Randolfe, os bancos e a segurança privada

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Causou estranheza a defesa enfática que o Senador Randolfe Rodrigues (PSol-RR) fez aos bancos na Comissão que discute o novo Estatuto de Segurança Privada. A lei em discussão no Senado limita a atuação dos bancos em transportes de valores. Eles poderão transportar seus próprios valores, mas não poderão oferecer o serviço ao mercado. A regulamentação busca proteger a concorrência leal no setor ao impedir que os maiores clientes, os bancos, tenham poder abusivo sobre o preço praticado pelas empresas, usando inclusive a TB forte, da TecBan, a qual tem entre os acionistas os maiores bancos nacionais (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa) e grandes bancos internacionais (Santander e Citi). A TB forte é hoje responsável pelo transporte de valores do Banco24H. Quem atua na área de segurança privada prefere que fique assim. Cada um no seu quadrado. Esse é um dos pontos nevrálgicos do estatuto que irá a votos em breve no Senado.

Resposta da TecBan

“Gostaríamos de informar que a TBForte, empresa de transporte de valor da TecBan, foi criada há 10 anos, possui hoje 5% de market share e emprega mais de 2.000 funcionários diretos. Mesmo tendo os bancos públicos e privados como acionistas, a TBForte atende atualmente apenas 3,17% das agências bancárias brasileiras e ressalta que não apoia a divisão de mercado ou protecionismo.

A TecBan também esclarece que a TBForte atua de forma ética, respeitando a legislação vigente e as regras de concorrência e de mercado estabelecidas. Acreditamos na livre participação de empresas nos diversos setores e a concorrência é um dos propulsores da eficiência do mercado, do desenvolvimento nacional e da redução de preços para população, beneficiando assim toda a sociedade. TecBan – Tecnologia

TecBan – Tecnologia Bancária S.A”

João Alberto apostará no arquvamento

Publicado em coluna Brasília-DF

Depois da devolução do exercício do mandato ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), pretende arquivar a nova denúncia contra o senador tucano no colegiado. “Estou esperando o plenário. Se ele preservar o mandato, não temos porque julgá-lo no conselho”, disse João Alberto à coluna antes de conhecido o resultado de 44 votos a favor de Aécio.

A intenção de João Alberto pelo arquivamento está diretamente ligada à proximidade da eleição. Ali, às vésperas do ano eleitoral, a ordem entre os parlamentares é deixar que os eleitores de Minas Gerais definam o que fazer em relação ao senador. Assim será com qualquer outro que seja levado ao Conselho de Ética.

Ficamos assim
Nos votos em favor de Aécio Neves prevaleceu a tese de que o Supremo Tribunal Federal (STF) não pode afastar um senador sem que ele sequer seja réu num processo. Como há mais de 150 parlamentares na mesma situação, entre senadores e deputados, a tendência daqui para frente é não aceitar medidas cautelares contra parlamentares. O caso de Aécio apenas puxou a fila.

Depois de Aécio…
A expectativa do governo com a devolução do mandato ao senador mAécio Neves (PSDB-MG) é reforçar o time para as votações sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer. Tanto hoje, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, quanto na semana que vem, no plenário da Casa. A expectativa dos governistas gira em torno de 42 votos hoje na CCJ, a favor do relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG).

O pulo do PSB
Os 12 deputados socialistas que assinam a carta pedindo a desfiliação do PSB só vão se considerar fora do partido se o presidente, Carlos Siqueira, entregar ainda hoje o aceite de todos eles. Ou seja, pode ser que dê tempo de dois dos votos favoráveis a Michel Temer registrarem o apoio hoje na CCJ.

‘’A vontade de prender Marcelo Miller é tão legítima quanto uma nota de três reais”
Do procurador Ângelo Goulart, referindo-se às ações de Rodrigo Janot contra o procurador que deixou o Ministério Público para trabalhar num escritório que atendia a JBS.

