Análise da semana

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Se “colar”…

A semana será destinada a “decantar” as explicações de Eduardo Cunha para suas contas na Suíça e a defesa do governo em relação às pedaladas fiscais. Faltando seis semanas para o fim do ano Legislativo, a prioridade de ambos é pular essas fogueiras. A vida de Cunha está mais difícil. Todas as manifestações públicas a respeito das explicações que ele deu até agora foram de descrédito. Afinal, se não fosse nada ilegal e o dinheiro depositado lá fora fosse de origem lícita, ele não teria motivos para insistir por tanto tempo que não tinha nada a ver com essas contas. O fato de só admitir ligação com esses recursos depois que o processo contra ele desaguou no conselho de ética da Casa soa pra lá de suspeito e dá a sensação de história montada simplesmente para dar discurso aos aliados dele no Conselho.

Quanto ao governo…
O que pega para a presidente Dilma Rousseff essa semana é a greve dos caminhoneiros, pedindo o afastamento dela. O que leva os caminhoneiros a esse movimento são as perspectivas econômicas desfavoráveis. Nada do que o governo fez até aqui parece mudar esse quadro em diversos setores. Para completar, ainda teremos a greve dos petroleiros. Esses dois segmentos podem jogar a economia natalina mais pra baixo do que se espera.

Enquanto isso, no Congresso…
Ok, a vida do governo está ruim no Parlamento, mas o clima melhorou em relação a setembro. A DRU foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça depois de semanas de enrolação e agora segue para a Comissão Especial. Faltam as votações em plenário, onde as vitórias governamentais estão escassas. Ali, o destaque é o projeto de repatriação, algo que o governo deseja aprovar para ampliar a arrecadação. O problema é que, na rede do dinheiro lícito escondido do governo, há quem diga que o projeto permitirá também a repatriação do dinheiro sujo, oriundo de transações ilegais que podem terminar desembarcando aqui sem que seus donos respondam por seus crimes. Esse promete ser o grande debate da semana.

LDO, a prioridade
O governo e Eduardo Cunha vão jogar juntos num tema essa semana: a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. É que esse projeto é o único que impede que a Casa entre oficialmente em recesso. E, sem o recesso oficial, não cessa a contagem dos prazos para Cunha. O governo por sua vez corre atrás do recesso de forma a tirar de cena seus problemas políticos. A CPMF deve ficar mesmo para 2016.

E o defeso…
O governo, conforme antecipou a coluna Brasília-DF, não pretende ficar parado diante da aprovação de um projeto do deputado Silas Câmara. A proposta derrubou a portaria que suspendeu o pagamento do seguro defeso para que se faça um novo recadastramento dos pescadores. Se o Senado não barrar o projeto, o governo irá ao Supremo, alegando que a proposta é inconstitucional.

E o Lula, hein?
Depois da entrevista do ex-presidente ao SBT, d. Marisa desistiu de triplex no Guarujá. Sinal de que esse negócio não era boa coisa…

Coincidências & palpites

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Coincidências & palpites

Em três meses de trabalho, a CPI dos Fundos de Pensão já tem algumas conclusões, a principal delas é o “aparelhamento” de pelo menos três das quatro instituições sob investigação: os presidentes do Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Postalis (Correios) são filiados ao PT. O da Previ (Banco do Brasil) é funcionário de carreira. Dos quatro, apenas a Previ não está deficitária.

Agora, prorrogada por 60 dias, a CPI passará à fase dois, apurar as suspeitas de tráfico de influência. Na lista, três estão presos, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado André Vargas. Houve quem citasse os ex-ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Edison Lobão, de Minas e Energia.

Tarde demais

Na terça-feira, o deputado Fausto Pinato recebeu um telefonema do presidente do PRB, Marcos Pereira, pedindo encarecidamente que não aceitasse a relatoria do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Pinato avisou que, se fosse escolhido não recusaria. A tendência é admitir o processo contra o peemedebista.

Ponto pro governo

O fato de Fausto Pinato não rezar pela cartilha nem de Eduardo Cunha nem do governo Dilma terminou por fazer dele relator do processo contra o presidente da Casa, como aliás, foi antecipado pela coluna. Isso significa que Cunha deve prolongar ainda mais o lusco-fusco em relação aos pedidos de impeachment e continuar jogando com os dois mundos, governo e oposição.

