Após e depois: quando usar

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“Seja natural”, aconselham os manuais de estilo. Escreva do jeito que você fala. Frases curtas, perguntas diretas, palavras simples conquistam o leitor. Dão a impressão de um bate-papo entre amigos que se encontram para tomar um cafezinho ou comer um sanduíche. Mas nem todos estão atentos às manhas da língua. Um dos tropeços é o uso do após e depois. Por alguma razão que até […]

Fileirinha de dês: obscuridade

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Termos longos ligados por uma fileira de dês constituem pedra no caminho do leitor. De um lado, pecam pela abstração. De outro, pela dificuldade de serem entendidos. Vale tudo para descarrilhar o trenzinho. A melhor estratégia: transformar substantivos e adjetivos em verbos. Veja: O progresso dos estudantes de instituições de ensino do governo é lento. Ruim, não? O período, além da fileirinha de dês, parece […]

Escrita enxuta: substantivos e verbos

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Substantivos e verbos são a roupa e o sapato da frase. As demais classes gramaticais, os acessórios. Escreva com a convicção de que no idioma só existem nomes e verbos. Adjetivos, advérbios, conjunções & cia. devem ser usados com cuidado e parcimônia. “Nos grandes mestres”, ensinou Monteiro Lobato, “o adjetivo é escasso e sóbrio — vai abundando progressivamente à medida que descemos a escala de […]

Palavras: prefira as curtas e simples

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Entre dois vocábulos, fique com o mais curto. Entre dois curtos, o mais simples. Fuja dos antipáticos e pretensiosos. Só ou somente? Só. Colocar ou pôr? Pôr. Casamento ou matrimônio? Casamento. Precipitação pluviométrica ou chuva? Chuva. Lombada ou obstáculo transversal? Lombada. Chefe do Executivo ou presidente? Presidente. Contabilizar ou somar? Somar. Equalizar ou igualar? Igualar. Fidelizar ou conquistar? Conquistar. Agilizar ou apressar? Apressar. Flexibilizar ou […]

A Copa e a língua: coesão

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O assunto é um só. Copa pra lá, Copa pra cá. Apostas não faltam. Nem coleção de figurinhas do evento. Os brasileiros aguardam a estreia da Seleção. É hoje. E o time? Muitos acham que a equipe pode trazer a taça. Outros duvidam. Mas, como a esperança é a última que morre, não arrefecem. Torcem. A língua lhes dá senhora ajuda porque põe o dedo […]

Meia gravidez

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“Pedalada é absolutamente proibido pela lei”, disse Miguel Reale Júnior na Câmara dos Deputados. O jurista justificava o pedido de impeachment da presidente Dilma apresentado por ele. Vamos combinar? Como não existe meia gravidez, não existe meio proibido. Ou é proibido. Ou não é. Conclusão: o absolutamente sobra. “Pedalada é proibido por lei” é suficiente. Dá o recado.  

Afirme, não ache

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Acho que? Eu, particularmente, acho que? Com o tal achar, o enunciado fica fraco, inconvincente. Em vez de “Acho que a inflação vai baixar”, basta “A inflação vai baixar”. Mais: o particularmente, que costuma acompanhar o verbo molengão, também sobra. (Eu, particularmente, acho que) a inflação vai baixar.