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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Que futuro harmonioso caberia a um país que tem construído seu caminho histórico com base em mentiras, meias verdades e outras imaginações fantasiosas? Essa é uma questão cujas respostas só podem ser buscadas em exemplos, também históricos, fornecidos por outras nações, ao longo do tempo. O que se sabe, a priori, é que parece existir uma relação subjacente entre progresso material e a capacidade de dizer a verdade de modo franco e aberto.
A verdade parece também estabelecer um vínculo direto entre o que é projeto e realidade. Para os antigos, a verdade sempre esteve ligada ao conceito do belo e da harmonia, querendo significar que somente por meio do atributo da ética moral é que se obtém a evolução humana. Já os religiosos e todos os mestres da espiritualidade sempre destacaram a importância da verdade para uma vida plena de realizações. Para isso, chegavam, inclusive, a dizer que todo mal tem sua origem numa raiz comum que é a mentira.
Houvesse um ranking internacional de classificação de nações, cujo critério fosse a capacidade de seu povo e principalmente de seus líderes de dizerem a verdade, mesmo em momentos adversos e delicados, por certo, o Brasil ocuparia o final da lista. Sem mais delongas, somos o que somos. Ou seja, um país em que dizer uma mentira é tão fácil como dizer bom dia. Fomos, de fato, desde o período das capitanias hereditárias, no século XVI, construindo nossa caminhada ao longo do tempo apoiados em mentiras e outras enganações. Até mesmo antes de ocuparmos esse continente, que já possuía donos há milênios, fizemos os primeiros contados com os povos dessa terra com base em falsas promessas de intercâmbio e amizade, para depois escravizá-los de modo bárbaro, tomando-lhes o chão ancestral, sem qualquer traço de remorso.
Com as Capitanias Hereditárias, recebidas, por doação, das mãos do rei português D. João III, numa espécie de parceria público-privada, das 14 entregues, apenas duas prosperaram. As restantes malograram em falsas promessas, quando o confronto com a realidade selvagem, que nada mais era do que a verdade da situação, se antepôs às mentiras e ao pouco apreço dos donatários com uma tarefa dessa envergadura.
Só nesse período, excetuando as capitanias de São Vicente e Pernambuco, que obtiveram relativo sucesso, duzentos anos se passaram entre mentiras e enganações entre a Coroa e os donatários, com muitos, sequer, dando-se ao trabalho de aportarem por essas bandas. Com o sistema de Governo-Geral, e que resultaria na fundação da primeira capital do país na Bahia, em 1549, prosseguimos na mesma direção torta.
Desse período, o melhor retrato tirado da colônia talvez tenha sido feito por Pe. Antônio Vieira, com o “Sermão do Bom Ladrão” em 1655, onde o clérigo relata a situação de uma colônia que parecia já não ter remédio, tomados por “ladrões de maior calibre e de mais alta esfera e aos quais os reis encomendam o governo das províncias, ou a administração das cidades… e que furtam e enforcam”.
Apenas para ficar nesses primórdios de nossa história, muito antes do primeiro e segundo império, da proclamação da República e de outros fatos históricos, a maioria deles apoiados no alicerce da mentira e da enganação, que em um átimo de tempo nos conduziu ao ponto em que hoje estamos.
A frase que foi pronunciada:
“Um lado interessante da CPI do Covid são as amizades impossíveis sendo desenhadas pela conveniência.”
Dona Dita, pensando enquanto monta um tabuleiro de xadrez
Exemplo
José Antonio Reguffe é o parlamentar do DF, incluindo todos senadores e deputados, que mais destinou recursos de suas emendas ao Orçamento da União para a Saúde do DF. Só este ano, foram R$ 11,2 milhões. Foram R$ 8,2 milhões para a compra de equipamentos para os hospitais públicos do DF, como tomógrafos, ventiladores mecânicos e oxímetros. E mais R$ 3 milhões para custeio e aquisição de medicamentos para a rede pública de saúde do DF. “Estou cumprindo a minha obrigação, fazendo a minha parte e dando uma contribuição prática, dentro do que é da alçada de um parlamentar, para melhorar a saúde pública que a população tanto precisa”, disse o senador Reguffe.