Resta um

Entre os partidos da base governista, as análises políticas do Planalto indicam que o mais “custoso” no momento é o PSD do ministro das Cidades, Gilberto Kassab. E o pior é que os palacianos ainda não conseguem definir o que fazer para agregar a bancada ao governo. Há quem diga que o partido age ora governo, ora oposição.

Deu água

A oposição começa a desistir de apostar na CPI do BNDES. É que ali o PT tem conseguido evitar todas as armadilhas postas pelos deputados tucanos e democratas. Daí, a decisão de centrar fogo na CPI dos Fundos de Pensão.

CURTIDAS

Depois de sentir na pele…/ Alguns petistas registraram: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, só tomou atitudes a respeito de manifestações na Casa depois de ser vítima da chuva de dólares com o rosto estampado. Há alguns meses, um manifestante atirou notas falsas de dólar com o rosto de Lula e de Dilma. Outros, pró-impeachment da presidente, circularam sem qualquer ação por parte da segurança. Agora, todos terão que passar por revistas, exceto deputados e senadores.

…Talvez mude/ A deputada Moema Gramacho (PT-BA) saiu com uma enorme mancha roxa no braço depois de um embate com os manifestantes do grupo pró-impeachment. Só não foi à Polícia Legislativa para exame de corpo delito por causa das votações da quarta-feira. A Casa não tomou qualquer atitude contra o manifestante que agrediu a deputada, quando ela e outros colegas tentaram tirar o painel pró-impeachment do Salão Verde.

Ele não perde a verve/ Depois de soltar um “bom dia, Mercadante” para todos os deputados que passam sem cumprimentá-lo, da mesma forma que fazia nos tempos de Senado, o deputado Heráclito Fortes ( foto ), do PSB-PI, destilava ironia a se referir ao relator do projeto de repatriação, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB): “O governo perdeu tempo em cogitar Manoel Júnior para ministro da Saúde. A votação dele é para ministro da Fazenda”, comentou.

Por falar em repatriação…/ Virou voz corrente no plenário que, se for para os detentores de dinheiro lá fora responderem por algum crime por causa da repatriação, não volta um centavo. O duro vai ser convencer o cidadão comum, que trabalha o dia todo e paga seus impostos, de que essa lei não quer dizer que o crime compensa.

Os trabalhos de Wagner

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Os trabalhos de Wagner
Em jantar na casa do senador Raimundo Lira (PMDB-PB), o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, deflagrou um movimento essa semana no sentido de buscar uma pauta capaz de tirar o país (leia-se o governo) do córner. O problema, entretanto, é que grande parte da plateia, onde constava inclusive o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), não crê que isso seja possível com a presidente Dilma Rousseff no comando.
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A sensação entre os políticos é a de que a presidente não terminará o mandato. O que se discute é quando a saída ocorrerá. O ministro, entretanto, não desistiu. Ontem, tinha mais um convescote com os senadores. É ali que o governo aposta suas fichas para sair do buraco. Semana que vem, o cenário será a casa do líder do PMDB, Eunício Oliveira.
Para um bom entendedor…
Jaques Wagner não citou o nome de Aloizio Mercadante, mas deixou no ar que o antecessor não tinha feito o dever de casa em relação à política. “Não estou aqui fazendo críticas ao meu antecessor, mas gostaria de manter uma relação mais próxima com os senhores”, afirmou o ministro.
 
