Falha humana provoca pane na máquina do Estado

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: nossaciencia.com.br

 

Passados mais de três décadas do retorno ao Estado Democrático de Direito, efeméride que foi legalmente fixada com a promulgação da Constituição de 1988, a mais cidadã de todas as Cartas Magnas, e também a mais extensa, as reformas que seriam necessárias para a regulamentação de muitos dispositivos ainda aguardam uma definição por parte dos atuais legisladores, para entrar em pleno vigor.

No entanto, mais importante e urgente que essas medidas é o reconhecimento precoce de que muitos dos dispositivos introduzidos em nossa Constituição, e mesmo aqueles nascidos de modo consuetudinário, pelos vícios de nosso modelo de República, necessitam, por sua flagrante decrepitude, serem revistos o mais rapidamente possível. Algumas dessas mudanças ou reformas, caso não aconteçam, colocarão em risco nossa jovem democracia, mergulhando o país num caos institucional, no qual as saídas possíveis para o impasse de governabilidade serão as mesmas que levaram o Brasil a adentrar o túnel sem luz, em março de 1964.

Não se trata aqui de alarmismo, mas de pura concatenação de fatos que vão nos conduzindo, par i passu, para o mesmo beco sem saída do passado. Deixando de lado, por hora, os malefícios causados pelo modelo de presidencialismo de coalizão, que muitos reconhecem assertivamente como de cooptação pura e simples, como ficou sobejamente constatado nos episódios recentes do mensalão, há ainda problemas mais sérios a serem corrigidos.

Na conturbada área das relações entre os Três Poderes, o que a Nação tem assistido, nestes últimos tempos, não deixa margens para duvidar que mais importante do que as instituições em si, são os indivíduos que nela tomam assento, quer provisoriamente, como no caso do Legislativo e Executivo, quer de forma errônea e vitalícia no Judiciário. Mais do que embate de egos inflados, o que se observa é que a chamada harmonia entre os Poderes da República tem acontecido não pelo imperativo das leis, mas, tão somente, como resultado dos conchavos de última hora, na maioria das vezes impublicáveis, e que repetem a fórmula desgastada e sem ética do toma lá dá cá.

Nesse sentido, salta aos olhos a fórmula, para lá de enviesada, como ainda é feita a escolha para ministro da Suprema Corte. Ainda mais quando se verifica que muitos desses magistrados, deixando de lado os pré-requisitos de reputação ilibada e notório saber jurídico, que não são obedecidos, são lançados nessa alta corte, pelo menos, com a missão de servir como uma espécie de advogado de causas que interessam ou ao governo de seus padrinhos, ou diretamente à pessoa que os indicou para esse verdadeiro Olimpo dos deuses.

A problemas como esse, que induzem ao mau funcionamento da máquina do Estado, somam-se outros gerados não pela Carta de 88, mas resultado dos vícios de relacionamento entre esses variados atores da cena política e que acabam por esgarçar a administração do país, remetendo-nos, ciclicamente, aos rigores do subdesenvolvimento crônico.

A formação de bancadas, que agregam partidos de ideologias díspares para negociar com o Executivo, é outro empecilho a nos retardar a marcha para a democracia plena, transformando as relações institucionais, que poderiam ser realizadas em prol da nação, num grande balcão de negócios, onde é possível negociar todo o tipo de mercadoria. Há uma pane geral em toda a máquina do Estado, causada por falhas e vícios humanos e que seriam claramente evitáveis, fosse nossa elite política exemplo a ser seguido, o que, absolutamente, não é o caso.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Você e eu viemos de estrada ou trem, mas os economistas viajam com infraestrutura”.

Margareth Thatcher, foi Primeira Ministra da Inglaterra

Margaret Thatcher. Foto: britannica.com

 

Cruz

Qualquer conta do Governo Federal ou Distrital deveria rejeitar, automaticamente, o pagamento em duplicidade. Reaver esse dinheiro depois do erro é uma Via Crucis.

Charge: acaopopular.net

 

Resiliência

Depois de ter sido acusado de lavagem de dinheiro, o padre Robson foi inocentado. Diz o advogado dele que todos esperam que a biografia do religioso seja restaurada. Eduardo Jorge Caldas resolveu o problema com resiliência quando passou por esse tipo de problema. Colecionou as notícias falsas e processou um por um.

Foto: reprodução

–> Assessoria de Comunicação da Associação Filhos do Pai Eterno

Sobre a decisão do juiz Ricardo Prata, da 8ª Vara Criminal de Goiânia, que condenou criminosos que tentaram extorquir o missionário Pe. Robson de Oliveira, a Assessoria de Comunicação da Associação Filhos do Pai Eterno informa:

1º) Quando o padre foi vítima de extorsão de mensagens falsas criadas contra ele, imediatamente acionou a Polícia Civil de Goiás, que entrou no caso para prender os bandidos;

2º) A entrega de dinheiro no episódio foi orientada e supervisionada pela Polícia Civil a fim de identificar e localizar todos os criminosos. A Associação não teve nenhum prejuízo financeiro e todo o valor já voltou para a instituição;

3º) A Polícia Civil fez perícia sobre todo o material usado para extorquir o padre e concluiu que todas as mensagens foram criadas, por aplicativos e sites próprios para simular conversas e criar Fakenews, como, por exemplo, o WhatsFake.

4º) Os criminosos fazem parte de uma quadrilha profissional e a condenação ocorreu também pela prática de crimes contra outras pessoas e entidades.

5º) A Associação Filhos do Pai Eterno esclarece que, até o momento, não havia se manifestado, pois estava atendendo a uma determinação judicial, a qual decretou o sigilo absoluto do processo. Somente na data de hoje vem a público para prestar estas informações, porque, juntamente com a condenação, o juiz levantou o sigilo da ação penal.

6º) A Associação agradece o trabalho da Polícia Civil do Estado de Goiás, do Ministério Público de Goiás, e elogia a decisão da Justiça, que restabeleceu a ordem, mostrou a verdade e fez a verdadeira justiça.

7º) Mesmo com a condenação e prisão, que são corretas e devem ser cumpridas, Padre Robson reza pela conversão e salvação destas pessoas que escolheram o mundo do crime para viver. Este episódio só prova que o mundo precisa cada vez mais de oração e atitudes de amor e paz.

 

Memória

Com as cigarras de volta, as chuvas estão próximas. Dica do filósofo de Mondubim.

Foto: correiobraziliense.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Recebemos uma carta de um leitor contando que foi procurado por três desses falsos mendigos, com receitas do Hospital Distrital, pedindo dinheiro para aviá-las. (Publicado em 18/01/1962)

Projetos ou jogos

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

Nenhum cidadão, cônscio de suas obrigações, pode negar a relevância, para a sociedade e para a economia, das chamadas pautas sociais. Bolsa Família, auxílio emergencial e outros programas de complementação de renda fazem bem para o país, ajudando na diminuição das desigualdades históricas de nossa nação. Ocorre que a descontinuidade forçada de muitos desses inúmeros programas por cada governo que chega, juntamente com a criação de novos outros, com selos mais personalistas e de acordo com o marketing político, acarretam, à semelhança do que ocorre na amaranhada teia de impostos e tributos, num amontoado de programas sociais que governo algum consegue implementar.

É nesse labirinto de programas, muitos deles construídos apenas para atender agendas e interesses políticos específicos, que boa parcela da sociedade que trabalha, e que produz e paga uma das mais altas cargas tributárias do planeta, é lançada e busca se salvar não de um leão, mas de uma horda de minotauros, cada vez mais famintos. As equipes de economia, de todo e qualquer governo, formadas por refinados experts nas ciências financeiras, integram o Executivo, não para resolver questões e equações como essas trazidas por programas sociais que não possuem porta de saída, mas para descobrir novos corredores por onde seguir o fisco para arrecadar mais e com mais rapidez. Agora, com o programa Renda Brasil, ocorre o mesmo fenômeno.

