Costumes de casa

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

facebook.com/vistolidoeouvido

instagram.com/vistolidoeouvido

 

Congresso Nacional. Foto: EBC

 

Repetia o filósofo de Mondubim: “Costume de casa se leva à praça”. Pontuava que os bons hábitos tinham que ser adquiridos no ninho para levar no próximo voo. Observando de perto nossas elites políticas, constatamos que a maioria delas trouxe para os palanques e tribunas públicas a educação e os costumes que receberam dentro de seus lares. Também não podia ser diferente. O que mais chama a atenção em nossos representantes eleitos, a maioria composta por indivíduos que fazem da política um negócio pessoal e rendoso, é a qualidade dos conselhos que aprenderam quando crianças e, hoje, mostram sem pudor para a população. É certo que conciliar a educação familiar com os costumes vistos na praça só é possível quando esses se igualam mais em virtudes e menos em vícios. Como nossas praças públicas não apresentam exatamente um modelo de bom comportamento a ser seguido, os maus costumes trazidos de casa passam despercebidos e se fundem em meio à multidão.

Dessa forma, todos acabam se igualando numa espécie de vida primitiva, em que a força se sobrepõe à razão. Com isso, é possível afirmar que nossos representantes políticos eleitos espelham, exatamente, o que muitos são em síntese dentro de casa e dentro deles mesmos. Lógico que, em meio a essa turba, existem aqueles, e são muitos também, que não se enquadram nesse modelo de desconstrução social e ainda se escandalizam com o comportamento de nossa classe política.

Obviamente, para esses, os costumes de casa nunca não se encaixaram naqueles observados nas praças. Há, de certo modo, um preconceito, observado hoje, que coloca os adeptos da ética pública enquadrados como conservadores e, por isso mesmo, taxados de direitistas e outras alcunhas sem lastro na verdade. A sociedade, ou boa parcela nela existente, quer ver em seus representantes um modelo de virtude a ser admirado e seguido. Mas não é isso que ela constata diariamente. Nossos políticos, e por motivos vistos acima, revelam-se, individualmente e em grupo, que os maus costumes recebidos em casa foram bem-aceitos em praça pública. Mentem, traem, locupletam-se com a mesma facilidade com que trocam de roupas íntimas.

Veja o caso real de um fulano que, em seu domicílio eleitoral, conseguiu a façanha de eleger-se ao difícil cargo de senador do Estado e que, nos primeiros dias de mandato, abandonou essa função, trocando-a por outra, que acreditava mais vantajosa para si e com maiores possibilidades de visibilidade nacional. Sem remorso algum e alheio aos compromissos assumidos solenemente em campanha, trai aqueles que deveria representar no parlamento, virando-lhes as costas. Casos como esses ocorrem com frequência diária e sem surpresas maiores. Para os eleitores que se identificaram com esse tipo de político, a ponto de não apenas votarem nele, mas de fazerem campanha para ele, mesmo ao custo de angariar muitas inimizades, esse é o tipo de candidato que trouxe para a praça exatamente aquilo em que acreditam, ou seja: os costumes recebidos em casa.

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma forma confiável de fazer as pessoas acreditarem em falsidades é a repetição frequente, porque a familiaridade não se distingue facilmente da verdade. Instituições autoritárias e profissionais de marketing sempre souberam desse fato.”

Daniel Kahneman, no Pensando rápido e devagar

Daniel Kahneman. Foto: online.pucrs

 

Ação
Brasília nunca havia presenciado uma atitude tão contundente do Ibram e do DF Legal como aconteceu sob o comando de Roney Nemer e de Cristiano Mangueira. Um morador do Núcleo Rural Boa Esperança não gostou da aparência dos frequentadores das cachoeiras do local. Resolveu cercar a área com telhas de zinco para evitar os visitantes. No mesmo dia da denúncia, a cerca foi retirada do local pela polícia.

Foto: dflegal.df.gov

 

Sucesso
Hoje é dia de diplomação da nova presidente do CreaDF, Adriana Resende. Com um currículo substancial, a nova líder, eleita pela classe, apresentou o plano de trabalho para pôr em ação.

Adriana Resende. Foto: creadf.org

 

Assunto sério
Filmetes espalhados pelas mídias sociais mostram as respostas absurdas da juventude sobre questões simples de matemática, gramática, geografia e história. É realmente urgente que haja uma reestruturação no ensino brasileiro. O preconceito contra os colégios militares é o primeiro obstáculo nessa jornada. Quanto mais o tempo passa, pior o ensino público fica. Isso não é o natural.

Foto: pmdf.df.gov

 

Desacelerando
Quem faz o percurso pela DF-005, margeando o Lago Paranoá, estranha as novas velocidades estabelecidas: 80km/h em curvas, de repente muda para 40km/h. É um verdadeiro balaio de gatos. Agora, a Câmara dos Deputados se reúne para sugerir a criação de um grupo de trabalho para estudar a redução da velocidade média nas vias urbanas. Há até projeto de lei nesse sentido.

Foto: Carlos Gandra/CLDF

 

História de Brasília

Até aí nada demais, porque todo mundo faz isto. Mas, ocorre que a carta sobrescrita à máquina veio parar em Brasília. E para piorar, a AP nº 7 mandou para o Ministério da Educação, que não tem nada com o caso. A carta, finalmente veio parar em nossas mãos, e já seguiu para a Bahia por nossa conta. A importância gasta será debitada ao DCT, para doutra vez trabalhar melhor. (Publicada em 28/3/1962)

 

Passado repaginado

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Divulgação/Revista Oeste

 

         Seguindo o raciocínio sempre cristalino e objetivo da filósofa Hannah Arendt (1906-1975), a dignidade – palavra hoje em desuso – tanto da ação como do pensamento humano, não pode e não deve ser destruída, para o bem de toda a humanidade, pelos manipuladores da lógica e dos fatos.

         A própria história e sua compreensibilidade, não pode ter seus caminhos e fatos redesenhados por aqueles que almejam apenas provar essa ou aquela opinião. Com base nessas observações, transpondo e reduzindo esse tema para caber dentro de um indivíduo e suas singularidades, pode-se inferir que a história de um indivíduo ou seu currículo pretérito não pode ser adulterado pelo simples fato de que não se pode apagar o passado.

         A memória do tempo e dos fatos não se importam com seus sentimentos e crenças atuais. Desse modo, a história de um indivíduo é seu cartão de visita permanente. Por isso é que se diz: as pessoas podem mudar, mas os fatos históricos de seu passado jamais.