E o tempo passa
A cinco semanas do fim do período legislativo, a decisão do presidente do Conselho de Ética de deixar para hoje a definição do relator do processo contra Eduardo Cunha queima mais uma semana sem que haja o início da análise do caso. Embora o prazo esteja correndo, o presidente vai ganhando tempo.
Cadê os outros?
Não são apenas Eduardo Cunha e seus aliados que reclamam da demora na análise dos demais políticos enroscados na Lava-Jato. Essa semana, um colega do procurador Rodrigo Janot não escondia sua inquietação com a demora: “Quanto mais demoram com os demais inquéritos, mais força dão ao discurso do Eduardo Cunha”.
Cadê, Teori?
Os mesmos amigos de Janot estão indóceis com a demora do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki que até agora sequer concluiu seu voto pelo recebimento ou rejeição as denúncias contra Cunha, o deputado Artur Lira (PP-AL) e os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Benedito Lira (PP-AL). As peças foram apresentadas em agosto e setembro ao Supremo Tribunal Federal.
“Hoje eu não encontro ninguém preocupado com os rumos do país que acredite que a Presidente Dilma tenha condição de liderar esse processo de recuperação. É um fato”
José Serra (PSDB-SP), senador
E ele?/  Durou pouco no Salão Verde da Câmara o painel dos oposicionistas em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. É que, lá pelas tantas, um gaiato comentou: “Vamos fazer um pela cassação do Eduardo Cunha”.
Flagrante/  O senador Álvaro Dias ( foto ), do PSDB-PR, almoçava no restaurante do Senado com a cúpula do PV, que está louca pela sua filiação. Na saída, deu de cara com uma mesa de tucanos, comandada pelos deputados Mara Gabrilli e Otávio Leite. Meio constrangido, cumprimentou os colegas de seu quase ex-partido e saiu de fininho com José Pena, o presidente do PV.
Novo bloco/  Vem aí um bloco parlamentar PR, PSD e Pros. Há quem diga que é mais um grupo interessado em obter cargos de segundo escalão do governo federal.
Estágio ou esmola?/  Ao defender a redução de 16 para 14 anos a idade em que o jovem pode prestar um estágio, o deputado Ricardo Barros parece ter confundido as estações. Disse que “nas empresas os meninos são tratados como filhos”. E ainda acrescentou que uma roupa que não usa mais é dada ao estagiário, assim como brinquedos. Eu, hein…

Petros na Pindaíba

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Petros na  pindaíba
Os participantes do fundo de pensão da Petrobras (Petros) podem preparar o bolso. O deficit do fundo em 2014 ficou em R$ 6 bilhões e este ano não será diferente. Atualmente, já passou de R$ 12 bilhões e pode fechar em R$ 16 bilhões. Com será o terceiro ano consecutivo com deficit, os especialistas consultados por integrantes da CPI dos Fundos de Pensão consideram que será necessário os participantes efetuarem contribuições extras para cobrir o rombo.
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Se serve de consolo, já chegou aos ouvidos dos integrantes da CPI que outros fundos terão o mesmo problema.
A corrida de Levy…
A presença do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ontem na Comissão Mista de Orçamento foi para tentar convencer os integrantes do colegiado a aprovarem de uma vez o projeto de lei do Congresso Nacional (PLN) nº 5, que altera as metas fiscais. Sem a revisão, ele ou a própria presidente da República, Dilma Rousseff, ficarão expostos a responder por crime de responsabilidade logo ali na frente.
…E de Rose
Quem também tem pressa em virar logo a página das pedaladas é a presidente da Comissão Mista de Orçamento, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES). Se a defesa do governo chegar ainda hoje, ela considera possível resolver isso ainda este ano. Aliás, nesse ponto ela e Levy concordam. O que der para liquidar em 2015, melhor.
 
E tem mais
Na presença de Levy, alguns deputados quiseram saber por que o governo em vez de enviar um novo projeto sobre as metas fiscais, aproveitou o parecer do deputado Hugo Leal. Há quem diga que, se não for bem acordado esse texto e a proposta terminar derrotada, restará o projeto original do governo, onde consta um superavit de R$ 8 bilhões que não vai ocorrer. Levy respondeu que o importante é aprovar o texto de Leal.
Nuvem passageira
Assim os deputados definiram a esfriada nos pedidos de impeachment que se sente no ar por esses dias. É que, dizem alguns, Jaques Wagner tem sido pra lá de amistoso com os parlamentares, mas tem feito promessas que não terá como cumprir. Vamos ver.
Apelidos…/  Os deputados ontem gastaram horas traçando o perfil dos três deputados sorteados, entre os quais um será escolhido para relatar o processo contra Eduardo Cunha. Vinícius Gurgel, do PR do Amapá, era chamado pelas excelências de “Menudo do Eduardo Cunha”.
 