Não fosse a pandemia e a desidratação brutal de uma economia que estava na antessala da UTI, o Renda Brasil seria lançado com muita festa e muita propaganda. Abandonado pelo próprio governo, que o criou em seu departamento de programas sociais e de marketing, o projeto – parece –  será adotado estrategicamente, também, pelo Congresso. Afinal, com eleições, sempre se avizinhando, é preciso ter cautela, senão os votos somem. É nesse filão populista que seguem, desde sempre, todo e qualquer projeto desse e de outros grupos políticos. Obviamente que tema tão espinhoso como esse não pode ser tratado com realismo, senão os índices de popularidade desabam e a condenação ao fogo perpétuo é certa. Estamos, como dizia o escritor Balzac, “na primeira metade do século XIX, caminhando para um estado de coisas horrível. Em caso de insucesso, não haverá mais que leis penais ou ficais: a bolsa ou a vida.”

Na realidade, o termo projeto, ao se referir às pautas sociais, não é preciso. O mais correto seria chamá-lo de jogo, pois a eventualidade de dar certo para o governo depende não apenas de sua capacidade de blefar, mas da sua convicção de que a sociedade não conhece as regras do que está sendo jogado. Com isso, a única preocupação, desse e de qualquer outro governo, é de encontrar novas fontes de financiamento, para que o jogo prossiga. E é nesse ponto que a equipe econômica concentra todos os seus esforços.

A busca de programas sociais e financeiramente racionais é deixada de lado, pois iria requerer projetos de longo prazo e sobretudo apartidários, sob a tutela do Estado e não de governos temporários. E é aí que jogo deixa de ser interessante.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“As pessoas foram criadas para ser amadas e as coisas foram feitas para serem usadas. A razão pela qual o mundo está um caos é porque as coisas estão sendo amadas e as pessoas estão sendo usadas.”

Dalai Lama

Foto: Matt Campbell / AFP

 

Mais caro

Condomínio RK analisa as contas da Caesb. O aumento exponencial assustou os moradores. As reclamações se acumulam. Ninguém se conforma com a tal tarifa fixa e com a tarifa variável de água e de esgoto.

 

Sem pagamento

Já a CEB enfrenta a inadimplência dos clientes que, desde o início da pandemia, não consideraram a energia como prioridade no momento de pagar as contas. São mais de 200 mil consumidores que devem à companhia.

Foto: portalvarada.com

 

Honra

Foi bem movimentada a manifestação dos Bombeiros concursados na Praça do Buriti. Depois de publicada a nomeação no DODF e de o Congresso ter liberado a verba para a contratação, suspenderam a chamada, não honrando o compromisso. Os Bombeiros fazem parte da classe de profissionais melhor avaliada pela população. Merecem mais respeito!

 

Juntos

Comunidade do Lago Norte começa hoje, às 9h, o mutirão de limpeza no Parque das Garças. Veja a movimentação no blog do Ari Cunha.

 

Em tempo

A depender do ministro Luiz Fux, a turma de presidiários de organizações criminosas, ou que tenham lavado dinheiro, mergulhado em corrupção e até mesmo os crimes hediondos e contra as mulheres, podem preparar o chinelinho branco para a volta às grades.

Luiz Fux. Foto: Cristiano Mariz

 

A finalizar

Por falar em cadeia, boa ideia partida da Câmara Legislativa. Com a assinatura do deputado Martins Machado, um Projeto de Lei indica a instalação de bicicletas próprias para geração de energia. Ao mesmo tempo em que os meliantes saem do ócio, se exercitam e contribuem para a iluminação das instalações que ocupam. A pensar melhor: o projeto dá um dia a menos na pena para cada 16 horas de pedaladas.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O caso do ajardinamento das superquadras deve voltar à baila. De todos os Institutos, somente o IAPB cuidou do ajardinamento. (Publicado em 17/01/1962)

O edifício da Constituição de 88 balança

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Charge: humorpolitico.com.br

 

Nosso alicerce e estrutura política, desenhado pelo texto constitucional de 1988 e que, em tese, serviria para dar sustentação robusta, perene e firme ao edifício do Estado brasileiro, é, a cada 4 anos, modificado ou adaptado às necessidades de cada governante que chega.

Tais reformas, vulgarmente chamadas de Projeto de Emenda à Constituição (PEC), vão, pouco a pouco, transformando nossa Carta Magna, não numa inofensiva colcha de retalhos, como muitos dizem, mas num edifício, onde colunas e vigas, e mesmo as fundações, vão sendo demolidas e substituídas por escoras de madeira provisórias e sem segurança.

Como numa reforma, onde os projetos originais vão sendo postos de lado, cada governante arruma um jeito de providenciar seu “puxadinho” ou remendo, capaz apenas de propiciar vazão para os desejos imediatos de cada ocupante do Palácio do Planalto. Infelizmente, essa sanha em mudar, sistematicamente, pontos essenciais do texto, também é feita a partir de cada nova composição do Congresso, adaptando-o a novos planos políticos.

Com isso, não seria surpresa se, lá adiante, todo o prédio Brasil viesse a colapsar, da mesma forma como já acostumamos a presenciar em nossas cidades, os edifícios mal construídos ou que sofreram reformas indevidas. Nesse caso, o que tem sobrado desse desleixo obreiro são, obviamente, mortos, escombros e muitos prejuízos. Seguissem como parâmetro o que pregam a boa técnica da arquitetura e da engenharia política, como aliás é feito em países como os Estados Unidos, onde a Constituição está, em seus pontos fundamentais, praticamente intocáveis desde 1787, não haveria maiores problemas.

Não é por outro motivo que aquele país apresenta tão acentuada estabilidade política, econômica e social ao longo de séculos. A questão com essa profusão de PECs é que, num dado instante, o texto constitucional se torna incompreensível até para os doutos constitucionalistas. O Supremo, como não poderia deixar de ser, também aqui, contribui, à sua maneira, para modificar o texto original, por meio de interpretações de última hora e ao gosto e interesse de alguns ministros ou de um padrinho seu.

Não espanta que nossas leis, muitas vezes, sejam derrotadas nos tribunais da consciência ou nos foros da ética. Por esse motivo, a sociedade brasileira tem, a cada novo ciclo de quatro anos, que reaprender a andar no limbo entre a legalidade e a legitimidade, ou entre nenhuma coisa, nem outra. Até mesmo o Marquês de Sade (1740-1814), inspirador do chamado sadomasoquismo, sabia que até o universo poderia ser regido apenas por uma lei, desde que essa fosse uma boa lei. Pois como bem dizia: “não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes.”

Comparar o arcabouço jurídico de um Estado a um edifício não é uma alegoria sem sentido, pelo contrário. Já no século I a.C, o romano Vitrúvio, em “De Arquitectura”, recomendava, como princípios conceituais a todos que almejavam construir, seguir as regras da “utilitas” (utilidade), “Venustas” (beleza) e “firmitas” (solidez). Não surpreende que muitos dos edifícios que posteriormente seguiram esses conselhos sábios ainda estão de pé na Europa. Com a Constituição ocorre o mesmo caso: a cada nova PEC acrescentada, a cada “jabuti jurídico” ali introduzido, mais e mais, vamos erguendo uma espécie de réplica daquele Edifício Palace II, que desabou há mais de 22 anos no Rio de Janeiro, deixando mortos e centenas de moradores na rua até hoje.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“As leis são como as teias de aranha; caem nelas os pequenos insetos; os grandes atravessam-na.”