         Quem quer que venha a se apresentar para uma tarefa, tem que fazê-lo apoiado pelos fatos de seu passado. É a tal história: fiz e farei. De posse dessas ideias, qualquer um que venha a se incumbir da tarefa de levantar a história e o histórico de alguém, como, por exemplo, no caso dos biógrafos, não pode ter seus caminhos de pesquisas atalhados quer por lacunas ou reedições do passado.

         Não chega a ser surpresa que muitos de nós gostaríamos de ter parte de nosso passado apagado dos livros da vida. Mas esse é um sentimento próprio da experiência humana, na sua busca de sempre ir melhorando ao longo da vida. Ainda nesse ponto, é válido dizer que o indivíduo, como ser que está em perpétua construção ao longo do tempo, é, em síntese, constituído pelos fragmentos que incorporou a si, ao longo de sua existência.

         Para o homem comum e anônimo, é sempre mais fácil esse refazer-se e mesmo apagar, para outros, os seus rastros. Para os personagens públicos, essa é uma tarefa impossível. Para o mundo do Big Brother e do oceano da internet, essa tentativa de passar a borracha sobre a vida passada de homens públicos, sobretudo dos políticos, é como apagar incêndio num prédio de vinte andares usando conta gotas.

         Num trocadilho mais terreno, diz-se que, quem foi é o que é agora. Em nosso país, onde as tentativas de apagar o passado de muitos ocorre de modo contínuo, o trabalho de reeditar a vida pretérita de nossos homens públicos é vista como atitude normal e até aceita por aqueles que fingem não terem visto o que se passou. Aproveitando o fato de que, no Brasil, a memória é sempre um elemento a ser descartado, para não sobrecarregar os neurônios, os políticos precisam apenas trocar de roupa ou de gravata, ir à um bom alfaiate, aparar a barba e o bigode, e tudo se resolve. A repaginação no visual, com a ajuda dos recursos do photoshop, contribui para o renascimento de um novo ser, prontinho para entrar em cena.

         Mas, quer o destino indiferente a nossos desejos que esse novo ser, devidamente orientado pelos coroados expertises do marketing, irá, em algum momento, voltar a ser o que sempre foi, obrigando o passado a emergir do fundo do subconsciente. Por suas ações agora, semelhantes ao passado, já não adianta mais vir com rótulos do tipo “paz e amor”.

          Por baixo da nova máscara e da nova gravata, nova camisa, o antigo e conhecido ódio escorre como suor por todos os poros. Para alguns desses personagens da nossa cena política, a imagem do passado, tão profundamente maculada, permanece como um daqueles retratos antigos de família, pendurados na parede e coloridos a posteriori, mas que guardam a memória viva espelhada no fundo dos olhos de cada um dos retratados.

         É como dizem os antigos: a previsão do futuro é sempre feita com base no passado, pois esse acaba sempre reconhecendo e voltando ao seu lugar de origem.

 

A frase que foi pronunciada:

“O passado nunca está onde você pensa que o deixou.”

Katherine Anne Porter

Katherine Anne Porter, 1947. Foto: Hulton Archive/Getty Images

 

Erro

Com boa intenção, o deputado federal Gilson Marques protege os motoqueiros em um estatuto para a classe de entregadores. Mas dizer que eles são alvos de multas por simplesmente trabalhar é ingenuidade. A prova está no registro de atendimentos do Corpo de Bombeiros. A imprudência, negligência e imperícia são as razões das multas e de colocar a vida de terceiros em risco. Como o projeto de lei ainda tramita, deve ser revisado.

Deputado federal Gilson Marques. Foto: epbr.com.br

 

Ouvidoria

Assédio sexual em ambiente hospitalar, entre funcionário e paciente vulnerável é um assunto silencioso. Só vem à tona quando o mal já fez o serviço. O fato acontece também em clínicas de exames por imagem. Seria interessante a disponibilização de canais de atendimento e campanha estampada nas paredes das instituições, o que inibiria a prática por parte dos funcionários e deixaria os familiares em alerta. A governança corporativa é o principal fator de mudança com iniciativas proativas.

Foto: GETTY IMAGES

 

História de Brasília

É que o Presidente vira, do ar, uma patrulha de máquinas, e pensara que fosse do DNER. Mandou executar o serviço, que não foi iniciado. Mandou, então, demitir o engenheiro residente em Goiânia, constatando-se, depois, que as máquinas eram do DERGO. Tudo esclarecido, começarão, agora, as obras na Fazenda. (Publicada em 11.03.1962)

Plebiscito e Referendo

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

 

Charge: jornalggn.com.br

 

Perdeu-se mais uma excelente oportunidade, nestas últimas eleições, de submeter o cidadão e eleitor a um amplo questionamento, que, muito mais importante do que indicar representantes políticos, forçasse o Estado, ou, mais precisamente, o establishment a empreender uma profunda e séria reforma política administrativa, capaz de pôr um fim às crises institucionais cíclicas. Perguntas simples, mas fundamentais para o ordenamento e modernização do Estado, como por exemplo: ­Você é a favor do orçamento secreto livre de fiscalização, conforme elaborado pelo Congresso?

Você concorda que o Congresso tenha o controle de mais de 40% do Orçamento da União e use dessa prerrogativa de modo político e não técnico? Você apoia a ideia de implantação do sistema do semipresidencialismo, como propõe o Congresso? Você é a favor dos Fundos eleitoral e partidário? Você está de acordo com iniciativas do Poder Judiciário em outros Poderes da República? Na falta do comprovante impresso, você acredita que as urnas eletrônicas sejam completamente seguras? Você está de acordo com o chamado foro privilegiado? Você é a favor da prisão em segunda instância? Você está de acordo com o sistema de indicação política dos ministros do Supremo pelo presidente da República? Você aprova a existência de cargos vitalícios dentro da máquina do Estado? Você está de acordo com a atual redação da Lei da Ficha Limpa? Você está de acordo com a atual redação da Lei de Improbidade Administrativa? Você é favorável a que os presidentes da República decretem sigilo legal sobre suas ações? Você concorda com a atual carga tributária? Você acredita que o Estado devolve os impostos que arrecada em forma de serviços públicos de qualidade? Você é a favor do sistema da reeleição? Para você, a corrupção política é um delito menor ou um crime hediondo?

Por certo que, tomado ao pé da letra, as respostas da população a essa consulta mostrariam o imenso fosso a separar a sociedade necessitada de atendimentos básicos e um Estado perdulário e rico, que muitas vezes usa desses imensos recursos em proveito próprio, alimentando uma situação que já perdura por séculos.

Muito mais proveitoso do que a eleição desses e de outros grupos políticos, todos igualmente irmanados em dar prosseguimento a esses antigos privilégios, é a realização de uma reforma, quase revolucionária, que ponha fim ao conhecido status quo estamental.

