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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Ouvia sempre essa frase falada pelo filósofo de Mondubim: “O afoito come cru e fervendo. Felizmente queimará os lábios e a língua, o que o impedirá de falar antes de pensar”. Agindo desembaraçadamente como se fosse, de fato, o chefe do Executivo, o proprietário da legenda petista tem pressa.
Alguns de seus bajuladores falam até em pedir a antecipação da posse, se possível para ontem. Vai que o tempo e os desdobramentos do que acontece hoje nas ruas de todo o país atalhe seus projetos. É preciso, pois, mostrar serviço e agir em todas as frentes como se fosse aquilo que ainda não é. Vai que toda essa pantomima, acompanhada de perto pela torcida de boa parte da imprensa, consiga desviar as muitas dúvidas, que não cessam de aparecer. Não custa nada lembrar também o que repetia o filósofo de Mondubim: “A pressa é inimiga da perfeição e mãe do fracasso”.
Com uma estratégia dessa natureza, que parece forçar os acontecimentos, o negócio é não dar tempo para que os ventos mudem de rumo. Vai que a mudança na direção dos ventos obrigue aqueles que não possuem bússola ou direção a ficarem a meio caminho, parados no marasmo e na calmaria.
Para justificar tamanha correria, é preciso primeiro construir narrativas do tipo: “Nesses últimos quatro anos, o Brasil ficou estagnado”. Vai que o mundo, indiferente, acredite nessa hipótese. Há um modo para apressar a chegada do ano novo: sair correndo e gritando, sem parar, que esse dia chegou. Pode não resultar em coisa alguma, mas, ao menos, o tempo e o espaço serão percorridos de tal modo que, quando o dia chegar de fato, de tão exaustos, ninguém perceberá.
Vai que, por uma dessas incongruências da vida, esse tempo linear nunca aconteça. Ou passe a acontecer quando já se sabe ser tarde da noite. Outra característica da pressa é que ela impede a apreciação da paisagem em volta. Vai que, nessa paisagem, vislumbre-se o nervosismo de milhões de brasileiros agitando bandeiras do país. A pressa e a afoiteza ganham ainda mais contradições, quando se verifica que não é a velocidade imprimida e sim a direção que importa. Vai que, com essa correria, não se observe, a tempo, o sinal de rua sem saída ou o aviso de abismo à frente. A pressa, já ensinava o pai da História, Heródoto, gera o erro e a confusão. Por outro lado, é preciso ter em mente que mais proveitoso que a pressa é estar munido de meta. A ansiedade entorpece os sentidos.
Vai que, nessa destrambelhada correria, esse nosso distraído e agitado atleta esqueça de vestir as próprias calças e alguém grite: “ele está nu!” Vai que essa nudez lhe exponha a alma e todos passem a ver de que material é feita. O problema com a pressa é que ela gera promessas que não poderão jamais serem cumpridas. Ou por falta de lastro na razão, ou um tempo para reflexão. O que fica do trem que passa veloz é apenas a impressão de sua imagem que passou.
Vai que essa pressa toda seja um jeito inconsciente de não parar para pensar nas consequências que virão. Pode ser que não e tudo não passe de uma tentativa de correr atrás de todo o tempo perdido, na tentativa vã de reescrever um passado breve, como todo o passado, mas cheio de acontecimentos ruinosos que deixaram um rastro de escombros por todo o país. Vai que as pessoas fiquem sabendo que a pressa é também cega e parece correr num túnel escuro. Vai que tudo isso acabe sem sentido, bem na data que deveria começar.
A frase que foi pronunciada:
“Os homens ocasionalmente tropeçam na verdade, mas a maioria deles se levanta e sai correndo como se nada tivesse acontecido.”
Winston Churchill
Solidariedade
No Varjão, o Centro Social Comunitário Tia Angelina vai fazer uma festa de Natal para a criançada. Cestas básicas e panetones são bem-vindos como doação. Todas as crianças já foram apadrinhadas com material escolar. Quem quiser participar, a entrega das cestas básicas será até o dia 27 deste mês. A festa será no dia 9 de dezembro. Mais informações pelo número 34682480.
Erramos
Fundada em 2017, Bäckerei, que significa “padaria” em alemão, é o nome certo da confeitaria que fica no Brasília Shopping e não usa gordura trans nos produtos. Publicamos Bakery.
Consumidor
Começa a ser uma alternativa muito importante para os brasileiros. As receitas de manipulação passaram a ter validade depois da aprovação do projeto da ex-senadora Ana Amélia. O controle é rigoroso e, para a manipulação, é preciso a receita médica e documento do paciente.
História de Brasília
O DFL andou cortando luz de diversas residências em Taguatinga. Não houve explicação para essa atitude. Fica, entretanto, constatado que não foi por falta de pagamento, mesmo porque o Departamento nunca cobrou uma única conta. (Publicada em 13.03.1962)
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Um dos atores principais nessa e em outras eleições, tanto no Brasil como no resto mundo, tem sido a mídia jornalística. Ela atua, de modo ativo, trazendo o mundo político à tona, com informações aos leitores e eleitores sobre as andanças e até as estripulias de cada candidato ao longo de seus mandatos.
