VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Com a nomeação ocorrida agora do general Maynard Marques de Santa Rosa para a chefia da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo Jair Bolsonaro, torna-se oportuno, por sua importância para a compreensão da História brasileira recente, uma análise do texto escrito por ele em janeiro de 2018 em que tece comentários sobre a crise econômica, política e social que parece ter tirado o país dos trilhos.
Como pensador arguto da cena brasileira, o General Maynard já havia protagonizado um incidente quando, em 2010, no auge da popularidade do governo Lula e do petismo, pôs o dedo na ferida ao criticar, de forma enérgica, o encaminhamento dado a Comissão da Verdade, principal projeto daquele governo, dizendo o que muitos gostariam de ter dito naquela ocasião, mas que por medo ou oportunismo, deixaram passar batido. Naquela oportunidade, o general Maynard considerou que a Comissão da Verdade tinha se transformado, na verdade, na Comissão da Calúnia e que entregar os trabalhos dessa complexidade em mãos daqueles membros equivalia a “confiar a fanáticos a busca da verdade é o mesmo que entregar o galinheiro aos cuidados da raposa”.
Na sua avaliação feita em 2010, a referida Comissão era composta dos mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime para alcançar o poder. Entendia o general que tecer um documento daquela importância e sensibilidade com base em opiniões ideológicas, dogmáticas e fanáticas seria mais perigoso para a busca da verdade do que a qualquer mentira.
Já no documento intitulado Esquizofrenia social, o general Maynard voltou à carga criticando um país que, ao seu ver, foi tomado pela corrupção, pela violência e pela impunidade e em que, num momento tão crucial de sua história, se viu com escassez de lideranças políticas capazes de dar um novo rumo à nação. Nesse documento, o general Maynard culpava os políticos, sobretudo aqueles que, uma vez eleitos, deixavam suas funções para ocupar cargos no Executivo, aumentando e alimentando com isso o poder do nefasto presidencialismo de coalizão. “Senador ou deputado, ao aceitarem cargo no Executivo, deveriam perder o mandato legislativo, em favor do princípio da independência dos poderes”, ponderou Maynard, para quem eram os próprios políticos os responsáveis diretos pela crise de credibilidade que havia contaminado as instituições do país.
Para ele, de nada adiantaria, àquela altura, mudar o sistema de presidencialista para parlamentarista, delegando mais poderes justamente àqueles que menos credibilidade detinham e que eram a causa principal de toda a crise política experimentada naquela ocasião. O Congresso parecia estar envolto numa espécie de redoma psicológica, que tornava os parlamentares “insensíveis ao sofrimento da população refletido no índice macabro de 60 mil homicídios ao ano, que supera o total de baixas somadas na Síria e no Afeganistão.” Para Maynard, os códigos vigentes no País estavam defasados e uma explicação para esse imobilismo era justamente a alienação ideológica.
Com relação à crise econômica e ao desemprego de mais de 14 milhões de brasileiros, o general lembrava, naquele documento, que esse descalabro não chegava a comover também as corporações dos poderes públicos, que com seus supersalários, que transcendem os limites legais, pareciam imitar as mesmas elites insensíveis e distantes que governavam a França às vésperas da Revolução de 1789.
São dois documentos curtos, mas que tocam no cerne dos problemas.
A frase que foi pronunciada:
“A maior felicidade é o fundamento da moral e da legislação.”
Jeremy Bentham, filósofo e jurista inglês (1748-1832)
Prevenção
Antes que seja tarde é melhor proibir espumas para o Carnaval. O produto é altamente inflamável e a alegria que causa é insignificante frente ao estrago que pode resultar se for misturado com qualquer faísca. Aliás, a inutilidade e o perigo desse produto seriam o suficiente para impedir a comercialização.
Pausa longa
Já são 6 anos sem o Teatro Nacional Claudio Santoro. Como capital do país, é uma vergonha não se ter de volta a sala de concertos. Chama a atenção o descaso com a arte nesse país. Inclusive dos músicos e moradores da cidade, que protestam muito pouco.
Comércio
Um empreendedor que se sujeita a todas as burocracias para ter um comércio não deveria se furtar das vendas por falta de troco. As lanchonetes do Senac são um exemplo. Se não for pagar com cartão, pode ser que não consiga ter o que quer.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Pronto, dr. Wilson Aguiar. Dentro de seis meses, o pedestre terá, em Brasília as calçadas que você tanto reclamou. (Publicado em 08.11.1961)