Autor: Denise Rothenburg
Militares querem que Bolsonaro faça as pazes com o Congresso
Coluna Brasília-DF
Em conversas reservadas, militares têm dito que caberá ao presidente Jair Bolsonaro buscar os políticos e arrefecer os ânimos em torno da manifestação convocada para 15 de março. Afinal, os problemas decorrentes do coronavírus, seus reflexos na economia, indicam que a tensão já estará alta demais para que a política venha a balançar ainda mais a árvore chamada Brasil.
Alguns militares de alta patente e próximos ao presidente consideram, inclusive, que o melhor para Bolsonaro seria resolver as questões do Orçamento na base da conversa e não levando seu pessoal às ruas em manifestações contra as instituições. Que saiam às ruas, mas em apoio ao presidente e não contra as instituições.
Hoje, no próprio Congresso, tem crescido o entendimento de que não dá para o relator da proposta orçamentária ter o poder de decidir a destinação de quase R$ 30 bilhões e que as emendas impositivas já estão de bom tamanho. Porém, se o presidente insuflar manifestações contra o parlamento, esse apoio, em vez de crescer, pode minguar. O momento é de muito calma nessa hora.
O papa está chamando
O papa Francisco convocou dois mil economistas, a maioria até 35 anos e de várias partes do mundo, para discutir um projeto econômico capaz de reduzir as desigualdades sociais. No convite aos profissionais para um encontro em Assis, no fim de março, ele diz que “não há razão para haver tanta miséria”. “Precisamos construir caminhos.”
Tutti buona genti
Entre os convidados especiais, o indiano Amartya Sen, 86 anos, ganhador do prêmio Nobel em 1998 e um dos criadores do IDH, e Jeffrey Sachs, 65, autor de O Fim da Pobreza. Dos jovens brasileiros, um dos convidados é Henrique Delgado, doutorando na Universidade de Denver, nos Estados Unidos.
Paz, porém…
… não com todos. O presidente Bolsonaro tem dito a seus aliados que não quer briga com os governadores de um modo geral. A principal exceção dessa lista é Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, onde o presidente faz política.
Versões
O chefe do Executivo recebe hoje de manhã, em audiências separadas, os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e, logo depois, o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ambos foram a Fortaleza conferir a paralisação dos policiais e tentar acabar com a greve. Ele quer ouvir o que cada um tem a dizer sem que combinem as impressões sobre o conflito.
Presidente na lida/ Bolsonaro avalia apoiar alguns candidatos a governos municipais, ainda que o Aliança pelo Brasil não tenha saído do papel. É coisa para a partir de julho, quando a campanha começar a esquentar.
Agora, vai!/ Brasileiro faz piada com tudo. Ontem, um gaiato num restaurante de Brasília falava alto. “Quem vai conseguir que a turma não gaste dinheiro no exterior é o ministro da Saúde (Luiz Henrique Mandetta). E só precisou citar um vírus”. É, pois é.
Novo escritor na área/ Felipe Dantas, um jovem brasiliense de 14 anos, lança, neste sábado, seu primeiro livro, A Vila dos Magos, com sessão de autógrafos na Leitura do Terraço Shopping, a partir das 16h.
Novo escritor na área II/ Desde pequeno, Felipe sempre dizia que sua profissão seria “escritor de livro grosso”. O primeiro chega às livrarias com 204 páginas e conta a história de quatro amigos que caem numa cilada ao entrar numa casa velha, embarcando num mundo mágico. Brasília chega aos 60 anos com seus jovens filhos em franca produção. Que venham outros!