E o Uber, hein?
Os parlamentares vão ter de escolher entre os votos dos taxistas e os dos 17 milhões de usuários ativos só do Uber, um dos aplicativos da “carona” que deu o tom da economia colaborativa no Brasil, uma tendência mundial.

A carta ganhou/ Assim como Michel Temer, Aécio também mandou uma carta aos parlamentares. Funcionou.
( Luis Nova/Esp. CB/D.A Press)

Por falar em Aécio…/ Quando o senador Antonio Anastasia foi se inscrever para falar a favor de Aécio Neves, as cinco vagas já estavam preenchidas. Tasso Jereissati (foto), que preside o partido, não teve dúvidas: “Eu cedo a minha”. “Não, pode deixar”, respondeu Anastasia. Acabou que com a demora da abertura do painel de votação, tanto Anastasia quanto Tasso falaram em defesa do colega tucano.

Point/ O prefeito de São Paulo, João Doria, estava na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária, uma casa em frente à de Heráclito Fortes, que recebia o presidente Michel Temer. A poucos quilômetros dali, no mesmo bairro, no Lago Sul, Aécio liderava as articulações para retomar seu mandato.

Baianos & goiana/ Os três votos da Bahia contra Aécio Neves já eram esperados. O que surpreendeu os tucanos foi o voto da senadora Lúcia Vânia (GO), hoje no PSB. Ela foi tucana por 20 anos, porém, ontem ficou com seu novo partido.

MP versus MP

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“A vontade de prender Marcelo Miller era tão legítima quanto uma nota de R$ 3”. A frase foi dita hoje na CPI da JBS pelo procurador Ãngelo Goulart Villela, que ficou 77 dias preso preventivamente sob a acusação de levar R$ 50 mil para ajudar a JBS junto ao Ministério Público. “Se tinha alguém infiltrado para ajudar a JBS, esse alguém não era eu”, disse ele, sem citar o nome de Marcelo Miller, o procurador que deixou o Ministério Público para trabalhar num escritório que atendia a JBS. Villela acusou Janot de agir com o “fígado” em relação a ele, por causa da aproximação com a procuradora Raquel Dodge.”Janot agiu com fígado em relação a mim, porque se sentiu traído. Porque eu estaria me bandeando para o lado da arquirrival dele”, disse Villela, referindo-se à então candidata ao comando do MPF.

Os parlamentares ligados ao presidente Michel Temer saíram convencidos de que houve uma “conspiração politica” para “pegar” o presidente Michel Temer, embora Villela tenha deixado claro que não acredita em provas forjadas para incriminar o presidente da República. O procurador chegou a chorar mais para o final de seu depoimento, quando mencionou a “dor” de passar 77 dias preso e ver vizinhos e amigos que frequentavam a sua casa, simplesmente, não lhe darem sequer o benefício da dúvida. Ele colocou ainda em dúvida a forma como os procuradores tratam da delação premiada “Eu não tinha nada para delatar e não ia inventar nada para sair da prisão”, disse ele.

Villela reclamou ainda do chamado “recall”, ou seja, quando um delator fala de A, B e C e, mais à frente, as investigações encontram algo referente a um personagem D e ha uma nova chamada para que o delator fale sobre essa outra pessoa. “Nesse caso, o certo seria simplesmente anular a delação”, disse Villela.

O depoimento reforçou a visão de alguns parlamentares da CPI, de que é preciso pôs um freio nas delações que ocorrem depois que o sujeito é submetido à prisão preventiva. A ideia dos políticos é dizer que preso não pode delatar. A proposta, entretanto, é vista como algo do tipo “segura Geddel”, o ex-ministro que está preso e que teve R$ 51 milhões encontrados no apartamento em Salvador. Se um projeto desse tipo virar lei, o ex-ministro estará fadado a ficar na cadeia e a turma do Planalto, hoje preocupada com uma possível delação de Geddel, terá sonos mais tranquilos.