Seria de grande proveito para a população se, às vésperas das eleições de outubro, essa mesma mídia jornalística voltasse sua atenção para a realização de um modelo especial de retrospectiva, como os que são feitos, a cada final de ano, só que desta vez apresentando ao grande público a performance de cada político na legislatura que finda, mostrando sua atuação quer no parlamento ou em qualquer atividade pública.
Ao reviver a performance desses personagens, os eleitores seriam naturalmente levados a um despertar de consciência e mesmo de clarividência, capaz de possibilitar a reavaliação, com muito mais critério e racionalidade, de seus votos. De certo que, ao refrescar a memória do distinto público que vota, muitos dos atuais candidatos à reeleição seriam descartados de imediato. É com a falta de memória dos eleitores que esses eternos candidatos contam para se reelegerem ano após ano. O pior é que a cada nova legislatura, eles voltam ainda mais escolados e sabidos nas artimanhas da engabelação. Para fugirem a perseguição dos eleitores por suas atuações contra a vontade popular, esses verdadeiros especialistas em política com p minúsculo, misturam-se a bancadas mais numerosas, onde a defesa mútua de interesses dificulta punições individuais.
Eis aí a roda viva das agruras do cidadão. O eleitor desmemoriado é um perigo para si e para o país. Essa amnésia coletiva transforma nossa democracia num jogo em que o lado perdedor nem ao menos percebe que foi novamente enganado. Por isso é preciso rever, com toda a atenção, a atuação desses candidatos em cada matéria de interesse para o cidadão que foi votada no Legislativo. Importante é também rever o comportamento ético desses políticos dentro dos quadros do governo.
Ao rememorar como se portou em votações como a prisão em segunda instância, a nova Lei de Improbidade Administrativa, o aumento de verbas para o Fundo Partidário, Fundo eleitoral e outros projetos, como as suspeitíssimas emendas secretas, o eleitor poderia ter uma visão menos embaçada pelo tempo, decidindo com mais firmeza e justiça na hora do voto. É na cabine de votação que os destinos comuns a todos são traçados em questão de segundos. A questão aqui é entender os mistérios que levam um simples gesto de apertar um botão, mudar o destino de toda uma nação.
No caso específico das chamadas emendas secretas, é preciso refrescar a memória do eleitor, mostrando, com todas as letras, quais políticos votaram favorável a essa matéria. A razão é simples: quando o cidadão e eleitor for buscar na Farmácia Popular os remédios para as crises asmáticas, hipertensão ou diabetes, ou até a fralda geriátrica, e lá for informado de que esses medicamentos estão em falta na prateleira, ficará sabendo que o governo cortou 60% do orçamento desse programa para atender prioritariamente às emendas secretas e sem controle externo. Aí, nesse caso, melhor pedir ao balconista um remédio para a memória. Se tiver…
A frase que foi pronunciada:
“Os mais perigosos inimigos não são aqueles que te odiaram desde sempre. Quem mais deves temer são os que, durante um tempo, estiveram próximos e por ti se sentiram fascinados”
Mia Couto
Proativo
Em pouco menos de um mês, as chuvas vão chegar e as faixas de pedestres ainda não receberam reforço de tinta. Nem as linhas de asfaltos e sinalizações necessárias. Agora é o momento para limpar as bocas de lobo, recolher lixos em áreas abertas.
É sério?
Se, em vários países sérios, que honram o direito à privacidade, o compartilhamento de dados entre órgãos públicos é fato, não há como compreender que essa prática não seja adotada no Brasil.
Na real
Com tanta verba destinada à Secretaria de Educação, parece impossível imaginar que alguém carimbe a mão de um aluno para não repetir a alimentação. Caso a Secretaria de Educação não entenda, uma das razões para se frequentar as escolas é justamente o lanche e o jantar. Certamente não é o excelente nível de instrução dispensado.
Pressa
As comissões do Senado estão com um tempero diferente. Os parlamentares se ouvem mais nervosamente porque muitos estão em campanha. Foi o caso do senador Romário, quando tentou driblar o senador Omar Aziz. Mas não deu certo. Teve que aguardar a vez para o pronunciamento.
História de Brasília
Já começaram a retirar as cadeiras novinhas, de formica, para colocar no barracão imundo. Dentro em pouco, nem mel nem cabaça. Ninguém é responsável, e a escola continua funcionando num barraco horrível. (Publicada em 10.03.1962)
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Quem quer viver às custas da aprovação popular incorre num antigo erro de estratégia, quando torna pública sua preferência por um lado do espectro político, desprezando e descartando, assim, parte dos seus seguidores e fãs, que não se enquadram em suas posições. Fica a meio caminho. Pior ainda quando essas preferências políticas são exacerbadas e radicais. Aí mesmo que o racha em seus seguidores se acentua. Parte daqueles que se achavam fãs viram opositores e passam a desprezar tanto a obra como o autor. É da condição humana.
Há aqueles que nunca se deixam confundir, separando o que é a obra e o que é seu autor. Fossem conhecidas todas as facetas humanas de cada um dos ídolos que desfilam na vida artística, pelo menos metade deles seria banida da preferência popular. É nessa condição, e até por um instinto de marketing e de preservação da fidelidade de seus seguidores, que muitos artistas declinam da condição de se fazerem propagandistas e defensores de políticos, sejam eles quem forem.
