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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Caso o demiurgo de Garanhuns venha a ser empossado, como ainda acredita sua caterva, estarão jogados por terra tudo o que se acreditou até hoje em matéria de ética, de valores morais, de leis e do que seja minimamente correto e aceito por uma sociedade civilizada. Estarão lançadas também, em terreno baldio, as crenças religiosas, que pregam conceitos simples como a virtude e o bom exemplo vindos de qualquer liderança.
Do mesmo modo, estarão postas de lado exigências básicas para a posse de um cidadão em posto de grande relevância para a segurança e o futuro da nação. Deixarão de existir também, por total descabimento e equilíbrio, quaisquer outros pré-requisitos para a ocupação de cargos nesse triste Trópico. O próprio conceito de República, que prega o respeito à coisa pública, como condição primeira para o exercício de função, perderá seu sentido e razão de ser.
É preciso notar, aqui nesse tema que, do ponto de vista das leis, se existe um culpado pela derrogação de tudo o que se acreditava até aqui como aceito legalmente, por certo, esse culpado está no Poder Judiciário. Não na instituição propriamente dita, mas em boa parte de seus membros, que comungam, abertamente, dos mesmos valores políticos e ideológicos do ex-apenado.
Nas escolas públicas, ou naquelas que não adotam e desdenham currículos ligados à ética, será preciso a reformulação de toda a grade de disciplinas que abordem temas ligados ao comportamento humano, dentro e fora do contexto social. Nas igrejas ou naquelas em que esse caso rumoroso não foi capaz de demover os clérigos da distopia que se anuncia, perderão sentido toda e qualquer pregação que aborde temas como os valores humanos, bem como as temáticas que buscavam, outrora, ensinar que o homem foi concebido a partir de similitudes luminares com o próprio Criador.
O que dirá então da educação dos pequenos no seio da família? Conceitos e ensinamentos sobre a retidão moral e o respeito às leis dos homens e de Deus perderão seus propósitos. O exemplo, diziam os antigos, num tempo em que os valores humanos eram tidos como essenciais para a vida em sociedade, vem de cima.
O que é feito, no alto da pirâmide social, é replicado em sua base. Mas é na sociedade brasileira, junto aos jovens, que esses maus exemplos de permissividade para os altos escalões da República irão provocar os mais terríveis e duradouros estragos. O que se anuncia com essa posse impossível é o desregramento total da sociedade, com todos os ordenamentos legais deixando de existir e com a inauguração de um novo tempo, em que o vale tudo e o salve-se quem puder serão a regra geral.
Aos que insistirem em permanecer apegados aos valores do passado, as novas leis cuidarão de enquadrá-los como conservadores, direitistas e outras acusações, portanto, não aceitos nessa novíssima sociedade. Para uma nação, em que os legítimos valores de humanidade estarão descartados, fora de moda ou contra as novas leis, restará, como opção, a rendição aos novos tempos ou o aeroporto.
A frase que foi pronunciada:
“Na longa história do mundo, apenas algumas gerações receberam o papel de defender a liberdade em sua hora de perigo máximo. Eu não me esquivo dessa responsabilidade – eu a aceito. Não acredito que nenhum de nós trocaria de lugar com qualquer outro povo ou qualquer outra geração. A energia, a fé e a devoção que trazemos para este empreendimento iluminarão nosso país e todos que o servem – e o brilho desse fogo pode realmente iluminar o mundo. E assim, meus compatriotas: não pergunte o que seu país pode fazer por você – pergunte o que você pode fazer por seu país.”
John F. Kennedy, 1961
Agência Câmara
Nessa semana, a Câmara dos Deputados terá importante reunião na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. São denúncias entregues ao deputado Aureo Ribeiro, que, segundo ele, são “fatos de elevada gravidade”, e cabe a “envidar esforços para que os esclarecimentos sobre o conluio fraudulento sejam prestados, de maneira a coibir eventuais desvios de recursos públicos”.
Firme e forte
Quando Michel Temer assumiu a Presidência da República, o Partido dos Trabalhadores parece ter esquecido de que ele era aliado e vice da chapa. Com declarações desastrosas do PT sobre alguns técnicos nomeados por Dilma e pelo vice Alckmin quando governava SP, é bom que a turma esteja preparada para uma alternativa que, por ventura, possa aparecer.
Tempo certo
Por falar nisso, bem lembram algumas linhas do livro As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano: “Quando as palavras não são dignas como o silêncio, é melhor calar e esperar.”
História de Brasília
Com estas chuvas, a escola no barraco fica imprestável, e é até uma maldade manter as crianças naquele local. (Publicada em 13.03.1962)
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Ouvia sempre essa frase falada pelo filósofo de Mondubim: “O afoito come cru e fervendo. Felizmente queimará os lábios e a língua, o que o impedirá de falar antes de pensar”. Agindo desembaraçadamente como se fosse, de fato, o chefe do Executivo, o proprietário da legenda petista tem pressa.
Alguns de seus bajuladores falam até em pedir a antecipação da posse, se possível para ontem. Vai que o tempo e os desdobramentos do que acontece hoje nas ruas de todo o país atalhe seus projetos. É preciso, pois, mostrar serviço e agir em todas as frentes como se fosse aquilo que ainda não é. Vai que toda essa pantomima, acompanhada de perto pela torcida de boa parte da imprensa, consiga desviar as muitas dúvidas, que não cessam de aparecer. Não custa nada lembrar também o que repetia o filósofo de Mondubim: “A pressa é inimiga da perfeição e mãe do fracasso”.
Com uma estratégia dessa natureza, que parece forçar os acontecimentos, o negócio é não dar tempo para que os ventos mudem de rumo. Vai que a mudança na direção dos ventos obrigue aqueles que não possuem bússola ou direção a ficarem a meio caminho, parados no marasmo e na calmaria.
