denise_28 Crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press

A conta de Gilberto Kassab: primeiro, unir Minas

Publicado em coluna Brasília-DF

“Estou no projeto. O que Rodrigo Pacheco precisar, eu faço”, comentou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, assim que terminou a solenidade de filiação no Memorial JK. A frase de Delgado é música para os ouvidos de Kassab, que já anunciou Pacheco como candidato a presidente da República. As contas do partido são as seguintes: em 2018, Minas Gerais somava 10,65% do eleitorado do país. Se conseguir unir os mineiros em torno do seu nome, Pacheco entra na disputa ao Planalto com capacidade de atrair outras forças políticas e gerar um movimento capaz de lhe dar a pole position do mar de pré-candidatos que pretende quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro.

A contar pela presença de líderes mineiros na filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD, essa missão, de começar unindo Minas Gerais, está quase cumprida. No Memorial JK, estavam representantes de praticamente todos os partidos de centro, e da esquerda, estava Júlio Delgado. Até aqui, Minas surge como o único dos maiores colégios eleitorais com chance de sair mais coeso em torno de um projeto eleitoral.

PSD receberá outros
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) perguntou ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, se conversariam em Minas ou em Brasília. A filiação é esperada para breve. Do PP, que espera o presidente Jair Bolsonaro, estão de saída o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), líder da maioria na Câmara, e a irmã dele, a senadora Danielle Ribeiro (PB). E é só o começo.

Vice? Nem pensar
Lula, que fez aniversário ontem, justamente na data de filiação de Pacheco ao PSD, adoraria ter o senador como seu vice. Sonha, PT. O presidente do Senado chegou para ser protagonista, e não coadjuvante.

Dossiê na área?

Depois de assistir ao vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro sai da entrevista ao Pânico por causa de uma pergunta do humorista André Marinho, o empresário Paulo Marinho, pai de André, mandou o seguinte recado ao chefe do Executivo: “Capitão, quando o senhor estiver chorando no banheiro do Palácio, lembre-se de Gustavo Bebbiano. Ele não o esqueceu”. Bebbiano era braço direito de Bolsonaro na campanha eleitoral e há quem diga que deixou informações preciosas com Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro.

Anderson longe de Dilma
Quem circulou incógnito, no meio dos pessedistas que se aglomeraram no palco do auditório do Memorial JK para cumprimentar Rodrigo Pacheco assim que terminou a solenidade, foi Anderson Dornelles, que, por 19 anos, assessorou a ex-presidente Dilma Rousseff. Anderson contou que será “candidato a deputado federal” e, presidente do Avante do Rio Grande do Sul, foi dar um abraço em Rodrigo Pacheco.

Olho na numerologia
Presidente do PSD do Distrito Federal, Paulo Octavio tratou a filiação de Pacheco como o renascimento do partido, uma vez que se deu exatamente 56 anos depois que o Ato Institucional 02 da ditadura militar extinguiu o PSD de JK.

“Não sou eu. Você acha que eu, sozinho, teria condições de travar uma sabatina?”
Do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre, já saindo de fininho, ao responder à coluna por que ainda não pautou a sabatina de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal

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“Malandrinho” na área/ Quem ficou a cargo da execução do Hino Nacional no Memorial JK foi o grupo de choro Malandrinho, de Diamantina. A música “Peixe vivo”, marca de Juscelino Kubitschek, foi o pano de fundo quando a neta do fundador de Brasília e presidente do Memorial JK, Anna Christina Kubitschek, colocou o pin do PSD na lapela de Pacheco. Na plateia, alguns deputados cantavam a versão “como pode um homem livre viver sem democracia”.

Amigos, amigos, projetos à parte/ Amiga do governador de São Paulo, João Doria, a neta de Kubitschek e esposa do ex-governador Paulo Octavio, ligou para Doria para dizer que o Memorial seria anfitrião da filiação de Pacheco ao PSD. Doria disse que, mais à frente, estarão todos juntos.

E os precatórios, hein?/ Virou questão de honra para o presidente da Câmara, Arthur Lira, entregar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios — que parcela as dívidas judiciais do governo — aprovada e o mais breve possível. Seria mais fácil, porém, se o Auxílio Brasil estivesse incluído no texto. E ainda tem outro probleminha: há uma gama de empresários desesperada para receber as dívidas.