Partido de Bolsonaro tem 500 mil assinaturas e só depende da Justiça Eleitoral
Coluna Brasília-DF
O que dependia diretamente dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro já foi feito para a formação do Aliança pelo Brasil — ou seja, a coleta de mais de 500 mil assinaturas. Porém, eles não vão parar com essa busca como forma de demonstrar força na largada. Falta, entretanto, a parte mais difícil, a conferência desses apoios na Justiça Eleitoral. Essa parte foi, inclusive, a que evitou a formação do partido de Marina Silva a tempo de colocar a ex-senadora como candidata na eleição de 2014 — o que a levou a optar pela vice de Eduardo Campos, morto num acidente de avião durante a campanha.
Gestos que falam alto
A presença do chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, no feriadão de carnaval, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, foi um recado direto àqueles que pretendem culpar o ministro pelas agruras governamentais no Congresso. A mensagem é: “não mexam com Ramos, ele é leal”.
Fim de festa
A reforma administrativa que o governo prepara será mais profunda do que se divulgou até agora. Ou seja, não vai se restringir à extinção de carreiras em desuso por causa da tecnologia.
Na encolha
Juntos no carnaval, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, têm interesse na corrida presidencial, mas vão apostar algumas fichas na reeleição. Afinal, se Bolsonaro estiver popular no final de 2021, ninguém vai arriscar entrar no confronto direto contra o capitão.
Pragmatismo eleitoral
Entre os bolsonaristas, há a certeza de que o maior adversário de Bolsonaro é ele mesmo. Porém, se a economia apresentar bons resultados, as palavras que o presidente solta aqui e ali serão esquecidas pela maioria do eleitorado.
Espuma para entreter
É assim que os bolsonaristas mais sensatos veem as manifestações de protesto contra o presidente nas escolas de samba do Rio, de São Paulo e no carnaval de rua pelo país. Numa democracia, são válidas. Mas, abertamente, nenhum bolsonarista fará esse discurso. Faz parte do show manter a polêmica em alta.
Eduardo na lida/ Enquanto a maioria curte o carnaval, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está em Washington para participar da CPAC (Conservative Political Action Conference), a maior conferência dos conservadores do mundo, algo que ele planeja trazer para o Brasil a fim de dar embasamento teórico e planejamento estratégico para o conservadorismo brasileiro.
Eduardo no discurso/ O deputado brasileiro fala em dois painéis: O primeiro deles “CPAC exile: The Unshackled Voices of Socialist Regimes” — em tradução livre,”CPAC exílio: As vozes destemidas dos regimes socialistas”. O segundo, é “CPAC: The World is Watching” — “O mundo está assistindo”.
Eduardo no planejamento/ O deputado pretende trazer o know how do evento para o Brasil, para tentar construir uma “sociedade mais esclarecida sobre os malefícios do socialismo e as iscas que eles jogam para pescar apoios e eleitores”. A ideia é formar centros de reflexão (think tanks) em todo o país. “É um trabalho hercúleo, mas todo o verão começa com uma andorinha”, diz Eduardo. A CPAC nos Estados Unidos vai até sábado.
Eduardo na plateia/ O evento terá um painel específico sobre a China, tratada como “o perigo presente”, e vários sobre a luta contra as fake news (sim, eles também reclamam desses abusos). Os pontos altos são as palestras do presidente Donald Trump, do vice, Mike Pence, e a exposição do secretário de Estado, Michael Pompeo. Pompeo falará no jantar da sexta (com ingressos a US$ 250 ou para aqueles que compraram os pacotes premium de todo o evento, com preços entre US$ 1.200 e US$ 5.750). Os palestrantes na CPAC, obviamente, são convidados.
Coluna Brasília-DF
Sortudos/ Um grupo de ex-parlamentares e assessores comemorou muito o resultado da Mega-Sena desta semana. Eles fizeram um bolão de última hora, durante um almoço na quarta-feira, e terminaram entre os 133 acertadores da quina da mega. Cada um levou R$ 8,6 mil.
