que faltou da reforma política e algumas “cascas de banana”, sob encomenda para que o governo deslize e precise de uma ajudinha do presidente da Câmara para se manter de pé. A Cunha não interessa um governo recuperado, tampouco fortalecido, ainda que seja só um pouquinho acima do propalado “volume morto”. E é por aí que o deputado trabalhará.

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Não por acaso, as conversas palacianas têm girado em torno do que o Congresso pode e não pode fazer na largada do segundo semestre. Invariavelmente, alguns parlamentares são lembrados de que a agenda de Eduardo Cunha não pode se sobrepor à do país. A esperança do governo é a de que as excelências se convençam a não servir de escada para o presidente da Casa. E, lembrem-se que, Lava-Jato à parte, de todos os que estão hoje na vitrine, apenas Dilma Rousseff não é candidata em 2018.

Perguntinhas indigestas

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu para que fiquem fora do debate de segunda-feira cinco perguntas feitas pelo subprocurador Moacir Guimarães, classificado pelos colegas como um inimigo de Janot. Uma das perguntas era: “Por que o senhor não pediu busca e apreensão contra políticos do PT e da oposição assim como fez contra Collor?”. Janot alegou que o tema está em segredo de Justiça, portanto não pode ser tratado no debate entre os candidatos a procurador-geral. Quem vai decidir se a pergunta pode ou não ser feita é a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Nem tão cedo

Que ninguém espere o fim da Lava-Jato para este Natal. Na Itália, a Operação Mãos Limpas durou mais de dois anos e resultou em 2.993 mandados de prisão e 6.059 pessoas sob investigação, sendo 872 empresários e 438 parlamentares. Se for parecida, não estamos nem no meio do caminho.

Senadores versus BC

O Banco Central, que há tempos não entrava com o pé esquerdo nas discussões do parlamento, verá o diretor de Assuntos Internacionais, Tony Volton, obrigado a dar explicações na Comissão de Assuntos Econômicos, sobre a antecipação de voto a respeito dos juros. O movimento para que ele se explique une agora governo, em especial, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), e oposição, leia-se José Serra (PSDB-SP). Coisa rara.

Por falar em Eunício…

Dois nomes sustentam hoje a presidente Dilma Rousseff dentro do PMDB: Michel Temer e o líder Eunício. Quanto aos demais, se a presidente balançar mais um pouquinho, eles correm para a oposição. Portanto, reza o bom senso, o senador, que chegou ontem a pedir a cabeça de Volton, merece, no mínimo, que o diretor se explique ao Senado.

“Essa caixa está fechada”/ Os senadores que se desligaram completamente nos últimos dias vão tomar um susto quando abrirem os e-mails de trabalho. As caixas estão entupidas com mensagens de servidores do Judiciário, que pressionam pela derrubada do veto ao reajuste.

Romaria/ O vice-presidente Michel Temer mal chegou de viagem e já é grande o movimento em seu gabinete, em especial, de deputados. Ontem, passaram por lá pelo menos dois aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha: Manoel Júnior e Hugo Motta, ambos do PMDB da Paraíba.

Por falar em PMDB…/ Está o maior tititi no WhastsApp do PMDB. Ali é o lugar preferido dos deputados do partido para defender o presidente da Casa, Eduardo Cunha. Agora, Cunha espera que, a partir de segunda-feira, essa defesa saia do mundo virtual para a tribuna, no plenário.

De olho em 2018/ Depois do apresentador José Luiz Datena (foto) admitir a pré-candidatura a prefeito de São Paulo pelo PP, entra nessa roda o presidente da UGT, Ricardo Patah, pelo PSD. Os aliados dele acreditam que Patah não vence, mas aproveitará o embalo da propaganda para fazer um nome e conquistar um mandato de deputado federal dois anos à frente