Mecanismo
Faltam mecanismos, como o portal da transparência, onde a população possa acompanhar a verba destinada pelo parlamento ao executivo federal e local; onde foi efetivamente aplicada. Só esse mecanismo acompanhado por fiscais, auditores e população já bastaria como prestação de contas, atividade fundamental para quem recebe verbas. Ter as contas fechadas e aprovadas seria a condição para receber novas verbas. Simples assim.
Campanha
Agasalhos, cobertores, lençóis, em boas condições de uso podem ser doados na Administração do Lago Norte. A campanha do GDF tem as administrações como parceiras.
Dúvida
Por que as pessoas que defendem a segurança das urnas são contrárias ao voto impresso?
1. Não é para substituir. Trata-se de um custo que paga a democracia. Eletrônico + online = segurança máxima. Não há o que temer.
2. O sigilo do voto é mantido porque o eleitor confere em quem votou e deposita o impresso na urna.
3. Mais valem 2 horas na fila do que 4 anos em dúvida
História de Brasília
Veio a onda de bilhetinhos. Cometeu não cometeu o êrro de português no discurso de posse. Fica proibida qualquer luta de galo. O Jóquei Clube só funcionará aos domingos. Miss, sim, mas sem maiô. (Publicado em 02.02.1962)
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É certo que, em um dia, não muito distante, alguns ou muitos dos figurões envolvidos nas maiores trapaças de corrupção de nosso tempo revelarão, em suas “memórias”, todo o imenso cipoal de negócios escusos que, durante as duas primeiras décadas de nosso século, quase levaram o Brasil à falência. Principalmente os protagonistas centrais de Operações como a Lava Jato e congêneres.
Até mesmo integrantes das altas cortes do Judiciário, que nesses episódios tiveram participações contra e a favor dos delinquentes de colarinho branco, terão muito a revelar quando esse dia chegar. Basta apenas que um desses personagens, acometido pelos remorsos que a idade avançada traz em sua bagagem volumosa, venha a ter um surto de sinceridade pré morte, confessando tudo para aliviar o peso excessivo de suas lembranças para a viagem eterna.
A partir daí, como num processo desembestado de inércia, todos contarão o que viram e ouviram, até para não ficarem diminuídos nessa trama farsesca. Por certo, haverá aqueles que, por pretenso dever ideológico, nada dirão. Ou, se vierem a narrar suas façanhas, o farão não no papel de vilão, mas travestido do mais nobre dos ideais. Para esses farsantes, a idade avançada tratou de transformá-los não em velhos, mas em velhacos, com todas as suas rugas e resmungos falsos.
Esse, enfim, seria um processo natural de passar o país a limpo e expor os fatos tal como eles ocorreram e não como imaginam a justiça, a mídia e os bajuladores. O método correto para repor as coisas em seus devidos lugares, como fazem os países civilizados, expondo toda a verdade ao público, para que histórias como essas não voltem a se repetir, deveria ser feito nos tribunais, dando, a cada um desses famigerados protagonistas, a pena segundo a atuação de cada um.
Mas, em se tratando do Brasil inzoneiro e do “jeitinho”, o que parecia, num primeiro momento, uma verdadeira revolução de costumes, mandando todos os implicados direto para o xadrez, virou uma ciranda em que, aos poucos, cada um foi sendo posto em liberdade, revendo todo o gigantesco processo, como se nada tivesse ocorrido de fato.
Pelas firulas e as filigranas jurídicas, um a um foi sendo solto, de volta às ruas e, potencialmente, a novos crimes. Pelas mesmas brechas os juízes e rábulas fizeram das leis o seu avesso e hoje condenam aqueles que ousaram condenar gente tão poderosa. Quando esse dia chegar, é quase certo que muitos desses emplumados advogados de defesa, enriquecidos com os honorários oriundos do farto butim, talvez venham a revelar, ao público, as confissões inconfessáveis de seus clientes.