Para justificar tamanha correria, é preciso primeiro construir narrativas do tipo: “Nesses últimos quatro anos, o Brasil ficou estagnado”. Vai que o mundo, indiferente, acredite nessa hipótese. Há um modo para apressar a chegada do ano novo: sair correndo e gritando, sem parar, que esse dia chegou. Pode não resultar em coisa alguma, mas, ao menos, o tempo e o espaço serão percorridos de tal modo que, quando o dia chegar de fato, de tão exaustos, ninguém perceberá.
Vai que, por uma dessas incongruências da vida, esse tempo linear nunca aconteça. Ou passe a acontecer quando já se sabe ser tarde da noite. Outra característica da pressa é que ela impede a apreciação da paisagem em volta. Vai que, nessa paisagem, vislumbre-se o nervosismo de milhões de brasileiros agitando bandeiras do país. A pressa e a afoiteza ganham ainda mais contradições, quando se verifica que não é a velocidade imprimida e sim a direção que importa. Vai que, com essa correria, não se observe, a tempo, o sinal de rua sem saída ou o aviso de abismo à frente. A pressa, já ensinava o pai da História, Heródoto, gera o erro e a confusão. Por outro lado, é preciso ter em mente que mais proveitoso que a pressa é estar munido de meta. A ansiedade entorpece os sentidos.
Vai que, nessa destrambelhada correria, esse nosso distraído e agitado atleta esqueça de vestir as próprias calças e alguém grite: “ele está nu!” Vai que essa nudez lhe exponha a alma e todos passem a ver de que material é feita. O problema com a pressa é que ela gera promessas que não poderão jamais serem cumpridas. Ou por falta de lastro na razão, ou um tempo para reflexão. O que fica do trem que passa veloz é apenas a impressão de sua imagem que passou.
Vai que essa pressa toda seja um jeito inconsciente de não parar para pensar nas consequências que virão. Pode ser que não e tudo não passe de uma tentativa de correr atrás de todo o tempo perdido, na tentativa vã de reescrever um passado breve, como todo o passado, mas cheio de acontecimentos ruinosos que deixaram um rastro de escombros por todo o país. Vai que as pessoas fiquem sabendo que a pressa é também cega e parece correr num túnel escuro. Vai que tudo isso acabe sem sentido, bem na data que deveria começar.
A frase que foi pronunciada:
“Os homens ocasionalmente tropeçam na verdade, mas a maioria deles se levanta e sai correndo como se nada tivesse acontecido.”
Winston Churchill
Solidariedade
No Varjão, o Centro Social Comunitário Tia Angelina vai fazer uma festa de Natal para a criançada. Cestas básicas e panetones são bem-vindos como doação. Todas as crianças já foram apadrinhadas com material escolar. Quem quiser participar, a entrega das cestas básicas será até o dia 27 deste mês. A festa será no dia 9 de dezembro. Mais informações pelo número 34682480.
Erramos
Fundada em 2017, Bäckerei, que significa “padaria” em alemão, é o nome certo da confeitaria que fica no Brasília Shopping e não usa gordura trans nos produtos. Publicamos Bakery.
Consumidor
Começa a ser uma alternativa muito importante para os brasileiros. As receitas de manipulação passaram a ter validade depois da aprovação do projeto da ex-senadora Ana Amélia. O controle é rigoroso e, para a manipulação, é preciso a receita médica e documento do paciente.
História de Brasília
O DFL andou cortando luz de diversas residências em Taguatinga. Não houve explicação para essa atitude. Fica, entretanto, constatado que não foi por falta de pagamento, mesmo porque o Departamento nunca cobrou uma única conta. (Publicada em 13.03.1962)
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Ao longo de sua trajetória, do sindicato para a política, muitos estudiosos e especialistas dos labirintos históricos da sociedade brasileira buscaram entender ou decifrar o fenômeno por detrás do fundador e proprietário do Partido dos Trabalhadores (PT). Aqueles que chegaram mais perto de desvendar essa charada humana concordam se tratar aqui de uma verdadeira metamorfose ambulante, capaz de enfeitiçar gregos e romanos, com sua lábia maia e ao mesmo tempo melíflua.
Trata-se aqui de um personagem que parece ir além de um Pedro Malazartes ou de um Macunaíma, o herói sem remorsos de nosso folclore. De fato, o que temos aqui, em carne e osso, é um ser mitológico, como Saci Pererê, por suas proezas e até mesmo pelo seu destino pessoal.
Quem já teve a oportunidade de observar de perto as pinturas e os desenhos de Pablo Picasso (1881-1973), em que esse artista dedicou parte de sua arte em retratar a figura do fauno, por certo, a primeira vista já pode identificar certa semelhança física e facial entre essa figura da mitologia romana e o demiurgo de Garanhuns.
Há, numa análise mais detida entre esses dois personagens, mais verossimilhanças do que assimetrias. Mais certo, para alguns mitólogos, seria aproximar essas semelhanças, misturando-se o folclore brasileiro, em que aqueles personagens aparecem, com a mitologia greco-romana do Fauno e de Pã. Essa comparação, um tanto exótica, ganha ainda mais sabor e densidade, quando esse amálgama de personas passa a transitar dentro do labirinto construído pela engenhosidade de seu ego perturbador.
Mesmo a sua reentrada no cenário político, orquestrada por um conjunto de forças obscuras do tipo sobre-humanas, confere ao personagem que agora retorna das cinzas de metais óxidos, uma áurea mítica, capaz de reascender as fornalhas de Hades. Para os muitos detratores que acumulou ao longo de sua jornada, esse é, de fato, uma personificação da figura do fake moderno ou daquele que é sem nunca ter sido.
Com sua flauta típica, que nesse caso se resume ao seu falatório, nosso Fauno, por sua proverbial parlapatice, encanta principalmente os representantes do povo, que esqueceram de representa-lo. Representantes que marcham alheios ao passado desastroso e indiferente ao futuro que virá na antessala do matadouro.
