VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
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“Gritou com você uma vez? Vai gritar de novo. Empurrou você contra a parede? Vai empurrar de novo. Bateu em você? Vai bater de novo.” Infelizmente, essa é a situação clássica de nove em cada dez casos de agressão contra a mulher. A experiência tem ensinado que a grande parte desses casos de maus tratos contra mulheres começam sempre com pequenos atos de hostilidade contra a parceira e acabam evoluindo para um desfecho mais dramático e violento até, finalmente, terminar em morte.
Em decorrência dos elevados casos de crimes cometidos contra as mulheres registrados em todo o país, e que alçou o Brasil ao quinto lugar mundial no quesito violência contra as mulheres, obrigou as autoridades a incluir no Código Penal uma modificação muito específica que passava a qualificar, entre os crimes contra a vida, o chamado feminicídio, que é o crime com envolvimento de violência doméstica ou discriminação contra a condição de mulher.
Tanto o feminicídio (Lei 13.104/2015) quanto sua congênere (Lei 11.340 /2006), também conhecida como Lei Maria da Penha, foram instituídos quase que de forma emergencial e tópica, para coibir os recorrentes episódios de assassinatos de mulheres bem como os casos violência doméstica e familiar contra a mulher que acontecem às centenas a cada 24 horas.
Levantamento feito pelo Mapa da Violência mostrou que em 2017 ocorreram mais de 60 mil estupros em todo o Brasil. Buscar em nossa sociedade aspectos históricos do patriarcalismo e mesmo da misoginia pouco esclarece os milhares de casos de violência e morte de tantas brasileiras de forma cruel. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que, das mulheres que sofrem violência doméstica, 91% foram mortas na própria residência. Na maioria dos casos, 54,4%, o parceiro já possuía antecedentes criminais. Dessas vítimas, quase a metade, 43%, já tinha sido agredida anteriormente. Dados apresentados no painel de violência contra as mulheres do Senado mostram que, em 2016, 4.635 mulheres foram assassinadas. No mesmo ano, foram 185.308 notificações no sistema de saúde que apontavam para violência doméstica.
Curioso observar que o endurecimento das penas para os agressores e criminosos parece não ter surtido o efeito desejado, com a multiplicação de casos não só no Distrito Federal como em todo o país. O que surpreende é que, na maioria dos casos (60%), os crimes foram cometidos em razão de brigas ou de ciúmes. Com isso, fica evidenciado também o sentimento de posse sobre a mulher, que passou a ser a principal motivação alegada por esses covardes tanto para os maus tratos como para o assassinato da companheira.
O que mais chama a atenção em todos esses tristes episódios é que a grande maioria desses crimes (72%) poderia ser evitada caso essas mulheres tivessem apresentado, desde a primeira ocorrência, queixa de agressão contra o autor. Na realidade há o adiamento pela dependência financeira, pelos filhos ou pela falta de forças para enfrentar a situação. Por outro lado, é preciso destacar ainda que boa parte dessas queixas, mesmo formalmente registradas nas delegacias, não foram levadas devidamente a sério pelas autoridades. Mesmo naqueles poucos casos em que todos os procedimentos legais foram feitos, muitos agressores simplesmente ignoraram a decisão judicial de não se aproximarem de suas vítimas, encorajados, quem sabe, pela impunidade e pouca atenção do Estado com esses crimes que destroem o Brasil por dentro, bem no seio das famílias.
Diante de uma realidade social que é muito maior do que o Estado pode lidar, a única saída segura é não dar uma segunda chance ao agressor, por menor que seja caso.
A frase que foi pronunciada:
“Amor com violência é doença./“Em briga de marido e mulher se mete a colher…”. Denuncie! Ligue – 180, e evite mais um feminicídio. Esse ódio de morte é sentença.”
Osmar Fernandes, no Pensador
Em teste
Homens que cometerem o feminicídio serão responsabilizados pelos gastos do SUS no tratamento da mulher e precisarão ressarcir o Fundo Nacional de Saúde. Terão bens bloqueados e esse pagamento não deverá afetar o patrimônio da esposa e dos filhos. Soam estranhas as novas regras. Vamos acompanhar se serão realidade.
Pés no chão
O novo filme A cinco passos de você traz a realidade do mundo de quem vive a Fibrose Cística. Veja a seguir o depoimento de Fernanda Gomide, enquanto mostra alguns trechos do filme colocando a realidade em que ela vive desde que recebeu o diagnóstico.
Eleição na Ascade
Amanhã é dia de eleição de diretoria na Ascade para o triênio 2019/2021. A atual presidente da Ascade empunha a bandeira do candidato Francisco Morais. “Servidor aposentado da Câmara, com vasta experiência na casa onde fez grandes amigos, ele tem todas as credencias para conquistar a vitória e fazer uma excelente gestão”.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Na ponte de Taguatinga, também, na junção com a pista, há uma depressão que pode provocar um sério acidente, considerando-se, além do mais, a velocidade desenvolvida pelos carros na Estrada Parque. (Publicado em 15.11.1961)