Quem quer viver às custas da aceitação popular e com isso angariar clientes fiéis, dentro do espírito capitalista, deve antes de tudo escolher o caminho do meio, aceitando tanto quem é contra como quem é a favor. Acostumados a viver da bajulação do público, muitos artistas acabam adentrando para o mundo do faz de conta e da ilusão passageira da fama. Os que optam por caminhos radicais, conhecem o ostracismo mais cedo.
Vivessem todos de acordo apenas com suas preferências, fazendo, dessas opções, um dogma, não haveria harmonia humana, e sim um eterno embate e divisões insanas. Deixar-se contaminar por critérios momentâneos e ocasionais é a receita certa para o fracasso. Ainda mais quando esses critérios dizem respeito apenas a escolhas pessoais e subjetivas, algumas delas, como é o caso das eleições, reguladas por lei, obrigando o sigilo absoluto do voto.
Houve um tempo em que, nas redações de jornais, a regra era simples: Jogador de futebol, joga bola. Cantor, canta. Artista plástico pinta ou borda. Nenhum deles fala ou transmite opiniões, sobretudo de cunho político. Mesmo assim, era comum ouvir absurdos vindos desses personagens. Insistir para que artistas, que conhecem e exercem muito bem seus ofícios, falem sobre suas preferências políticas e sobre sua visão do país é, por outros meios, fazer com que parte de seu público o abandone no meio do caminho.
Quer afundar um cantor ou compositor, peça que ele externe sua visão e posição política. O fã ou fanático, que a tudo endeusa, não quer enxergar o lado humano de seus ídolos e muito menos suas fraquezas. Ao conhecer seu artista de perto, sem as lentes filtradas da propaganda, muitos fãs se decepcionam com o que passam a conhecer.
Calados e focados em suas obras, todos os produtores de arte e entretenimento se aproximam de Deus e assim são vistos pelo pessoal que o aplaude. Forçar os artistas para que desçam à terra e se posicionem sobre o momento é uma forma de transformá-los em ídolos de barro fino, que serão facilmente despedaçados.
Quem quer fazer proselitismo do tipo político que o faça pelo conteúdo e expressões de sua arte e nunca por declarações do tipo “palanqueira”, enredado pelo ilusório discurso político, que muda como se muda de roupa.
Antigamente, o sentido de beleza se confundia com a verdade e a verdade era o que os artistas perseguiam. Nessa condição, os artistas passam a representar as primeiras vítimas da política. Arte e verdade, mesmo cada uma pertencendo aos distintos mundos da estética e da ética, são, portanto, antagônicas dos conceitos da política e da mentira.
A frase que foi pronunciada:
“O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo. Isso é – ou deveria ser – a mais elevada forma de arte.”
Charles Chaplin
Morte natural
Na Alemanha, a NTV deu a matéria da morte do índio Tanaru ou “Índio do buraco” quase da mesma forma que a imprensa brasileira. Não fosse o último parágrafo com a fala de Fiona Watson, da Survival Internacional, que afirma ser aquela região considerada o Oeste Selvagem do Brasil, onde as disputas por terras são resolvidas com armas. “Simbolizou tanto a terrível violência e crueldade feita aos povos tribais em nome da colonização e ganho econômico, quanto sua resistência.”
Celebração
Coordenadas pela ex-chefe do cerimonial do Senado, Mônica Freitas, que ciceroneou o príncipe Charles quando conheceu o parlamento brasileiro, 8 amigas vão fazer uma homenagem póstuma à rainha Elizabeth com um chá das 17h no dia da Coroação. A turma se reunirá um pouco mais cedo (16h), para ver as fotos do príncipe em Brasília.
História de Brasília
Quando uma criança deseja ir ao sanitário, vai em casa, porque a escola não dispões de instalações, nem água corrente. Vivem como pacaás velhos, em plena Capital da República. (Publicada em 10.03.1962)
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Por ocasião das comemorações dos 10 anos de governos petistas, a filósofa Marilena Chauí, para gaudio do chefão da sigla, que se encontrava presente, afirmou, de forma um tanto crua, que odiava a classe média brasileira e que as pessoas na hierarquia média social representavam o atraso de vida, a estupidez, era reacionária, conservadora, ignorante, petulante, arrogante, terrorista, uma abominação política, uma abominação ética, violenta, e uma abominação cognitiva por ser ignorante, entre outros adjetivos, dignos de uma acalorada discussão de boteco.
Não suspeitava a douta professora que o que estava fazendo naquele momento, além do papelão e da sabujice, era seguir à risca o que previu o semioticista Umberto Eco (1932-2016), em seu tratado “Relativismo”, de 2005. Nesse trabalho, o filósofo denunciou que as redes sociais e a mídia iriam pôr um fim na cordialidade e acentuar a polarização entre os indivíduos, minando o compartilhamento de ideias e que toda essa animalidade, que hoje nos envergonha, iria se estender também para a política. É o que presenciamos hoje nos debates, não apenas entre os políticos, mas englobando a todos, inclusive pessoas a quem, por sua formação acadêmica, esperávamos um mínimo de civilidade e educação.