As eleições, conforme desenhadas, não resolvem os problemas nacionais, apenas os entregam a outras mãos, que irão dar prosseguimento aos mesmos mecanismos injustos, sob outro verniz. A questão aqui fica evidente e óbvia, embora se saiba que somente os gênios possuem olhos para enxergar o óbvio. Não é a simples mudança de pessoas. É a mudança do sistema e de todo o mecanismo do Estado, obrigando-o a trabalhar e servir a nação.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quem decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto.”

Públio Siro

Imagem: reprodução da internet

 

Perigo

Ainda sem pinturas, as faixas de pedestres. Faltam poucos dias para as chuvas voltarem de vez!

Foto: samambaiaempauta.com

 

Freio já

Invasões de terras vão começando sub-repticiamente. No Setor de Mansões do Lago Norte, na pista oposta, que é área verde, perto do balão que leva ao Paranoá, já fizeram os furos para colocação da cerca. Na DF 250, no balão de Rajadinha, à direita, a invasão toma proporções alarmantes. Ceilândia, Samambaia e Planaltina também enfrentam a ilegalidade. Agora é ficar de olho na Neoenergia e Caesb. Esse é o parâmetro para atestar o aval do governo. Já há jurisprudência sobre o assunto.

Foto: chicosantanna.wordpress.com

 

Único

Com um mote antes de começar os discursos, o senador Kajuru sempre abre a fala dizendo que os brasileiros e brasileiras são suas únicas excelências.

Senador Kajuru. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

Dois lados

De um lado, os sem esperança afirmam que, surpreendentemente, o PT já ganhou as eleições. Um ministro do Supremo não tiraria o candidato da prisão se não fosse para vencer. De outro lado, como disse o senador mato-grossense Jayme Campos, nós temos que ter o pensamento, como o Ruy Barbosa já dizia: “Ai de nós se nós não sonhássemos”, como sonhou D. Pedro I, com a independência do Brasil, não é isso? Como sonhou Juscelino Kubitschek, com a construção de Brasília, e outros grandes políticos e homens pelo Brasil. E nós temos que sonhar com o Brasil mais justo, é isso que nós queremos.

Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)

 

Sem assinatura

Pfizer contra Covid tem validade estendida. A autorização foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O estranho nisso tudo é autorizar vacinas onde não há responsáveis pelos efeitos adversos.

Foto: Dado Ruvic/Reuters

 

História de Brasília

Mais uma do “Gavião”: falta água quase todos os dias. Os reservatórios construídos não foram inaugurados. Ou melhor, foram, e não aprovaram, por causa da infiltração. As especificações da construção estavam erradas. (Publicada em 11.03.1962)

Olhos vesgos

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Cazo

 

          Insensibilidade e indiferença profundas, diante da dura realidade nacional, talvez seja o traço mais forte e negativo a caracterizar a personalidade de nossas elites políticas, desde sempre. De fato, esses senhores veem o país com os únicos olhos que possuem e que traduzem o mundo exterior, de acordo com a alma mesquinha que abrigam em seus corpos. De outra forma, como entender o comportamento perdulário que apresentam, mesmo frente a tantos problemas econômicos vividos pela população, que, em última análise, representam também seus fiéis eleitores?

          A explicação pode estar justamente bem debaixo de nossos olhos. O dinheiro que torram e que lhe foi confiado pelos cidadãos é recurso público, que escorre, em grande quantidade, por entre os dedos como areia fina. Na verdade, esse dinheiro, retirado a fórceps dos contribuintes, graças a uma das maiores e mais escorchantes cargas tributárias do planeta, faz falta onde devia ser empregado de fato, mas, ainda assim, é retirado de quem menos pode para ser entregue aqueles que tudo podem.

          Detalhes como esses e que dizem respeito às agruras experimentadas pela maioria da população não parecem comover ninguém. Foto recente, retratando um desses muitos eventos em que os áulicos comemoram suas vitórias pessoais na capital do país, chama a atenção para aqueles que querem enxergar a sinistra troca de olhares que esses personagens parecem estabelecer entre si, e que os fazem irmanados num mesmo grupo, o Centrão, empenhados nos mesmos projetos e propósitos, que nada dizem respeito ao resto da população.

         Apenas em posse dessa foto e sabedor do que fazem no Congresso, como é o caso aqui do chamado orçamento secreto, já seria possível, a qualquer juiz justo, condenar a todos, sem perdão. Criado por volta de 2020, o orçamento secreto, ou emendas do relator, cujos critérios de transparência e de prestação de contas simplesmente inexistem, vieram se somar a outras verbas bilionárias ou emendas ao orçamento da União já existentes, como os casos das emendas individuais, de bancada e de comissões.

         São justamente essas emendas de relator ou secretas, e que passam muito longe do faro das instituições de controle, que possibilitam os mais esdrúxulos acordos políticos, em sua maioria até antirrepublicanos. Mas é esse o preço a ser pago pelo chamado presidencialismo de coalizão, que, nesse caso, está mais próximo de um presidencialismo de cooptação. Trata-se aqui de uma versão modernizada do famigerado mensalão, que consistia na compra de votos pelo governo. A situação chegou a um tal paroxismo que impedir esse tipo de emenda inviabilizaria todo o governo. Para alguns, trata-se de uma chantagem pura e simples e que tem as bençãos e o apoio do Centrão.

         Mesmo com um orçamento da União curto, o governo acabou pressionado a cortar dotações, por exemplo, do Programa Farmácia Popular, para suplementar o orçamento secreto e assim não contrariar o Centrão. É esse o jeito que as nossas elites no poder conseguem enxergar as políticas públicas, olhando-as a partir dos olhos vesgos que possuem.

 

A frase que não foi pronunciada:

“Por onde o secreto anda, o diabo dança.”

Ariano Suassuna, enquanto dá uma olhadinha para o planeta Brasil

 

Inacreditável

São tantos impostos que chegava a ser brincadeira dizer que, daqui a pouco, seria cobrado o ar que você respira. O ar, ainda não. Mas a luz do sol, sim. Quem instalar painéis fotovoltaicos, para ter uma redução na conta de luz, vai ser abraçado pela “Taxação do Sol”, que entrará em vigor a partir do próximo ano.

Queima

De Goiás, diretamente para o Rio Grande do Sul. Minas de carvão tomam espaço, justificadas pelo Projeto na Mina Guaíba, que se espalha em 5 mil hectares a céu aberto. Senador Paulo Paim está fazendo o que pode para evitar esse desastre. A Justiça Federal não aceitou o processo de licenciamento.