Coluna Brasília-DF
É bom os governadores ficarem atentos. A onda de greves de policiais militares que começou em Minas Gerais, chegou ao Ceará e irá para outros estados, repetindo o enredo de 1997, quando o então governador de Minas, Eduardo Azeredo, cedendo à paralisação da PM, concedeu um reajuste aos policiais de seu estado. O gesto terminou por estimular greves em outros estados em efeito cascata, e só estancou no Ceará, onde o então governador Tasso Jereissati enfrentou os policiais. Depois que o governador de Minas, Romeu Zema, concedeu o reajuste, outros estados seguem a mesma receita da paralisação. O pós-carnaval promete.
A diferença agora é o grau das reações. Cid Gomes tentou enfrentar os PMs com uma retroescavadeira e terminou atingido por dois disparos de arma de fogo. Em 1997, grevistas foram presos e cinco pessoas terminaram feridas num confronto entre manifestantes e a tropa de elite da PM, acionada pelo governador para acabar com a greve .
Meia-volta, volver
A frase do chefe de Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, acusando o Congresso de chantagem por causa do Orçamento Impositivo, levou os congressistas a desconfiarem dos acenos por diálogo do governo.
Dos males, o menor
A salvação da conversa com o Legislativo será o presidente Jair Bolsonaro reforçar os acenos que fez na posse dos ministros, na última terça-feira. O canal que está aberto chama-se Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado.
Por falar em Alcolumbre…
Ele falou ontem por cinco vezes com o ministro da Justiça, Sergio Moro, a fim de ajudar o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), a resolver a crise da PM com forças federais. Quem está preocupado é o senador Major Olímpio (PSL-SP), que pediu uma comissão externa da Casa para acompanhar o conflito no Ceará.
… ele não vê ninguém na frente
Enquanto os deputados têm vários pré-candidatos ao comando da Casa, Alcolumbre não tem hoje um sucessor nato. Um grupo, entretanto, dentro do grupo Muda Senado, está disposto a apostar em Simone Tebet (MDB-MS), que hoje pilota a Comissão de Constituição e Justiça.
É carnaval/ Na sessão de ontem da Câmara, as excelências já tinham dispensado a gravata. A maioria foi só marcar presença, alguns inclusive de camisa polo, antes de correr para o aeroporto.
Exceções/ No final da tarde, quem ainda transitava pela Casa era Túlio Gadelha
(PDT-PE). E olha que ele vem de um estado onde os festejos de Momo começaram em janeiro.
Olha o decoro, deputado/ Pela manhã, enquanto um colega discursava, o deputado Tiririca (PL-SP) comia chocolate e falava alto. Eles sequer se respeitam.
Coluna Brasília-DF
Bastou o presidente Jair Bolsonaro dizer com todas as letras que Paulo Guedes não havia pedido para sair, e que ficaria no governo até o último dia, para que, num instante, os políticos passassem a especular que o ministro da Economia havia pedido o boné. Ou, no mínimo, pensava em sair, diante dos ainda frágeis resultados da economia e da série de polêmicas em que se envolveu recentemente, por causa de declarações, como, por exemplo, a da farra com o dólar baixo – que teria levado até domésticas aos parques da Disney.
Guedes andava mesmo acabrunhado. Dia desses, comentou que não daria mais entrevistas ou falaria com jornalistas. Tudo por causa da repercussão de sua fala sobre as domésticas. Agora, Bolsonaro disse que ele fica até o último dia de governo. Resta saber se o ministro terá fôlego para tanto balanço do navio, caso a economia não reaja a contento este ano.
Risco inflacionário
Uma ação em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) promete acabar com a redução do ICMS dos agrotóxicos. O resultado logo ali na frente, se não houver alguma solução intermediária, será o aumento do preço dos alimentos, algo capaz de mexer com a inflação. O agro tentará jogar essa bola para escanteio.
Vamos conversar?
A declaração pública de Bolsonaro, de que precisa fortalecer o relacionamento com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi vista como um gesto importante, com várias leituras entre deputados e senadores. A principal delas é a de que, no Planalto, há a certeza de que o Senado vai defender o presidente em caso de algum pedido de impeachment.