De certo, sabe-se apenas que, quando esse dia chegar – se chegar – a maioria dos membros dessa verdadeira quadrilha estatal já estará, para fins da justiça e da lei redigidas pelos homens, anistiada, perdoada, arquivada, prescrita e até esquecida. Mas terá, de fato, acertado as contas com o cidadão de bem que tudo acompanhou perplexo? Terá acertado as contas com a ética pública? Estará, de fato, perdoada pela história?
A frase que não foi pronunciada:
“Receita perigosíssima: coloque na mesma panela de assuntos o Coronavírus, política e dinheiro. Certamente esses ingredientes juntos não salvam vidas.”
Dona Dita pensando com os botões que, na sua idade, nunca havia presenciado a doença ideológica.
Armadilhas
São muitas as localidades no DF em que o hábito de recolher os excrementos dos animais durante o passeio ainda não existe. Há que se fazer uma campanha nesse sentido para convencer as pessoas que ainda não pensam no bem comum.
Susto
Com um batalhão perto, não justifica assaltos acontecerem no Deck Norte. Meliantes se aproveitam da falta de policiamento para furtar transeuntes. É preciso redobrar a presença.
Solidariedade
Santos inocentes é uma instituição que abriga adolescentes grávidas ou mulheres sem apoio algum para criar seus filhos. Neste momento, a necessidade é enorme. Cobertores, fraldas, alimentos… Contatos: 99437321 ou 3359287.
Colheita
Anos atrás, era comum pescadores trazerem filhotinhos de jacarés e soltar no lago. Dê uma espiada no vídeo a seguir para ver as surpresas nessas águas doces.
História de Brasília
Parece tão pouco tempo. A avalanche de carros de São Paulo dominando a cidade, a sede de vingança se espraiando por toda a parte. A solenidade de manhã no Palácio do Planalto, o pessoal da CMTC com um retrato do homem e um kepi que não chegou a ser entregue. (Publicada em 02.02.1962)
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Assim como a noite segue o dia, todos os prognósticos feitos acerca da entrada espetacular do Centrão no governo Bolsonaro davam conta de que, mais cedo ou mais tarde, não tardariam a surgir os escândalos de corrupção pelo mau uso e até os desvios de recursos públicos na máquina do Estado. Esta é, em última análise, o que acabou se transformando a expressão criada pelo cientista político Sérgio Abranches, denominada “presidencialismo de coalizão”.
Só que com uma diferença básica: no artigo publicado, ainda antes da promulgação da Constituição em 1988, Abranches se referia à possibilidade de vir a ser formado, no sistema político nascente, uma espécie de combinação entre o modelo tradicional de presidencialismo de caráter imperial, onde o Executivo se sobressaia no comando do país, passando, depois da Carta, a se submeter, até para viabilizar o próprio governo, às diretrizes propostas por um conjunto multipartidário com assento no Congresso. Como tudo neste país tende para a deformação, com o princípio do “presidencialismo de coalizão” não foi diferente.
Na verdade, é possível afirmar que as brechas e lacunas existentes na Lei Maior, e mesmo aspectos do caráter de nossa classe política, centrada na ideia de trocas e negociação de vantagens imediatas, possibilitou o surgimento institucional do mais puro modelo fisiológico de toma lá dá cá. Junte-se essa anomalia política ao fato da existência, ainda, de uma grande quantidade de empresas estatais, e está formada a mais letal e perniciosa mistura, capaz de não só dilapidar o bem e os esforços públicos, mas, acima de tudo, facilitar a perpetuação de crises institucionais cíclicas, quer pelas ameaças de impeachment, quer pela possibilidade de o Legislativo vir a usurpar dos poderes próprios do Executivo.
Para complicar ainda mais uma situação que, em si, já é por demais delicada e instável, abre-se também, nesse desconcerto da nossa República, as seguidas intromissões do Judiciário no Executivo, por meio do que ficou conhecido por judicialização da política.
É, nesse Inferno de Dante, que o presidente Jair Bolsonaro tem que se enquadrar para governar minimamente. Ideologias à direita ou à esquerda pouco importam nesse esquema de governança do país. Todos, invariavelmente, acabam em escândalos que logo são amainados pela cumplicidade e por um nefasto espírito de corporativismo, em que todos se protegem e irmanam.