Foto: Reprodução/RBS TV

 

Futuro

Pela liturgia católica, os noivos devem entrar na igreja de braços dados com os pais. O noivo com o pai e a mãe e a noiva com o pai e a mãe. Em algum tempo, não haverá noivos, nem pai e mãe e, tampouco, Igreja Católica. Esse é o desabafo de um padre em excursão a Lourdes.

Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, França. Foto: AFP/Arquivos

 

Solução nacional

Mais uma vez, a Embrapa avança com estudos que reduzem a dependência de fertilizantes na agropecuária nacional. Balanço das ações da Caravana Embrapa, que leva soluções para uso eficiente de fertilizantes e insumos, será apresentado no XXXIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo.

Foto: embrapa.br

 

História de Brasília

Abriram valetas para colocação de esgotos. Fecharam as valetas. Não fecharam. Jogaram terra. Nenhuma placa indica o perigo, e a todo instante, um carro atola perigosamente. Ponham alguma indicação, por favor. (Publicada em 10.03.1962)

“Empreiteiros de ruínas”

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Congresso Nacional durante a votação dos vetos presidenciais 03/03/2020 Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

 

Caminhamos a passos largos para um impasse do tipo político de grandes proporções e que poderá resultar em desdobramentos imprevisíveis. Tudo por conta da polarização política, tanto de seus atores principais, como dos muitos dos coadjuvantes em torno de um e de outro candidato. Com essa fórmula que aí está, seja quem quer que venha, virá com sede de revanche. Em tal cenário, talvez seja melhor mesmo reduzir tudo a cinzas, reiniciando como Fênix. A culpa por todo esse sistema disfuncional está lá atrás, em nosso passado recente, quando próceres do Legislativo, pensando ser melhor resolver primeiro os problemas pessoais, deixaram as reformas que a Nação exigia, com urgência, para a posteridade, no dia de São Nunca. Com isso empurraram, sine die, as reformas políticas ou simplesmente desfiguraram-na a tal ponto que acabaram por mumificá-las para sempre.

O instituto da Ficha Limpa foi uma dessas medidas, essenciais para a moralização, no bom sentido da expressão, do Estado. Depois de desidratadas, essas medidas perderam o viço e em lei inócua se tornaram. Fosse aprovada conforme desejava a sociedade em seu desenho original, tal medida, teria por seu condão saneador, o poder de afastar da vida pública e do valhacouto dos cargos políticos, toda a espécie de aldrabões e de velhas raposas que sempre sobreviveram, e bem, à sombra do Estado provedor. Sem a Ficha Limpa o que temos para as próximas eleições são candidatos sujos ou mal lavados a concorrer para os mais altos cargos da máquina do Estado. Que país pode dar certo em mãos erradas? Eis a questão. Doutra feita, o desmonte, peça por peça, do instituto da prisão em segunda instância, penalizando, aqueles políticos a quem poderíamos eufemisticamente chamar de “maus brasileiros”, foi outra medida que nos empurrou para a beira do abismo em que estamos.

Sem essa possibilidade, orquestrada em conjunto uníssono pelos Três Poderes da República, o que temos para o pleito de outubro são candidatos a quem não venderíamos, sequer, uma bicicleta velha e sem uso. Muitos cidadãos chamariam a polícia ao ver tais postulantes à solta nas vizinhanças. Com um banzé dessa natureza, não surpreende o fato de verificarmos que quem deveria estar solto, está preso, e quem deveria estar preso, está solto. Não será surpresa também se nessa toada não notarmos, lá na frente, candidatos com tornozeleira eletrônica ou com o dorso tatuado com iniciais das organizações do crime.

O problema que temos pela frente foi erguido lá atrás. Ainda a desconstrução da Lei de Improbidade Administrativa, obra feita pelos mesmos “empreiteiros de ruínas”, legou à população a maior coleção de candidatos ímprobos de toda a história da humanidade. Eles virão e com eles todas as velhos e conhecidos truques de prestidigitações, fazendo o dinheiro público sumir diante de todo mundo.

Outras medidas, preparadas lá detrás, como aquela referente ao for de prerrogativa, uma benesse feita para proteger e blindar malandros, no mal sentido, ao não ser aplicada como deveria e a tempo, gestou, mais uma vez, uma miríade de aleijões políticos que retornarão para nos atazanar a vida. Para decorar o cume desse bolo a democracia, que tal a mais alta corte do país, abrir a cela da prisão, e de lá retirar mais um grande malfeitor, lançando-o diretamente nas próximas eleições. É tudo o que temos para outubro? Ou virão outras surpresas?

Num quadro mal pintado como este, quem quer que venha, virá com sangue nos olhos.

 

A frase que não foi pronunciada:

“Constitucionalmente, o Senado é a Casa que limita excessos do STF.”

Janaína Paschoal

Janaína Paschoal. Foto: odia.ig.com

 

O cachorro ou eu

Muita gente reclamou quando a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que a convenção de condomínio residencial não pode proibir de forma genérica a criação e a guarda de animais de qualquer espécie nas unidades autônomas. Mas as condições são claras: o animal não pode apresentar risco à segurança, à higiene, à saúde e ao sossego dos demais moradores e dos frequentadores ocasionais do local.

Foto: reprodução da internet

 

Fato ou Fake?

Uma das alternativas para verificar notícias que tratem do Senado Federal quanto a veracidade é o Senado Verifica, um serviço da Secretaria de Comunicação Social. Quando houver dúvida, os contatos são: senadoverifica@senado.leg.br ou pelo número: 0800 0 61 2211.

 

Quanto mais, melhor

Uma forma de acabar com a celeuma das urnas é a situação providenciar um aplicativo para as denúncias nas eleições. O TSE já lançou o “Pardal”. O app foi criado para “estimular a denúncia sobre crimes eleitorais”.

Foto: tre-pi.jus

 

História de Brasília

A revista “Brasília”, órgão do serviço de divulgação da Novacap, estará vivendo nova fase a partir de 21 de abril próximo, quando será relançada em bases comerciais. (Publicada em 09.03.1962)

Vanglória e poder

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Genildo

 

Maquiavel (1469-1527), um filósofo pouco lido e conhecido pela elite política brasileira dizia, entre outras pérolas, que, para conhecer o caráter de um indivíduo, o melhor método era dando-lhe poder. Quanto mais poder, mais o indivíduo deixa transparecer sua verdadeira índole. Essa máxima fica ainda mais cruenta e até patética, quando se observa que a maior parte de nossas elites políticas, quando imantadas pela luz fugaz do poder, mesmo o mais insignificante e passageiro, não perdem a oportunidade de exibir a plumagem, onde escondem, traiçoeiramente, as garras afiadas, prontas para golpear os desafetos e todos que possam atravessar em seu caminho.