Sua possível volta ao Palácio do Planalto marcará, também, o que pode ser descrito como “Labirinto do Fauno”, não o da ficção do cinema, mas o da realidade construída a muitas mãos, todas elas empenhadas em reconstruir, a partir da argila crua, o que seria a imagem ou um deus de barro pagão. O que o nosso fauno moderno enxerga em seu labirinto fechado é o que ele acredita ser a realidade de um país em volta. Sua cegueira, no entanto, o impede de compreender um país que agora fervilha e arde em toda a parte. Uma das cenas reais, que muito bem poderia retratar o que seria esse labirinto, foi dada por ocasião das manifestações populares que chegaram a cercar o Palácio do Planalto. Lá dentro, no terceiro andar, o chefe de gabinete da então presidenta afastava a cortina para observar, assustado, o povo agitado que tomava a Praça dos Três Poderes. Naquela ocasião, eles viam, por detrás da cortina do labirinto, o que seria o mundo real e em preto e branco.
A frase que foi pronunciada:
“A inocência tem um poder que o mal não pode imaginar.”
O Labirinto do Fauno
Dica de leitura na Internet
Veja, a seguir, “Caminhos percorridos por Dr. Jorge C. Bleyer nos campos da medicina tropical e da pré-história brasileira.” Por Terezinha de Jesus Thibes Bleyer Martins Costa. Para ter acesso ao texto na íntegra, acesse o link: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/wv4vv49kn6cPgRqJ4DTs46H/?lang=pt.
Pioneiros
Mariana Nogueira é a primeira neta de Ariomar da Luz Nogueira. Arquiteto e urbanista, que trocava ideias com Oscar Niemeyer, quando a nova capital do país nascia e crescia. O Gama deve homenageá-lo com uma praça.
Qualidade
Pode ser que o cliente não ligue para isso, mas Mac liga. Com vasto conhecimento em gastronomia, o dono da Backerei, no Brasília Shopping, jamais usa margarina. Escolhe os ingredientes como se fossem amigos. Vale conhecer o lugar. Fica perto da Hihappy.
Isso pode?
No alto do conjunto 8 da QI 13 do Lago Norte, é possível vislumbrar, no Setor de Mansões do Lago Norte, uma construção colossal, no meio do cerrado. Veja a foto a seguir.
Eu vi
Um atropelamento perto do Pão de Açúcar, no Lago Norte, teve um cenário um pouco diferente. Ao perceber que se tratava de um acidente, um carro estaciona apressado no local e um bombeiro que, provavelmente, voltava para casa desce do carro para atender a ocorrência até que os colegas chegassem com o socorro. Uma cena que emocionou. Assista ao vídeo a seguir.
História de Brasília
Horrível, simplesmente horrível, o trânsito em Taguatinga. Na Avenida principal o asfalto vai até menos da metade, e o restante não recebe nenhuma conservação. Mesmo que fôsse cascalho, mas se recebesse tratamento, não seria motivo para tantos carros quebrados. (Publicada em 13.03.1962)
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Foi-se o tempo em que a expressão do Latim que ensinava que: “ verba volant, scripta manent” ou, em tradução livre , “palavras voam, a escrita permanece”, fazia algum sentido. Hoje, com o estabelecimento generalizado das tecnologias digitais, somadas às mídias sociais, tudo o que é falado em público, especialmente pelos políticos, é gravado e replicado ad infinitum.
Capturados pelas redes, ficam como escritos em rochas e jamais desaparecem, nem por força de controles e de censuras. Posto isso, é fácil aferir, antologicamente, o que seria a quintessência de qualquer indivíduo. Somos a expressão do que falamos, até de modo inconsciente. Não é por outro motivo que a psicanálise recorre, basicamente, ao que o paciente expressa em palavras, para desnudar-lhe a alma e o âmago.
Da mesma forma, é possível desnudar algumas dessas lideranças políticas, que estão atualmente sob o foco e a luz das atenções, para entendermos o sujeito e o objeto de suas falas. Tomando apenas os dois principais personagens políticos do momento e de posse do que disseram publicamente nesses últimos meses, e que podem ser conferidos em gravações que navegam pelas mídias eletrônicas, teremos farto manancial de palavras que podem, muito bem, servir de material para uma análise que mostre quem é, de fato, que pode estar por trás de cada fala.
O trabalho de compilar uma e outra fala do atual presidente e de seu opositor, que ambiciona lhe tomar o lugar, não é tarefa fácil, em virtude da verdadeira guerra de palavras que foi estabelecida e declarada, tanto no campo das eleições como anteriormente, na pré-campanha. Assim, estabelecendo Lula como sendo o número (1), e Bolsonaro como número (2), temos: (1) “ainda bem que a natureza criou o Coronavírus”; (2) “Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação, e especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo”; (1) “Eu não vou enganar o povo mais uma vez”; (2) “O povo armado jamais será escravizado”; (1) “Eu não posso ver mais jovem de 14, 15 anos, assaltando e sendo violentado pela polícia, só porque roubou um celular”; (2) “O sr. só promete, promete até picanha com cerveja, quando, da votação do Auxilio Brasil, seu partido votou contra a medida”.
A lista de parlapatices é imensa e pode muito bem ser pesada, na balança do juízo, por qualquer um. O fato, como disse o próprio Lula, durante sua turnê na Europa, é que “Bolsonaro só pensa em destruir aquilo que destruímos.” Fossem aferidas, segundo padrões de peso, cada frase poderia, muito facilmente alcançar algumas toneladas.
Jogadas contra os adversários poderiam provocar grandes estragos. Nessa batalha de palavras, a maioria, saída da boca sem antes passar pelo crivo do cérebro, os mais prejudicados são os cidadãos de bem, que têm sua família, que vão à Igreja, pagam seus impostos e sonham com um país onde seus filhos possam expressar, livremente, seus credos, sua educação, exatamente como faziam nossos antepassados, quando essas ameaças de destruição de valores eram vistas apenas em livros de ficção distópica e que, de tão assustadores e tenebrosos, eram lidos apenas por uma parcela de masoquistas e niilistas renitentes.