O escândalo da vez envolve a empresa estatal Codesvasf, uma das joias desejadas por nove em cada 10 políticos do Nordeste. Por isso mesmo, entra e sai governo e a empresa permanece em destaque no organograma do Estado. Obviamente que não são só os R$ 3 bilhões de um orçamento secreto a criar o mais novo escândalo. Nos governos petistas, as oportunidades estavam mais centradas na Petrobras. Deu no que deu.
Agora, está sendo a vez da empresa de desenvolvimento do Vale do São Francisco. Todas as estatais, sem exceção, sofrem por um processo tremendo de loteamento político, o que, em resumo, acaba por direcionar todas as estratégias dessas empresas aos caprichos e desejos da classe política, deixando em segundo plano os reais interesses nacionais.
Com o presidencialismo de coalizão deformado, desde sua origem, somados à política de porteira aberta das estatais para a classe política e à flagrante imiscuição de um Poder sobre outro, não surpreende que o Brasil siga aos tropeços, sem presente e nem futuro à vista.
A frase que foi pronunciada:
“A aprovação foi possível porque houve o mesmo balcão sujo de negócios. É vergonhoso identificar a mesma situação que acontecia no governo de FHC, com parlamentares pensando mais nos seus negócios pessoais e políticos do que nos interesses da maioria da população.”
Heloísa Helena, então senadora, em 4 de junho de 2004, no início da gestão petista. Registro da Agência Senado.
Segunda
Quem precisou do Detran não conseguiu acessar os serviços pela Internet. Sistema fora do ar.
Padaria Portuguesa
Na padaria da 709 Norte, um novo golpe. Confira sempre o valor da compra com o valor do recibo do cartão. Quem precisa de óculos para ler está levando prejuízo sem saber. Veja a seguir.
Mais um
Ao fazer o cartão do Atacadão, no final da Asa Norte, em busca de descontos, o cliente que pensa ser um cartão exclusivo do mercado engana-se. É um cartão de crédito, e a informação só é dada no final do atendimento.
História de Brasília
Ontem, ninguém comemorou, mas todo o mundo lembrou que fazia um ano que o sr. Jânio Quadros assumia o poder, recebendo a faixa das mãos do dr. Juscelino. (Publicado em 02.02.1962)
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Até mesmo venenos fulminantes à vida, quando corretamente diluídos, transformam-se em remédio contra a morte. Esse conceito homeopático também pode ser aplicado à natureza das dosagens, tanto do ponto de vista político quanto econômico. Também dentro desse conceito simples, alinham-se as mudanças de rumo, principalmente aquelas radicais que parecem conduzir para o abismo.
O embate permanente opondo a maioria dos governadores de estado contra o Governo Federal, na figura do presidente da República, a quem acusam de apatia e indiferença no combate ao Covid-19, surpreendentemente, pode resultar em algo de positivo para o país, caso essa rebelião se estenda também para um definitivo estabelecimento de uma República Federativa que ponha fim à centralização excessiva do Executivo. É isso ou será o veneno da radicalização.
O golpe que instaurou a República como a forma de governo, ao prometer a superação da monarquia constitucional de D. Pedro II por um governo mais moderno, não conseguiu, em tempo algum, estabelecer uma verdadeira federação de estados, mantendo um centralismo, até maior, em torno do Poder Executivo e fazendo, das unidades federativas, entes sem vontade própria, dependentes e submissos ao governo central.
É esse modelo que parece estar em vias de ser rompido para o bem do país continente. Só que, nesse caso, para que o veneno se transforme em remédio, será preciso antes retirar, dos governos estaduais, os mesmos vícios que mantém o Governo Federal distante do restante do país. O mesmo centralismo visto no Executivo Federal é reproduzido nos estados com relação aos municípios sob sua jurisdição.
Para que esse remédio venha a surtir o efeito de fazer, do Brasil, uma República Federativa, conforme manda a Constituição em seu Art. 1º, é necessário ainda a adoção de mecanismos políticos que ajustem o modelo de representação àqueles propostos pelo voto distrital, matéria essa que já foi aprovada, inclusive, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado em 2017, e que ainda não rendeu frutos prometidos.