A semana da verdade

Publicado em Análise da semana

Passado o feriadão, os atores voltam ao campo para uma semana que promete dar uma clareada no conturbado quadro político. A largada desses dias tensos será hoje à noite, quando o PSB reúne quem manda no partido para decidir o destino dos dois deputados que votaram a favor de Michel Temer, quando da primeira denúncia, Danilo Forte e Fábio Garcia. Também estarão sob ameaça de expulsão a líder, Tereza Cristina, e o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho. A ideia dos socialistas é se afastar de vez do governo. Se conseguirem, ficarão menores, uma vez que muitos parlamentares ameaçam sair. Uns porque não querem a influência do presidente do partido nas decisões da bancada. Outros, porque já estavam mesmo arrumando as malas e vão aproveitar a onda.

O quadro de divisão do PSB se repete em outros partidos que têm decisões importantes a tomar em breve. Na terça-feira, a situação do PSDB, por exemplo, deverá ficar um pouco mais clara, com a votação do caso Aécio Neves no plenário da Câmara. A votação, nos conta o presidente em exercício do Senado, Cássio Cunha Lima, será aberta. Ninguém se mostra disposto a passar por um desgaste em defesa do voto secreto. E o PSDB não planeja insistir, até porque no caso do senador Delcídio Amaral, o próprio Cássio pregou o voto aberto. Agora, não fará diferente.

Passada a linhagem dos tucanos, teremos, na quarta-feira, 18, a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Daí, a carta que o presidente enviou hoje a todos os parlamentares, no sentido de pôr um freio nos efeitos da delação do doleiro Lúcio Funaro sobre o voto dos deputados, em especial, quando o assunto chegar no plenário da Câmara, a partir da semana que vem. Temer, além de dizer que é vítima de uma conspiração para tirá-lo do poder, elenca os resultados de seu governo na economia em comparação com os da ex-presidente Dilma Rousseff. Uma forma de dizer aos parlamentares que mudar de presidente agora não seria vantajoso para o Brasil. (leia íntegra abaixo).

A carta é um sinal de que o Planalto está preocupado e resolveu reagir. O presidente dá claros sinais de que não ficará apático, vendo a perspectiva de redução dos votos favoráveis no plenário. Vai trabalhar para que tenha, no mínimo, os mesmos 263 registrados na primeira votação. É por aí que vai girar o bastidor da política até o dia da votação no plenário da Câmara, prevista para 24 de outubro.

Para completar, teremos ainda a cidade lotada de prefeitos, atrás da última semana de prazo para apresentação das emendas ao Orçamento do ano eleitoral, 2018.

A temperatura, no clima e na politica, não dá sinais de viés de baixa.

A Carta de Michel Temer aos parlamentares:

Carta PR Michel Temer (1)

Não conte com eles

Publicado em coluna Brasília-DF

O PT não pretende votar a favor do retorno do senador Aécio Neves ao exercício do mandato. Depois de acompanharem com uma lupa a decisão do Supremo Tribunal Federal, que colocou as medidas cautelares para análise no Congresso Nacional, os petistas querem tirar a questão institucional de cena e analisar o mérito do processo contra o senador do PSDB. Algo parecido com o que fez o ministro Luís Roberto Barroso, um voto que gerou inclusive uma nota da defesa de Aécio. É o PT colocando de volta à cena a tentativa de desgastar ainda mais um dos partidos adversários no caminho de 2018.

Nessa brecha de enfrentamento com o PSDB, o PT planeja ainda cobrar a abertura de processo contra Aécio no Conselho de Ética do Senado. A reação da base será imediata. A julgar pelo que os políticos estão comentando nos bastidores, a confusão está só no começo. Vem aí uma guerra de pedidos no Conselho.