…E perfis/  Outro sorteado, José Geraldo, do PT da Bahia, de amigo da Baía de todos os Santos, mas só reza pela cartilha do governo. Para completar, Fausto Pinato (PRB-SP), advogado, considerado o mais independente dos três. Há quem diga que, se for para não ajudar e nem atrapalhar, eis o relator.
Périplo/  Num seminário ontem no Tribunal de Contas da União (TCU), onde estava também o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner ( foto ), aproveitou para circular um pouquinho entre os ministros da Corte. Sabe como é, nada melhor do que a política da boa vizinhança.
Se não mudar…/  O governo teve razão em reunir toda a sua força política interna ontem para discutir estratégia. Do jeito que a coisa anda, a base aliada não aprova nem aqueles pedidos de inversão de pauta.

AS apostas políticas da semana

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APOSTA POLÍTICA DA SEMANA
Cunha, Lula, Palocci e Erenice
   Novembro traz de volta a pressão pelos vetos, previstos para apreciação dia 17, os movimentos do PMDB, na mesma semana, mas, até lá, outros temas estarão em pauta. Hoje, por exemplo, o Conselho de Ética começa a analisar o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com a definição do relator, prevista para hoje mediante sorteio. Ali, a oposição ao atual comandante da Casa fará o possível para mantê-lo sob fogo cruzado. Os oposicionistas do PSDB e do DEM, que têm feito uma defesa velada de Cunha, pretendem colocar o foco em outros personagens: É aí que entram Lula, Antônio Palocci, Erenice Guerra e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.
    A reportagem da revista Época sobre o relatório do Coaf e as movimentações de Lula Palocci, Erenice e Pimentel caíram como uma luva boas pretensões da oposição de manter Lula sob desgaste. O fato de o ex-presidente ter movimentado maus de R$ 50 milhões de 2011 para cá e Palocci ter faturado algo nesse valor são fatos suficientes para que a oposição parta para uma ofensiva, no sentido de levar Lula e Palocci a dar explicações em alguma das CPIs em curso ou mesmo em comissões permanentes das duas Casas.  Com Lula em evidência, Cunha tende a ficar na penumbra. Pelo menos, tentará.
     O que pode mudar esse cenário, entretanto, é a Lava Jato. Novidades devem surgir, depois de mais um lobista, Fernando Moura (atenção! Não confundir com Fernando Baiano) ter obtido a prisão domiciliar negociada a partir da delação premiada.
    E a Dilma, hein?
     Os holofotes sobre Lula tendem a deixar Dilma também meio desfocada essa semana. Entre seus aliados, há a certeza de que ela só será submetida a processo de impeachment se as ruas pressionarem, o que até agora não ocorreu. E, no caso de ruas cheias pró-impeachment, o PCdoB prometeu a Lula, em almoço na semana passada, que mobilizará todo o seu pessoal em defesa da presidente. Ou seja, o risco de conflagração será grande e nenhum dos dois lados deseja chegar a esse ponto.
     Quanto a Eduardo Cunha, há quem diga que ele só vai liberar o impeachment depois de ter a certeza dos votos em seu favor no Conselho de Ética. Ou seja, mais à frente. Hoje, os oposicionistas de Cunha consideram que ele tem apenas cinco votos fiéis no colegiado e, como a votação é aberta, fica difícil ele exigir que seus potenciais apoiadores corram o risco do desgaste para defendê-lo.
Em pauta, a repatriação
     Enquanto o jogo dos bastidores segue truncado, o plenário da Câmara analisa o projeto de repatriação de recursos depositados no exterior.  O governo tem interesse na proposta, mas o risco de “passar a mão na cabeça de bandidos” pôs um freio na votação semana passada e isso pode prosseguir na sessão de hoje.
Muito além da Lava Jato
    Esse foi o título da coluna Brasília-DF do último domingo. Se as investigações sobre compra de medidas provisórias ou artigos em MPs forem em frente, há quem diga que pode vir por aí um novo escândalo tão grande quanto foi o do Orçamento. Mais um para a coleção que assola o país, colocando mais personagens nesse enredo sem fim.