Anacharsis, filósofo do séc. VI

Anacársis. Foto: wikipedia.org

 

Icomos e Sinduscon

Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS/ Brasil está programando uma jornada científica sobre restauração de concreto com o Icomos/França e recebeu apoio do Sinduscon. Amanhã, haverá a palestra de abertura com Jorge Guilherme Francisconi e Maria Emilia Stenzel. Online,  a partir das 17hs. Mais informações a seguir.

–> DIVULGAÇÃO

O Icomos Brasil, entidade internacional dedicada à preservação de monumentos históricos, realizará aqui em Brasília, em maio de 2021, a 1ª Jornada Científica Internacional França-Brasil.

Como os temas do evento se reportam basicamente às condições de conservação dos Monumentos Históricos de Brasília, o Sinduscon-DF e a ABCP propuseram a constituição de um Grupo de Trabalho (GT Conservação do Patrimônio), com o objetivo de conhecer e discutir os temas da Jornada, o que será conduzido por professores especializados nos respectivos assuntos e com vasta experiência.

Os principais objetivos dessa ação, são a possibilidade da integração entre instituições de patrimônio, academia e iniciativa privada, com a perspectiva de despertar nas empresas do Sinduscon-DF, o interesse e a oportunidade de negócios com as exigências das regras de restauração.

Você é nosso convidado especial para a reunião de lançamento do GT Conservação do Patrimônio, que será realizada no próximo dia 14/09/2020 (segunda-feira), a partir das 17h, conforme programação abaixo, oportunidade em que serão explicadas todas as etapas que serão desenvolvidas pelo Grupo.

Dado o atual momento, informamos que o encontro será à distância e para participar, basta acessar o link: https://zoom.us/j/96157081183 ID da reunião: 961 5708 1183

Agradecemos antecipadamente e ressaltamos a importância de sua participação para o sucesso desse importante projeto!

 

Muda já

Antes da pandemia, o INSS já era de atendimento difícil. O que falta é respeito à população e gerência competente. Houvesse agendamento e profissionais prontos para atender, aquela multidão aglomerada na fila não correria tanto risco. Uma folha de papel A4 dizendo que “Desacatar funcionário público no exercício da função é crime” não seria necessária se o serviço público, pago pelo cidadão, fosse executado com responsabilidade.

Charge: seebbauru.org.br

 

Para todos

A Associação Brasileira de Planetários vai fazer uma sessão virtual completamente gratuita, no dia do equinócio de setembro (22/9, 10h). O sonho é que professores de todos os cantos do Brasil, das escolas públicas e privadas, consigam organizar turmas para assistir a esse programa. Aberto para qualquer pessoa e de graça. Mais detalhes na página http://www.planetarios.org.br/sessaovirtual.

–> 1ª Oficina suporte Brasília Patrimônio Mundial – Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo

Data: 17/09/2020 (quinta-feira), a partir das 17h

Programação:
17h às 17h10 – Abertura

17h10 às 17h35 – Situar o que leva Brasília a ser patrimônio da humanidade: Arquiteta Emília Stenzel
• Qual a gramática urbana que estabelece critérios de preservação valores básicos para o futuro?
• Quais as especificidades da cidade?
• Quais as expectativas de desenvolvimento futuro fo patrimônio na cidade?

17h35 às 18h – Atividade econômica: Arquiteto Jorge Guilherme Francisconi
• Os potenciais que existem nessa perspectiva com exemplos exteriores e as possibilidades locais.

18h às 18h30 – Discussões acerca dos temas apresentados

18h30 – Encerramento

 

Ame ou Odeie

Ame Digital. Trata-se de um aplicativo novo, campeão em desavenças lidas no Reclame Aqui. Nos postos de gasolina, o conto é que, ao baixar o aplicativo, há um desconto no próximo abastecimento. Depois de dar todos os dados, nada mais acontece.

Foto: amedigital.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E o governo não pode parar, não pode calar, não pode cruzar os braços, ante a onda de terrorismo que se espraia por todo o país. Os “rigorosos” inquéritos, só, não bastam. É preciso ação. E o MAC é Pena Boto, é Carlos Lacerda. (Publicado em 14/01/1962)

Operação “E$quema S”

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Infográfico: Estadão

 

Duas notícias chamaram a atenção de todos nessa última quarta-feira, vindas da mais recente investida da força-tarefa da Lava Jato contra os eternos esquemas de corrupção nesse país. Parecem, à primeira vista, fatos já do conhecimento de todos, há muito tempo. Observada, separadamente, a chamada Operação “E$quema S”, deflagrada, agora, pela Polícia Federal contra o Sistema S fluminense, que engloba a Fecomércio, o Senac, o Sesc e outros desse ramo, parece notícia velha. Denúncias e notícias sobre desvios nesse setor foram se acumulando nos últimos anos.

Também com relação a essa Operação, que cumpriu 51 mandados de busca e apreensão em Brasília, Pernambuco, Alagoas, São Paulo, além do Rio de Janeiro, em famosos escritórios de advocacia, suspeitos de serem usados para lavar dinheiro do esquema criminoso, parece notícia requentada, tantas foram as denúncias, delações e outras evidências que sempre mostraram os laços estreitos entre advogados e bandidos de alto coturno ou de organizações criminosas.

Ninguém, minimamente esclarecido, duvida, hoje, da participação direta de grandes escritórios de advocacia nos esquemas que vieram sendo descobertos pela força-tarefa da Lava Jato nesses últimos cinco anos. O pior é saber que o “E$quema S”, que teria desviado mais de R$ 150 milhões apenas da Fecomércio/RJ, vai mostrando também uma ligação, perigosa e direta, entre esses causídicos de colarinho engomado e gravata Hermes, e as cortes superiores.

Há tempos, sabe-se que tanto o sistema S, quanto alguns desses famosos escritórios de defesa não são flores que se cheirem. Na atual denúncia, consta, além de organização criminosa, estelionato, corrupção, passiva e ativa, exploração de prestígio e tráfico de influência. Os nomes e sobrenomes desses famosos, publicados em muitos jornais, mostram a estreiteza de relações e a razão de o sistema S ter gasto, nesses últimos meses, mais de R$ 355 milhões em contratos de advocacia, pretensamente por serviços na área do Direito.

A Ordem dos Advogados do Brasil, obviamente, não gostou da Operação “E$quema S”, ainda mais quando, nessas investigações, veio a surgir, com suspeita, o nome do seu atual presidente. Como diriam os criminosos do patamar de baixo: “Tá tudo dominado!”

Não surpreende, pois, que a Lava Jato vem sendo alvo de tantos esforços para esvaziá-la. Não é surpresa, também, o porquê de muitos quererem acesso a seu banco de dados de investigação. Os endereços, tanto dos escritórios, quanto das residências dos envolvidos, demonstram se tratar de pessoas que viviam numa bolha de luxo de glamour e, por isso mesmo, sentiam-se intocáveis e protegidas por pessoas instaladas no piso superior da Justiça.

Os próximos movimentos mostrarão se esses indivíduos, que agora têm seus nomes estampados em todos os jornais, possuem, ou não, proteção vinda do alto. Tendo em vista as inversões que têm acontecido nesses últimos meses, nas quais até o procurador Deltan Dallagnol foi punido pela Justiça, passado o momento de agitação dos holofotes, todos serão devidamente perdoados. Quem sabe, pode sobrar punição apenas para o porteiro da Fecomércio-Rio, que deixou essa gente toda entrar no prédio sem passar por revista rigorosa.

 

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O desejo de poder em excesso fez com que os anjos caíssem.”   