Perfil & problema
Bolsonaro não tem lá muito do que reclamar dos senadores, mas é bom ficar de olho na Câmara. Começa a cristalizar a ideia de que é preciso encontrar um nome com mais independência em relação ao Planalto para assumir a Presidência da Casa no lugar de Rodrigo Maia, no ano que vem. O primeiro da lista é o do líder do PP, Arthur Lyra. Em segundo lugar, Elmar Nascimento (DEM-BA).
Nome da cúpula
O líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), é visto até aqui como o candidato de Maia, mas não dos presidentes dos partidos.
“Pior que decisão mal tomada é uma indecisão”
A frase, do presidente Jair Bolsonaro, passou a muitos a impressão de que ele não está muito convicto da reforma administrativa
Assim, não vai/ O cancelamento do programa Brasil Mais irritou empresários. Alguns estiveram em Brasília apenas para participar do evento e prestigiar o governo. Houve quem deixasse o Planalto jurando não voltar.
O mais aplaudido/ O ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, pode comemorar. Ao discursar no Planalto se despedindo do cargo, foi mais aplaudido que Onyx Lorenzoni, que tomou posse ontem.
Por falar em despedida…/ No DEM, na Câmara, teve festa de despedida para Gustavo Pires, que vai assumir a chefia de gabinete do ministro Luiz Henrique Mandetta depois do carnaval.
… segundo escalão, só depois/ O novo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, só deve tratar dos demais cargos da pasta após o carnaval.
Olha o decoro, presidente/ Não cabe a qualquer autoridade agredir verbalmente uma mulher, seja quem for — jornalista, deputada, senadora, esposa de adversário, educadora, ministra — com declarações de cunho sexual. Respeito deve ser a palavra-chave nas relações sociais e políticas.
Deputados acreditam que Aguinaldo Ribeiro é o nome de Maia para sucedê-lo
Coluna Brasília-DF
Os gestos de apreço do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), levam os deputados a apostarem que Aguinaldo é o nome de Rodrigo para sucedê-lo no comando da Casa. Embora ainda falte praticamente 10 meses para a eleição, o assunto tem tomado conta das rodas de conversas dos políticos.
O último sinal foi o jantar que Maia organizou para comemorar o aniversário do líder, na semana passada. Aguinaldo também tem acompanhado todos os encontros econômicos que Maia mantém em São Paulo. Antes, inclusive, de ser indicado relator da reforma tributária. Outros pré-candidatos começam a ficar meio incomodados com essa parceria. Afinal, política é feita de gestos. E, no momento, todos os de Rodrigo levam a Aguinaldo.
Partido é uma coisa…
As apostas das excelências é de que, se houver disputa para lançar um nome à Presidência da Câmara dentro do PP, o líder da bancada, Arthur Lyra, ganha fácil. Ele é visto como um defensor dos colegas
… plenário é outra
No plenário da Câmara, entretanto, as apostas se voltam para Aguinaldo Ribeiro, que tem a simpatia também das esquerdas, uma vez que foi ministro de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Outro que se movimenta também no plenário é Elmar Nascimento, ex-líder do DEM, que planeja concorrer a presidente da Câmara.
Bolsonaro conseguiu…
…Unir Wilson Witzel e os governadores dos mais diversos partidos, do centro à esquerda, numa carta com crítica ao presidente, por causa da insinuação de que o governo da Bahia, comandado pelo PT, queria a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Há quem diga que, se esses governadores se unirem também para trabalhar as bancadas, a balança da reforma tributária vai pender em favor dos estados.
Desenvolvimento Regional, a nova fronteira
É na pasta ocupada por Rogério Marinho que se concentra a maioria das apostas de deputados e senadores sobre a interlocução com o governo. A Casa Civil, avisam, é vista como uma instituição para “recepção de autoridades”. Nem a interface com os ministérios os políticos consideram que é feita ali.
