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“O Lula prefere o Bolsonaro do que eu”, disse Ciro Gomes em entrevista na GloboNews. O cearense não mede palavras. Fala sem pensar nas consequências. A língua colabora. Diz o que ele quer dizer. Mas ela não leva desaforo pra casa. E Ciro a agrediu. Desrespeitou a regência do verbo preferir. A gente prefere uma coisa a outra, uma pessoa a outra. O homem que […]
O rádio deu esta notícia: “Fiscais extorquiram comerciante”. Estranho, não? Extorquir não é lá coisa boa. Significa obter por violência, ameaças ou ardis. O verbo tem uma manha. Seu objeto direto tem de ser coisa, nunca pessoa. Extorque-se alguma coisa. Não alguém: Fiscais extorquiram dinheiro de comerciante. A polícia tentou extorquir o segredo. Extorquiram a fórmula ao cientista.
Perder pede a preposição para: O Grêmio perdeu para Flamengo.
O presidente vai passar 15 dias na Ásia. Depois, voltará para esta alegre Pindorama. Daí a importância da regência. Em tempos bicudos, o erro na preposição pode ter consequências indesejáveis. Por isso, olho vivo: ir a = ir por pouco tempo. A volta é rapidinha: Foi ao cinema. Vamos ao clube. Iremos ao shopping amanhã. Vai a São Paulo consultar o médico. Vamos a Nova […]
Bolsonaro bateu asas e voou. Foi à Ásia. A viagem é notícia. Jornais, rádios e tevês anunciam o fato. Aí, não dá outra. Muitos tropeçam na regência do verbo chegar. Esquecem que a gente chega a algum lugar: Bolsonaro chegou ao Japão. O petróleo chegou à Bahia. O ministro chega hoje a Brasília. O avião chegará ao aeroporto de Campinas com atraso. Atenção Chegada joga […]
“Prefiro trabalhar a ficar cacarejando”, disse o ministro da Ciência e Tecnologia ao Correio Braziliense. Nota 10 pra ele. Marcos Pontes acertou em cheio a regência malandra do verbo preferir. A gente prefere alguma coisa ou alguém a outra coisa ou a alguém: Prefiro cinema a teatro. Prefiro Machado de Assis a José de Alencar. Prefiro morar em Brasília a morar em Goiânia. Superdica Não use, nem a […]
“Você já foi na Renner hoje?”, pergunta a propaganda. José Ricardo ouviu. Os ouvidos reclamaram. Doeeeeeeeeeeram. Com razão. O verbo ir é pequenino, mas cheio de manhas. Ele aceita duas preposições. A gente vai a algum lugar ou para algum lugar. Ir a indica deslocamento breve. Quem vai a algum lugar está passeando ou trabalhando. Volta em pouco tempo: Vou ao clube. Paulo vai ao […]
Perdoa-se alguém? Ou perdoa-se a alguém? Na fala vale tudo. Mas, na norma culta, a novela muda de enredo. O português moderno tem preferências. Ele se derrete de amores por objeto direto de coisa e indireto de pessoa. Tradução: Complemento pessoa? Use perdoar a. Complemento coisa? Perdoar simplesmente. Exemplos não faltam: Deus perdoa os pecados. Deus perdoa aos pecadores. Deve-se perdoar qualquer falha aos poetas […]
A Seleção brasileira foi a Los Angeles para enfrentar o Peru. Perdeu. O técnico culpou o gramado. Jogadores lamentaram a derrota. Comentaristas disseram que o importante é competir. Talvez tenham razão. Na prática esportiva, há três resultados possíveis. Um: ganhar. Outro: empatar. O indesejado: perder. Ganhe, perca ou empate, impõe-se ser elegante. A ordem: usar a preposição correta. O time ganha de outro por ou […]
“Estou chegando no gabinete do ministro Sérgio Moro”, disse a repórter. No caminho, tropeçou na língua. Bateu sem piedade na regência do verbo. A gente chega a algum lugar: O navio chegou a Santos. O presidente chegou a Brasília. A repórter chega ao gabinete do ministro.