A frase que foi pronunciada:
“As palavras são gratuitas. É como você as usa que pode lhe custar caro.”
De KushandWizdom
Pela saúde
Ausente nos supermercados, a Vigilância Sanitária está perdendo os absurdos, principalmente, nas gôndolas de carne. No supermercado Dia a Dia do Novo Gama, as prateleiras do produto exalam o odor putrefato de longe. Pelo DF, a Vigilância também encontraria bastante trabalho.
Muito cuidado
Por falar em vigilância, com acesso aos limites de crédito dos clientes bancários, empresas que já tiveram busca e apreensão da polícia, continuam trabalhando com aposentados na mira. Mudam o nome e não se intimidam. Oferecem crédito consignado. Uma verdadeira armadilha. Marcam reunião, recebem a visita de consultores, tomam até cafezinho na própria empresa. O primeiro contato é feito por telefone. Quando o assunto for seu dinheiro, trate com o seu gerente.
Lado bom
Amor à primeira vista. Carlos Moisés e Antônia Souza Araújo. Esses são os nomes certos do casal que se conheceu no Varjão, enquanto votavam há 4 anos, e voltou, neste ano, para votar na mesma seção, já com aliança no dedo.
História de Brasília
Já que o assunto é fiscalização, aqui está uma: as casas da Caixa Econômica, na W-3, estão abolindo dependências de empregadas, para alugar a escritórios e oficinas. E o pior. Já estão colocando basculantes nas paredes externas, não se sabe com ordem de quem. (Publicada em 13.03.1962)
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Ou a gente acaba com os ratos, ou os ratos acabam com o Brasil. Com essa frase, copiada de Monteiro Lobato, o marqueteiro político Duda Mendonça pregava a necessidade de voto no candidato Lula e no Partido dos Trabalhadores para acabar com a praga da corrupção que vinha destruindo o país, desde a chegada de Cabral por essas bandas. Substituindo as saúvas de Lobato pelos ratos políticos, a propaganda de Duda mostrava uma ninhada desses roedores devorando ferozmente a bandeira nacional, que, depois de estraçalhada, ainda era arrastada para dentro da toca. O ano era 2002 e a peça de propaganda levou muita gente a acreditar que, finalmente, o Brasil iria se livrar da peste secular, dando início a um novo ciclo de nossa história.
A peça publicitária era endereçada ao governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC, 1995-2002), atacado, naquela ocasião, pelos petistas e pelo próprio Lula com a mesma ferocidade com que os ratos se atiravam sobre a bandeira. Tratava-se, na realidade, de uma grande ingratidão cometida contra FHC, pois fora ele quem limpou as veredas e aplainou os caminhos que iriam permitir o acesso do PT ao poder. Sem Fernando Henrique Cardoso, dificilmente Lula teria chegado à presidência. Para conseguir essa façanha, o próprio FHC cuidou de obstar, o quanto pode, a candidatura natural de José Serra, do mesmo partido, e que vinha realizando um excelente serviço, tanto no ministério do Planejamento como frente à pasta da Saúde.
Pelo o que era apresentado pela imprensa naquela ocasião, FHC não media esforços para, ao mesmo tempo, dificultar a candidatura de um correligionário e abrir espaços para a chegada de Lula ao Palácio do Planalto. Essa manobra talvez tenha representado um dos primeiros movimentos da chamada “Teoria ou Estratégia das Tesouras “, na qual tanto o PSDB de FHC como o PT de Lula apresentavam, em público, discórdias e brigas, todas elas ensaiadas, e, nos bastidores, juntavam suas forças e estratégias com a única finalidade de trazer as esquerdas e todo o seu ideário para dentro do poder no Brasil, de modo permanente e indiscutível. Para os brasileiros que assistiam, de fora, essa peleja teatral, parecia haver um rivalidade política de fato entre as duas legendas. O fato é que, de 1995 até 2022, essa estratégia funcionou de maneira perfeita para as duas legendas e para seus principais caciques.
Com a adesão pública de Geraldo Alckimin, colocando-se como vice na chapa de Lula, todo esse trabalho cênico, bem elaborado e que, por anos, enganava os eleitores, desmoronaria na frente de todos, mostrando, de forma crua e até pouco decente, como agem os protagonistas da esquerda brasileira, sempre dentro da máxima: “Os fins justificam os meios”. Nesse jogo viciado de cara e coroa, a moeda sem lastro das esquerdas foi perdendo seu valor de face, quando uma sequência infinita de escândalos de corrupção foram vindo à tona. Infelizmente, a enorme relação desses escândalos e seus efeitos maléficos para a nação, durante todos os 15 anos de governo petista, não tiveram o condão de acender, junto à parcela da população e, principalmente, junto às elites políticas, o alerta necessário para dar outros rumos ao país, já que esses que aí estão transformam o filme publicitário de Duda Mendonça de uma peça ficcional em um documentário realista e de mau agouro.
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Muita coisa não tem sido dita ou confessada aos eleitores do presidente “eleito”. A regra parece seguir os ensinamentos de Maquiavel: “faça de uma vez só todo o mal, mas o bem faça aos poucos”. Com isso, a maior parte do que poderá ser uma das linhas de governo, a partir 2023, fica em suspense ou seguida de três pontos.
De fato, ao não apresentar um programa sério e consistente de governo, o não tão novo assim ocupante do Planalto irá compor de fato seu gabinete de ministros, à medida em que forem surgindo os problemas. Contudo, uma coisa é certa: não há diretriz alguma assentada ou traçada no papel. As linhas de governo virão em conta gotas, ditadas apenas por uma pessoa: o chefe. Os demais, nesse baile anacrônico da Ilha Fiscal, figuram nesse governo como figurantes.
Outro fato que parece já ser decisivo é que o governo que ensaia voltar em 2023, irá ao Executivo com a ajuda subserviente de todo o Poder Judiciário, na figura do Supremo Tribunal Federal. Na verdade, pelo o que se tem visto até o momento, caberá ao Supremo um papel de coadjuvante no governo de esquerda.