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade (Eclesiastes 1). Esse parece ser um dos atributos, reservados apenas à espécie humana, capaz de diferenciá-lo dos demais animais. O outro vício, diretamente derivado desse, seria a concupiscência, ou a cobiça e até o prazer sensual por bens materiais. Uma vez entronizado no poder, nossos caricatos políticos mudam a aparência, sendo que alguns mudam até de cônjuge e de endereço. Alguns desses personagens, que amanhã comporão, de modo negativo, apenas o rodapé das páginas de história, não economizam meios de fazer chegar, ao maior número de pessoas possível, sua atual posição de destaque e, para tanto, fazem questão de marcar esse momento com solenidades de grande pompa e circunstância, atraindo para si os holofotes e a atenção de todos.

Surpreende que, em tempo algum, esses indivíduos não percebam que essa posição é dada graças ao esforço dos contribuintes, que, aliás, não são sequer lembrados, nem muito menos convidados para a festa de posse. Como servidores públicos que são, esses senhores não se dão ao trabalho de, ao menos, entender que sua chegada a essa função é apenas uma rotina burocrática e administrativa e não um final de campeonato com vencedores e perdedores.

Em homilia recente, o frei Franciscano Emmanuel Afonso lembrou que o poder de Deus é sempre frágil, enquanto, em posse dos homens, o poder passa a ser sempre prepotente e opressor. Com isso, o pároco quis lembrar aos ouvintes que Deus poderia vir ao mundo com toda a glória, toda a pompa, mas preferiu vir como criança indefesa, cujo o primeiro berço era uma manjedoura humilde entre os animais. No domingo de Ramos, lembramo-nos que a Semana Santa é aberta quando Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento. Foi assim a escolha para uma entrada triunfal. Aqueles que, por um acaso, possuem, de fato, o poder, não o ostentam e fazem tudo para não expor essa potência.

Sobriedade e parcimônia é tudo o que o cidadão espera dos servidores públicos, sobretudo aqueles que estão em posição de destaque e podem dar o exemplo de recato. Para a sociedade, tanto faz a posse de um ministro como de um médico no serviço público. De certa forma, e dada as atuais circunstâncias de carência de pessoal especializado na Saúde Pública, a posse de um médico ou técnico em medicina preparado é muito mais preciosa e necessária para o cidadão comum e sua família do que a entronização suntuosa de altos figurões da República.

Ficassem esses tipos de solenidade de posse na seara apenas da vaidade e da vanglória, ainda daria para suportar. O problema é quando esse tipo de solenidade de posse instiga e abre alas para o empossado passar a proferir ameaças veladas a todos aqueles que não se submeterem às suas diretrizes, num discurso desagregador, intimidatório e longe de um ambiente de paz e de harmonia.

Pudessem as leis e cidadãos determinar que tais solenidades, regadas com os mais finos e caros acepipes e que mais se assemelham a comícios de campanha políticas fossem definitivamente varridas da vida pública, o pagador de impostos teria, ao menos, um pouco de consolo de ver seus impostos poupados em eventos inúteis e distante da realidade brasileira.

 

A frase que foi pronunciada:

“A democracia deve ser construída por meio de sociedades abertas que compartilhem informações. Quando há informação, há iluminação. Quando há debate, há soluções. Quando não há partilha de poder, não há Estado de direito, não há responsabilidade, há abuso, corrupção, subjugação e indignação.”

Atifete Jahjaga, presidente de Kosovo

Atifete Jahjaga. Foto: commons.wikimedia.org

 

No escuro

Falta, em Brasília, inspeção em supermercados, restaurantes e padarias. Condições de higiene, acondicionamento dos alimentos e procedência das carnes, por exemplo, não são do conhecimento dos consumidores.

Foto: reprodução da internet

 

Educação

Nesta semana, os semáforos na W3 Sul e Norte piscavam mudando o trânsito que funcionou sem a presença de representantes públicos. O bom senso dos motoristas foi o suficiente para que não se transformasse em caos.

 

Tirar sangue

Seria bom que o laboratório Sabin destinasse algumas unidades para exames em bebês com profissionais gabaritados.

Foto: sabin.com

 

História de Brasília

Já que o assunto é ônibus, no começo de Brasília todo o mundo tinha Araguarina como uma emprêsa exemplar. Ultimamente, tem desleixado demais nos seus serviços. Os ônibus ficam parados na estrada, quando não encendeiam, como foi o caso de um, que demorou quase um dia para chegar a Brasília, vindo de belo Horizonte. (Publicada em 09.03.1962)

Lembretes mínimos aos eleitores

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: jornaldebrasilia.com

 

          De agora em diante, todo o cuidado é pouco. O que está em jogo é seu futuro e o daqueles que estão em seu entorno. O início oficial da campanha política, com tudo o que ela pode representar de simbólico e concreto, marca também o começo de uma caminhada, cujas trilhas e atalhos podem levá-los para bem longe da Terra Prometida. Por isso, mantenha sempre os pés atrás com relação às ideologias anunciadas e, principalmente, àqueles que a pregam com ardor pastoral. Do mesmo modo, tome distância em relação aos governos, desconfiando de seus membros e de suas falas. Fique de orelha em pé com o que ouve e com o que é dito pelos governos e não fie em suas promessas.

          Não seja hostil aos governos, mas também não se mostre amável. Todo o cuidado com os discursos políticos é pouco. Lembrem-se sempre do que dizem os políticos: 99% é propaganda e 1% é mentira. Tenha em mente que você sempre será melhor do que aqueles que irão lhe pedir votos, mas não deixe que isso transpareça. Não fale desse e de outros governos, quando for você, com o seu voto, o responsável por sua escolha. Não pense jamais que você é inferior e sem importância diante de qualquer governante. Lembre-se que os despossuídos são sempre aqueles que pedem.

          Os políticos são como pedintes ingratos. Não creia em promessas, sobretudo, naquelas feitas por esses pedintes. No dobrar da esquina eles já não irão lembrar de ti e podem até hostilizá-lo como um estrangeiro. A utopia, tão cara aos sonhos e aos poetas, é um veneno na boca de políticos. Portanto deixem de lado as utopias políticas e concentrem-se apenas em seus projetos. Seja tão criterioso com o seu voto como é com seus sonhos mais caros. Não ponha fé alguma no mundo idealizado pelos políticos. Também não desacredite em seus ideais. Tome ciência que você e a sua família são o Estado que importa.

         Impor vantagens de uma ideologia sobre a outra é perda de tempo. Todas as ideologias servem sempre somente aos políticos e não a você. Não discuta ou debata política com familiares e amigos. Entre amigos e familiares, os assuntos são sempre sérios. Tenha em mente que você é um privilegiado por não dever, nem pedir nada aos políticos.