Dizia Eco que essa mudança ou regresso ao primitivo não seria tanto culpa da grosseria da mídia e se daria muito mais pelo fato de que as pessoas hoje só falam pensando em como a mídia irá noticiar o que foi dito. “Temos a impressão nos dias de hoje de que certos debates acontecem a golpes de facão, sem fineza, usando termos delicados como se fossem pedras”, previu o escritor do best seller “O Nome da Rosa”.
De fato, Chauí usou as palavras como quem atira pedra sobre a classe média, uma parcela da população de mais de cem milhões de brasileiros e que, desde 2002, vem empobrecendo a olhos vistos, por conta, sobretudo, de governos elogiados pela dita professora de filosofia. Os vaticínios de Humberto Eco se confirmaram para além do previsto. Atualmente, a cordialidade nos debates, seja de que tema for, foi deletada ou, no dizer moderno, “cancelada” das redes sociais. Dessa forma, o que assistimos agora são embates enfurecidos que nascem onde quer que haja diferença. O ódio fez sua morada nas redes sociais. Há, nesse contexto, uma certa tara das pessoas em criar desavenças e inimigos.
Com isso, a sociedade vai deixando de lado o compartilhamento de ideias, substituindo essa virtude por uma animalidade que está cada vez mais na flor da pele. As redes sociais são hoje um oceano cheio de tubarões, prontos para atacar, censurar e ofender.
Na política, toda essa ferocidade ganhou ainda mais adrenalina. Já não se tem oponente ou concorrente, mas inimigo fidagal, que deve ser destruído ou, ao menos, desconstruído em sua totalidade. Para Eco, seria como se andássemos para trás no tempo, em termos humanos, levando conosco um tablet de última geração.
Quem se deu ao enfado de assistir aos últimos debates para presidente pela televisão pôde verificar que os projetos de governo sumiram. Quando surgiam ideias aproveitáveis e raras, eram logo substituídas por ofensas e acusações, como num ringue. Quem ofende mais leva a melhor, segundo às redes. Os perdedores estão entre aqueles que não querem polêmicas e se restringem a apresentar propostas. Debater num ambiente assim é inútil. Ninguém ouve o que é dito. Perdemos a capacidade de escutar. Até os ouvidos falam. A língua comanda o cérebro.
As redes sociais bombam com essas batalhas. A descortesia ficou na moda, atingindo, de alto a baixo, todas as classes. A contribuir para esse mundo de intrigas e de extremismos, as redes sociais agem para estimular, por meio das fake news e das meias verdades, os embates e a violência. Não seria estranho que algum dia alguém venha a classificar as redes sociais, sobretudo no mundo político, como o renascimento da mítica Torre de Babel.
No afã de perfurar o céu, essa torre magnífica, uma espécie moderna das Torres Gêmeas de Nova Iorque, veio abaixo marcando, com sangue, a entrada do século XXI, porque os homens parecem já não falar ou compreender a língua humana.
A frase que foi pronunciada:
“A verdadeira liderança vem de ser quem você é, e não quem finge ser.”
Robert Iger
Dúvida
Leitor e motorista da categoria D, taxas pagas, exames em ordem, pergunta a razão de o Detran levar mais de mês para entregar a carteira de motorista.
História de Brasília
Venha logo, dr. Juscelino. O “homem” do mau humor chegou. Traga logo para nós, uma mensagem de alegria, confiança e bem-estar. Fale pra gente ouvir, fale pra deixar o povo contente. (Publicada em 09.03.1962)
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Por certo, num futuro próximo, as primeiras duas décadas que marcam o início do século XXI merecerão, por parte dos historiadores brasileiros, um estudo metodológico aprofundado, capaz de elucidar e lançar luzes sobre todo esse período tumultuado e contraditório na vida do país e dos cidadãos.
A tarefa que esperam esses estudiosos é árdua, imensa e necessária para que as futuras gerações possam entender toda a complexidade desse período, situando o Brasil não apenas dentro de seus contextos e paradigmas internos, mas compreendendo também as transformações que marcaram a história da humanidade nesse tempo e seus reflexos internos. Tomando, talvez, como ponto de partida, a queda emblemática do Muro de Berlim, o fim da primeira fase da Guerra Fria, assim como a redemocratização de países como Portugal, Espanha e o próprio Brasil, os estudiosos terão um longo caminho a percorrer para consolidar vários tomos que mostrarão a riqueza de transformações ocorridas nessa fase histórica para o planeta, para nosso continente, num trabalho vital para o entendimento do Brasil atual.
A importância desse estudo histórico é que ele dará às novas gerações um norte a seguir, aprendendo com os erros e acertos do passado, de modo a tornar a marcha, de nossa espécie sobre a Terra, um movimento rumo à humanização plena. No caso particular do nosso país, as mudanças iniciadas com o fim natural do ciclo militar e com a volta dos civis ao poder mais do que desenhavam as esperanças de mudança, parecem prosseguir aos solavancos, entre fases de tumultos e improvisações, num ritmo de desacertos que tem levado a uma sequência de instabilidades institucionais, econômicas e sociais.
A voracidade com que civis, aqui representados pela classe politica, os burocratas e tecnocratas, foram para cima da máquina do Estado, assenhorando-se das instituições e fazendo destas uma fortaleza para si e para os seus próximos, ocasionou a ruptura atual e mesmo o divórcio litigioso entre o governo e a população.