O Legislativo entrará nesse salão, à medida em que seus membros forem submetidos ao lento processo de “amolecimento do coração”. Na novilíngua que reinará no Palácio do Planalto, esse processo se deve ao “poder encantador de convencimento do presidente”. No fim o que se espera é que todo o Congresso acabe sendo encantado pela flauta do líder. Com a abdução do Judiciário e do Legislativo, o próximo passo será trazer as forças de segurança para a área de influência do governo. Concluída essa etapa, o que a população assistirá será o festival de loas e salamaleques vindos de toda a mídia cativa e subserviente.
Em linhas gerais, esse é todo o enredo a ser desenvolvido até 2026. De posse das rédeas do poder, doravante, falar em independência dos Poderes soará como heresia. Estarão todos em perfeita harmonia. Não é por outro motivo que, para dar início a essa gestão singular, o governo que chega já adentra o cenário nacional com a proposta de furar o teto de gastos, acabando com esse modelo antiquado e certinho de responsabilidade fiscal.
Para tanto, já vem trabalhando pela aprovação no Congresso da chamada PEC dos gastos. Caso essa medida não avance no Congresso, como espera o governo que virá, a solução será recorrer ao Supremo, onde a proposta será facilmente acolhida e até defendida, podendo os opositores a essa PEC virem a responder por crime contra a nação.
O mercado, essa entidade apátrida e sem endereço, torce para que a junção do populismo com as finanças públicas não arruine as perspectivas de lucros e, principalmente, não atrapalhe o trabalho manicurto dos bancos. É preciso entender que a expressão “furar o teto de gastos” não assusta o mercado e seus objetivos materiais imediatos. Eles estarão muito bem protegidos contra as intempéries. Na verdade, o teto furado trará seus efeitos apenas sobre a cabeça da classe média, que sentirá os efeitos das goteiras que irão se alastrar pela casa toda, já com uma só televisão e nenhuma lancha.
O furo ou rombo no teto de gastos é apenas o primeiro estrago a ser realizado nas contas públicas. Outros virão na sequência e até por inércia. A começar pelo furo no piso. Pelo desmonte da estrutura econômica, pelo abalar dos pilares do livre mercado, pela demolição dos alicerces da poupança interna, pelo desgaste das reservas, pelo tremor nas vigas que dão suporte aos princípios da ética pública e pela destruição de toda e qualquer barreira dos cofres da União.
O Colapso de todo o edifício Brasil e seu desabamento espetacular será o grand finale dessa chanchada burlesca.
A frase que foi pronunciada:
“A França é um país que adora mudar de governo se for sempre o mesmo.”
Honoré de Balzac
Pela saúde
Ausente nos supermercados, a Vigilância Sanitária está perdendo os absurdos nas gôndolas de carne. No supermercado Dia a Dia do Novo Gama, as prateleiras de carne vão dar bastante trabalho. Pelo DF, também encontrariam bastante trabalho.
Muito cuidado
Por falar em vigilância, com acesso aos limites de crédito dos clientes bancários, empresas que já tiveram busca e apreensão da polícia continuam trabalhando com aposentados na mira. Mudam o nome e não se intimidam. Oferecem crédito consignado. Uma verdadeira armadilha. Marcam reunião, recebem a visita de consultores, tomam até cafezinho na própria empresa. O primeiro contato é feito por telefone. Quando o assunto for seu dinheiro, trate com o seu gerente.
Lado bom
Amor à primeira vista. Carlos Moisés e Antônia Souza Araújo. Esse é o nome certo do casal que que se conheceu no Varjão, enquanto votava há 4 anos e voltou nesse ano para votar na mesma seção, já com aliança no dedo.
História de Brasília
A Universidade de Brasília adotará cursos prévios intensivos de três meses, no início do ano letivo, a fim de tentar recuperar os alunos admitidos com nível insatisfatório. No fim do curso, o aluno reprovado poderá repeti-lo mais 3 meses, a fim de atingir o nível para prosseguir nos Cursos Técnicos. Só no fim dêsses seis mêses, é que receberão, então, “bilhete azul”. (Publicada em 13.03.1962)
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Um dos princípios da Física estabelece que a análise de um objeto, sua trajetória, tamanho, propriedades etc., só pode ter um sentido válido e compreensível se comparado com outros, e tendo como referência diversos elementos externos ao objeto. O mesmo entendimento pode ser levado também para aferir o tamanho do cidadão em sua relação ao Estado e à toda máquina pública. Em outras palavras, tem-se que, quanto maior e mais poderoso o Estado, menor, em relação a ele, será o cidadão.
Um Estado gigante obriga, à sua volta, cidadãos que, na realidade, não passam de formigas atazanadas, com obrigações diárias que as forçam a trabalhar ininterruptamente para alimentar esse Leviatã. É como diziam os antigos: quanto maior a porta, menor serão aqueles que passarão sob ela. Eis aqui uma questão que nos leva direto ao conceito do estatismo e ao tamanho do Estado.
Para os que defendem que o Estado seja um gigante, atuando em todas as áreas e, por isso mesmo, consumindo grandes porções de impostos e exaurindo, ao máximo, a força de trabalho de seus cidadãos, o indivíduo é sempre visto como um detalhe, descartável, quando não for mais conveniente sua presença. A ilusão do Estado provedor, imaginado pelas ideologias totalitárias como o “pai da nação”, tem levado a humanidade, em todo o tempo e lugar, às mais terríveis experiências.
Exemplos atuais de Estados poderosos e gigantes ainda são vistos em todo o planeta. China, Rússia, Coreia do Norte e outros são referências de Estados gigantes no sentido de ascendência sobre seus cidadãos. Investem fortunas em poderio armamentista e de controle da população. Recursos que sempre faltam lá na ponta, em forma de serviços públicos básicos. Faltam papel higiênico, grãos e antibióticos, mas não faltam recursos para armas de destruição em massa e para os serviços de controle interno e repressão
Nesse ponto, é válida a comparação entre um Estado agigantado e os processos infecciosos da metástase de um tumor. Quanto mais cresce, mais adoece e leva a população junto. Os riscos trazidos pelos ideais do estatismo são sempre maiores do que seus benefícios. E é isso que é ocultado da população. O estatismo, filho bastardo de ideologias, tanto de esquerda como de direitas extremadas, é impulsionado tendo, como premissa maior, o fortalecimento exclusivo daqueles que estão diretamente ligados aos processos de gerenciamento da máquina do Estado.
