Autor: Denise Rothenburg
A escolha da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) para candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin representa uma faca de dois gumes. Em um deles, o candidato aponta para o partido, uma vez que a senadora é considerada um dos melhores quadros do PP e, até por não ser “unha e carne” com Ciro Nogueira, enrolado na Lava-Jato, mostra que Alckmin não pretende compactuar com malfeitos.
Ciro Nogueira, por sua vez, fica mais confortável com essa construção e, como não é ligado a Ana Amélia Lemos, pode largar a candidata à própria sorte, se, na segunda metade de setembro, sentir que Alckmin não terá qualquer chance de passar ao segundo turno. É o PP no modo MDB de decidir as coisas.
A Mega-Sena petista I
O PT aposta que consegue manter Lula candidato, pelo menos até o fim da campanha presidencial em primeiro turno. E tudo graças aos recursos judiciais que apresentará em caso de não homologação da candidatura. Os cálculos de prazos feitos pelo partido, contando embargos, envio ao Ministério Público e tudo o mais, chegam muito próximo à data da eleição. Falta, obviamente, combinar com os ministros do Supremo Tribunal Federal.
A Mega-Sena petista II
A torcida é para que, no Supremo, o recurso em prol da candidatura caia nas mãos de um ministro mais alinhado a Lula. Se conseguir algum bem bonzinho, será melhor que Mega-Sena acumulada. Difícil de ganhar, mas não impossível.
Ciro aposta na rebelião
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, aposta na falência do pouso forçado do PSB ao lado do PT. Em Minas Gerais, Márcio Lacerda promete manter a candidatura e o PSB terá que intervir para demovê-lo. Em Pernambuco, Marília Arraes reuniu mais de 200 delegados. Ou seja, vai dar trabalho.
A voz da experiência
O presidente do PDT, Carlos Lupi, que entende como ninguém o funcionamento da burocracia partidária, vê que a intervenção para retirar candidato próprio é mais difícil.
Manda quem pode…/ …obedece quem tem juízo. O candidato do DEM ao governo do Distrito Federal, Alberto Fraga, tem um motivo a mais para apoiar Geraldo Alckmin na campanha a presidente da República: é que quem vai financiar a campanha é o partido. E ACM Neto não deseja ver o DEM apoiando Jair Bolsonaro.
Derrotado, eu?/ O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (foto) chegou à convenção do MDB prometendo um discurso forte. O evento terminou e nada da fala do senador alagoano. Explica-se: não queria ser o “dono” da derrota, depois que apenas 15% dos convencionais presentes optaram pela neutralidade, o que marcou uma vitória estrondosa de Henrique Meirelles no partido.
Repete aí!/ O deputado Efraim Filho (DEM-PB) aproveitou a convenção do partido em Brasília para pedir uma gravação dos colegas para colocar nas redes sociais. O deputado Mandetta (MS), médico, atendeu prontamente o pedido: “Atenção, médicos, estou aqui com Efraim Filho, 2505 …”, e coisa e tal. Eis que depois daquele discurso entre sorrisos com direito a pose para foto, Efraim se vira para o amigo: “Obrigado, mas, 2505 deve ser o seu. O meu é 2511”. Mandetta, muito sem graça, pediu para gravar de novo.
Tô, mas falta ensaio/ Na convenção nacional do DEM que selou o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente da República, só o deputado Alberto Fraga, pré-candidato ao governo do DF, levou militantes e adesivos de campanha. Todas as vezes em que o parlamentar era citado, os apoiadores levantavam bandeiras e se desdobravam em aplausos. Quando chegou a vez de Alckmin ser apresentado, os aplausos foram mínimos e as bandeiras permaneceram enroladas.
Destravou/ Alckmin (PSDB) e Ana Amélia (PP); Marina Silva (Rede) e Eduardo Jorge (PV); Álvaro Dias (Pode) e Paulo Rabello de Castro (PSC); Henrique Meirelles (MDB) com o PHS. Falta praticamente apenas Ciro Gomes e o PT definirem seus vices.
O PP já dá como certo a senadora Ana Amélia na vice de Geraldo Alckmin. E tem as razões claras para isso. Ela é do Rio Grande do Sul, estado onde Jair Bolsonaro está ganhando terreno. Está longe de malfeitos, atrai o voto feminino e é muito respeitada no setor agropecuário. A vice-governadora do Piauí, Margarete Castro, que fez parceria com o PT de Wellington Dias em seu estado, seria um problema para Ciro Nogueira. O senador teria dificuldades de explicar em sua terra natal o fato de ter colocado a mesma Margarete em outra aliança.