Bacon, ensaísta, filósofo, cientista e estadista inglês

Foto: oglobo.globo.com

 

Novidade

Um apelo para a divulgação da iniciativa da Associação Brasileira de Planetários. Uma sessão virtual gratuita, no dia 22 desse mês, às 10h, aguarda profissionais da Educação. Veja no link Venha assistir uma sessão virtual de planetário!

 

Transformação digital

Assistentes executivas da IBM se reuniram para lançar a série de webnars: “Assessoria Executiva na Era Digital”. A FENASEC, Fundação Nacional das Secretárias e Secretários, apoia a iniciativa. Os webnars são abertos ao público e disponibilizados gratuitamente. Programações e inscrições no link Assessoria Executiva na Era Digital.

 

Pé na jaca

Depois do feriado de 7 de Setembro, no qual praias e piscinões lotaram, fica cada vez mais difícil acreditar no fim da pandemia. Os próximos 15 dias serão cruciais.

Foto: DF Legal/Divulgação

 

Perigo

Quem mais corre risco com o derramamento de brita na Epia são os motoqueiros. Os bombeiros já advertiram os motoristas, mas, como em duas rodas as manobras são mais perigosas, seria bom ter socorro por perto.

 

Crianças SOS

Mais contato com a natureza durante a pandemia pode diminuir a tristeza, irritabilidade e ansiedade nas crianças. Segundo o professor Amauri Betini Bartoszeck, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a imunidade da criança contra doenças e alergias também podem melhorar com um longo passeio em parques arborizados.

Parque Olhos D’Água. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E mais, sobre o mesmo ministro: no plano de casas populares, há o projeto para a construção de cinco a dez mil dessas casas em Brasília. (Publicado em 16/01/1962)

Política de Estado para os programas de transferência de renda

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Charge: Jacobsen

 

Ou o programa Bolsa Família se transforma numa espécie de Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), passando a ser uma política permanente de Estado, suprapartidário, conforme confirmado com a aprovação da PEC 15/2015, em 21 de julho último, ou irá se perpetuar como uma espécie de trampolim para alçar políticos populistas ao poder, não importando qual a realidade das famílias beneficiárias, nem tampouco a situação das finanças públicas do país.

Somado ao auxílio emergencial de R$ 600, é possível considerar que, hoje, parte significativa da população brasileira, principalmente do Norte e Nordeste, sobrevive graças a uma espécie de assistencialismo do Estado, que visa não a obtenção plena da cidadania, com pleno emprego, saúde e educação de qualidade, mas sim uma dependência permanente e interesseira que, na prática, tem recriado, em pleno século XXI, a política dos currais eleitorais, dos coronéis e do voto de cabresto, vistos ainda no início da República velha.

Para tanto, é importante notar o discurso feito ainda em 1929 pelo presidente (governador) de Minas Gerais, Antônio Carlos, sobre o modelo vigente na época: “Para mim, insisto em dizê-lo, o ponto vulnerável da nossa organização política reside no sistema de voto, pois, notoriamente, ele favorece a compressão, a corrupção e a fraude, permitindo que os títulos eleitorais se transformem em títulos negociáveis e que o Governo exerça sobre o ato do voto, praticado sob a odiosa fiscalização e vigilância de seus agentes, a incontrastável influência da ameaça, de represália ou das tentativas de peita ou de suborno”.

As eleições municipais que se aproximam podem provar que essa observação secular ainda é uma realidade presente e muito explorada pelos espertalhões da política, espalhados pelos quatro cantos desse Brasil continental. A questão aqui não é colocar em dúvida a necessidade e urgência de programas dessa natureza, nem do auxílio emergencial, mas cuidar para que programas que drenam enormes recursos do Tesouro Nacional, tenham uma destinação cidadã e não um uso político-partidário como se tem visto desde a criação do Bolsa Família em 2003, que reuniu outros auxílios como o Bolsa Escola, Renda Mínima, Bolsa Alimentação, Auxílio gás, entre outros programas de transferência de renda.

A porta de saída para esses programas existe e é exequível, mas não interessa àqueles que estão temporariamente no poder, pois o controle desses recursos e sua distribuição auferem enorme poder aos mandatários, maior, inclusive, que a própria caneta. Hoje, é certo que programas como esse ajudam a impulsionar as economias e o PIB das regiões mais pobres, principalmente aqueles com menores índices de desenvolvimento humano (IDH). Mesmo os mecanismos de controle para inclusão ou exclusão das famílias, por mais rigorosos que possam parecer, são contornados pela astúcia de políticos locais que usam desses programas para benefício de seus planos políticos.

Infelizmente, a pandemia vem provando que nem mesmo, em tempos de agruras e dores, os suados recursos da nação são respeitados e bem aplicados. Nessas eleições, é preciso cuidado redobrado para que observações, como a feita em 1929, não se repitam.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Sem instituições de vigilância fortes, a impunidade se torna a base sobre a qual os sistemas de corrupção são construídos. E se a impunidade não for demolida, todos os esforços para acabar com a corrupção são em vão.”

Rigoberta Menchú, laureada com o Prêmio Nobel.

Rigoberta Menchú. Foto: britannica.com

 

Alívio

Merece elogio a iniciativa do GDF em determinar que as Farmácias de Alto Custo entreguem a medicação em domicílio para os idosos. Acabaram-se as filas enormes e o próprio doente assinando o recibo em casa passou a ser uma preocupação a menos.

Foto: saude.df.gov

 

No coração da cidade

Enfim, a Galeria dos Estados está pronta para receber os consumidores. Resta saber o que será feito do antigo Touring, ainda abandonado.

Reprodução: DF TV

 

Trabalho

TCDF está focado na auditoria do TTN – Trevo de Triagem Norte, na conta dos novos veículos da Polícia Civil do DF, na Conta Caixa. O corpo técnico do tribunal analisa as contas apenas de 2019.

01/08/2017. CREDITO: ED ALVES/CB/D.A. PRESS. BRASIL. BRASILIA – DF. FACHADA DO TRIBUNAL DE CONTAS -TCDF.

 

Novidade

Motolâncias têm sido uma boa alternativa para a rapidez no atendimento de emergências. Ao todo, são nove duplas de técnicos de enfermagem e enfermeiros prontos para o primeiro socorro.

Foto: Agência Saúde

 

Resposta

Um homem, de 65 anos, recebeu a visita da Polícia Militar do DF porque, aos arredores da capital, mantinha 12 passarinhos em gaiola. De tanto ouvir respostas esfarrapadas de autoridades políticas e jurídicas em jornais e na televisão, inspirado, saiu-se com essa: “Eu deixo as gaiolas abertas e os passarinhos é que entram.” Pior que essa é acabar com a verificação biométrica nas eleições, porque o visor não pode ser limpo com frequência.

Foto: PMDF

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Líderes janistas estão preparando a volta do sr. Jânio Quadros ao Brasil, e informam que o seu trabalho será a “profilaxia do Congresso” para que a Câmara e Senado tenham uma representação de base popular e não de grupos financeiros. (Publicado em 16/01/1962)

Desmonte

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O coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, criticou decisão do presidente do STF — Foto: Agência Brasil (valor.globo.com)

 

Aos poucos e sem muito alarde, para não melindrar a opinião pública, a Lava Jato, ou seja, a mais importante operação contra a corrupção e lavagem de dinheiro já feita em toda a história do nosso país, vai, como alguns já haviam prevenido, sendo desmontada, peça por peça, graças à ação de forças poderosas dentro e fora da máquina do Estado.