          Não se filie a partido algum. O seu partido é sua família e seus amigos. Não creia na urgência em adotar esse ou qualquer outro modelo de política ou partidário. Em momentos de urgência, os caminhos tomados quase nunca são os melhores ou mais sensatos. Lembre-se de que você é mais sensato do que os políticos que vê e escuta. Feche sempre os olhos quando um político discursar, peneirando cada uma de suas palavras pela peneira da sensatez. Depois disso, despeje no lixo grande parte do que foi dito. Use apenas aquelas partes que serão devidamente analisadas. Políticos são como feirantes a anunciar mercadorias. Procure, em primeiro lugar, percorrer toda a feira, vendo e ouvindo tudo com atenção. Depois, verifique com atenção sua carteira e pense apenas naquilo que precisa no momento. Descarte todo o resto. Estude. Leia. Viaje pelo passado. Fique alerta contra os discursos de ódio e todo aquele que o professa. Preste atenção em palavras inventadas com o intuito de injetar veneno na cultura, na bondade, na solidariedade e na paz.

         Se não existem programas exequíveis a serem apresentados pelo político, desligue a televisão ou o rádio. Cuidado redobrado com os marqueteiros políticos. Lindas fotos com cores equilibradas, nitidez cirúrgica, sorrisos, não querem dizer absolutamente nada. São feitas de vento. Todos os marqueteiros vendem produtos que jamais comprariam para si.

         Não leve fé naqueles parlapatões que anunciam mundos fabulosos para o amanhã. O que interessa é o presente. Tenha para si a máxima de que Deus ri de quem faz projetos. Do mesmo modo, acredite que Deus joga dados e toda a realidade é dada pelo acaso. Você é e pode ser seu acaso. Lembre-se sempre de que o eleito é você e sua família. O Estado é uma criação política.

         Tome conhecimento de tudo à sua volta, retire para si o que possa precisar e descarte todo o resto. Quando se dirigir à cabine de votação, vá conhecendo cada um daqueles em que irá votar. Você deve conhecê-los como a palma de sua mão. Deve se lembrar de todos. Tenha presente a decisão sobre aqueles políticos em que você jamais irá votar. Ponha em sua cabeça a decisão de jamais perdoar políticos que cometeram crimes, sejam eles quais forem.

         Tome atenção, relação política nada tem a ver com afinidade pessoal. Não queira a companhia de políticos. Você tem coisa mais importante a fazer.

         Assenhore-se de sua dignidade e cidadania e não discuta em público temas políticos. Intimidade e sigilo das urnas é tudo o que você precisa em outubro. Fique longe de palanques e de todos aqueles que andam, neste mundo sujo, de colarinho impecavelmente branco. Lembre-se de que muitos desses políticos, que afirmam ter as mãos limpas, usam luvas de pelica.

 

A frase que foi pronunciada:

“A Grécia tinha sete sábios; mas no Brasil, só sete é que não o são.”

Marquês De Maricá

Marquês de Maricá. Foto: wikipedia.org

 

Embaixada do Piauí

Luiz Alencar Sousa, do bar e restaurante “Embaixada do Piauí”, na 313 Sul, foi surpreendido com uma declaração do ministro André Mendonça. Na verdade, elogios ao sabor da comida são constantes, mas a reverência do ministro realmente emocionou. Veja a seguir.

 

Imperdível

Hoje, 18h30min, na livraria da Travessa, no Casa Park, será o lançamento do livro de Samyra Crespo, contando 30 anos do ativismo ambiental no Brasil. André Trigueiro apresenta o livro “Conta quem viveu, escreve quem se atreve”. Mais detalhes a seguir.

–> “Conta quem viveu, escreve quem se atreve “

De maneira leve e divertida, na linguagem que costuma usar em seus artigos na internet, a autora Samyra Crespo nos brinda com 30 anos de história do ativismo ambiental. Depois de lançar com sucesso o livro em São Paulo e no Rio de Janeiro, Samyra vem à Brasília no próximo dia 18, na Livraria da Travessa, onde fará a leitura de uma de suas ‘crônicas’ – justamente sobre sua experiência aqui no Planalto. A partir das 18h30.

Samyra Crespo é ambientalista histórica com uma experiência singular no ativismo que abraçou desde que fez a primeira pesquisa de opinião no Brasil que se chamou “O que os Brasileiros Pensam do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável ” em 1991, às vésperas da Rio 92. A pesquisa seguiu por 30 anos com cinco edições. Ela dirigiu ONG, fez carreira acadêmica, trabalhou no Ministério do Meio Ambiente durante as gestões de Carlos Minc e Izabela Teixeira, parte deste período como presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Serviço:

Lançamento do Livro “Conta quem viveu, escreve quem se atreve “

Data: 18 de agosto

Horário: 18h30

Local: Livraria da Travessa, Casa Park

 

História de Brasília

Alguém sem escrúpulos salvo justificação em contrário, construiu uma tôrre metálica sôbre a cruz onde foi celebrada a Primeira Missa de Brasília. O monumento está coberto por armações de aço, num visível desrespeito a um dos lugares sagrados da cidade. (Publicada em 09.03.1962)

Jô Soares e outros

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Ivan Cabral

 

         São mais verossimilhanças entre humoristas e políticos do que podemos supor à primeira vista. A começar pela diferença de mundos que cada um apresenta para sua plateia. Ambos necessitam da criação de personagens para se fazer presente e serem ouvidos. O humor brinca com a verdade e a política com a mentira. Enquanto um busca a fantasia e absurdo da realidade, como ferramentas para se comunicar com o público, o outro trata a realidade com o absurdo da fantasia, prometendo o irrealizável. Tanto os humoristas como os políticos anseiam pela áurea natural do carisma, que a todos seduz, embora essa virtude mágica prefira a companhia dos cômicos, por sua sinceridade.

         Política pode ter sua graça, quando levada a sério por seu autor. Já o humor só encontra o riso quando foge do compromisso com a seriedade e vira as costas para o mundo em preto e branco do politicamente correto. A política parece mais especializada em um tipo de humor negro, em que o bullying é a arma predileta, enquanto o humorista faz, da troça ligeira e sem ofensas, uma morada para o riso solto.

         É preciso lembrar que em ambas as profissões ou ocupações de vida não é fácil se tornar um humorista ou mesmo um político de respeito. Trata-se de uma tarefa árdua essa de levar, às multidões, o ar fresco da risada ou a esperança de um mundo melhor à frente. A questão aqui é que a troça despreocupada não leva a desilusão de esperanças desfeitas que a política engendra. Rir da realidade absurda é a arte do humorista, rir-se da realidade dos eleitores é a artimanha da velha política.