Aos demais, as migalhas. Por isso se verifica, ad nauseam, que um Estado rico e poderoso é sempre aquele em que as elites no poder desfrutam de todos os privilégios materiais, restando, ao resto da população, o papel de mantenedora dessas benesses. Não por outra razão, o estatismo é defendido pelas elites políticas no topo da pirâmide social. As mesmas que não se acanham em recorrer ao uso de formicidas, sempre que o formigueiro se mostrar mais assanhado.
A frase que foi pronunciada:
“Quando muitos trabalham juntos por um objetivo, grandes coisas podem ser realizadas. Dizem que um filhote de leão foi morto por uma única colônia de formigas.”
Sakya Pandita
Otimismo
Entre 30 de dezembro e 1º de janeiro, o Partido dos Trabalhadores estima que 200 mil pessoas cheguem a Brasília. Se assim for, o setor hoteleiro estaria com 95% da capacidade tomada. Em 2003, foram 70 mil pessoas.
Bons tempos
Deputado Izalci Lucas traz, na memória, um fato bastante curioso. Nos anos 70, segundo o parlamentar, todos os jovens queriam casar com uma professora. O salário era muito bom na época. Equiparado ao salário do magistrado.
Caso de sucesso
Ioni Pereira Coelho, Thaise Souza de Carvalho e Sara Cristina Damásio, professoras do Centro de Ensino Fundamental 308, de Santa Maria, juntamente com a Vice-Diretora Profa. Marineide Martins, enaltecidas pelo Projeto Empreendedorismo, que colocou a escola como finalista do Prêmio Ibero-Americano de Educação. O Projeto Culinária, feito com sobras de alimentos, incentiva o empreendedorismo e resgata o prazer do estudante estar na escola.
Novidade
Projeto de proteção às mulheres iniciado pela ex-senadora Ana Amélia foi atualizado pelo deputado Capitão Derrite. Trata-se de impor o uso de tornozeleiras eletrônicas também por quem está no regime aberto, em livramento condicional ou por quem cumpre medidas cautelares. Mulheres do Brasil, que vivem o pavor da agressão e morte, agora sabem que esses homens violentos poderão ser detectados, caso tentem burlar as medidas restritivas.
História de Brasília
Na primeira viagem, o sr. Jânio Quadros para fazê-la, vendeu um terreno. Depois, fêz outra viagem. Foi convidado especial. Na terceira, mandou hipotecar a casa. E na próxima? (Publicada em 13.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Pode até parecer ironia, mas, com a volta do passado, com todo o baú de velhas novidades que alberga em interior, a preocupação doravante é com o futuro. Nesse caso específico, pode haver mais similitudes entre o passado e o que nos aguarda o futuro. Mais do que um simples jogo de palavras, essa é a expectativa mais prudente a ser externada e, talvez, observada logo no primeiro dia de janeiro de 2023, quando haverá a transição de governo, em que o presente irá passar a faixa para o passado. Parece surreal!
Depois dessa solenidade, é só correr para casa, ligar a televisão e aguardar a saraivada de notícias que virão. Com a queda física do Muro de Berlim, em novembro de 1989, e toda a simbologia que esse evento trazia em seu bojo, as esquerdas em todo o mundo ficaram órfãs, exceto naqueles lugares como a China, Cuba, Coreia do Norte, onde as sinistras ditaduras comunistas reinam absolutas. No resto do mundo, o sentimento era de luto.
Na América Latina, onde os ventos das mudanças sempre chegam com atraso, a solução para a perpetuação dessas ideologias moribundas foi dada a partir da integração continental de mais de cem partidos, dentro do recém criado Foro de São Paulo, em 1990. Obviamente que o objetivo central desse Foro era a futura consolidação da União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL), que viria a substituir a antiga União Soviética (URSS).
Um olhar sobre essas três décadas passadas, a intenção era transformar todo o continente, no que são hoje, países como a Venezuela, Cuba, Nicarágua, Argentina e outros, onde a socialização da miséria foi para esses povos e a concentração de riquezas para os áulicos desses partidos. É certo que, dentro da ideia da URSAL, o Brasil, por suas potencialidades econômicas, seria a principal locomotiva a tracionar essa distopia.
A transformação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de fomentador nacional em banco supranacional, fazendo dessa instituição um motor a alimentar, com recursos dos pagadores de impostos do Brasil, todas as ditaduras do continente, foi uma das primeiras ações postas em prática pelos governos petistas. Bilhões de reais foram então para esses países, sem a contrapartida em garantias. O calote foi feral e debitado nos cofres da União.
Não confundir aqui URSAL com Mercosul! Uma busca a hegemonia política de poder das esquerdas a partir da integração, inclusive de Forças Armadas de todo o continente. A outra é uma tentativa de criar-se um livre mercado comum, semelhante à União Europeia. Se tudo correr conforme o traçado em paralelo, o Brasil voltará, a partir de 2023, a ser o grande financiador desse pesadelo, escoando os recursos internos, a fundo perdido, para todas as ditaduras do continente.
Para dar uma máscara mais moderna e mais parecida com a democracia, essa nova esquerda latino-americana submete-se até aos processos de eleição. Só que esses processos são viciados e longe de quaisquer possibilidades de contestações. “Está mais do que claro que o Foro visa aparelhar as instituições. Trata-se, como teorizou Antônio Gramsci, de um golpe silencioso e sistêmico. O que se prega é uma perpetuação ideológica no continente.