Conte com eles
As contas da base do governo indicam que Aécio Neves pode prescindir do PT para recuperar o direito de exercer o mandato. A base aliada, se continuar unida, terá condições de salvar Aécio no Senado da mesma forma que segurará Michel Temer na Câmara. Aliás, Aécio e seus aliados aproveitam esses dias de feriadão para expor aos demais senadores que foi uma “injustiça” tirar o mandato de um senador por medida cautelar e só agora, 16 dias depois, decidir que tem que passar pelo Senado. A esperança do grupo é a de que o senador possa exercer o mandato, até para se defender no Conselho de Ética.

Mistério
Os parlamentares que tomaram o depoimento do advogado Willer Thomaz essa semana na CPI da JBS ficaram estarrecidos. O advogado ficou preso 78 dias e não foi ouvido pelas autoridades todo esse período. A suspeita é a de que não foi ouvido para não expor o Ministério Público.

Calcanhar de Lula
Os petistas que ainda têm esperanças de ver Lula na corrida presidencial do ano que vem começaram a coletar de dados para tentar responder por que o PT, em 13 anos de poder, não resolveu determinados problemas do país. A lista é encabeçada pela corrupção.

Êxodo
Socialistas calculam que algo em torno de 15 dos 36 deputados do PSB planejam deixar o partido, caso haja a expulsão da líder, Tereza Cristina. É o grupo que, junto com a líder, chegou ao PSB atendendo a um convite de Eduardo Campos, num projeto alternativo à polarização PT-PSDB. Desde a morte de Eduardo, o grupo vem perdendo espaço entre os socialistas.

CURTIDAS

Os trabalhos de Arruda/ Empenhado em fazer da mulher, Flávia (foto), deputada federal, o ex-senador e ex-governador José Roberto Arruda (PTB) tem conversado com vários pré-candidatos a governador do Distrito Federal. O último representante do PTB do DF no Parlamento foi o senador Gim Argello, hoje “inquilino” do sistema carcerário em Curitiba.

Climão entre torcidas/ Aliados de João Dória disseram que as vaias no santuário de Nsa Sra Aparecida ontem mostram que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não está com essa bola toda. Os de Geraldo, entretanto, respondem que Dória só não foi alvo das vaias, porque, “como sempre, estava viajando”.

Assédio eleitoral/ Acostumada a frequentar supermercados e feiras em Brasília, a senadora Ana Amélia Lemos (PP_RS) tem sido abordada por cidadãos pedindo que ela se candidate a presidente da República., Ana Amélia sorri e avisa: “Sou candidata à reeleição para o Senado no Rio de Grande do Sul”.

Faz sentido/ Aliados do presidente Michel Temer se apressaram nos últimos dias em desmentir que ele tenha qualquer problema de saúde grave: “Se fosse algo grave, doutor Kalil não deixaria o Michel sair do hospital”, disse o deputado Beto Mansur.

Primeiro, acalmar a “onça”

Publicado em coluna Brasília-DF

O presidente Michel Temer vai dar um tempo na edição de medidas provisórias, inclusive a que se refere ao aumento do PIS/Cofins, em estudo pela área econômica do governo. Tudo para não melindrar ainda mais o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que esta semana reclamou do fato de o governo ter esvaziado o plenário da Casa, justamente no momento em que estava em pauta o acordo de leniência dos bancos.

Quanto ao aumento de imposto, a decisão do presidente vem em boa hora. Afinal, o presidente da Câmara, além de irritado com as idas e vindas do governo em relação às medidas provisórias de um modo geral, integra o partido que mais combateu o aumento de impostos nos governos petistas. Há quem diga que Maia não admitiria uma medida provisória sobre esse tema.

Não colou

Senadores passaram a tarde ligados na TV Justiça, torcendo para que os ministros do Senado colocassem as medidas cautelares como algo a ser resolvido pelo “Senado” e não pelo “plenário”. Assim, eles teriam condições de tentar deixar a Mesa Diretora decidir numa canetada.