Esse verdadeiro desmanche nas esperanças de muitos brasileiros de bem vai sendo seguido, pari passu, com uma sequência de vitórias junto aos tribunais superiores, inclusive, junto ao Supremo Tribunal Federal, das ações impetradas pela defesa do ex-presidente Lula, o mais vistoso e implicado dos personagens dessa que já foi a mais exitosa operação do Ministério Público e da Polícia Federal em todos os tempos. Trata-se aqui de uma autoflagelação imposta por parte de agentes da justiça à própria justiça e às leis, tornando, letra morta, a maioria dos artigos que compõem os códigos civis e criminais.

Nesse processo, que vai comendo pelas beiradas o que parecia ser o nascimento de um novo Estado, livre, depois de séculos de desmandos e privilégios dos poderosos, a mais surrealista das cenas parece estar prestes a acontecer, com a punição não dos criminosos, mas com a condenação daqueles corajosos juízes e promotores que ousaram peitar de frente, e à luz das leis, os delinquentes de colarinho branco. Na rabeira da “reabilitação” forçada do ex-presidente, outros criminosos, tão daninhos quanto ele, vão sendo libertados também um a um, o que só faz confirmar a visão popular de que a aplicação e o rigor das leis, em nosso país, só é adotada contra os pobres, os pretos e a outros brasileiros menos favorecidos.

Depois da abdução do juiz Sérgio Moro, enganado pelo canto das sereias com a promessa de que poderia, no Ministério da Justiça, dar continuidade no combate ao crime, chega a vez, agora, do procurador da República Deltan Dallagnol, desgastado e cansado de tanta perseguição vinda de todos os lados, sobretudo de próceres da própria justiça.

Trata-se aqui, à semelhança de Moro, de um dos mais sérios e probos profissionais da justiça, lançado aos leões e à sanha de personagens como o próprio Procurador-Geral da República, Augusto Aras. É contra o que chamam de “lavajatismo” que esses personagens, saídos das sombras, insurgem-se, mesmo sabendo serem contra a vontade da grande maioria dos cidadãos.

Não por outra razão, manifestações populares já começam a ser agendadas em todo o país, num esforço desesperado, genuíno e apartidário, em favor da continuidade da Lava Jato e da punição desses maus brasileiros, que hoje todos reconhecem como responsáveis diretos pelas mazelas geradas pelo subdesenvolvimento crônico do Brasil.

A esse cenário de desesperança generalizada, soma-se a decisão, tomada, agora, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, por 5 a 2, decidiu que políticos, declaradamente fichas-suja, poderão disputar as eleições municipais desse ano. Além do fim da identidade biométrica durante as eleições, que continha um fio de controle sobre os eleitores, agora, milhares de corruptos já condenados poderão voltar à cena e, com isso, dar continuidade aos seus delitos, sob as bênçãos da justiça e, pior, com imunidade para, mais uma vez, delinquir em paz.

Esse é o Brasil que, por certo, não queremos, mas que nos é imposto por circunstâncias contrárias à vontade da maioria. Lamento dos representados e júbilo dos representantes do povo.

 

 

 

Frase que foi pronunciada:

“Poucas vezes o homem se mostra grande quando se trata de grandezas.”

Élie Saurin, teólogo protestante francês.

 

Cuidados com o pulmão

Como os prédios administrativos de Brasília não costumam ter janelas abertas para ventilação, é fundamental que todo ar condicionado passe por manutenção e higienização para a retirada de partículas poluentes, fungos e bactérias.

Foto: dufrio.com

 

Defesa

Moradores do Lago Norte exercem a cidadania de forma exemplar. Um grupo, nominado Grupo CAESB, providencia a adoção da via judicial para revisão dos aumentos injustificados nas contas d’água dos últimos meses naquela localidade. 83% dos consultados votaram pela petição.

 

Solidariedade

Hemocentro pede doação de sangue. A demanda por sangue aumenta enquanto as doações não correspondem à necessidade. O problema é que os telefones disponíveis aos voluntários demoram demais a atender ou parecem ocupados durante todo o dia. São eles: o 160 (opção 2), 0800 64 0160, 3327-4413 ou pelo site agenda.df.gov.br.

 

Ouvidoria

Não há razão para agências do Banco do Brasil interromperem atendimento aos clientes. Se o distanciamento for respeitado e os cuidados que todos já conhecemos forem rotineiros, não justifica essa ausência na prestação de serviços.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

É acintoso, o terrorismo do MAC num país habitualmente pacato. E as autoridades não dão a conhecer o andamento do inquérito. (Publicado em 16/01/1962)

Rio de Janeiro capturado por um estado paralelo

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Charge do Duke

 

Algum fenômeno bastante atípico, o qual as autoridades ainda não se deram ao trabalho de investigar a fundo, vem ocorrendo há anos no processo eleitoral da antiga capital federal do país. Estranha e invariavelmente, uma sequência contínua de pretensas lideranças políticas tem sido, pelo escrutínio eleitoral, alçada ao poder, sendo que a grande maioria dessas lideranças, cedo ou tarde, acabam acusadas e mesmo diretamente envolvidas em graves crimes de corrupção e outros delitos ainda mais graves.

Quem assiste essas cenas de longe chega a imaginar que a antiga cidade maravilhosa chegou às raias da ingovernabilidade, tantos são os casos de crimes que acontecem não apenas no Executivo local, mas que permeiam também o Legislativo e, não raro, respingam na própria Justiça fluminense.

De fato, o Rio de Janeiro vive, o que seria no mundo místico, seu pior inferno astral. A sequência de governadores, de vice-governadores, de prefeitos, de deputados estaduais, de juízes e outras altas autoridades que foram ou processadas, ou condenadas e presas, é extensa e expõe uma realidade, que em outras sociedades, mais democraticamente evoluídas, e onde a justiça pudesse dar a palavra final, seria o caso de uma intervenção federal em todos os níveis da administração local.

Há muito se sabe da guerra aberta que vem travando entre os traficantes e os milicianos pelo domínio de amplas áreas territoriais, ora com o predomínio de um, ora com a vantagem de outro. A população, refém dessa verdadeira guerra civil que se instalou na cidade do Rio de Janeiro, só tem como alternativa, nesse fogo cruzado, com armamento de guerra, atirar-se ao chão para fugir de uma bala perdida.

A polícia local, parte dela amedrontada ou mesmo abduzida pelas forças do mal, faz o que pode. As mortes de policiais viraram rotina e não sensibilizam nem ao menos quem deveria, por ofício, fazer algum esforço para deter esse estado de calamidade pública. Somadas as penas impostas a esses malfeitores do colarinho branco, presos ou ainda em liberdade, tanto no Palácio das Laranjeiras, quanto no Legislativo local, incluindo aí o próprio Tribunal de Contas do Estado, a conta chega a milhares de anos de reclusão.

Trata-se de um escândalo sem precedentes que, mais do que assustar todo o país, nos faz pensar que este estado de coisas fora do comum pode também, com toda a naturalidade, vir a ser frequente em outras partes do Brasil. Para isso, basta que não se observe o Rio de Janeiro como um laboratório onde o processo eleitoral, bem como a escolha de outros dirigentes para os poderes locais, seja tomado como exemplo a se evitar, sob pena de virmos adentrar num processo sem volta.

Alguns especialistas nesse fenômeno perturbador que assola o Rio de Janeiro falam na influência do dinheiro e no poderio de forças do crime agindo livremente dentro do processo eleitoral local, financiando seus candidatos favoritos e ameaçando outros contrários a esse estado de coisas. De fato, o Rio de Janeiro se tornou o laboratório vivo de como o processo político pode, por inoperância dos poderes, ser capturado por forças marginais que vão, aos poucos, instalando um estado paralelo, longe de tudo que lembre justiça e ordem.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um homem que nunca foi à escola pode roubar um vagão de carga; mas se ele tem educação universitária, pode roubar toda a ferrovia.”