“Infelizmente, o PT conseguiu infiltrar seus agentes nas instituições. Eles são fiéis às suas ideologias, e não à democracia e à constituição. Acredito que o PT vem para terminar o serviço, alinhar o restante da máquina pública à sua visão e gerenciar uma estratégia de hegemonia política no país, o que acredito ser muito difícil, ainda que possível”, reflete o filósofo Pedro Henrique Alves, do Instituto Liberal.
Essas últimas eleições no Brasil deixaram bem claro, para todos aqueles que querem ver, de que lado as principais instituições do país estão. Resta agora começar um trabalho de limpeza nas Forças Armadas, trazendo novos oficias de alta patente, das Três Armas, para o lado do novo governo, a começar pelo afastamento gradativo de todos os Generais, Almirantes e Brigadeiros contrários aos “novos Tempos”.
A frase que foi pronunciada:
“A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano.”
Voltaire
História de Brasília
O Ipase até hoje não construiu a garagem do Bloco 5, da superquadra 208. Por isto, os carros trafegam por cima do passeio, numa vingança que vem prejudicar os próprios moradores. (Publicada em 13.03.1962)
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Em tempos de conflitos e de um embaralhar de línguas, onde parecem prevalecer apenas os monólogos e mímicas de cegos e mudos, melhor mesmo é deter a marcha, olhar para trás, para ver em que ponto dessa jornada tomamos o atalho errado. Com isso, a recomendação é seguir o que recomendam os antigos e mais experientes nesses processos em que os humanos voltam a se perder nos labirintos da Torre de Babel.
O primeiro passo talvez seja não discutir com os tolos e ignorantes. Do mesmo modo, não insistir em prosseguir jogando ou pelejando xadrez com os pombos. O que parecem ser, à primeira vista, receitas singelas e fáceis, são na verdade potente unguento contra os males das discórdias.
Diante da impossibilidade de acreditar no relativismo de todas as coisas e de todos os atos, melhor não prolongar o debate e cessar logo o discurso. Não pode haver discussão ou entendimento, onde a verdade foi impedida de se estabelecer. Na ausência da verdade, a estratégia dos antigos mandava imperar o silêncio. Para o leitor e eleitor, apanhado de surpresa em meio a esse tiroteio, não existe justificativa, nem no céu, nem na terra, que faça prevalecer a força que combate a ética e os valores humanos. O mal não necessita de justificativas, pois ele se impõe pela força ou pela falta de raciocínio.
Quando eleições nacionais, e que dizem respeito apenas aos brasileiros, passam a ganhar grande destaque na mídia internacional, figurando nas primeiras páginas dos principais noticiários do planeta, é que esse pleito específico deve merecer maiores reflexões por parte de nossos eleitores. Num planeta em que a maioria dos países sempre torceu o nariz para nossos assuntos internos, que importância teria essa eleição agora para chamar tanta atenção?
A resposta a essa questão não está apenas no fato de o Brasil ser o celeiro do mundo. Vai mais além. Muito além. Ocorre que esse destaque internacional, que em alguns casos beira a torcida organizada, é bem mais visível por parte daqueles países e noticiários mais vinculados à ala esquerda. Há, de fato, uma torcida por parte dessas ideologias, para que vença o atual candidato da oposição. Isso é patente. O que não é muito claro são os motivos dessa torcida.
Nesse mundo onde a inversão dos valores passou a ser o novo normal, o que fica nítido, em primeiro plano, é que o candidato da oposição é, de fato, o escolhido pelo sistema. Que sistema? perguntariam alguns. O sistema é tudo o que engloba as forças e o poderio das finanças da esquerda, espalhadas tanto em nosso continente como alhures. Para esse lado ideológico especifico, o chamado “trem da história” aguarda apitando e soltando fumaça na estação. Os passageiros aguardam apenas a chegada do novo Lenin tropical. Desde sempre, os antigos vêm alertando a todos para que tomem cuidado com aqueles que dizem ter uma missão. Sobretudo se essa missão apontar para além das fronteiras nacionais. Essa é uma experiência do passado e que tem causado muitos sofrimentos e perdas humanas, mas ainda assim é repetida e aceita por força do niilismo que parece imperar nas mudanças de século e de milênio.
Também foi dito pelos antigos sábios que o melhor é sempre manter distância das ideologias do momento. Principalmente se essas vierem acompanhadas por ideias de paraísos futuros. Líderes autênticos não apontam paraísos fictícios. Falam a verdade como ela é: em preto e branco. Políticos não são arautos de paraísos. Muito menos pai ou mãe disso ou daquilo. O que parece complicar ainda mais toda essa explanação é que vivemos, de fato, tempos em que a censura e o cala boca voltaram com força, anunciando, com sua mordaça, o que poderá ser o porvir. Em momentos assim é que as antigas parábolas e alegorias voltam à tona redivivas.
Num país onde o ensino e a qualidade da educação formal são escassos, nada mais natural do que termos eleitores médios, com ideias e pensamentos médios e que não prestam muita atenção ao que se passa ao redor, nem em seu meio. A realidade, ao contrário do que muitos acreditam, não está no futuro, mas no passado e em tudo o que pôde ser visto a olho nu, sentido na pele e escoado pelas lágrimas. Na mão de políticos hábeis, a imaginação é manipulada a tal ponto que faz com que a mentira ganhe uma auréola de luz. A política, entre nós, que já não era chegada à verdade e à razão, ganhou ainda mais impulso e vida no mundo virtual das mídias, irmanando-se com o falso perfume das utopias. “Vamos botar fogo no circo”, dizem alguns. “Vamos jogar ainda mais gasolina nas chamas”, dizem outros.
Cuidado com as eleições, sobretudo aquelas em que muitos alimentam com nacos do próprio fígado. Esteja consciente de que seu voto é uma arma apontada para sua própria cabeça, mas que pode ferir e matar aqueles que estão próximos a si. Se não por bala, por desgosto. Não acredite em discursos que falam sobre coisas como a “festa da democracia”. No melhor de Millôr, lê-se: “democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim.”
