Tropeço do Correio: hífen

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Outra do Paulo Guedes — usar verba da Educação pra financiar o Renda Cidadã. Parlamentares puseram a boca no mundo. O jornal publicou a grita: “Superrricos é que deveriam financiar”. Bobeou. Esqueceu regra de ouro no emprego do hífen com os prefixos. Duas letras iguais provocam curto-circuito. O hífen evita tragédias: contraataque, subbloco, superricos.

Regras de ouro

No emprego do hífen com prefixo, existem três regras de ouro. Elas não abarcam 100% dos casos. Mas beiram os 90%. São elas:

  1. O H é majestoso. Não se mistura. Diante dele, o hífen pede passagem: super-homem, anti-higiênico, sobre-humano, super-herói.
  2. Os iguais se rejeitam. O hífen evita curtos-circuitos quando letras iguais se encontram: antiinflamatório, contraargumento, microondas, macroordenamento, superregião.
  3. Os diferentes se atraem. Letras diferentes se juntam como unha e carne: autoescola, contrarregra, infraestrutura, minissaia, contraprova.

Há exceções?

Há. Entre outras, os prefixos co– e re– têm alergia ao hífen. Com eles, é tudo colado: coordenação, corréu, reeleição, reinstalação. E por aí vai.