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Ninguém sabe por quê. Mas trios bajulam os ouvidos. Pai, Filho e Espírito Santo formam a Santíssima Trindade. Liberdade, igualdade e fraternidade são os lemas da Revolução Francesa. Governo do povo, para o povo, pelo povo, proclamou Abraham Lincoln. Vim, vi e venci, orgulhou-se Júlio César. Nas enumerações, o três faz mágicas. Pense em três itens para agrupar: O candidato colecionou desafetos ao combater […]
Rima é qualidade da poesia, mas defeito na prosa. Recebe, então, o nome de eco. Como descobri-lo? Leia o texto em voz alta. Ocorre repetição de sons iguais ou semelhantes? Mande-os pras cucuias: Houve provocação e confusão na reunião da diretoria. Cruz-credo! Tantos ãos provocam otite. Xô, eco! Assim: Houve provocação e tumulto no encontro da diretoria. Cacófato Ops! De vez em quando, ocorrem encontros […]
A língua encanta. Harmonias e ritmos seduzem ouvidos e arrebatam corações. Como chegar lá? Não há necessidade de mágicas nem invenções. Basta manejar com engenho e arte o código de que dispomos — organizar as palavras de tal forma que a frase ganhe fluência e ritmo. Veja a dica. Pronúncia O respeito à sílaba tônica da palavra acaricia os ouvidos. Vocábulos terminados em a, e […]
“A prosa vigorosa é concisa. A frase não deve ter palavras desnecessárias pela mesma razão que o desenho não deve ter linhas desnecessárias nem a máquina partes desnecessárias. Isso não quer dizer que o autor faça breves todas as suas frases, nem que evite todos os detalhes, nem que trate seus temas só na superfície: apenas que cada palavra conta.” (William Strunk Jr.)
Surpresa é um dos ingredientes do estilo. Chama a atenção e desperta a curiosidade. O gosto pelo inusitado opõe-se a chavão — palavra ou expressão tantas vezes repetida que perde o frescor e o viço. Pontapé inicial, abrir com chave de ouro, chorar um rio de lágrimas, cair como uma bomba & cia. foram novidade algum dia. Hoje soam como coisa velha. Transmitem a impressão […]
Escrever palavras simples e curtas. Em vez de unicamente, use só. Em lugar de falecer, prefira morrer. Substitua féretro por caixão. Obviamente por é claro. Morosidade por lentidão.
Um texto limpo não cai do céu. Nasce de trabalho, humildade, desapego. E muita faxina. Como diz o outro, 10% de inspiração e 90% de transpiração. A escrita agradável tem muitos segredos. Um deles: fugir do artigo indefinido. Um, uma, uns, umas fazem estragos. Tornam o substantivo impreciso e molengão. Mais ou menos como Sansão sem cabelo. Quer ver? Nove jovens morreram em (um) baile […]
“O segredo de um estilo mais eficiente é simples: converse com o leitor.”
Os psicólogos ensinam: “Quem quer ser afirmativo dispensa o verbo tentar”. Com ele a pessoas fica em cima do muro. Não assume compromisso. Compare a diferença: Vou tentar concluir o trabalho hoje. Vou concluir o trabalho hoje. Percebeu? Na primeira frase, o falante vacila. Na segunda, mostra firmeza.
Thiago Bezerra escreve: “Tudo que vira moda é aceito pelas pessoas até sem pensar. Mas existe moda brega, não é mesmo? Entrou em cartaz o advérbio “justamente”. Jornais, telejornais, políticos, jornalistas, advogados abusam da palavra. Ela sobra”. É verdade. A maior parte dos advérbios terminados em –mente só tem uma função — sobrecarregar a frase. Quer ver? João deve sair (provavelmente) às 6h. Cumpriu a […]