Ana Amélia é jornalista, chefiou o jornal Zero Hora em Brasília, foi candidata ao governo do Rio Grande do Sul em 2014 e é vista como um dos melhores quadros do PP. Para Geraldo Alckmin é uma escolha que, avaliam seus aliados, não vai gerar problemas. Ela iria disputar a reeleição no Rio Grande do Sul. Ela agora prepara a sua saída da disputa gaúcha em busca de alguém que possa substituí-la na vaga ao Senado. H]a quem diga que só falta isso para fechar e Alckmin anunciá-la como vice.
Colaborou Antonio Temóteo
O pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, avalia, pelo menos, três nomes para compor a chapa a presidente da República. O da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), o da vice-governadora do
Piauí, Margarete de Castro Coelho, também do PP, e o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, que já foi do PCdoB e hoje está no Solidariedade.
As duas mulheres são consideradas mais agregadoras em termos de discurso. Uma é do Nordeste, onde Alckmin precisa reforçar a campanha e tira ainda uma
aliada do PT. A senadora Ana Amélia dá um suporte maior no Sul do País, onde Jair Bolsonaro começa a ganhar terreno.
Aldo, por sua vez, levaria um viés de esquerda à coligação, porém, faz política em São Paulo. A decisão deve sair até esta sexta-feira.
Fraga liga para Bolsonaro: “Meu candidato agora é Geraldo Alckmin”
O candidato do DEM ao governo do Disrito Federal, deputado Alberto Fraga, contou ao blog que ligou para o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, para Expo ar que, por questões partidárias, apoiará Geraldo Alckmin, do PSDB. O apoio de Fraga a Alckmin foi fechado numa reunião com o presidente do DEM, ACM Neto, ontem.
A pressão para que Fraga abandonasse Bolsonaro começou no momento em que o pré-candidato do PSDB, Izalci Lucas, largou a pré-campanha de governador para se aliar a Fraga. Tudo porque Rogério Rosso havia procurado a direção nacional
do PSDB para dizer que o PSD é quem daria palanque a Alckmin no DF e não o DEM
de Fraga. O presidenciável tucano, então, certo de que Fraga era Bolsonaro, tentou interceder em defesa de Rosso, mas ACM Neto deu praticamente um ultimato a Fraga, que, na hora mudou: “Tudo bem, eu apoio Alckmin”.
Fraga não deixa de ter uma certa mágoa em relação a Bolsonaro, porque, embora sejam amigos, o candidato do PSL perdeu a chance de declarar apoio explícito a Fraga quando começou às conversas com
O general Heleno. A um amigo do DEM, Fraga comentou: “Quando ele
Veio buscar apoio do general, esqueceu de mim. Agora, meu candidato é Geraldo Alckmin. Coisas da política”.
A escolha da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) para candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin representa uma faca de dois gumes. Em um deles, o candidato aponta para o partido, uma vez que a senadora é considerada um dos melhores quadros do PP e, até por não ser “unha e carne” com Ciro Nogueira, enrolado na Lava-Jato, mostra que Alckmin não pretende compactuar com malfeitos.
Ciro Nogueira, por sua vez, fica mais confortável com essa construção e, como não é ligado a Ana Amélia Lemos, pode largar a candidata à própria sorte, se, na segunda metade de setembro, sentir que Alckmin não terá qualquer chance de passar ao segundo turno. É o PP no modo MDB de decidir as coisas.
A Mega-Sena petista I
O PT aposta que consegue manter Lula candidato, pelo menos até o fim da campanha presidencial em primeiro turno. E tudo graças aos recursos judiciais que apresentará em caso de não homologação da candidatura. Os cálculos de prazos feitos pelo partido, contando embargos, envio ao Ministério Público e tudo o mais, chegam muito próximo à data da eleição. Falta, obviamente, combinar com os ministros do Supremo Tribunal Federal.
A Mega-Sena petista II
A torcida é para que, no Supremo, o recurso em prol da candidatura caia nas mãos de um ministro mais alinhado a Lula. Se conseguir algum bem bonzinho, será melhor que Mega-Sena acumulada. Difícil de ganhar, mas não impossível.