Vaca no brejo

Todo o esforço do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em tentar aprovar a medida provisória 784, que trata de acordos de leniência de bancos, era para evitar que grandes instituições financeiras fossem atingidas pela delação do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Agora vai ficar difícil.

Guerra socialista I

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e o vice-governador de São Paulo, Márcio França, foram surpreendidos com a decisão do presidente do PSB, Carlos Siqueira, de convocar uma reunião de cúpula para segunda-feira, 16 de outubro, apenas para expulsar a líder da bancada, Teresa Cristina, e os deputados Danilo Forte e Fábio Garcia. Todos votaram a favor de Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quando da primeira denúncia.

Guerra socialista II

A intenção de Siqueira é colocar na CCJ deputados favoráveis ao afastamento do presidente Michel Temer. Teresa resiste a trocar os dois deputados. Por isso, Siqueira quer expulsar todos sumariamente, antes mesmo da reunião do partido que tratará do assunto, na terça-feira. Rollemberg e Márcio França entraram no circuito para tentar evitar o confronto na segunda-feira.

Guerra socialista III

No caso de Danilo Forte, Siqueira vai ter que aguardar, porque o caso dele está sob análise da Justiça, uma vez que há uma liminar suspendendo qualquer decisão partidária contra o deputado até que o pleno analise a intervenção no diretório do PSB no Ceará.

CB.Poder/ Em entrevista ao programa CB.Poder, na TV Brasília, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que a reforma política foi positiva, porém, sobrou muita coisa para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive a distribuição dos recursos do fundo partidário dentro de cada
partido. Veja a íntegra em www.correiobraziliense.com.br

Cofres vazios/ Parlamentares estiveram esta semana com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, para sentir como está o clima para as emendas de 2018. Ouviram que o governo precisa urgentemente de mais recursos e cobranças sobre a reforma da Previdência.

Fulanizar para quê?/ O voto do ministro Luiz Roberto Barroso (foto) foi o que mais irritou os aliados do senador Aécio Neves. Afinal, a ação direta de inconstitucionalidade em julgamento ontem não era sobre o senador, e sim a tese de uso de medida cautelar para afastar parlamentar do mandato.

12 de outubro/ Que Nossa Senhora Aparecida proteja nossas crianças. Bom feriado a todos!

Jurisprudência política

Publicado em coluna Brasília-DF

Desconfiados de que o Supremo Tribunal Federal jogará hoje no colo do Senado a decisão final sobre o destino de Aécio Neves, senadores começam a se mobilizar no sentido de pedir ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que resolva o caso no âmbito da Mesa Diretora. Esse recurso foi utilizado no ano passado, quando o ministro Marco Aurélio Mello determinou que Renan Calheiros fosse afastado da Presidência da Casa. A Mesa Diretora descumpriu a liminar do ministro Marco Aurélio e Renan continuou no comando do Senado.
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A ideia dos senadores que defendem essa saída é tratar o caso de forma institucional, dando à Mesa Diretora o protagonismo de dizer aos ministros do STF que qualquer medida cautelar contra senador será tratada da mesma forma. Assim, em vez de votar o caso Aécio no plenário, expondo todos, a Mesa, eleita pelos senadores, restauraria a separação entre os Poderes, sem “fulanizar” e ainda evitaria que qualquer outro senador passasse pelo mesmo constrangimento. Integrantes da Mesa Diretora ainda não disse se aceitará o papel. Preferem esperar o que vem do STF hoje à tarde.

Na geladeira
Se depender dos partidos do chamado Centrão, o gabinete do ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, ficará às moscas. Essa turma agora trata das emendas ao Orçamento diretamente com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Com Jucá no estaleiro, a agenda de Dyogo está tão cheia quanto a de Michel Temer.