MUITO ALÉM DA LAVA-JATO

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Muito além da Lava-Jato
As suspeitas de distribuição de propina em troca de artigos ou benefícios em medidas provisórias deixaram muitos congressistas em pânico. Num universo em que grande parte das MPs mais importantes era relatada pelos líderes e por seus mais fiéis aliados, há quem vislumbre a perspectiva de uma nova CPI do Orçamento. Só que, desta vez, no lugar das chamadas subvenções sociais investigadas no início dos anos 1990, virão os benefícios tributários concedidos a vários setores ao longo dos últimos anos. Não por acaso, a cúpula da Câmara resiste em mexer nesse vespeiro, capaz de trazer ainda mais desgaste para o parlamento.
Em tempo: na época da CPI do Orçamento, os líderes viraram as cotas para o problema usando como escudo o impeachment de Fernando Collor. Sequer instalaram a CPI quando saíram as primeiras denúncias, em 1992. Agora, o clima está parecido. Tem tanta confusão que alguns acham que esse assunto é capaz de ficar para depois.

Vem mais

Com as investigações sobre possíveis negociações escusas envolvendo medidas provisórias, tem um grupo de parlamentares estudando formas de ampliar esse escopo e jogar na roda a MP dos Portos, aquela que provocou um bate-boca entre Eduardo Cunha e Anthony Garotinho no plenário da Casa. Garotinho chegou a se
referir à medida provisória como “MP dos porcos”.

Quem já foi rei…

Com desgaste ou sem desgaste, Lava-Jato, Zelotes e o que mais chegar, o PT pressionará o ex-presidente Lula para que ele seja candidato em 2018. As últimas avaliações feitas pela cúpula partidária indicam que, apesar dos pesares, o partido não tem ninguém que fale diretamente com o povo como faz o ex-presidente. Nas demais legendas, idem. Portanto, comentam muitos, nem tudo está perdido.

Perfil & perfumes

Na hipótese de Eduardo Cunha perder as condições de presidir a Casa, as apostas são de que o cargo não cairá nas mãos de ninguém que tenha cheiro de oposição.

A voz das ruas

Oposicionistas têm dito que o impeachment de Dilma Rousseff só ganhará fôlego para valer se, em  15 de novembro, a população comparecer em massa às ruas para pedir a saída da presidente. Caso contrário, nada feito.

CURTIDAS   

Há males que vêm para o bem/  O deputado Osmar Serraglio (foto), do PMDB-PR, respirava aliviado dia desses por ter ficado fora da CPI da Petrobras. A amigos, disse sentir “vergonha alheia” do resultado final da comissão. Dinheiro e tempo gasto para nada.

Quem conhece garante/  As diferenças entre Lula e Dilma Rousseff são apenas rusgas. Não devem ser vistas como briga, muito menos como algo do tipo “ódio de morte”.

Jaques & Berzô/  Os novos ministros palacianos, Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), promoveram mais diálogo com os congressistas, mas, em termos práticos, ou seja, votações, ainda não conseguiram destravar a base.

Continhas/  Os deputados têm revistado todas as notícias sobre a eleição do presidente da Câmara em janeiro. Concluíram que, se o processo contra Eduardo Cunha for a plenário, ele dificilmente escapará de um processo de cassação, como ele venceu com 267 votos, apenas 10 votos acima da maioria absoluta.

PT na cobrança

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PT na cobrança
Os petistas vão aproveitar a reunião de hoje para bater ainda mais na política econômica do governo, repetindo o que foi dito há cerca de um mês e meio em documento editado pela Fundação Perseu Abramo. Nas entrelinhas, ficará claro que o partido deseja a substituição de Joaquim Levy, embora o documento não vá pedir diretamente a demissão do ministro da Fazenda.

Para completar, há quem defenda ainda críticas contundentes à Polícia Federal e às investigações envolvendo Luiz Cláudio da Silva, filho do ex-presidente Lula. Essa questão, entretanto, não é consenso. Afinal, os próprios petistas repetem que ,num partido com 12 tendências, um instituto e a presidente Dilma, pouca coisa pode ser resolvida por consenso.

Todos em campanha
Abertamente ninguém fala, mas os aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) começam a se preparar para a sucessão dele. Que o digam os movimentos do deputado André Moura (PSC-SE). Desde que o “padrinho” Cunha foi atingido por denúncias de contas na Suíça, Moura passou a circular com mais desenvoltura entre os colegas no plenário. Falta, entretanto, combinar com o PMDB, que não abre mão da vaga.