Ciro aposta na rebelião
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, aposta na falência do pouso forçado do PSB ao lado do PT. Em Minas Gerais, Márcio Lacerda promete manter a candidatura e o PSB terá que intervir para demovê-lo. Em Pernambuco, Marília Arraes reuniu mais de 200 delegados. Ou seja, vai dar trabalho.
A voz da experiência
O presidente do PDT, Carlos Lupi, que entende como ninguém o funcionamento da burocracia partidária, vê que a intervenção para retirar candidato próprio é mais difícil.
Manda quem pode…/ …obedece quem tem juízo. O candidato do DEM ao governo do Distrito Federal, Alberto Fraga, tem um motivo a mais para apoiar Geraldo Alckmin na campanha a presidente da República: é que quem vai financiar a campanha é o partido. E ACM Neto não deseja ver o DEM apoiando Jair Bolsonaro.
Derrotado, eu?/ O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (foto) chegou à convenção do MDB prometendo um discurso forte. O evento terminou e nada da fala do senador alagoano. Explica-se: não queria ser o “dono” da derrota, depois que apenas 15% dos convencionais presentes optaram pela neutralidade, o que marcou uma vitória estrondosa de Henrique Meirelles no partido.
Repete aí!/ O deputado Efraim Filho (DEM-PB) aproveitou a convenção do partido em Brasília para pedir uma gravação dos colegas para colocar nas redes sociais. O deputado Mandetta (MS), médico, atendeu prontamente o pedido: “Atenção, médicos, estou aqui com Efraim Filho, 2505 …”, e coisa e tal. Eis que depois daquele discurso entre sorrisos com direito a pose para foto, Efraim se vira para o amigo: “Obrigado, mas, 2505 deve ser o seu. O meu é 2511”. Mandetta, muito sem graça, pediu para gravar de novo.
Tô, mas falta ensaio/ Na convenção nacional do DEM que selou o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente da República, só o deputado Alberto Fraga, pré-candidato ao governo do DF, levou militantes e adesivos de campanha. Todas as vezes em que o parlamentar era citado, os apoiadores levantavam bandeiras e se desdobravam em aplausos. Quando chegou a vez de Alckmin ser apresentado, os aplausos foram mínimos e as bandeiras permaneceram enroladas.
Destravou/ Alckmin (PSDB) e Ana Amélia (PP); Marina Silva (Rede) e Eduardo Jorge (PV); Álvaro Dias (Pode) e Paulo Rabello de Castro (PSC); Henrique Meirelles (MDB) com o PHS. Falta praticamente apenas Ciro Gomes e o PT definirem seus vices.
Gabriela Vinhal
Para tentar manter a unidade do partido em Pernambuco, a Executiva Nacional do PT quer enviar dois dirigentes a Pernambuco para conversar com Marília Arraes. Ela teve a candidatura cancelada após a sigla anunciar acordo com o PSB no estado.
O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que, mesmo com a reação da ex-vereadora do Recife, a decisão já está tomada. Ele chegou à sede o partido para se reunir com dirigentes. “A Executiva quer mandar umas duas pessoas pra lá (Recife) para conversar com Marília”, disse. Questionado se a petista poderia tentar candidatura à deputada federal, o senador disse que não sabe do futuro, mas que “só depende dela”.
O acordo que o PT fecha com o PSB para garantir o apoio da maioria dos estados do Nordeste a um nome do PT à Presidência da República caiu como um balde de água fria sobre os planos do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, de levar os socialistas a fecharem o apoio a Ciro Gomes (PDT). A tendência agora é o PSB liberar o partido a apoiar candidatos com viés mais à esquerda, o que Rollemberg disse ao blog, com exclusividade, que considera um erro:
“Nesse momento delicado da vida política nacional, um partido com a história do PSB não se posicionar claramente por uma candidatura é um erro. Estamos contribuindo para manter a polarização PT-PSDB, que não fez bem ao Brasil. O PSB tinha uma oportunidade de ter uma posição que permitisse construir uma alternativa a essa polarização que colocou o Brasil nessa situação. O PSB poderia cumprir um papel decisivo nessa eleição e optou por um papel secundário. Eu vou continuar tentando construir uma aliança no campo progressista, com PSB, PV, REDE, PDT E PCdoB. Eu aqui farei a campanha de Ciro Gomes. A aliança com o PT jamais passaria (numa convenção nacional). Hoje, o PSB está entre duas alternativas: Ou apoiar Ciro Gomes, que no meu entendimento é a mais correta, ou liberar, o que no meu entendimento é um equívoco. O partido tinha que ter uma posição”.