Maia versus Temer
Pronto. Era o que faltava. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), praticamente acusou o presidente Michel Temer de priorizar a leitura do parecer em defesa do seu mandato e, com isso, comprometer a votação de uma Medida Provisória defendida pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

“Sérgio Machado tem que ir para a cadeia, igualzinho os irmãos Batista”
Do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que também se viu enroscado nas denúncias do ex-presidente da Transpetro, a maioria não comprovada pelas investigações

Deixa quieto
Em reunião ontem, o Democratas decidiu congelar a proposta para mudança de nome. “Primeiro, temos que resolver o quadro dos estados, construir um programa. Essa troca de nome não é prioridade”,comenta o líder José
Agripino (RN).

Apostas/ Os parlamentares começaram a fazer um bolão sobre o que o STF decidirá em relação a Aécio Neves. Desistiram, porque todos apostam em 6 a 5 em favor de o Senado dar a última palavra sobre afastamento e recolhimento noturno de senadores.

Me erra…/ O deputado Paulo Maluf (PP-SP) nem piscou quando um repórter foi lhe perguntar o que ele achava da decisão da primeira turma do STF, que mantiveram a condenação por lavagem de dinheiro. Olhou fixo para a frente e seguiu, fingindo que não era com ele.

Por falar em condenação…/ José Dirceu (foto) disse numa festa dia desses em Brasília que está pronto para voltar à cadeia. Porém, acha que ainda consegue um tempo bom de liberdade para curtir a filha mais nova.

E o Lula, hein?/ No Congresso não há mais dúvidas: Se ex-presidente não conseguir comprovar a autenticidade dos recibos de aluguel do apartamento vizinho ao seu, em São Bernardo do Campo (SP), vai ser difícil escapar dessa. Há quem esteja se referindo às cópias apresentadas pela defesa de Lula ao juiz Sérgio Moro como uma nova operação aloprada.

Maia versus Temer versus Economia

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Pronto. Era o que faltava. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, acaba de jogar no colo do governo as dificuldades de votar a MP 784, que trata do acordo de leniência dos bancos, considerada prioridade pelo Banco Central. “Foi o governo que obstruiu e não atendeu o presidente do Banco Central”, disse Rodrigo.

A obstrução, anunciada pelo blog no twitter no início da tarde, foi para garantir a leitura do relatório da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O regimento impede que as comissões se reúnam no momento da Ordem do Dia. Entre a votação da MP e a leitura, o Planalto ficou com a leitura do relatório, sacrificando a MP defendida pelo Banco Central. Agora, Maia diz que não haverá prazo para votar a MP, que vence em 19 de outubro.

A decisão e a fala do presidente da Câmara expõem mais um afastamento entre Maia e o Planalto. Desta vez, com um agravante: Maia coloca o presidente e seus escudeiros no Parlamento como quem evita a aprovação de medidas defendidas pela equipe econômica, no caso, o Banco Central. É a primeira vez que alguém relaciona a denúncia contra o presidente como algo que atrapalha a economia. O que Maia quer com isso? Dizem alguns, viabilizar seu nome para substituir Michel, caso o presidente derreta.

O que levou muitos a acreditarem que Maia age nesse sentido foi o fato de as declarações surgirem justamente depois da apresentação do relatório favorável ao presidente Michel Temer na CCJ. Esse mal-estar entre Maia e Temer, tendo como pano de fundo algo relacionado à economia, era tudo o que Temer não precisava nesse momento. Mas, como diz um deputado, “todas as vezes em que há dinheiro na roda, a base se estranha”. Fiquemos atentos aos próximos lances dessa rodada.

A Salvação dos ministros

Publicado em coluna Brasília-DF

Ao centrar seu parecer na acusação de formação de organização criminosa, o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), tenta tirar de cena qualquer movimento da oposição para tentar separar os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco da votação que envolve Michel Temer. Essa, aliás, será a preliminar a ser apresentada por deputados que defendem o afastamento de Temer.
Além disso, nos bastidores, há quem diga que, se houvesse a separação, seria muito trabalhoso preservar Moreira Franco. Ele, que já escapou por pouco há duas semanas, quando da votação da Medida Provisória que lhe garantiu status de ministro, estaria de novo sob fogo cruzado.

