Categoria: português
Pragas aparecem de vez em quando. A mais recente atingiu a nobre figura do professor. Os manuais dizem que a abreviatura do mestre é prof. Mas, por alguma razão alheia à vontade de Deus e dos homens, começaram a brindá-lo com um ozinho (profº). O intruso aparece até em cartazes de faculdade. É a recita do cruz-credo. A língua detesta redundância. O masculino não precisa […]
Tal como na vida, na língua há os privilegiado perante a abreviatura. É o caso do símbolo de hora, minuto, segundo, metro, quilo, litro e respectivos derivados (quilômetro, mililitro). Eles são sem-sem – sem o ponto abreviativo e sem o s indicador de plural: 5h30, 3h30min14, 4,5m, 20kg, 10ml.
Se o falante tem ânsia de brevidade, a língua não o deixa na mão. Colabora. Por isso, inventou a abreviatura. Reduz um palavrão a poucas letras. Doutor vira dr. Apartamento, ap. Quilômetro, km. Mas a ajuda tem preço. São as regras para usar as pequeninas. A mais importante: ter pena do leitor. A redução precisa ser familiar, facilmente entendida. Não só. As abreviaturas formadas pela […]
De encontro a significa contra, no sentido contrário, em contradição: O carro foi de encontro à árvore. A reforma da Previdência vai de encontro aos interesses dos funcionários públicos. A queda do dólar vai de encontro às expectativas dos exportadores. Ao encontro de joga em outro time. Quer dizer em favor de, na direção de: O pai caminhou ao encontro do filho. A iniciativa do […]
Ruço = pardacento ou complicado. Russo = natural ou originário da Rússia: A coisa está ruça. O conflito ficou ruço. Os russos adoram vodca. Nos adjetivos pátrios, russo se escreve com hífen. No mais, é tudo coladinho: russo- americano, russo-brasileiro, russomania, russofobia.
Rir é verbo irregular. Conjuga-se em todas as pessoas, tempos e modos: rio, ris, ri, rimos, rides, riem; ri, riu, rimos, riram; ria, ria, ríamos, riam; rirei, rirá, riremos, rirão; riria, riria, riríamos, ririam; que eu ria, ria, ríamos, riam; se eu rir, rir, rirmos, rirem; risse, risse, ríssemos, rissem; rindo; rido.
Respeite o falar regional. Há palavras indecisas. Pra não sair de cima do muro, adotam a dupla pronúncia. O o pode soar aberto ou fechado. É o caso de “poça d`água”. Que partido tomar? Prefira o da região. Ele mantém a intimidade.
Mantenha, no diminutivo, a pronúncia do grau normal. O o de porco é fechado. O de porquinho também. O de porca é aberto. O de porquinha vai atrás. A norma não tem exceção. Vale pra qualquer nome — comum ou próprio: Norma, Norminha; Mércia, Mercinha; colo, colinho.
Mantenha, no plural, o timbre dos nomes com o O fechado no masculino e no feminino. É tudo como se tivesse um chapeuzinho: lobo, loba, lobos, lobas; cachorro, cachorra, cachorros, cachorras; raposo, raposa, raposos, raposas; bolso, bolsa, bolsos, bolsas; pombo, pomba, pombos, pombas; tonto, tonta, tontos, tontas; moço, moça, moços, moças.
Observe a regra do primeiro o do sufixo -oso. No masculino, ele soa fechado (charmoso). No feminino, aberto (charmosa). No plural, não faz discriminação de gênero. É sempre aberto: charmosos, charmosas, gostosos, gostosas, apetitosos, apetitosas.