O que eles pensam
Deputados e senadores consideram que quem coordena os ministérios é a área econômica, capitaneada por Paulo Guedes. E, quando alguém menciona que essa tarefa cabe à Casa Civil, a resposta é resumida numa frase sempre repetida em reuniões pelo deputado Sílvio Costa Filho (PE): “O importante não é o que se diz, é o que as pessoas entendem”.
A pressão não acabou/ A troca de comando na Casa Civil está longe de resolver os problemas do presidente Jair Bolsonaro na seara política. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, continua sob fogo cruzado.
É só o começo/ As autoridades conseguiram contornar a paralisação no Porto de Santos, mas os problemas do governo não acabaram. Os caminhoneiros continuam insatisfeitos, bem como os petroleiros, que continuam em greve.
Cada um no seu quadrado/ O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o da Câmara, Rodrigo Maia, ficaram distantes no jogo do Flamengo contra o Athletico-PR, no último domingo. O governador Ibaneis, que também estava lá, ficou em outro espaço. Bolsonaro ficou com seus ministros e o vice-presidente, Hamilton Mourão.
Posse antes do carnaval/ A ministra Maria Cristina Peduzzi assume, nesta quarta-feira, às 17h, a Presidência do Tribunal Superior do Trabalho para o biênio 2020-2021. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho será o vice-presidente, e Aloysio Correia da Veiga, o novo corregedor-geral da Justiça do Trabalho.
Por falar em carnaval…/ As apostas dos próprios deputados são de que esta semana parlamentar será devagar quase parando, a próxima, então, nem se fala.
Coluna Brasília-DF
O mercado começa a olhar com uma certa desconfiança sobre a capacidade de o governo federal arbitrar e resolver conflitos entre setores que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. O que acendeu o pisca-alerta foi o pedido do Poder Executivo para que o Supremo Tribunal Federal adiasse o julgamento do tabelamento do frete e a decisão dos caminhoneiros de Santos de tentar promover uma paralisação nesta segunda-feira.
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O que incomoda é que, passado um ano e quase dois meses do governo do presidente Jair Bolsonaro, esse assunto continua sem solução e os problemas nos setores envolvidos se acumulando. Apesar de a economia ter sinais de recuperação, se essa dificuldade de resolver problemas se repetir em outros setores em que houver conflitos entre apoiadores do presidente, há o risco de a avaliação do governo, que tem melhorado, voltar a cair.
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Em tempo: os caminhoneiros de Santos querem chamar a atenção para a necessidade de cumprimento da lei da tabela do frete mínimo, a perda de trabalho em contêineres no porto a redução dos tributos sobre o óleo diesel. Há quem diga que, se o governo não agir rápido em relação a uma solução que atenda a caminhoneiros, agronegócio e indústria, o país pode viver em breve a repetição do cenário de 2018, quando uma greve dos caminhoneiros paralisou o país. Quem conseguir, que durma com um barulho desses.
Gato escaldado
Há uma tensão no ar com essa paralisação dos caminhoneiros em Santos. Aliás, desde 2013 qualquer movimento causa apreensão, por causa do aumento das passagens de ônibus na cidade de São Paulo, que virou uma série de protestos pelo país.
Releitura do voluntariado I
Nos idos dos anos 1990, a então primeira-dama Ruth Cardoso capitaneou o programa Comunidade Solidária, iniciativa tão importante quanto o Pátria Voluntária comandado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Releitura do voluntariado II
A professora Ruth não precisou deslocar sequer um livro do Planalto para se agarrar no serviço. Agora, a biblioteca palaciana está em reforma e quem pergunta sobre a obra leva uma banana do presidente, que considera uma crítica só trabalho de sua mulher. O Pátria Voluntária é importantíssimo e merece destaque. Deve ser feito com liderança e não com obra física no Planalto.