Há, portanto, no Brasil, dois países distintos, um representado pelo Estado e seus dirigentes de um lado e, de outro, a população, sobretudo, a de baixa renda. Com isso, é possível inferir que o século XXI, pelo menos na sua primeira metade, ainda não lançou suas luzes sobre o Brasil.
A população em geral segue às margens de todo esse processo, continuando refém de programas assistencialistas que visam, sobretudo, torná-las reféns dos senhores do Estado. Executivo, Legislativo e Judiciário entram nesse processo como senhores absolutos da máquina de um Estado portentoso, regada com bilhões de reais, graças a uma das maiores cargas tributárias do planeta. Cada um desses portentos Poderes possuem orçamentos bilionários próprios, distantes anos luz da realidade nacional. É o renascimento de uma versão moderna do Leviatã, feito à moda brasileira e com todo o jeitinho e malemolência inzoneira, formando uma casta de privilegiados, que se movem como verdadeiros “homens cordiais, como bem apontou o estudioso Sérgio Buarque de Holanda, na obra “Raízes do Brasil” de 1936. Trata-se de um perpétuo situacionismo a tornar imóvel uma nação à espera do dia em que o Brasil virá a ser um dos grandes do mundo. Seguimos esperando, como nosso Godot.
A frase que foi pronunciada:
“O Brasil é o país do futuro, mas para tanto é preciso decidir que o ‘futuro’ é amanhã. E, como bem sabem, isto significa que as decisões difíceis têm que ser tomadas hoje.”
Margaret Thatcher
Mais e menos
As calçadas largas deram boa mobilidade aos pedestres do Paranoá. Ficou apenas o absurdo da falta de recuo para os ônibus pararem. Sem o artifício, freiam no meio da pista atrapalhando o trânsito. Certamente, o projeto foi feito por quem nunca usou transporte público.
Equilíbrio
Senador Girão comemora a vitória. Senado aprova a obrigatoriedade de Planos de Saúde cobrirem tratamentos fora do rol da ANS. Certamente não terão prejuízo.
Seja sincero
“Comício foi para gente preparada”. Crucificaram o candidato Ciro por ser sincero. Não foi lapso o que cometeu. Os candidatos devem mostrar quem são verdadeiramente. Muitos vão gostar, outros, não.
História de Brasília
Jânio chegou. “Viuvas” eufóricas espalham notícias pela cidade. Nós, ficamos com o filósofo de Mondubim, que costumava dizer: “cesteiro que faz um cesto, faz um cento”. (Publicada em 09.03.1962)
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É fato que só teremos representantes políticos de boa qualidade, quando tivermos também eleitores com o mesmo grau de excelência. À medida em que os cidadãos ascendem em educação e preparo intelectual, as oportunidades para aqueles candidatos oportunistas e sem preparo vão se estreitando.
Do mesmo modo, o adequado preparo educacional dá aos cidadãos e eleitores a capacidade de distinguir entre o candidato que preza a ética daquele que busca a eleição apenas como meio para enriquecimento pessoal. Dessa forma e de modo geral, o que temos no quesito qualidade dos candidatos para os diversos cargos políticos nas eleições de outubro reflete, com certa precisão, o que temos em termos de eleitores.
Sendo assim, não há como culpar o candidato A ou B por suas limitações educacionais e mesmo suas carências éticas, quando o que se tem são eleitores que não conseguem enxergar, no ato do voto, uma grande oportunidade ímpar para a construção de um país melhor para si e para os seus. A cada quatro anos, essas janelas de oportunidades se abrem e fecham por um curto período de 12 horas, sem que os eleitores aproveitem a grande chance de mudar.
O instituto da reeleição, que entre nós tem se mostrado um desastre enorme, diminuiu, ainda mais, as oportunidades de mudanças, com os eleitores se mostrando temerosos e reticentes na escolha de novos candidatos, preferindo aqueles que irão dar continuidade aos mandatos. O medo da mudança é universal e parece atingir, com mais pontaria, aqueles cuja a preparação intelectual é incipiente ou inexistente. O comodismo é sempre um mau comparsa, preferindo a companhia dos iletrados.
Não espanta que os eleitores, em sua maioria, rumem para as urnas, como quem vai para a feira, buscando aqueles candidatos que, de suas barracas, anunciam, com vigor, acenando com preços e vantagens melhores. Não surpreende, pois, que o resultado dessa feirança sem critérios seja sempre uma grande xepa de produtos vencidos ou em vias de apodrecer.
Para piorar uma situação que em si já é caótica, desde sua origem, há ainda a tutela da Justiça Eleitoral que, em consonância com as mais de trinta legendas, praticamente toma conta de tudo, restando ao eleitor apenas o ato cego do apertar de um botão, num ritual mecânico e que pouco tem contribuído para o aperfeiçoamento do país e da sociedade.
Ao tornar aptos para concorrer, candidatos que, num país sério, já estariam cumprindo longas penas, a Justiça e os partidos contribuem, cada um a seu modo, para tornar precário e ruim um sistema eleitoral que, até agora, só tem servido para torrar os precisos recursos dos pagadores de impostos. Não há aquela necessária peneira, nem por parte dos eleitores, nem por parte da Justiça Eleitoral, nem tampouco por parte dos partidos, que, em nosso país, não passam de empresas a gerar lucros para seus controladores.