Denise Rothenburg e Gabriela Vinhal
Uma resolução da direção nacional do PT definiu o apoio ao PSB em Pernambuco, Paraíba, Amapá e Amazonas, e ainda, ao PCdoB, no Maranhão. O mais traumático para os petistas foi Pernambuco, porque significa que a vereadora Marília Arraes não será mais candidata ao governo do estado. O PT pretende ainda formalizar o convite ao PROS para integrar a coligação nacional. O objetivo da reunião e da resolução é dar prioridade absoluta à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto (candidato que ninguém sabe sequer se conseguirá o registro, porque está condenado em segunda instância). Com esse gesto, porém, o PT atingiu um dos objetivos: Afastar o PSB do candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, e reforçar a liberação dos socialistas para apoiar presidenciáveis com viés de esquerda, o que, no fundo atende ao PT. Pelo menos, em sete dos nove estados do Nordeste, o PSB apoiará o candidato a presidente que o PT indicar. As exceções são Sergipe e Piauí. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, disse ao blog que continuará apoiando Ciro.
A retirada da candidatura de Marília foi jogo combinado entre PSB, PT e PCdoB, que lançou hoje oficialmente o nome de Manuela D’Ávila a presidente da República. O PSB, por sua vez, apoiará o PT em Minas Gerai, leia-se a reeleição de Fernando Pimentel, e retirará a candidatura de Márcio Lacerda ao governo mineiro. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, acaba de convocar uma reunião para comunicar que a direção nacional petista aprovou o apoio à sua reeleição. Nacionalmente, entretanto, o PSB deverá indicar apoio aos candidatos do campo da esquerda, de forma a preservar aqueles que, como Rollemberg, desejam apoiar Ciro.
Resolução
O texto aprovado pela direção petista diz que pretende construir as condições políticas para que uma aliança progressista governe o país em 2019. “A direção do PT desenvolveu intenso diálogo com outros partidos, prioritariamente PSB e PCdoB, com os quais temos vínculos históricos”, diz o documento. Além do PSB e do PCdoB, mais três legendas assinaram um acordo com o PT, por meio de fundações partidárias, do manifesto programático Unidade para Reconstruir o Brasil. A candidatura de Marília Arraes, para o governo de Pernambuco, foi retirada para dar espaço a Paulo Câmara, um dos requisitos para firmar o apoio entre os dois partidos. Mais cedo, os socialistas que ainda estava indecisa sobre qual caminho seguir, decidiram manter a neutralidade. A ideia é que os diretórios estejam livres para fazer as próprias alianças. Ontem, Siqueira recebeu, na sede do partido em Brasília, Gleisi, o presidente do PDT, Carlos Lupi, e a presidente do PCdoB, Luciana Santos. Para negociar uma pauta única da esquerda em âmbito nacional nessas eleições. No entanto, o encontro não chegou a acordo algum.
Aos poucos, os nove partidos que compõem a aliança do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, vão afunilando a escolha do vice. Ficou definido, por exemplo, que o Democrata não indicará o nome para compor a chapa para dar espaço a outros partidos. É que o DEM ocupa a Presidência da Câmara com Rodrigo Maia que, de acordo com o regimento da Casa, pode disputar a reeleição. E, em relação à distribuição de poder, em caso de vitória de Alckmin, um presidente da Câmara tem muito mais influência do que um vice-presidente da República. Portanto, o DEM está fora.
Até aqui, têm mais chances de emplacar um nome para vice de Alckmin o Solidariedade e o PP de Ciro Nogueira, nesta ordem. Quanto a nomes, de Aldo Rebelo (SD) à senadora Ana Amélia Lemos, há de tudo um pouco.
Isonomia no cárcere
Desde a liminar em que o desembargador Ney Bello autorizou a condução de Luiz Estevão sem algemas, os agentes penitenciários estão com dificuldades. Já teve detento que ameaçou criar problemas, se não tiver os mesmos benefícios do empresário. “Vocês dão muita colher de chá para o Luiz Estevão e nada para nós”. Teve gente que recebeu isso como um aviso.
