Davi Pereira pergunta: “Pode me dizer qual é a sílaba tônica de habitat?” Habitat é proparoxítona. A sílaba tônica é ha. O acento? A danadinha é latina. Na língua dos Césares, não há acento.
Angélica Félix pergunta: “O correto é `deixe-me ver´ ou `deixe eu ver´”? É deixe-me ver. Sabe por quê? Na língua como na vida, nem todos são iguais perante as regras. Alguns são mais iguais. No infinitivo, os mais iguais são os verbos mandar, fazer, deixar, ver e ouvir. Com eles, a flexão é facultativa. Assim, você pode dizer: Vi os dois sair (ou […]
“A tragédia só não aconteceu, porque um vendedor ambulante alertou os policiais sobre uma fumaça que saía do veículo”, escrevemos na capa. Pra que a vírgula? A oração adverbial está no lugar dela. Sem deslocamento, a mocinha não dá a vez ao sinal de pontuação. Xô!
Gabriela Carvalho Guerra pergunta: “Há situações em que é possível substituir o pronome relativo que por cujo?” Não. Um é uma coisa; o outro, outra. O cujo é pra lá de especial. Pra figurar na frase, impõe uma condição – indicar posse. Fora isso, é bom bater em outra freguesia. Examine a caminhada do danadinho: A mulher mora em […]
Velha cilada “Vão ser colhidas 12 milhões de caixas de tangerina”, disse o repórter. Falava da supersafra da fruta em São Paulo. Sem perceber, caiu em velha cilada da língua. Milhão é substantivo masculino. Colhido tem de concordar com ele. Assim: Vão ser colhidos 12 milhões de caixas de tangerina. Novo vilão O vilão do momento? É o sal. […]
Que triste! Vera Lúcia Gomes é procuradora aposentada do Rio de Janeiro. Tinha credenciais para adotar uma criança. Cumpriu os trâmites. Levou pra casa uma menininha de 2 anos. Sessões de tortura tornaram-se rotina. Sem aguentar o comportamento da megera, empregados gravaram e denunciaram o horror. Com um cuidado: escreveram maus-tratos assim — com hífen. Por falar em bebê… O bebê ou a bebê? Antes […]
Lula ouviu o discurso de Dilma Rousseff. Sentiu arrepios. Lembrou-se, então, de história contada pelas feministas. Conhece? Deus criou o homem. Feita a obra, olhou para a criatura. “Posso fazer melhor”, concluiu. Criou a mulher. O presidente chamou a ex-ministra. “Dilma”, aconselhou ele, “seja mais objetiva. Converse. Use a língua do povo.” A pupila não pensou duas vezes. Exigiu da equipe estratégias capazes de espalhar […]
Eis a manchete do Correio Braziliense de quinta-feira: “Viagra genérico está liberado a partir de junho”. Leitores pra lá de curiosos fizeram duas perguntas. Uma: junho é futuro. Não seria o caso de dar a vez ao “ficará”? O presente é atrevido. Também pode indicar futuro. Por isso, dizemos: Viajo no fim do ano. João termina o curso daqui a dois semestres. O contrato acaba no fim […]
“O diálogo parece constituir-se, em si mesmo, renúncia à agressividade.”