É nesse ciclo perverso que vão sendo estruturadas as eleições, com eleitores mal preparados ou indiferentes, candidatos idem e com currículos maculados, e com Justiça e partidos políticos fazendo cara de paisagem à espera, quem sabe, de um tipo de mudança que virá para que tudo permaneça como sempre esteve. Dizer o quê?
A frase que foi pronunciada:
“Combater a corrupção não é apenas boa governança. É autodefesa. É patriotismo.”
Joe Biden
Banalização
Havia uma época em que arrancar os dentes e fazer dentadura era moda. Depois o aparelho reprodutor feminino, as amídalas, os dentes sisos e agora a cirurgia de catarata. É preciso fiscalização séria nos produtos usados na cirurgia, que, se estiverem contaminados, podem até levar à cegueira. Cabe à Anvisa maior rigor no acompanhamento dessas cirurgias em massa. O fato de a cirurgia de catarata ser rápida não quer dizer que seja simples ou sem risco. A população precisa ser informada sobre o assunto.
Eixão
Via de maior velocidade na cidade, vem surpreendendo motoristas mais distraídos. Volta e meia, há engavetamento de carros, onde freadas são repentinas principalmente perto do marco zero.
Homenagem
Hoje, no Ceub, palestra: Mulheres Eternas, contribuições para Políticas Públicas. Neste ano, o destaque é para aquelas que participaram ativamente do mundo político. As homenagens serão póstumas, para não haver confusão com ideologia às vésperas das eleições. Mais informações na página: Confira a programação do evento Mulheres Eternas.
História de Brasília
Fica, assim, atendida, em parte, a reivindicação dos alunos daquela cidade satélite, embora êles merecessem, realmente, atendimento total. (Publicada em 09.03.1962)
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Fôssemos reduzir e comparar a união ou relação estabelecida entre a sociedade brasileira e o Estado ao matrimônio, por certo, esse casamento já estaria nas barras dos tribunais de família, envolto num processo ruidoso de divórcio litigioso. Nenhum juiz de paz nesse mundo ou conciliador, por mais capaz que seja, apto a mediar e estabelecer pontes seguras entre a população e o Estado, conseguirá estabelecer uma convivência harmônica, enquanto perdurar a apropriação, desmedida, das elites políticas sobre as instituições e os poderes.
Caminhar pelas principais ruas das metrópoles deste país, observando com atenção todo o entorno, é capaz de dar uma pequena mostra desse fosso imenso, e cada vez mais alargado, existente entre a Nação e o Estado. A questão aqui é saber quanto tempo durará essa “paz de cemitério” entre esse casal, até que haja uma ruptura brusca e violenta. Tomando a população pelo gênero feminino e o Estado pelo gênero masculino e, dentro de um país, reconhecidamente campeão mundial em feminicídios, fica subentendido que, nessa relação abusiva, não está totalmente descartada a possibilidade de cometimento de mais um crime dessa natureza.
Na verdade, as mortes diárias nas ruas deste país, tomado pela violência, somadas às mortes nas filas intermináveis dos hospitais e toda a sorte de destino trágico experimentado pela população, dão indícios suficientes de que já está havendo crime contra a vida.
O problema aqui poderia ser resolvido, em parte, fossem eliminadas as desigualdades econômicas e a indiferença do Estado em relação a essa questão. Os números, por sua aproximação com a realidade material e concreta, são capazes de demonstrar melhor essas disparidades. De acordo com a pesquisa mensal divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), num trabalho que vem sendo realizado desde 1955, o salário mínimo atual, capaz de atender, razoavelmente, uma família de quatro pessoas por trinta dias, deveria, em valores atualizados, ser de R$ 6.527,67, ou seja 5,39 vezes o piso nacional que hoje é de R$ 1.212.
O que se tem aqui são as realidades discrepantes e indiscutíveis dos números. Vis a vis, por outro lado, e dentro do mesmo contexto de tempo e lugar, a aprovação, nesta quarta-feira (10), de um aumento de 18% nos salários, autoconcedido pelos ministros da mais alta Corte do país e a todos os servidores do Judiciário, demonstra, se não a indiferença pela realidade vivida pelos brasileiros nesse momento, ao menos, um descaso com as contas públicas, já sobrecarregadas com os custos crescentes da máquina do Estado.
Curioso e até trágico, nesse processo, é verificar que esse aumento custará cerca de R$ 4,6 bilhões aos cofres públicos até 2024, o que elevará o salário dos ministro do STF de R$ 39 mil para R$ 46,3 mil, o que significa cerca de R$ 7 mil a mais ou exatamente o que sugere hoje o Dieese para o compor salário mínimo real dos trabalhadores.
São dois mundos e duas realidades distintas convivendo sob o mesmo teto nesse lar desfeito que é o Brasil. Nessa questão, que se arrasta por décadas, não fosse a parte menos abonada, aquela que irá, obrigatoriamente, custear esses incrementos de salários que virão em cascatas torrenciais, tudo estaria resolvido. Fica aqui a pergunta secular: quosque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?