A decisão de implementar o voto distrital, mas no seu modelo misto, inviabilizou, de forma brutal, a consolidação de uma federação de estados, uma vez que deixou aberta a possibilidade de metade dos representantes no parlamento ser ocupada por candidatos escolhidos diretamente pela lista elaborada pelos partidos ou, mais precisamente, pelos caciques partidários. Isso criou uma espécie de eleição indireta, aos moldes do antigo regime militar, com a diferença de agora essas escolhas ou imposições das siglas se fazerem em cima dos bilhões de reais dos fundos partidários e eleitorais que irrigam esses partidos.
Para uma representação política feita pela metade, restou, obviamente, uma República Federativa também pela metade. A rebelião dos governadores poderia ser uma porta de entrada para a fixação do modelo federativo, mas isso também esbarra na qualidade dos governadores eleitos, a maioria adepta fervorosa do atual modelo enviesado que temos. Por enquanto, o veneno é cem por cento veneno.
A frase que foi pronunciada:
“A capacidade de problematizar significa a condição que se tem de perguntar por que certo princípio deve triunfar sobre outro.”
Clóvis de Barros Filho
Balancéu
Se sobra coragem de usar um balanço que fica a mais de 1200 metros acima da vista, a emoção é garantida. A novidade pode ser experimentada na Chapada da Contagem. Hoje será a inauguração.
Sensato
Enfim, a Secretaria de Obras providenciou o recuo em algumas paradas de ônibus. Não atrapalham mais o trânsito, que segue no fluxo.
Novidade
Neoenergia Distribuição Brasília é o novo nome da CEB. Por enquanto, nada de diferente para os consumidores e pouca coisa mudou para os funcionários. Os planos vêm a seguir.
Olhos d’água
O parque instalado na Asa Norte, graças à dedicação de moradores que insistiram na importância daquela área, sofre agora com a ação de moradores de rua. Não por eles serem desordeiros, mas pela necessidade de usar o parque como única referência. Talvez o local precise de mais lixeiras para não ferir as nascentes e mais humanidade para abrandar a alma dessas pessoas abandonadas pela sociedade.
Falta algo
Turista comenta que o Trecho de Triagem Norte parece uma obra inacabada. Pistas que são, sem ser, interrupções meio improvisadas, falta de iluminação. Quem conhece um anel viário atesta que muito ficou a desejar nessa obra.
História de Brasília
Em seguida, virão as Divisões de Orçamento de todos os Ministérios. Aí, pronto. Até os deputados vão ficar aqui para acompanhar as subvenções dos seus eleitores. (Publicada em 01.02.1962)
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Estudiosos das comunicações e dos fenômenos das interlocuções humanas no Brasil foram, todos, sem exceção, apanhados de surpresa com a eleição de um presidente da República, consagrado pelas urnas graças ao poder de penetração e de irradiação instantânea das mídias sociais. Jornais, revistas, televisão e mesmo as rádios ficaram em segundo plano, perdendo o posto de 4º Poder. Com isso, ficam, na poeira da estrada e do tempo, os cidadãos Kane daqui e doutras bandas do mundo.
Isso é bom? É ruim? Só o tempo dirá. Colocada, desde sempre, como porta-voz da sociedade, a democracia muito deve ao papel da imprensa. Principalmente numa América Latina, acostumada a viver longos períodos com baixos índices de liberdade. De fato, o que assusta os entendidos dos fenômenos da comunicação é a chegada, repentina, de um novo player no jogo de convencimento da população. Claro que a eleição do candidato do PSL contou, também, com a enorme rejeição de seu concorrente e apoiadores, transformados, nas mídias sociais, numa espécie de quadrilha criminosa.
Mesmo o poderio fatal das fake news, que transitam no mesmo espaço das novas mídias, foi incapaz de suplantar a vontade popular, dando vitória a um candidato que é o antípoda da turma de esquerda. Esse mesmo fenômeno havia acontecido durante a campanha de Barack Obama nos Estados Unidos. Naquela ocasião, as mídias tradicionais também foram surpreendidas com esse novo poder que se anuncia.