Theodore Roosevelt, 26º Presidente dos Estados Unidos de 1901 a 1909.

Theodore Roosevelt. Foto: wikipedia.org

 

Absurdo total

Impressiona a falta de protestos da sociedade diante das duas desculpas mais esfarrapadas tiradas da cartola para justificar a falta da biometria nas eleições: o leitor de impressões digitais não pode ser higienizado com frequência. Por que não? Álcool gel serve para limpar as mãos dos eleitores. Com as mãos limpas, uma flanelinha é suficiente para limpar o leitor. E a segunda desculpa é que a identificação biométrica tende a causar filas, favorecendo aglomerações, já que o processo é mais demorado do que a coleta de assinatura. Mais vale uma fila de 3 horas do que 4 anos suportando a dúvida da vitória do candidato. Depois de o eleitor bancar R$ 2 bilhões para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, essa notícia foi demais.

Foto: WILSON DIAS-ABR

 

Férias

Reginaldo Marinho nos envia o texto que publicou sobre a cidade de Lençóis, na Bahia, que vai receber turistas com controle dos visitantes. Leia no link Lençóis (BA) controla a pandemia e vai reabrir para receber turistas como montar uma loja virtual! Outro texto, disposto logo abaixo, é assinado pelo professor e jornalista Aylê-Salassié F. Quintão; toca na autoestima do brasileiro que, sem calendários festivos, perde a conexão com a própria cultura.

–> Sem calendário de eventos populares fragiliza-se a autoestima

Foto: camara.leg

Aylê-Salassié F. Quintão*

A suspensão da celebração de datas referências da cultura brasileira inscritas no modelo de Calendário do papa Gregório XIII, e adotado em 1582, fragiliza-se a autoestima nacional. Chega a inspirar o gracejo de que   se ainda chamaremos Brasil passada a pandemia ?  Vem aí o sete de setembro: não haverá desfile militar nos estados, nas ruas ,  nos colégios e nas escolas. Talvez uma mirrada solenidade de hasteamento da bandeira  nos  Palácios do Planalto ou da Alvorada,  com a participação do presidente da República.

O sete de setembro é considerado a data a mais representativa da autoestima nacional . Milhares de brasileiros saem às ruas, vestidos com as cores da bandeira, para celebrar  os duzentos anos da libertação do Brasil do jugo colonial português e da fundação do País como nação soberana e autônoma. Fosse só isso estava tudo bem. Observa-se, entretanto, que vagarosamente aumenta o número de brasileiros  que desdenham das celebrações cívicas. A quarentena , já a caminho da quarta etapa e com mais de 100 mil mortos no portfólio, está contribuindo este ano para desmontar esse elo popular  sacralizado: o calendário que ritualiza e reforça, sistematicamente, o espírito a coesão cívica e dá corpo à identidade nacional. 

Lembro-me de um momento de dessacralização do sete setembro quando, no governo Dilma, mandou-se separar os brasileiros na Esplanada, colocando um tapume, com guardas, que isolava o público do lado esquerdo do público do lado direito. O grosseiro cercamento estendia-se da rodoviária ao Congresso Nacional. Abalou profundamente o instituto da brasilidade.

A  consequência explícita da não celebração das datas nacionais é a fragilização da relação entre cidadãos e, sobretudo, da identidade que os mantém coesos, da religiosidade intrínseca, da  liberdade de ir e vir e outros valores institucionalizados no calendário como nativos e legitimados pela adesão popular. Estão no mesmo caso o dia do Descobrimento do Brasil, o dia  da Bandeira, a Semana da Pátria, a Semana Santa, o dia de Corpus Christi, o dia  do Trabalho, o dia do Negro, o dia do Evangélico, o dia do Índio, o dia da Revolução Pernambucana, o dia do Meio Ambiente, o dia da Proclamação da República, o dia da morte de Getúlio Vargas, o dia da promulgação da Constituição de 1988, o dia  do reinício das aulas, o  dia da reabertura do Congresso Nacional e das atividades no Judiciário. Com a suspensão das celebrações, as datas legitimadoras da brasilidade vão perdendo força e o calendário deixando de ser um fonte de sua institucionalização.

Os museus que dão perenidade e legitimidade a esse calendário da História do Brasil estarão fechados, assim como o Paço, do dia do Fico,  e talvez esteja isolado o Parque da Independência, na Colina do Ipiranga,  onde dom Pedro puxou a espada e anunciou que o Brasil não seria um País colonial e  submisso. Tudo isso tem  sido desqualificado por grupos pontuais e absorvidos, simploriamente,  como expressão da democracia.

Ao óleo espalhado sobre a costa brasileira, antecedendo o verão de 2019,  inviabilizando as férias dos brasileiros e prejudicando milhares de pescadores, seguiu-se a pandemia. Com ela, a   suspensão do campeonato de futebol nacional, das festas juninas provocando um estrago nas tradições da sociabilidade nordestina. Milhões de empregos estão sendo perdidos e há um enorme impacto negativo nas compras e vendas calendarizadas como o  dia das mães, dos pais, dos avós. Os investidores fugiram.

O abono pandêmico não vai durar a vida toda: talvez até o Estado dar sinais de danos irreparáveis nas contas públicas, promovendo um retorno ao estágio dos anos que precederam o governo JK.. Indutor do desenvolvimento regional, o Mercosul desapareceu, e o líder do comércio na região já é a China. Vem aí  as eleições fora de época, o Natal e o Ano Novo. E o carnaval, como é que vai ficar ? Foi ele que espalhou o coronavírus por aí .

A ausência de um calendário de eventos ritualizando a auto estima está potencializando a fragilização de um modelo Nação e dos valores cívicos, religiosos e trabalhistas que lhes dão sustentação.  Há uma mudança nos rumos civilizatórios, inclusive intra familiar, um visível  enfraquecimento da cidadania e da crença nas instituições que conduziram a sociedade até aqui. As lutas sistemáticas entre Situação e Oposição, atribuída ao regime democrático, ao invés de estarem fortalecendo a autonomia nacional, estão solapando as suas bases.

No Brasil, várias datas celebrativas tendem a perder o sentido. Estão entre elas o sete de Setembro, o Hino Nacional, o dia do soldado, as comemorações que lembrem 1964. Enfim, nossa história está cheia de vácuos e de vacilos  de interpretações disruptivas, e nossos heróis, em sua maioria falsos ou falsificados . Paira sobre a inocência tropicana  a maldição de que tudo que se constrói tem de ser destruído. Essa é a verdadeira herança maldita. Quem deu independência ao Brasil foi d. Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, e esposa d. Pedro I. Nesse ritmo tropicalista caminhamos para só conhecer do calendário nacional no futuro próximo o dia da Vacinação.

·         Jornalista e professor

 

Por que não?

Seria interessante se o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) começasse a trabalhar alguma forma de comunicação estruturada sobre os empenhos previstos na lei orçamentária para manter uma interface também com os contribuintes. Assim, a população acompanharia o prazo da execução e aplicação das emendas impositivas na sua cidade. Seria a volta dos “fiscais do presidente.”

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Prossegue a onda de terror, atingindo, agora, o Nordeste. Vários milhares de toneladas de cana de açúcar foram destruídos num bombardeio realizado por um avião não identificado em Pernambuco. (Publicado em 16/01/1962)

Distintas patotas

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Quando cunhou a expressão o “homem cordial”, na obra Raízes do Brasil de 1936, o historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) buscava entender que traços culturais e sociais marcantes, e até permanentes, a colonização portuguesa e Ibérica tinha legado aos brasileiros e que poderiam definir, com mais sutileza, o caráter de nossa gente.