A frase que foi pronunciada:
“O primeiro objetivo quando escolho uma escola para as minhas crianças não é mais a grade curricular. É se terá um terceiro banheiro.”
Ilza Dourado dos Santos
Abuso
Como se não bastasse o alto preço de matrícula e mensalidade nas escolas particulares de Brasília, parece um abuso a cobrança de material escolar para uso dos alunos.
Emergências
Muitos chamados recebidos pelos Bombeiros e PM ficam sem solução porque os solicitantes não atendem ao chamado de volta. Em caso de emergência, cuide de ficar perto do telefone fornecido.
Minas treme
Sete Lagoas tem sentido a cidade tremer. Quem está participando da pesquisa sobre o assunto é o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, que instalou estações de monitoramento em 7 áreas da região. A magnitude dos tremores chegou perto dos 3 pontos na escala Richter.
História de Brasília
Dados sôbre o teatro: a área para dançar era duas vêzes e meia a do Teatro Municipal do Rio, sendo, portanto, maior que o Ginásio do Pacaembu. Para encerar a área de dança e das mesas, foram gastos mil quilos de cêra. (Publicada em 08.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Definitivamente, o Brasil não é para iniciantes e amadores. Como bem alertou, em cartaz, um jornalista americano, durante os Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Brasil: “Bem-vindos à selva!” Trata-se de um país em que a realidade fantástica está sempre à espreita, fornecendo continuamente material vasto para os mais inventivos ficcionistas. Até mesmo a realidade cruenta que se assiste nas ruas deste país, com a mendicância e a violência sempre em alta, é capaz de ofertar, aos pescadores de almas e de homens, vasto material literário ao estilo das distopias modernas, indo mais além até do que a Comédia Humana.
Em que outro país, um procurador de Justiça, que tenha se destacado por seu empenho e disciplina no combate ao crime organizado, acabaria sendo condenado a ressarcir o erário no montante de R$ 2.8 milhões, pelos gastos dispendidos com uma força-tarefa que, sozinha, conseguiu repatriar R$ 15 bilhões roubados dos cofres públicos? Em que outro país, a nação, menos ousada e corajosa do que os criminosos, ficaria em silêncio diante da perseguição escancarada aos verdadeiros operadores da Justiça? Ou fazendo cara de paisagem quando homens de bem são fustigados sob o aplauso de parte da população conivente? Em que outra parte do planeta os tribunais e os doutos juízes teriam a empáfia de soltar um condenado, trancafiado por um rosário de crimes, lançando-o diretamente numa campanha à Presidência da República? Em que outro ponto do mundo civilizado veríamos os advogados de defesa indo e vindo das penitenciárias, trazendo e levando recados dos chefões do crime para seus cúmplices do lado de fora? Em que outra banda da Terra assistiríamos, inertes, uma corrupção sistêmica e avassaladora corroer as bases de todo um Estado, levando o descrédito ao homem comum e incentivando os mais jovens ao cometimento de crimes, diante da imensa impunidade que reina entre nós?
Num cenário tão inóspito como esse, os mais espertos já perceberam que a melhor estratégia para sobreviver, nesse campo de batalha, é fingir-se de morto. O problema é que essa estratégia não vale para aqueles que possuem, como função, relatar os acontecimentos diários dessa guerra, contando e refazendo o número de mortos.
Diante de situações tão brutais como a que agora assistimos, com juízes e procuradores que atuaram no combate à maior operação policial do planeta, deflagrada contra poderosos criminosos do colarinho-branco, e que, por um curto período de tempo, trouxe-nos a sensação de que estávamos finalmente ingressando no primeiro mundo, talvez teria sido melhor, para esses profissionais, fingirem-se também de mortos.
O renascimento da nossa Hidra de Lerna, com suas múltiplas cabeças, todas elas prontas para atacar e dizimar os recursos da nação, tem deixado muito claro, não apenas para esses profissionais, mas todos os demais, que eles estão sozinhos, deixados nus na arena dos tigres. A população, que poderia, nesse e em outros casos históricos, fazer toda a diferença, permanece na plateia, torcendo ora pelo tigre, ora pelo infeliz barnabé, indiferente ao seu destino.
O polegar da mão direita, desses perversos, foi pendido para baixo, indicando que o show macabro deve começar. O verdadeiro filho teu, que não foge à luta, ficou agora, cara a cara, com a fera faminta, sozinho e abandonado nesta grande arena Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“Adie por um dia, e dez dias passarão.”
Provérbio coreano
Partindo para a ação
Estudantes do Sacre Coeur de Connecticut, Estados Unidos, chegaram em Brasília e foram direto ajudar na cozinha da Casa da Sopa, no Cruzeiro. Carolina e Olivia Figueiredo cortaram os legumes e participaram da distribuição.
Solidariedade
Além do Cruzeiro, a Casa da Sopa também está instalada no Itapuã e Taguatinga. Apesar do nome, há distribuição também de almoço, nas quartas-feiras. A sopa é entregue em vários pontos da cidade. Às vezes até em Pronto-Socorro, onde acompanhantes esperam por muitas horas sem se alimentar.