Um alento
Em março, o governo terá liquidado o problema do Instituto de Seguridade dos Portuários, o Portus. Só falta agora a parte burocrática, de assinatura dos documentos pelas partes. Vai aumentar a contribuição, mas, pelo menos, o fundo está a salvo da liquidação depois de registrar um deficit de R$ 3,4 bilhões.
CURTIDAS
Muita calma nessa hora/ Atento a todos os movimentos da política, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, vai lançar candidatos a prefeitos em quase todas as capitais, em especial, nas maiores. “É cedo para tratar de sucessão presidencial. Primeiro, é preciso ver a força dos partidos”, diz ele.
O capitão fez escola/ O costume do presidente Jair Bolsonaro de conversar com os ministros via WhatsApp se espalhou pelo governo. Até o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, adotou esse método e resolve muitas pendências pelo app, inclusive com sindicalistas.
Melhor assim/ Enquanto alguns deputados reclamam do excesso de militares no primeiro escalão, muitos colocam as mãos para o céu. “Melhor os generais, que são preparados e têm uma visão estratégica do país, do que a turma ligada à ala ideológica, capitaneada por Olavo de Carvalho”.
Coluna Brasília-DF
Com a troca de comando na Casa Civil, Jair Bolsonaro terá na sua equipe o general que mapeou todas as milícias do Rio de Janeiro, no período em que foi interventor no Estado, na área de segurança pública. O tempo, entretanto, foi curto para que o general Walter Braga Netto pudesse “limpar” a área, ou seja, extirpar a milícia do Rio.
Ele conseguiu cumprir a missão de reequipar as forças policiais, renovar frota de veículos e trocar postos-chaves na estrutura da polícia estadual. Ou seja, não é apenas o governador Wilson Witzel que terá conhecimento geral do que se passa no estado onde o presidente e dois de seus filhos, Carlos e Flávio, fazem política. A memória das ações de 2018 está agora no coração do Planalto.
O político palaciano
A saída de Onyx Lorenzoni da Casa Civil deixa o presidente como o único que tem conhecimento do Congresso, onde deu expediente por 28 anos. Os líderes governistas são unânimes em afirmar que Bolsonaro pode até parecer meio atrapalhado. Porém, sabe perfeitamente como “toca a banda” do parlamento. Até aqui, mesmo que aos trancos e barrancos, funcionou. Vejamos o futuro.
Aviões em quarentena?
Não foi apenas o excesso de trabalho no Brasil que tirou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da agenda nos Estados Unidos por esses dias. Ele iria na mesma aeronave que trouxe os brasileiros de Wuhan, na China, mas as autoridades americanas não autorizaram o pouso justamente por causa da viagem recente dos jatos ao epicentro do coronavírus. Melhor assim. O governo economiza e a excelência se agarra ao serviço por aqui.
Pelo Twitter
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, estava numa agenda no Amazonas, quando soube que estava confirmada a ida de Onyx para a pasta. Restou desejar boa sorte ao companheiro.
Agora vai
Políticos gaúchos comentavam ontem, à boca pequena, que agora Onyx terá a faca e o queijo na mão para aparecer visitando ações sociais no Rio Grande do Sul, e alavancar uma candidatura ao governo do Estado.
“Se não houver uma fiscalização constante, você sempre corre o risco de alguém se desvirtuar. Seja policial, das Forças Armadas, político, qualquer poder. Meu pai dizia o seguinte: a oportunidade não faz o ladrão, revela”
Do novo ministro da Casa Civil, general Braga Netto, em entrevista à Agência Brasil, em julho de 2018.
Aliviado/ Com o Conselho da Amazônia a cargo da Vice-Presidência da República, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem uma declaração padrão para tratar do tema: “Isso é com o vice, Hamilton Mourão”.
Foco/ Um dos legados que o ministro quer deixar quando sair do cargo é a mudança total no tratamento do lixo no país, em todas as regiões. A ideia é espalhar usinas para produção de bioenergia e recicláveis. Se conseguir, terá sido um grande feito.