Lula e os militares
Ciente da insatisfação de setores da caserna, o ex-presidente citou ontem no discurso em seminário pela educação em Brasília que seu governo foi o primeiro a pagar um salário aos recrutas. Mencionou ainda os investimentos nas Forças Armadas. Para bons entendedores, o recado dado foi o seguinte: “Se eu voltar, vocês não serão esquecidos”,

Mercado futuro
Lula fez questão também de citar várias vezes o ex-ministro Fernando Haddad como aquele que levou campus universitários a várias cidades. Muitos petistas que estavam por lá saíram certos de que Haddad é mesmo o plano B, na hipótese de o ex-presidente não concorrer. Ainda que o ex-ministro da educação não ganhe, será o PT lançando um nome para o pós-2018. Se for chapa pura, com Lula na cabeça de chapa, Haddad será o vice.

Arrume outro
Se tem algo que o prefeito de São Paulo, João Doria, não poderá fazer é culpar o governador Geraldo Alckmin se houver fracasso em sua gestão. Isso porque, se tem uma coisa que Alckmin tem feito é liberar recursos para a cidade. Só ontem o governador autorizou R$ 14 milhões para a Fundo de Assistência Social, R$ 32,8 milhões para o programa Recomeço, ambos para atendimento de moradores de rua e dependentes químicos. Os valores não chegam a um Geddel, mas já é alguma coisa.

Por falar em valores…
Desde que a Polícia Federal desbaratou a caixa-forte do ex-ministro e ex-deputado em Salvador, os R$ 51 milhões viraram unidade de referência para os prefeitos que passaram por Brasília atrás de emendas ao orçamento do ano eleitoral. Todos querem agora de 1 Geddel para cima.

Uma juíza nas alturas I/ Denise Frossard, a juíza que enfrentou o crime organizado no Rio de Janeiro no início dos anos 1990, passou seu aniversário de 67 anos, em 6 de outubro, se preparando para escalar o… Everest!

Uma juíza nas alturas II/ Ela está em Katmandu, Bagmati Zone, Nepal. Cada um pode levar 15kg. “Na Duffel Bag vai o que os Iaques e Sherpas carregam, indo à frente. Nós carregamos as nossas mochilas de montanhistas com o material estritamente necessário para o dia de trilha (inclusive ração). O montanhista tem que ser minimalista, superorganizado, saber dobrar roupas no estilo montanhista (depois eu ensino) e tudo tem que ser do melhor material e impermeável! Não há nada para repor lá em cima! A bota 3 camadas, cada pé com o peso de 2 kg”, contou ela aos amigos de Facebook.

Quem perdeu foi a política/ Em 2006, ela disputou o segundo turno das eleições contra Sérgio Cabral Filho e perdeu. Tem carioca dizendo, ah, se arrependimento matasse… É pois, é.

Enquanto isso, no foyer do TSE… / O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, abre hoje, 18h, exposição Hans Kelsen, que apresenta ao público brasileiro um apanhado da vida e obra do jurista e filósofo austríaco. A mais famosa é a Teoria Pura do Direito, um marco da ciência jurídica. Com o apoio da Embaixada da Áustria, o assessor da escola Judiciária Eleitoral do TSE, Adisson Leal, traduziu todos os textos. Ali, os visitantes poderão entender um pouco mais sobre a influência de Kelsen no contexto jurídico brasileiro.