Quem avisa amigo é
Integrantes do Ministério Público que leram com uma lupa o projeto a respeito da repatriação de recursos garantem que o texto não permitirá separar o dinheiro de origem ilícita daquele que tem origem legal, mas foi enviado apenas para efeito de sonegação de impostos.

O mordomo
Esses mesmos procuradores informavam ontem aos parlamentares que a parte ruim do texto foi obra do projeto original enviado pelo Poder Executivo e não do relator, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB).

Os excluídos

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo, vai tirar três deputados do sorteio para relatar o processo contra Eduardo Cunha no colegiado: saem Mauro Lopes (PMDB-MG), por ser do partido de Cunha; Washington Reis (PMDB-RJ), do partido e do estado; e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), adversário de Eduardo Cunha na disputa pela Presidência da Casa.

O articulador

Silenciosamente, o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (foto) trabalha em favor da presidente Dilma Rousseff e no sentido de montar um cinturão de deputados que discordam da permanência de Eduardo Cunha na Presidência da Casa.

Por falar em Cunha…
O presidente da Câmara não tem muito do que reclamar em termos de apoio na Casa. O jovem líder do PHS, Marcelo Aro (MG), só o chama de “papi”.

Adversários…
O grupo de Eduardo Cunha costuma se reunir sempre que pode, para jantar e trocar ideias sobre a conjuntura. Na última terça-feira, estão eles num restaurante de Brasília quando o deputado Sílvio Costa, de Pernambuco, vice-líder do governo, se aproximou. Não prestou.

…Mas nem tanto
Sílvio Costa abordou o relator do projeto de repatriação de ativos, Manoel Júnior (PMDB-PB): “Ô Manel? Você quer anistiar o Eduardo Cunha com o seu projeto da repatriação?” Manoel se levantou e explicou que, se forem recursos de origem ilícita, seu texto não anistia. “Leia o texto antes de falar bobagens; vou desmoralizar você no plenário”, reclamou o peemedebista. Os dois não chegaram às vias de fato. São amigos que adoram soltar a voz num boa roda de violão, quando as sessões da Casa terminam mais cedo.

“Não vejo fundamento para o impeachment da presidente Dilma Rousseff e nem haveria votos para aprovar a abertura de processo no plenário da Câmara. A base me parece recomposta, embora essa recomposição ainda precise avançar um pouco mais”


Do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, referindo-se aos pedidos que ainda tramitam na Casa

Lula em foco, governo em baixa

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Lula em foco, governo em baixa

Vencido o primeiro mês pós-reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff não conseguiu sequer colocar para andar a simples admissibilidade da proposta de emenda constitucional que prorroga a Desvinculação das Receitas da União para o ano que vem. Para completar, ontem, a maioria do PT trabalhava no sentido de defender o ex-presidente Lula e não o governo da presidente Dilma.

 

Cargos em alta
As contas de assessores palacianos indicam que o governo já distribuiu 900 cargos aos aliados desde o início deste ano. O resultado foi a aprovação de parte do ajuste fiscal. E só.

E ela não ai da roda…
Alberto Youssef voltou a dizer na CPI dos Fundos de Pensão que deu R$ 1 milhão em caixa dois para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann. Ela nega. Pelo visto, a nova CPI não abandonará os velhos temas.

Desaposentação m risco
A presidente Dilma se preparava ontem para vetar o recálculo da aposentadoria daqueles que voltarem a trabalhar, a chamada desaposentação, proposta do deputado Rubens Bueno
(PPS-PR).

Tic-tac-tic-tac
Pelo jeitão das bancadas, assim que as provas contra Eduardo Cunha desaguarem no Conselho de Ética, acabou. Ele pode se defender, mas começa a se formar entre os deputados de oposição a ideia de que, para promover o impeachment, o melhor seria um novo presidente isento. E tem gente certa de que, juntando os oposicionistas aos aliados que cansaram de ser governo sob a batuta de Dilma, eles conseguiriam uma maioria.