PT e o funil
O ex-governador Jaques Wagner já foi homologado candidato ao Senado pelo PT da Bahia. Logo, dizem alguns, está fora da lista de potenciais substitutos de Lula se o ex-presidente não conseguir registrar a candidatura.
PT e o tempo
Internamente, muitos têm certeza de que o Tribunal Superior Eleitoral não vai homologar a candidatura do ex-presidente. E há quem diga que, em 20 de setembro, último dia para a troca, de acordo com a lei eleitoral, restará um período muito curto para que o eleitor tenha conhecimento do substituto. O comando partidário, entretanto, não quer discutir isso. A ordem é viver cada dia a sua aflição. E a da hora é conseguir criar um movimento em prol da presença de Lula na eleição.
Resumo da ópera
A tendência do PSB é terminar apenas delimitando o campo das esquerdas para seus filiados, sem fechar o apoio a nenhum dos presidenciáveis. Até domingo, a pressão do PT por essa solução será grande. Os petistas sabem que não terão o apoio fechado do PSB.
Ninguém desistiu de buscar aliados
Candidato a presidente da República pelo Podemos, o senador Álvaro Dias conversará hoje com o PSC, que já homologou a candidatura de Paulo Rabelo de Castro. Se der certo, Paulo Rabelo será candidato a vice na chapa do senador, dando musculatura à campanha do Podemos e mais dor de cabeça para Geraldo Alckmin no centro-sul do país. O tucano até aqui encorpou, mas não decolou. Aliás, tirando Lula e Bolsonaro, ninguém empolgou nesse período de pré-campanha.
Prática costumeira em Brasília/
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, foi para a reunião dos partidos no carro oficial do Senado.
É, pois é.
Compadres/ O ministro das Cidades, Alexandre Baldy (foto), hospedou o deputado Rodrigo Maia, em Miami, no recesso. Explica-se: Maia precisou sair do país porque, se ficasse, teria que assumir a Presidência da República durante a viagem de Michel Temer à África do Sul.
Faz sentido/ Já tem gente pensando em mudar a lei e desobrigar os presidentes da Câmara e do Senado a deixarem o país quando não puderem assumir a Presidência. É que, pela lei eleitoral, se Maia assume o cargo de presidente da República, não pode concorrer a outros postos.
Dia D/ Com todos de volta, o dia será de intensas reuniões, hoje, em Brasília, para a definição de alianças e vices. Está todo mundo conversando com todo mundo. Agosto, o mês da bruxa solta na política, promete.
Ari Cunha/ Admiração e saudade
Sem unidade sobre quem apoiar para presidente da República, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, não descarta que o partido decida pelo “campo das esquerdas”, o que alguns chamam de “neutralidade assistida”. Em vez de fechar apoio formal a um único candidato, o PSB soltaria um documento com o rol de candidatos que podem receber apoio de diretórios estaduais do partido. A ideia é evitar que alguém decida, por exemplo, seguir com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. “Não teremos neutralidade, porque se alguém quiser apoiar Bolsonaro, não autorizaremos. Bolsonaro, não”, disse Siqueira na saída da reunião com as presidentes do PT, Gleisi Hoffmann; do PCdoB, Luciana Santos; e do PDT, Carlos Lupi. Lupi, por sua vez, considera que o PSB tem tudo para apoiar Ciro Gomes: “Só se os diretórios estduais estiverem mentindo para mim, mas há uma maioria pró-Ciro”, diz Lupi.
Dos quatro partidos, apenas o PSB não tem candidato a presidente. Logo, a reunião pode ser traduzida numa tentativa de os três partidos com pré-candidatos tentarem conquistar o apoio explícito dos socialistas. No caso do PT, embora o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), defenda o apoio ao partido de Lula, Gleisi Hoffmann avisou que não vai retirar a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco em prol da reeleição de Câmara. Se for assim, o PSB não retirará a candidatura de Márcio Lacerda em Minas Gerais. Essa é a queda de braço do PSB e do PT no momento. Até aqui, eles só têm um consenso: Estarão todos juntos no segundo turno. “Essa eleição está cada vez mais parecida com a de 1989. Vamos lançar candidatos e nos unir lá na frente”, comentou Lupi.
Comentário do blog: Em 1989, o país elegeu Fernando Collor, afastado em 1992, acusado de corrupção e com um operador, PCFarias, detentor de um mar de contas de fantasmas. Que Deus nos livre desse desfecho.