Aliança na live/ Bolsonaro passou a aproveitar as lives das quintas-feiras para pedir apoio à criação do seu novo partido, o Aliança pelo Brasil. Nas palavras do presidente, “um partido para chamar de seu”.
Todo cuidado é pouco/ Como o pedido de apoio ao Aliança pelo Brasil foi feita de uma live transmitida ontem, na biblioteca do Alvorada, os advogados eleitorais não viram problemas na fala de Bolsonaro. Afinal, o presidente estava em casa. Mas, no Palácio do Planalto, aconselham alguns especialistas, é melhor evitar para não dar margem a reclamações da oposição.
Caso Onyx vá para o lugar de Osmar Terra, MDB se sentirá rebaixado
Coluna Brasília-DF
Seis por meia dúzia. É assim que os congressistas se referem às mudanças que o presidente Jair Bolsonaro pretende fazer na sua equipe, substituindo Onyx Lorenzoni pelo general Braga Netto na Casa Civil. É o reforço dos militares no governo, que haviam perdido terreno num determinado momento e agora retomam com força. E sem aproveitar a troca para estreitar relações com o Congresso, sinal de que nada muda por ali e que o presidente está satisfeito com a performance de Eduardo Ramos.
Entre os maiores aliados do presidente no Congresso, há a certeza de que, enquanto as pesquisas estiverem indicando que Bolsonaro permanece em alta perante os eleitores, não haverá mudança de eixo de poder, ou seja, a escolha dele continuará voltada para o meio militar, considerado o mais organizado e estratégico do país.
Cobre um santo…
… descobre outro. Bolsonaro está numa sinuca de bico. Se tira Osmar Terra (MDB-RS) do Ministério da Cidadania para abrigar Onyx Lorenzoni (DEM), o MDB é que se sentirá rebaixado. E o presidente precisará de todos os partidos de centro para aprovar uma reforma do gosto do governo federal, e não dos estados.
Nem vem, talkey?
Não são poucos os pré-candidatos a prefeito de capital que procuram o Planalto em busca de uma foto ou um apoio mais explícito do presidente Jair Bolsonaro. Ele, porém, vai evitar influir nesses pleitos para não ser responsabilizado se algo der errado. Afinal, quando há vitória, o sujeito acha que ganhou por conta própria. Quando perde, sempre dá um jeito de buscar outro culpado.
E a administrativa, hein?
Se o governo não enviar uma proposta, os parlamentares é que não vão se mexer para tratar desse tema indigesto em ano eleitoral. Ainda mais depois da conversa do ministro chamando servidores de parasitas. Ok, ele pediu desculpas, mas a mágoa dos funcionários não esfriou.
A salvação da reforma
Os servidores públicos estão prontos para apresentar propostas para a reforma administrativa: “Se houver diálogo, o próprio setor público pode apontar caminhos que permitam a boa gestão das carreiras de Estado”, diz o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Kleber Cabral.
O conselheiro/ Cotado para a Casa Civil, o general Braga Netto (foto) virou interventor no Rio de Janeiro por indicação do general Sérgio Echegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo do presidente Michel Temer. Agora, o ex-ministro continua no mesmo papel de ajudar os presidentes.
Ele, não/ Braga Netto esteve cotado recentemente para assumir um cargo no governo Witzel, no Rio de Janeiro. Entre levar o general para o Planalto e deixá-lo disponível para Witzel, Bolsonaro prefere ter Braga Netto ao seu lado.
Faça como ele/ O governador do DF, Ibaneis Rocha, manda hoje para a Câmara Legislativa do Distrito Federal a indicação do engenheiro Vinicius Benevides para a diretoria da Adasa. Um nome técnico para um órgão técnico. Vinicius é engenheiro especialista em recursos hídricos, tratamento de água e saneamento urbano. Foi um dos responsáveis pela Lei das Águas aprovada no Congresso Nacional. Há quem esteja disposto a sugerir a Bolsonaro que siga esse exemplo na hora de indicar os diretores das agências reguladoras.