         O político passa a ser um humorista, no mal sentido, quando suas patifarias alcançam os píncaros da desumanidade. Humor negro é você se deparar com pessoas de idade e de cabelos brancos a ocupar as mais altas funções públicas e, de repente, são surpreendidas pela polícia e, para fugirem do flagrante, escondem milhares de reais em espécie dentro da cueca samba-canção, sendo logo desmascaradas. A piada sem graça, fica por conta da impunidade e de uma Justiça que finge não enxergar malfeitos nos crimes da elite nacional.

         Jô Soares, que agora desce do palco, foi um humorista completo. Possuía bagagem cultural e sabia escalar equipes eficientes. Transitava bem entre a literatura, o humor, o teatro e o jornalismo como poucos neste país. Tinha, a exemplo de Ronald Golias, Anquito, Oscarito e outros poucos, uma forte áurea de carisma, bastando sua presença para iluminar a plateia. Tinha sua graça e fazia dela seu ganha pão honesto. Sabia o que estava fazendo e tinha a tranquilidade daqueles que passam pelo mundo apenas distribuindo alegrias. É preciso destacar também o humor negativo de personagens que também ficarão na história do Brasil, desengonçadamente engraçados como a ex-presidenta, que até o título foi inventado driblando a língua materna. Admirava os ouvintes com seus improvisados discursos, saudando a mandioca ou empacotando vento. Era o terror dos tradutores que não escondiam o constrangimento.

          Até mesmo o ex-presidente e dono do Partido dos Trabalhadores pode ser considerado um grande humorista, quando encarnado em alguns de seus personagens folclóricos, ao criticar seus opositores dizendo que eles estariam destruindo tudo aquilo que eles próprios destruíram e outras sandices. Ou quando se comparava a Jesus ou mesmo afirmava que é o homem mais honesto do mundo. No país da piada pronta, o humor fica do lado sério das coisas, enquanto a política encarna o jeito brasileiro de fazer piada sem graça e humor sem cérebro.

 A frase que foi pronunciada:

“As pessoas estão tão acostumadas a ouvir mentiras, que sinceridade demais choca e faz com que você pareça arrogante.”

 Jô Soares

Jô Soares. Foto: Divulgação

 

Brasília

         Chegou um convite de Tânia Fontenele para participar do Café Histórico e Geográfico, na próxima segunda, das 17h às 19h. A ideia é apresentar uma retrospectiva dos 15 anos de pesquisa sobre as Memórias Femininas da construção de Brasília. O encontro será no próprio Instituto Histórico e Geográfico do DF, na SEPS Entrequadras 703/903, conjunto C. A presença deve ser confirmada pelo telefone 32246544.

 

Óbvio ululante

Formar um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados para acompanhar a preparação do Brasil para Copa e resgatar imagem “em baixa” da seleção. A novidade parece absurda. Assim como o nosso próprio país, para melhorar a imagem, os brasileiros devem, no mínimo, saber cantar o Hino Nacional e ter amor pela própria bandeira. O próximo passo é treinar mais e sambar menos, assim como fizeram os alemães. Diferente dos políticos, a imagem do futebol não se melhora com discurso. Basta fazer gols.

Foto: iStock/Getty Images

 

Paciência

Está aborrecendo bastante os moradores da W3, mas a obra na calçada para as garagens vai ficar excelente. Em frente às lojas, grande parte do calçamento já foi reformada, possibilitando o trânsito seguro de pedestres.

Reprodução: g1.globo.com

 

Comércio

Mais um funcionário modelo que sabe tratar os clientes com atenção. Dessa vez, na Casa&Festa, Francisco se destacou. Dá ideias para os aniversários, conhece cada palmo da loja. Essa coluna reclama quando precisa reclamar, mas, no nosso comércio, é tão raro ver gente capacitada no atendimento ao público que vale o destaque.

Foto: reprodução da internet

 

História de Brasília

Está quase pronto, o posto de serviço da Petrobras, em frente a 206. Muito bem, porque os postos do Plano Pilôto deixaram de vender gasolina azul, porque o lucro é menor do que a amarela. (Publicada em 08.03.1962)

É você!

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Ivan Cabral

 

– Não é a política, é você, que acredita nesses jogos virtuais, enquanto deixa de prestar atenção em quem vota, esbravejou, ou melhor, berrou o realista e mal humorado Miguelão, externando toda a sua impaciência com as tolices que lhe catucavam os ouvidos vindas de alguém desprovido de inteligência e bom senso. De que adiantaria ficar ali ouvindo todo esse converseiro inútil e lamuriento, vindo de gente iludida e arrependida com as artimanhas da politicagem nacional?

– Não tenho tempo a perder com gente perdida. Boa noite, disse fechando a porta da vendinha na cara do freguês e vizinho, espantado com tanta “sinceritude”.

– Melhor receber logo uma resposta grossa e curta, mas verdadeira, do que ser enganado ao longo de quatro anos, com docilidades e fantasias, completou Murici, seu companheiro de copo e de observações do mundo.

          É, de fato, Romero tinha sido, mais um vez, tapeado em suas esperanças diante das urnas, pois nada do que lhe prometeram havia se cumprido. Na verdade, o mundo em volta parecia ainda mais difícil de ser vencido. Havia a carestia dos alimentos, o desemprego em alta e por toda a parte a sensação que se tinha é de que as cidades pareciam ter sido invadidas por hordas de mendigos e pedintes. O pior é que, para o bem da verdade, Romero já nem conseguia lembrar em quem havia votado quatro anos atrás. Nem para vereador, senador, deputado ou presidente. Nunca se lembrava.

         Distraído e desinformado, como sempre, jamais prestava muita atenção nos candidatos que votava. Não tinha tempo para essas tarefas, afinal todos pareciam sempre iguais e vazios. Votava por votar. Talvez por receio de multas ou pela necessidade burocrática de possuir o recibo de comparecimento ao local de votação. O governo obriga e o patrão sempre pede o comprovante de votação. Melhor não arriscar.

         A questão aqui é que para ele a desilusão com os descaminhos da política e com o excesso de escândalos, mostrada todas nas noites nos telejornais, vinha já numa altura de sua vida em que lhe faltavam forças para mudar de opinião – Já não posso dar prosseguimento nem mesmo aos meus projetos, que dirá aos projetos para um país melhor, pensava em busca de uma desculpa que o ajudasse a fazer as pazes com um mundo que desmoronava ao seu redor.

          Miguelão, para quem o anarquismo era o único sistema e resposta racional capaz de acabar, de vez, com os maus políticos, que infestam a vida brasileira, não tinha pachorra para debater assuntos da política nacional. Muito menos para dar conselhos a quem quer que seja. Não vislumbrava valia alguma nessas discussões sobre a performance de personagens medíocres e calhordas.