De saída, o pesquisador, à luz das teorias do sociólogo Max Weber (1864-1920), identificou o personalismo como traço fundamental de nossa gente, que faz com que os indivíduos deem mais valor as relações pessoais do que outros aspectos como posição social, títulos e outros qualificativos materiais. Essa característica explica, em boa parte, porque até hoje não atingimos um grau de desenvolvimento social capaz, ao mesmo tempo, de tornarmo-nos independentes e autônomos com relação aos governos e ao Estado.

De certa forma, a influência do personalismo tornou-nos dependentes de lideranças políticas, capaz de guiar-nos. Aliás, e expressão “nosso guia”, adotada sem cerimônia e sem avexo pelo ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para se referir ao ex-presidente Lula, traduz esse traço personalista e, de certa forma, piegas, que permeia toda a nossa sociedade, ganhando maior intensidade justamente entre os áulicos.

Ao contrário do que muitos podem pensar, esse nosso jeitinho inzoneiro e maroto em nada ajuda na formação de uma sociedade harmônica e justa. Pelo contrário, esse traço recheado de certa intimidade tem sido responsável por parte de nosso fracasso social. A questão da empatia e mesmo das relações consanguíneas ditam nossa estrutura social e isso é uma tragédia.

Esse comportamento sui generis e de aspectos de compadrio ditam as regras sociais, classificando quem fica dentro do grupo e das possíveis benesses, e quem fica de fora sendo tratado como estrangeiro ou inimigo. Dessa distorção de comportamento, resultam, entre tantas outras, anomalias em obediência a pessoas e não a regras, mesmo legais, e uma certa tendência à lealdade cega, mesmo que isso vá contra às leis e ao que é ético e justo. Somos, assim, uma sociedade composta de patotas distintas, o que seguramente não é bom para ninguém, pelo contrário.

De todos esses traços herdados e que acabaram por transformar nosso destino numa fatalidade histórica, o homem cordial, e seu comportamento particular, é o que mais tem causado malefícios à nossa civilização tropical. Em todo o Estado e mesmo tendo em vista a tão propalada República, onde, em tese, todos teriam os mesmos direitos e deveres. Esses laços construídos a partir de amizade ou de consanguinidade moldam não apenas a estrutura política de nosso Estado, mas contamina também outros poderes, como o Judiciário e o Legislativo. Esse fato explica porque existem tantos descendentes diretos de políticos ocupando funções públicas ou mesmo em cargos representativos dentro do parlamento.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“É indigno de um homem honesto servir-se dos restos de uma amizade que termina, para satisfazer um ódio que começa.”

Fénelon, teólogo católico, poeta e escritor francês. (1651-1715)

François Fénelon. Imagem: wikiquote.org

 

DAQAM

Se não pode pegar um avião, mas mesmo assim quer viajar, há uma opção. Você pode viajar ao passado navegando no Facebook. Brasília “Das Antigas Que Amamos Muito”, capitaneado por Chiquinho Dornas, é um lugar para passar horas, rever amigos e curtir a cidade que vimos nascer.

 

Programa

Na CNN, um bom programa para domingo. A rede apresenta a história de JK e os acontecimentos enquanto Brasília se formava. Já é o segundo capítulo do documentário Brasília 60 Anos.

 

Estranho

A Câmara Legislativa do DF, com moção do petista Chico Vigilante, declara Abraham Weintraub como persona non grata na cidade, porque falou que Brasília é um cancro de corrupção e privilégios, obviamente praticados por gente que chegou aqui por meio de votos mal dados por eleitores de todo o país. Não vamos distorcer os fatos.

Foto: Abraham Weintrab e Ricardo Vélez-Rodriguez, ao fundo (Divulgação/MEC)

 

Arrecho

Essa mesma capital, que abriga os eleitos por votos mal dados, abriu os braços para receber 27 refugiados venezuelanos, que passam por uma crise humanitária e que vão ter oportunidade de recomeçar a vida longe daquele regime defendido justamente pelo deputado Chico Vigilante. Que incoerência!

 

Dica

Quem não consegue dormir por causa de um pernilongo no quarto precisa conhecer um dispositivo infalível, a seguir.

Armadilha YG-5611 | Sapinho

• Função: capturar, matar mosquitos e moscas, evitando a proliferação de bactérias e doenças, transmitidas por estes insetos. Elimina o mosquito da Dengue
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Controle de Pragas: Dengue, Zika Vírus, Chikungunya e outros.
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Design: Sapinho.
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Dimensões: 13 x 19cm.
Peso líquido: 0.362g. 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Vou pedir ao Mauro Viegas uma árvore mais bonita do que aquele pinheiro murcho, para plantar no balão da Igrejinha. Outra coisa: dizem os que fazem estudos “dos mais”, que o acontecimento “mais Brasília” até agora, foi a inauguração da loja da Vasp, e procuram reunir Pepone e D. Camilo quando relembram o Batista e o Padre Roque. (Publicado em 14/01/1962)

De volta de onde nunca saímos

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Salim Mattar: um dos secretários de saída. Foto: AMANDA PEROBELLI / Reuters (oglobo.globo.com)

 

Nessa altura dos acontecimentos, parcela significativa dos eleitores, que votaram nas propostas de governo do então candidato Jair Bolsonaro, já percebeu que ajudou a eleger um tipo específico de presidente da República e não a composição do STF. Além disso, quando o presidente declarou que não formaria uma coalizão de partidos para sustentação de seu governo no Congresso, diagnósticos pessimistas, declarados, inclusive, pelo ex-presidente Collor, diziam que o governo não teria sucesso para aprovar a sua agenda. Parte dessa metamorfose ou retorno a si pode ser debitada, diretamente, ao próprio presidente e decorre de sua inabilidade política para o exercício do cargo, frente a um Congresso eivado da velha política.

Outra parte dessa mudança deve-se, como dissemos, ao próprio sistema de presidencialismo de coalizão, no qual fatores vitais como a governabilidade, com todas as suas nuances, só podem ser realizados por meio de sintonia fina com o parlamento. Em outras palavras, qualquer governo que se apresente nesse país disposto a alterar a carcomida República, tão cheia de vícios e mazelas, tem seu poder limitado pelos interesses, até inconfessáveis, de um naco significativo da classe política que parasita o Estado, desde a chegada de Cabral. Infelizmente, mesmo com todo apoio popular possível, não há estratégia que frutifique sem que os mandatários montem uma coalizão multipartidária no legislativo. Romper esse ciclo não é tarefa para políticos sem estofo próprio e sem uma trajetória muito bem delineada desde o início. Mesmo políticos experientes acabam se tornando presas fáceis em mãos acostumadas a puxar o tapete de todo qualquer incauto mais apressado.

Para aqueles que acreditam que bravatas e outras ameaças podem melindrar um Legislativo escolado em negociações, a tarefa de dificultar os caminhos da presidência é ainda mais fácil de ser consumada.

Bolsonaro não é o primeiro presidente a mudar de rumos e, talvez, não venha a ser o último, mesmo diante de um quadro inusitado e dramático como uma pandemia mundial. Depois de leiloar a cabeça do ex-ministro Sérgio Moro para o chamado Centrão, alterando, radicalmente, a agenda de combate à corrupção, o presidente, que sempre foi um político isolado dentro do próprio Congresso por décadas, viu-se na contingência de atrair esse mesmo Centrão para dentro do governo, como forma não apenas de garantir espaço de governabilidade, mas de, sobretudo, escapar, ele mesmo, de uma saraivada de pedidos de impeachment que dormita nas gavetas do Congresso.