Não façam como ele/ O ministro da Economia, Paulo Guedes, não consegue ficar uma semana sem uma declaração polêmica. Depois de chamar os servidores de parasitas, agora foi a vez de destilar preconceito contra os mais pobres, mais especificamente, os empregados domésticos, ao mencionar o dólar caro, que, segundo o ministro, é bom, porque “estava uma festa danada”. Sinal de que o governo não tem muita preocupação em acabar com a desigualdade e quer o mercado da Disney apenas para o andar de cima.
Governadores pleiteiam fatia de fundos que o governo federal pretende extinguir
Coluna Brasília-DF
O consenso dos governadores vai muito além da manutenção do ICMS enquanto não houver uma ampla reforma tributária. Nesse tema, houve uma trégua, mas em outros, não. Eles querem ainda que os recursos dos fundos que o governo federal pretende extinguir sejam destinados a investimentos em toda a Federação e não sejam canalizados em bloco para o pagamento de dívidas da União. O relator no Senado, Otto Alencar, já destinou parte a alguns projetos, como o combate à pobreza, mas os governadores querem mais.
A discussão da PEC dos fundos na reunião dos governadores, feita na parte que não contou com a participação do ministro Paulo Guedes, indica que as divergências entre o governo federal e os estados vão extrapolar a reforma tributária. Como diz o velho ditado: em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.
Os arrependidos
O desfecho do acordo para execução do Orçamento levou o governo a perceber a dura realidade de não ter prestado muita atenção à articulação política dentro da Comissão Mista de Orçamento no ano passado. Agora, o ministro da Secretaria de Governo, Eduardo Ramos, que, quando chegou ao governo o estrago já estava feito, planeja não tirar os olhos de lá.
Ficamos assim
O acordo para derrubada dos vetos não era nem de longe o que o governo desejava, mas foi o que deu para fazer. Pelo menos, não haverá punição dos gestores que não cumprirem o cronograma de liberação das emendas. Menos pior. O ministro, portanto, tem mesmo que comemorar.
A ordem é distensionar
A presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia; do Senado, Davi Alcolumbre; e do STF, Dias Toffoli, na posse do novo ministro do Desenvolvimento, Rogério Marinho, foi um sinal de que o governo ganha mais um interlocutor. Não só para tentar auxiliar na construção de um diálogo mais amplo e aberto com o Congresso, mas também com o Judiciário. Há tempos, uma posse não era tão prestigiada.
Virou vale-tudo
O recurso que o procurador-geral Augusto Aras apresentou para tentar barrar a delação premiada do ex-governador Sérgio Cabral está fundamentada em parte de investigações ainda em curso e na certeza de que o ex-governador dirá qualquer coisa para sair da cadeia. Até mentir sobre terceiros.
PT no Planalto…/ … e aplaudindo o presidente Jair Bolsonaro. Sim, essa cena existiu. O governador do Ceará, Camilo Santana, fez questão de comparecer à posse do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. É nesse ministério que muitos governadores de oposição emplacam seus projetos.
Em bloco/ Outra petista no Planalto era a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. Afinal, Marinho é potiguar. Resta saber se o ministro conseguirá fazer com que os petistas votem com o governo em algum projeto. Até aqui, foi difícil essa conciliação.
Cobrança de bagagens/ A novela não terminou com o veto do presidente Jair Bolsonaro à gratuidade. Agora, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) acaba de apresentar uma nova proposta para proibir a cobrança por uma bagagem despachada.
Ibaneis ganha pontos/ O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi elogiado pelos colegas por causa da saia justa que colocou no ministro da Economia, Paulo Guedes, ao mencionar a posição do presidente, de querer desafiar os comandantes dos estados a zerar o ICMS dos combustíveis