         Para ele, perder tempo discutindo sobre gente sem valor moral era valorizar figuras que não mereciam, sequer, um dedo de prosa ou de reflexão. Talvez, por isso, nunca tenha comparecido diante das urnas. Romero, não se conformava de ter sido trapaceado todos esses anos, mesmo cumprindo religiosamente seu papel de cidadão, indo votar. Também não podia aceitar o fato de que era ele mesmo o responsável direto e a causa de sua desilusão. Em sua cabeça, a voz troante de Miguelão não parava de ecoar: “Não é a política, idiota. É você!”

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A corrupção é o cupim da República.”

Ulysses Guimarães

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

De olho

Um defensor importante da população que paga plano de saúde é o senador Paim. Em entrevista para a Agência Senado, Paim declarou que a possibilidade de cobertura para tratamento e medicamentos pelos planos de saúde deverá ser ampliada. Esse é um assunto bastante delicado e deve ser tratado com seriedade pelos parlamentares, não só pelas eleições que estão próximas, mas pela necessidade de proteger uma parcela da sociedade que arca com uma despesa que, pela Constituição, deveria ser do Estado.

Senador Paulo Paim. Fonte: Senado.gov.br

 

Estratégias

Hackers estão cada vez mais ousados. O Correio Braziliense bem registrou com a manchete Com registro de “atividades maliciosas”, site do TJDFT é retirado do ar. Certo é estar cercado de toda a segurança possível para evitar ataques. Instituições públicas adotam troca de senha regularmente, e vários passos para poder entrar no sistema, também é uma forma de reforçar a porta da frente. Agora, uma semana sem trabalhar, um tribunal passar por isso, é uma cena que causa espanto!

 

História de Brasília

Os restaurantes em Brasília estão com preços muito elevados. Elevados, mesmo. Vejam isto: um quilo de filé mignon custa 20 cruzeiros. Um bife com fritas custa 350 cruzeiros, mais cinquenta de couvert, e dez por cento sôbre o total. Mais de quatrocentos cruzeiros, portanto. (Publicada em 08.03.1962)

Noivos desconhecidos

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Bessinha

 

          Fossem medidas em unidades astronômicas (AU), a distância a separar hoje os cidadãos comuns dos diversos candidatos que seguem entabulando negociações políticas com vistas ao preenchimento de vagas na disputa eleitoral pelo Distrito Federal, diríamos que esse número é gigantesco. De fato, não há nada a ligar o cidadão eleitor da capital e os atuais candidatos aos cargos políticos. O que se vê são notícias de encontros esporádicos, confabulações e outros movimentos que parecem acontecer em uma outra galáxia distante. O que há, e isso é visível, é uma corrida na surdina dessa turma, que hoje está no poder, tanto no Legislativo, como no Executivo local, para manter suas posições e privilégios pelos próximos quatro anos.

          Para aqueles que estão de fora e almejam também essas sinecuras, a luta vai se dando nos bastidores, longe da realidade do cidadão comum. São muitos os cargos em disputa e mais ainda de postulantes. Desde que foram estabelecidas as possibilidades legais de reeleição, é comum verificar que as disputas eleitorais começam justamente logo no primeiro dia da posse e do mandato. Com isso, é fácil verificar que esses movimentos e conchavos já foram iniciados quatro anos atrás, com o auxílio providencial e financeiro embutido no próprio mandato.

         Não há uma liga ou cola a unir os eleitores e os candidatos. Tudo vai acontecer apenas quando forem iniciadas oficialmente as campanhas, por ordem do Tribunal Superior Eleitoral. O que pode, à primeira vista, parecer uma movimentação natural e corriqueira, é, na verdade, um arranjo que se repete, sempre divorciado da realidade do cidadão. Ninguém, na população, sabe quem está disputando o quê, quem está coligado a quem e o que cada um pretende fazer nesse posto.

         Para o brasiliense e, principalmente, com base no que sempre foi afirmado nesse espaço, o Distrito Federal estaria em situação muito melhor se prescindisse de representantes políticos em todos os níveis. Mas como a capital se viu emaranhada nesse sistema perverso, construído justamente por uma minoria interessada nessas benesses e longe do que pretendia sua própria população original, o jeito foi entrar nessas disputas, obrigando o cidadão a bancar, financeiramente, toda essa estrutura caríssima e de resultados pífios, se não negativos.

         Houvesse o voto distrital puro, em que os candidatos saem das próprias comunidades e a elas estão ligados, desde sempre, por fortes laços de vida, toda essa disputa faria algum sentido. Mas o que se tem e bastam ver as fotos de cada, são candidatos sem laços com a população, verdadeiros forasteiros que por essas bandas surgiram em busca de mordomias dessas sinecuras políticas. Os milhões de quilômetros que separam a população desses alienígenas que agora disputam cargos políticos apresentam apenas uma certeza para o futuro: estaremos ou na mesma situação do presente, ou pior do que estamos agora.

          Nesse casamento arranjado entre os candidatos e a população local, seguimos como aqueles noivos que vão se conhecer apenas no dia do matrimônio. E depois não terá recall.

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Maus políticos são enviados a Brasília por gente decente que preferiu não votar.”  

Regina Lopes, pensando enquanto lê os jornais.

Charge do Ivan Cabral

 

Escorpião

Ciatox é o Centro de Informações e Assistência Toxicológica da Secretaria de Saúde do DF. Dados apontam que, já em 2022, os casos de picadas de animais peçonhentos somam 175 ocorrências na parte Norte da cidade e 164 na parte Oeste. Em 2021, do total de 2.640 chamados envolvendo animais peçonhentos, 2.065 foram de picadas de escorpião.

Foto/Imagem: Matheus Oliveira/ Saúde-DF

 

Nota 10

Merece registro elogioso a organização e atendimento da UPA do Paranoá Park. Sempre limpinha, com pessoal atencioso, nome visível dos médicos de plantão, informações acessíveis aos pacientes.

 

Muito bom

Por falar em Paranoá, a ideia de consertar as calçadas do comércio da avenida principal é a saída para tornar o lugar mais transitável. Por enquanto, um passeio de cadeira de rodas é impossível. Isso sem falar na poluição visual e sonora do local.

Foto: facebook.com/ParanoaNews

 

Barragem do Paranoá

Parece que não está dando certo a ideia de sentido único no horário de maior fluxo. As reclamações são constantes!

Foto: der.df.gov.br

 

História de Brasília

A situação na Asa Norte poderá melhorar quando outros Institutos construírem suas superquadras, e quando a Assessoria de Planejamento entregar a planta do Setor Comercial Local para a venda pela Novacap. (Publicada em 02.03.1962)