Se a saída intempestiva de Moro já indicava um retorno a velhas práticas, no quesito ética no governo, sinalizando uma rendição ao poderoso lobby de um passado que insiste em permanecer vivo e entranhado na máquina pública, a debandada, agora, de importantes auxiliares do super ministro da Economia, Paulo Guedes, já precedida de outras baixas importantes, pode apontar para um abandono, sem choro, nem vela, do tão pretendido e anunciado programa de liberalismo econômico. Se não houver coalizão dentro do próprio Executivo, mais uma vez, no horizonte, os cavaleiros do apocalipse, representados pelo aumento de gastos públicos, em desrespeito não apenas às normas de responsabilidade fiscal, mas de abandono das medidas que impunham o teto de gastos.

A emissão anunciada da nova cédula de R$ 200, com a estampa do Lobo Guará, já marca o prenúncio de uma virada ao passado, a um tempo em que acreditávamos ter deixado para trás. Assim, voltamos de onde nunca saímos, dando voltas sem proveito, alheios aos nossos próprios problemas que não são poucos. É uma pena.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A paciência é uma árvore de raízes amargas e frutos doces.”

Filósofo de Mondubim pensando em como o provérbio persa ajudaria Bolsonaro.”

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Inacreditável

Dizia Dom Bosco que, na capital do Brasil, correria leite e mel. Não deu outra. Com a Caesb, sendo a única fornecedora de água, não tem para onde os consumidores fugirem. A água tem mesmo cor de mel. Comprove, a seguir, a qualidade da água oferecida pela companhia em uma região onde o IPTU vai às nuvens. Acredite: isso não é o pior. Pior mesmo é ver na conta que coliformes têm um parâmetro mínimo exigido. E mais: quase todos os itens estão fora do parâmetro adotado pela própria Caesb. Mais uma novidade: Além da tarifa “variável” cobrada, agora há uma tarifa “fixa”.

 

Ele veio!

Essa ladainha contra o Dr. Marcos Trajano, da UBS do Lago Norte, está parecendo politicagem. Tira horta, põe horta, tira mangueira, paga multa. O lado bom da história é que, pelo visto, há um médico que bate o ponto e trabalha todos os dias na unidade.

Foto: correiobraziliense.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Prefeitura poderia muito bem estudar o término da construção do restaurante popular do Aeroporto. Está na estrutura, e parou no governo do dr. Jânio. Com um restaurante popular, o movimento seria maior, e o Laurinho bem que poderia baixar os preços tão altos, hoje em dia. (Publicado em 14/01/1962)

Hermenêutica Seletiva

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Foto: Roberson Pozzobon/MPF-PR

 

Os ataques à Operação Lava Jato, em conluio com partidos e políticos de ficha suja e com o beneplácito da própria Procuradoria Geral da República, ressurgem, apenas, como a ponta visível de um gigantesco iceberg que se move para inverter a lógica da justiça, tornando réus aqueles que ousaram condenar criminosos de grosso calibre, nitidamente envolvidos num rol de ilicitudes sem fim.

Aplica-se a lei para demonstrar, dentro dos labirintos e das filigranas legais, como desfazer o senso comum de justiça, distorcendo e tornando as letras dos códigos penais libelos a favor de notórios condenados. O mais trágico, se é que se pode ir mais além nessa pantomima processual recorrente, é conseguir, diante do silêncio obsequioso de muitos, também manchados por desvios de conduta, tornar culpados em inocentes, transformando-os em anjos de candura e ética.

Observadores da cena nacional, postados de plantão, permanentemente, no meio da Praça dos Três Poderes, de olhos e ouvidos atentos para cada uma das instituições daquele sítio, são unânimes em reconhecer o que seria uma contramarcha de antilavajistas dispostos a tudo para impedir o avanço da legalidade, da justiça e da ética. Está, justamente, naquele ponto geográfico e nevrálgico da nação, o que parece ser uma grande e nebulosa orquestração com vistas não só a deter a consumação de qualquer veredito final, que leve para detrás das grades aqueles que assaltaram os cofres públicos sem remorsos, como para impedir que qualquer outro contratempo seja capaz de atrasar a marcha da insensatez, tornando condenados em inocentes e agentes da lei e da ordem, notoriamente probos e cumpridores do dever, em réus.

Nada muito estranho para um país surreal. Com isso, é possível notar que a desmoralização paulatina das instituições públicas, sob a batuta dos atuais dirigentes, não é obra do acaso, mas decorre de uma cultura transviada do bom senso, de um país que insiste em andar na contramão do mundo, comandado por uma elite com modelos e leis próprias, que enxerga, na população, uma espécie de bem de capital, capaz de gerar apenas lucro e sustento àqueles que estão no piso superior.

Não por outra razão, esses personagens não desfilam em público, transitam por corredores e passagens secretas, movendo-se em aeroportos e outros lugares inevitavelmente públicos por meio de túneis, salas vip e outros paredões que os isolam da plebe. Quando expostos ao público, as reprimendas e os impropérios voam para todo lado. Numa situação tão paradoxal como essa, em que assalariados e servidores da nação são, por essa mesma classe, quase que enxotados, o que se tem é uma anomalia, que em nenhuma hipótese pode funcionar de modo minimamente razoável.

É como se a nação fosse governada por alienígenas de uma galáxia distante e inacessível. Obviamente que críticas que tendem a hostilizar e a atacar o Supremo, por exemplo, só servem para piorar uma situação que em si já é por demais delicada e instável. O chamado Estado Democrático de Direito, uma abstração que paira sobre toda e qualquer instituição ou poder, deve ser o norte a seguir, mesmo quando as instituições teimam em não se harmonizar com os cidadãos e a cidadania.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O poder quando é orgulhoso, nunca pode considerar-se seguro.”

Tácito, senador e historiador romano

Imagem: MURPHY(1829), Cornelius Tacitus (wikipedia.org)

 

Isso é Novo

Partido Novo não precisa dos R$36 milhões dos cofres públicos a que tem direito pelo Fundo Eleitoral. Não vai usar essa verba para a autopromoção e angariar votos. Hoje em dia, a população prefere votar em quem age como discursa.

Foto: boletimdaliberdade.com

 

Ebook
Réquiem para o Cerrado, da Xapuri Editora, assinado por Altair Sales Barbosa. Veja como ter acesso ao livro, no link RÉQUIEM PARA O CERRADO – O SIMBÓLICO E O REAL NA TERRA DAS PLANTAS TORTAS.

 

Cuidado
Atenção, moradores dos lagos Norte e Sul! Se avistarem alguma capivara, favor comunicar ao dicon@ibram.df.gov.br para um mapeamento e futura ação. Os animais estão se proliferando rápido demais e trazendo incômodos como carrapatos e invasões. A iniciativa é assinada por Paulo Costa, do Conselho de Segurança do Lago Norte.

Foto: Gabriel Luiz/G1

 

Chamas

Leia, no link Foco não é o fogo, o artigo escrito pelo pesquisador e jornalista Reginaldo Marinho, publicado na Folha do Meio Ambiente, sobre a temporada de queimadas e o que há de cultura e política por trás.

 

Uma pena

Está dando o que falar a retirada das plantas medicinais da UBS do Lago Norte. Era um horto de plantas medicinais tratado de forma sustentável, que dava suporte ao trabalho do Dr. Marcos Trajano, especialista em fitoterapia. O que a medicina chinesa levou milênios para desenvolver, o Brasil não tem, até hoje, cultura para compreender.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Na última reunião do Conselho de Ministro, o assunto foi ventilado pelo professor Hermes Lima, que citou nominalmente o caso daquela repartição fazendária, que instituiu o retorno por conta própria, em prejuízo do funcionamento do Ministério da Fazenda em Brasília. Aqui está a verdade. (Publicado em 13/01/1962)