Voluntariado
A Casa da Sopa foi fundada no início dos anos 60 por Dom Ávila. Hoje é parte da Pastoral Social da Catedral Militar Rainha da Paz no eixo monumental. O mote é: “enquanto há comida, há distribuição”. Doação de legumes, verdura, carne, caixas vazias de leite e principalmente voluntários.
Imagens
Susto com a ventania em Balneário do Camboriú, em Santa Catarina. As imagens nos foram enviadas pela leitora assídua Terezinha Bleyer. Veja a seguir.
https://www.youtube.com/shorts/9O0p7O7JvTE
https://youtube.com/shorts/zD35C1sQooQ?feature=share
https://youtube.com/shorts/fjlFqm4oxAM?feature=share
História de Brasília
A briga do Palace Hotel com Sbacem resultou nisto: o hotel está completamente sem música. Não pode tocar nem eletrola. Por sinal, a Sbacem está exagerando, e a diretoria do hotel negou-se a pagar 30 mil cruzeiros por mês, no que fêz muito bem. É dinheiro que não chegaria às mãos dos compositores, porque se desintegraria, antes, na partilha entre diversos interessados. (Publicada em 08.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Tomassem para si apenas o que está escrito na bandeira nacional, os homens públicos deste país poderiam, com segurança, dispensar milhares de outras leis e preceitos, que enchem os alfarrábios jurídicos. A bandeira, ao contrário do que muitos pensam, não é uma logomarca, dessas a qual o marketing recorre para identificar um produto ou marca. Ela vai muito além, inclusive do seu sentido político, sendo, antes de tudo, a representação, mesmo que simbólica, de toda a nação e não apenas de um grupo específico dentro da nação.
“O amor por princípio e a ordem por base. O progresso por fim”. Eram lemas correntes, dentro da filosofia positivista do século XIX, que ficaram resumidos em nossa bandeira: Ordem e Progresso, sendo essa primeira adotada no sentido de manutenção de tudo aquilo que é bom e que possui funcionamento correto dentro dos princípios da ética. O Progresso veio em reforço da ideia de defesa do desenvolvimento, sobretudo, dentro dos parâmetros daquilo que se conhece atualmente por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Há, portanto, progresso quando o povo é o objeto e fim desse desenvolvimento. No mais, fica ainda subentendido que só se pode haver progresso ou se avançar no desenvolvimento na medida em que ele é construído dentro da ordem, que também engloba em si os conceitos de ética pública e total pureza de princípios por parte dos homens públicos e de toda a nação.
Fácil entender esses conceitos quando se observam que somente as nações que empreenderam um desenvolvimento com base nos princípios da ordem, da Justiça, com direitos e deveres iguais para todos, é que lograram alcançar o tão almejado progresso. Não há, no atual estágio de evolução humana, como apontar nação alguma que tenha logrado o desenvolvimento e riqueza de sua população abrindo mão da ordem e da Justiça.
Com base apenas no que está dito acima, fica fácil também entender porque ainda patinamos num subdesenvolvimento crônico, com milhões de cidadãos vivendo na pobreza e sem segurança alimentar. Um olhar atento pelas ruas de nossas metrópoles dá uma mostra do quanto ainda temos que avançar para sair de onde estamos. Não é só aqui dentro que podemos ter um retrato do nosso descaso com a ordem e com o progresso.
Quando vemos uma artista brasileira, radicada nos Estados Unidos, filha de família rica e famosa, que teve oportunidade de estudar nos melhores colégios do planeta, apresentar-se em público, literalmente sambando em cima da bandeira, limpando os pés e fazendo deboche de sua terra e de sua gente, é que se pode entender que ainda não estamos prontos para a Ordem e muito menos para sua consequência que é o Progresso.
Quando ouvimos no pedido de perdão um malabarismo vernacular dizendo que o ódio veio de quem respeita a bandeira ou quando notamos que temos que formular leis, como a de Improbidade Administrativa e outras do gênero, para que os homens públicos e gestores se abstenham de desviar os recursos públicos em causa própria, vemos bem onde ainda permanecemos e porque estamos onde estamos.
Por certo, os corruptos, que ainda infestam este país, não viram o que está escrito em nossa bandeira. Se viram, não entenderam. Se entenderam o que está escrito, não cumpriram; se não cumpriram é porque falta gente para fazer valer a lei. Enquanto essa gente de coragem não chega, seguem como aquela cantora: sambando e sapateando em cima de todos nós.
A frase que foi pronunciada:
“Perguntava-se à Sra. De Rochefort se tinha vontade de conhecer o futuro. Não, respondeu ela, o futuro se parece demais com o passado.”
Chamfort (1741-1794), Caracteres e Anedotas
Revolta
Corre pelas redes sociais a reprodução da página do Diário Oficial com a informação do pagamento de dois milhões e meio patrocinando Nando Reis. Depois descobriram que foi em 2012.
Na mira
Prefeitos de diversas cidades foram flagrados cobrando propina de várias formas. Com um celular, é possível comprovar o ilícito. Agora, o que é feito com esse material vai depender do delegado, do juiz e da população.
História de Brasília
O hábito de servir café já adocicado em Brasília está se generalizando injustamente. Reclame, quando lhe negarem o direito de escolher a quantidade de açúcar para a sua xícara. (Publicada em 08.03.1962)