Neste dia de eleição, rume rápido e silente para as urnas. Não confie em ninguém. Não declare seu voto. Volte também rápido para casa. Tranque a porta. Desligue o rádio. Realize seu trabalho doméstico como de costume. Mantenha-se alheio ao que se passa nas ruas. Não dê ouvidos aos diálogos sobre política e eleições. Não alimente expectativas. Aprenda que o desejo é a fonte do sofrimento. Cessa o desejo, cessa o sofrimento.
Se na segunda-feira, quando você se inteirar que seu time não ganhou o campeonato, não se importe. Siga como antes. Não dê os parabéns, nem critique os vencedores. A vida é o que você faz dela. Siga em frente! Não deixe que suas emoções de alegria e dor fiquem estampadas no seu rosto. Em tempos incertos, voltam os antigos a ensinar que a vida, como a política, pode ser sempre um exercício fútil.
A frase que foi pronunciada:
“O cargo mais importante, e que todos nós podemos e devemos ocupar, é o de cidadão.”
Louis Brandeis
História de Brasília
Embora ainda distante, a Semana Santa é responsável pela alta desenfreada nos produtos pescados. O “Peixe e Gelo”, que ninguém sabe porque continua na “invasão”, podendo estar nos mercadinhos aumentou consideravelmente seus preços. (Publicada em 13.03.1962)
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Um dos problemas na escolha de uma cor é que, ao apontar aquela que lhe agrada, você, automaticamente, descarta milhões de outras. Os antigos já ensinavam: “quem acerta no alvo, perde todo o entorno”. A vida, nesse caso, parece se constituir numa sucessão de infinitas escolhas. Seguir o caminho que leva ao vale e não o segue pela montanha impede que você contemple a paisagem tal qual ela é vista pelos pássaros.
No poema infantil Ou isto ou aquilo, composto por Cecília Meireles em 1964, a imposição de ter que escolher mostra bem que a cada escolha corresponde, no mesmo sentido e intensidade, uma perda. “Ou se tem chuva e não se tem sol,/ou se tem sol e não se tem chuva!/Ou se calça a luva e não se põe o anel,/ou se põe o anel e não se calça a luva!/Quem sobe nos ares não fica no chão,/quem fica no chão não sobe nos ares./É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares!/Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,/ou compro o doce e gasto o dinheiro./Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…e vivo escolhendo o dia inteiro!/Não sei se brinco, não sei se estudo,/se saio correndo ou fico tranquilo./Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.”
Pudera esse tipo de preocupação de criança ser também a dos adultos, onde as escolhas não resultassem em prejuízos e perdas. De certo, que não cabe à imprensa e às mídias informativas guiar o dedo dos eleitores na hora de apertar os botões da urna, embora tenha sido essa a missão que boa parte da mídia se auto concedeu, como se essas instituições fossem imantadas de um poder e de uma luz capaz de se converter num farol a iluminar os navegantes em noite de tempestade em alto mar.
A atual situação eleitoral, por seus desdobramentos e consequências totalmente surreais, parece requerer, mais do que nunca, um claro farol no alto do rochedo a indicar o caminho seguro. Se a partida corresponde ao passado, a travessia ao presente e a chegada ao futuro, temos que estamos, como eleitores nesse exato momento, imersos no esforço da travessia para alcançarmos num futuro próximo, o instante da decisão.
Até lá, somos simples caminhantes, marchando ao encontro do isto ou do aquilo. Para aqueles que prosseguem nessa caravana, atentos ao redor, seguindo com o olhar o fio de luz do farol, que, no seu giro de 360 graus, ilumina, por alguns segundos, pontos e imagens perdidas lá atrás na paisagem, a cada clarão é possível ver o ponto de partida, que é também o porto do passado. Nele pode se ver ainda muitos sinais de escombros. Em alguns desses pontos, vê-se também e, por breves segundos, sinais de fumaça, resultante dos incêndios que consumiram os livros e registros do passado. Livros que ensinavam coisas como ética e boas maneiras. Ensinavam como seguir em segurança, como evitar atalhos e como se precaver das soluções fáceis.
A biblioteca, com esses milhares de livros sobre saberes antigos, ensinava também como evitar e se precaver contra as fórmulas do passado. Sobretudo aquelas que obrigaram as multidões a marcharem em meio a escuridão. O farol é como a lanterna a iluminar as ondas. É como se conseguíssemos ler, a cada passar do fio de luz, a frase de Samuel Taylos Coleridge: “A luz que a experiência nos dá é de uma lanterna na popa, que ilumina apenas as ondas que deixamos para trás.”
A frase que foi pronunciada:
“Vote no candidato que tem o caráter mais parecido com o seu!”
Única frase consensual nessa eleição.
Consome dor
Situação bastante perigosa no comércio central do Lago Norte, conjunto 4. Pedaços de granito despencaram da fachada, colocando a vida dos consumidores em sério risco. Vejam as imagens no Blog do Ari Cunha.
Agora, diferente
Uma obra ainda moderna e pouco valorizada ao longo dos últimos anos. O Touring Club vai abrigar o Sesi Lab. A inauguração do novo espaço divulgador da arte e educação está agendada para o final de novembro.
Sem ócio
Luís Cláudio França, organizador do projeto “Craque na Bola fica na Escola”, comemora as aulas de futebol para crianças e jovens, meninos e meninas que frequentam as aulas da rede pública em Samambaia, Estrutural e Ceilândia.
Leitura
Belo trabalho de Elio Cantalicio Serpa e José Adilçon Campigoto: “Filologia da civilização brasileira: a proposta de Afonso Arinos de Melo Franco.” Um exame de lupa na obra de Arinos, “Conceito de Civilização Brasileira.”
História de Brasília
Amanhã na TV-Brasília, às 21 horas, vamos comentar a situação das professôras, e mostrar o que acontece no Setor de Residências Econômicas, que você conhece como “Gavião”. (Publicada em 11.03.1962)