Os recados de Jefferson para Dória

Publicado em coluna Brasília-DF

Com a experiência de quem conheceu a ribalta e as coxias de uma carreira política, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, mete a colher na cumbuca do PSDB e manda um recado ao prefeito de São Paulo, João Dória: “Se sair do PSDB e abandonar Geraldo Alckmin, ficará com fama de desleal e ingrato. Ficará difícil até mesmo conseguir estrutura para replicar a campanha nos estados e municípios. Afinal, se traiu até o próprio padrinho, o que não fará comigo, que nem afilhado sou? Vade retro!”, diz Jefferson, que, desde já se mostra disposto a ajudar o governador paulista a chegar ao Planalto no ano que vem.

A preços de hoje, com o Brasil ainda saindo da crise econômica,Jefferson considera que o país não pode sair da eleição de 2018 com a vitória de um candidato dos extremos do espectro político, seja à direita, seja à esquerda. Porém, se o centro se dividir muito, com uma candidatura de Geraldo Alckmin, outra de João Dória e de quem mais chegar, há o sério risco de sobrarem as extremidades num segundo turno. O trabalho a que os tucanos deveriam se dedicar é evitar esse perigo, em vez de ficar brigando por coisas menores. Os próximos meses dirão se essa construção é possível.

Trabalho prévio
O grupo de aliados ao senador Aécio Neves começou a contar os votos para a hipótese de o Supremo Tribunal Federal jogar no colo do Senado a decisão
sobre o recolhimento noturno e afastamento do mandato no colo dos senadores. Por enquanto, há número suficiente para devolver as prerrogativas ao senador.

Outra aflição
O receio dos tucanos, entretanto, é o Conselho de Ética. Há uma sensação geral de que não será possível um novo arquivamento. Afinal, se o Senado quiser a prerrogativa de decidir sobre a vida das excelências, terá que julgar o senador no Conselho. Passado o estresse com o STF, é que o PSDB pensará em como lidar com isso.

Lula em Brasília
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa amanhã do encerramento do ato em defesa das universidades públicas, no Centro Internacional de Convenções, no setor de clubes próximo à ponte JK. Estará acompanhado de dois dos ex-ministros da Educação Fernando Haddad e Aloizio Mercadante. A ordem no PT é conquistar os jovens para replicar a campanha de 2018.

O “cara”
O PMDB do Rio não desistiu de ter Eduardo Paes como candidato a governador no ano que vem. Ele é visto como o único que sobrevirá ao vendaval que arrasou o partido no estado.

Agora, vai?
O presidente da Associação Nacional dos Fiscais da Previdência, Floriano Sá Neto, vai dedicar esses próximos seis meses à montagem de uma proposta completa de reforma tributária. A ideia é ter um projeto pronto em março, para apresentar aos pré-candidatos a presidente da República. O texto será feito em conjunto por especialistas convidados pela Anfip e ainda representantes dos estados. “Reforma sem diálogo entre União e estados não é possível, porque um sempre vai fazer uma reforma em benefício próprio. Por isso, vamos fazer uma em conjunto”, diz ele. Oxalá, os ilumine!

CURTIDAS

Notícias do cárcere/ Uma das dificuldades para Geddel Vieira Lima e outros presos acostumados a mandar e desmandar na seara política é andar de mãos para trás e cabeça baixa fora das celas. Aquela turma ali nunca foi de abaixar a cabeça para ninguém.

Custo & benefício/ O video da Anfip contra a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo, aquele de três minutos que viralizou nas redes, custou R$ 5 mil.

Economia em debate/ Os ministros Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e Paulo de Tarso Sanseverino, do Superior Tribunal de Justiça, vão a Nova York na semana que vem. São palestrantes
convidados para falar sobre economia e Direito num evento de 11 a 13 de outubro na Universidade de Colúmbia, ao lado de outros brasileiros, como o advogado Marcus Vinicius Coêlho, ex-presidente da OAB, e o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni.

Prioridade/ O ministro Toffoli só viaja depois do julgamento da quarta-feira, quando o STF decidirá se as medidas cautelares adotadas contra parlamentares precisam do aval do Senado Federal.