 

FRASE

A presidente da República foi quem colocou o impeachment em pauta, ao se referir a esse assunto. Deveria era cuidar de apresentar uma proposta para recuperar a economia. Enquanto não tivermos uma proposta, estaremos reféns deste falso dilema que estão querendo nos impor: impeachment de Dilma e de Eduardo Cunha”
Wellington Moreira Franco , presidente da Fundação
Ulysses Guimarães e ex-ministro de Dilma

 

Retrato do ocaso/  o ministro da Cultura, Juca Ferreira, almoçava sozinho ontem num restaurante vegetariano da Asa Norte. Em tempos de governo em viés de alta, ninguém vê ministro sozinho em Brasília.

Motivo/  Dilma só foi à festa de Lula para tentar desfazer o disse me disse de mal-estar entre eles. A amigos, Lula tem dito que o problema não é a presidente e sim a Polícia Federal, leia-se o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Por falar em festa…/  Da série, perde-se o amigo, mas não a piada. De passagem por Brasília, o secretário de Habitação do Paraná, Abelardo Lupion, saiu-se com esta ao comentar o aniversário de Lula: “Ele deveria comemorar em Curitiba. É lá que estão vários de seus amigos”.

Literatura/  A última pergunta feita a Alberto Youssef foi se ele sabia do livro que Meire Poza (foto), sua antiga funcionária, está escrevendo. Ele disse que “ouviu falar”.

Conselhos para Dilma

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Conselhos para Dilma
Num evento com empresários em São Paulo ontem, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, ouviu de Luiza Trajano (Magazine Luiza), Luís Carlos Trabucco (Bradesco), Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo que, se quiser sair do córner, a presidente Dilma Rousseff precisa escolher dois a três pontos da agenda capazes de recuperar a economia, e negociar olho no olho com o Congresso. A avaliação, feita especialmente por Delfim Netto, que já foi parlamentar, é a de que a capacidade de convencimento de Joaquim Levy se esgotou.
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Apesar da popularidade baixa, Delfim acredita que só mesmo a presidente pode agir para tentar reverter o quadro e ir à luta, seja para salvar o próprio governo de um fim abreviado, seja para dar curso aos projetos estratégicos para retomada da economia. Dilma já recebeu o recado. Se vai seguir a recomendação, são outros quinhentos.
Cardozo respira
Muito se especulou nos últimos dias sobre troca de comando no Ministério da Justiça. Mas, depois da Operação Zelotes e da busca e apreensão no escritório de Luiz Cláudio da Silva, filho do ex-presidente Lula, o ministro José Eduardo Cardozo ganhou fôlego. Se sair agora, pode soar punição por causa da operação envolvendo a família do ex-presidente.
Reforço no desgaste
A busca e apreensão no escritório do filho de Lula vai ser objeto de debate hoje no Congresso. A oposição se prepara para levar o assunto ao plenário e às CPIs em curso na Câmara. O que a Operação Zelotes tem a ver com as CPIs? Nada. Mas e quem disse que eles estão preocupados com isso?
Jogos em debate
Pela primeira vez, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, falou abertamente sobre a perspectiva de legalização dos jogos de azar. Para uma plateia de empresários, disse “dos 194 países que fazem parte da ONU, em 156 os jogos são legalizados. 75% dos que ainda proíbem os jogos são islâmicos”, afirmou. “Esse é um assunto deve ser colocado em discussão. O que não pode é o Brasil, do tamanho que tem, ter temas proibidos”.
Última chamada
Deputados do PT correram ontem ao Palácio do Planalto para uma reunião com Jaques Wagner e Ricardo Berzoini ( foto ). A ideia era discutir que pontos da Agenda Brasil puxar para votação nessa reta final de 2015 e assim tentar encerrar o ano com algum alento ao brasileiro, tão baixo-astral diante das dificuldades econômicas do país. O dia passou e não conseguiram fazer a reunião.
A boa nova de Renan/  O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai decretar hoje o fim dos “jabutis”, ou seja, o contrabando de assuntos diversos em medidas provisórias. A lá Roberto Carlos promete “Daqui para frente, tudo vai ser diferente…”
Potência militar/  Dilma tem se esmerado em criar fatos. Hoje, vai homenagear os 45 atletas militares brasileiros medalhistas nos VI Jogos Mundiais Militares na Coreia e que integram o programa de Alto Rendimento do Ministério da Defesa.
Pedaladas sob nova direção/  Quem fez as contas, tem certeza de que os prazos para que a Comissão Mista de Orçamento analise as pedaladas de 2014 termina em 31 de março do ano que vem. Até lá, a CMO terá novo presidente. Calcula-se que seja um deputado petista.
Moral da história/  Entre os congressistas, é voz corrente que o ano acabou e nada andou. Nem a Desvinculação das Receitas da União (DRU) nem o Orçamento de 2016. Já tem gente vendo esses projetos como pauta para o ano que vem.

Análise política da Semana: O melhor dos dois mundos

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O melhor de dois mundos

    Mais uma semana em que o governo entra nem suspense sobre as atitudes do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e os pedido de impeachment recebido na semana passada. Mas, se levarmos em conta a situação dele, a tendência é aguardar mais um pouco. Cunha chegou num ponto em que, como diz o ditado, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Para se manter na presidência, precisa contar com dois mundos: governo e oposição. Se ficar inclinado demais para um lado, perde o outro e, por tabela, o cargo.     Ao que tudo indica, não será está semana que ele dará sinal verde para tramitar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, tudo para não perder esse frágil equilíbrio que o sustenta.

O fator Lula   Outro ingrediente que reforça a sensação de que esta semana o impeachment não sai está diretamente relacionado aos movimentos de Lula.  As declarações de Lula na semana passada, dando a Cunha o benefício da dúvida, deixaram o presidente da Câmara com a sensação de que pode contar ainda um pouco com aliados do ex-presidente. Ocorre que Lula não está tão bem ao ponto de se apresentar como alguém acima de qualquer suspeita, capaz de mover mundos e fundos em favor de Cunha. Há quem suspeite que a intenção do ex-presidente seja fazer uma troca de apoios. Afinal, as duas CPIs em curso na Câmara pretendem desgastar a imagem do petista, a de fundos de pensão e a de BNDES. Cunha tem votos e aliados nesses dois colegiados.

CPIs esquentam   Governo e oposição agora perceberam o poder de fogo das CPIs dos Fundos de Pensão e do BNDES. Esta semana, por exemplo, a CPI dos Fundos de Pensão ouvirá Eike Batista. Se ele pedir para adiar o depoimento, a ordem do presidente da Comissão, Efraim Filho, será transformar em sessão administrativa para convocar o empresário José Carlos Bumlai, o amigo de Lula. Ou seja, mais um incêndio para o governo apagar.

E a economia, hein?   Na semana passada, mais uma vez o Tribunal de Contas da União abalrroou o governo ao negar o parcelamento das “pedaladas” de 2015. Essa decisão levou a equipe econômica a admitir um rombo de R$ 79 bilhões nas contas públicas. E, cá entre nós, leitor, como escrevi na coluna Brasília-DF há alguns dias, se o governo admite rombo de R$ 79 bilhões, a possibilidade desse rombo ser maior é oceãnica.

Enquanto isso, na pauta de votações    Para tentar obter algum dinheiro, entra em pauta essa semana o projeto que regulariza os depósitos de brasileiros no exterior e permite a repatriação, mediante o pagamento de imposto. Essa proposta, aprovada na Comissão, vai a plenário nesta terça-feira e representará um teste para o governo federal depois da reforma ministerial. Até aqui, a reforma não deu sinais de ter melhorado o humor da base governista na Casa. Os vetos, que a presidente Dilma queria tanto ver mantidos, não foram votados e só voltam à pauta em 17 de novembro.

As convenções do PMDB e os movimentos de Michel     Michel fez praticamente um périplo por convenções estaduais peemedebistas. Emblemática a presença em Minas Gerais, um dos estados que o PMDB tem o vice governador. Lá, Michel  disse que o PMDB representa o equilíbrio. Para bons entendedores, ele está pronto para assumir, se for chamado. Não por acaso, Lula se reuniu com o MST em Água Branca, São Paulo. Estão todos se armando e buscando forças para as batalhas de conquista do poder. Vejamos os próximos lances.

Boa semana a todos!