De fato, ao disponibilizar a posse de um celular na mão de cada brasileiro, uma revolução silenciosa foi operada, inaugurando uma nova categoria de cidadão onipresente e de uma democracia direta e instantânea. Nem mesmo os maiores especialistas no assunto sabem ao certo se esse fato, no futuro, será positivo ou negativo. O certo é que essas novas tecnologias vieram para ficar e acabaram ocupando um espaço que muitos nem sabiam que existia.
Bolsonaro sempre se comunica diretamente com a sociedade e com seus apoiadores por meio das redes sociais. Utiliza esse recurso quando acha necessário ou quando um assunto passa a ocupar a preocupação dos cidadãos, o que não havia antes. Só vinha a público o recado de um presidente da República em horário nobre da TV. Era impensável ouvir a versão do comandante do país sobre qualquer assunto, em tempo real, ao alcance das mãos.
Obviamente que um fenômeno dessa magnitude, em muitas partes do planeta, tem sido estudado e esmiuçado de perto. Em coletiva recente, o presidente eleito, convencido da independência conquistada com as redes sociais, impediu, pela primeira vez na nossa história, que importantes redes de jornalismo tivessem acesso à sua entrevista. O que poucos entenderam até agora é que o poderio não é só das redes sociais.
A frase que foi pronunciada:
“Não importa se o remédio é ou não farinha, o que cura é a bula.”
Luís Fernando Veríssimo
E vigiai
Comunidade Cristã está de olho no Instagram. Leitora conta que, para o Ramadan, celebraram a data com ilustrações do calendário islâmico para o mês da prática do jejum dos muçulmanos. O mesmo foi feito com o novo ano chinês, e a rede social não fez nenhuma menção sobre a Páscoa.
Novidade
Hoje, o portal da Câmara Legislativa será repaginado. Com informações históricas mantidas e separação de assuntos mais abrangente. A Coordenadoria de Modernização de Informática da Casa (CMI), em parceria com os gabinetes parlamentares, trouxe sempre como objetivo facilitar o acesso da população às informações produzidas e à atuação parlamentar na CLDF.
Sem fundo
Por falar em Câmara Legislativa, um projeto de Chico Vigilante dispensa a cobrança de juros e multas moratórias sobre o valor total do IPVA e IPTU dos exercícios 2020 e 2021, pagos em atraso, no âmbito do Distrito Federal, em razão do estado de calamidade pública decorrente da pandemia do novo Coronavírus. O dinheiro economizado aí poderá ser usado para o aumento da gasolina, gás de cozinha, água e luz. Fora a alimentação, com preços já estratosféricos.
Rígidos
Importante a ideia de inicialização de assuntos de trânsito nas escolas, inclusive com turmas do ensino fundamental. Ninguém melhor que um filho para ensinar comportamento no trânsito aos pais.
Prestação
Senador Rodrigo Pacheco instalou a CPI do Covid e ampliou o escopo de investigações, aceitando o documento do senador Girão, que quer saber, por exemplo, onde foram usados os recursos federais pelos estados e municípios no combate ao Covid-19. A qualquer dinheiro saído dos cofres públicos, a exigência da prestação de contas é o mínimo que se espera. Afinal, trata-se do uso de impostos pagos pelos cidadãos.
História de Brasília
Resta, entretanto, que a Novacap veja, que ao lado dos mercadinhos há um barraco de madeira, o “Peixe e Gelo”, que vende camarões a 800 cruzeiros enquanto que uma peixaria, que paga impostos e aluguel, vende o mesmo produto por 650 cruzeiros. (Publicado em 31.01.1962)
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Em continuidade ao que foi apresentado ontem, aqui neste espaço, sob o título “O uso do santo Nome em Vão”, a pretexto de se mostrarem como legítimos representantes de Deus na Terra, vangloriando-se de uma iluminação divina que, absolutamente, não possuem, muitos indivíduos chegam ao paroxismo de ameaçar seus semelhantes, mesmo que essa atitude contrarie tudo o que está expresso nas escrituras sagradas.
Não se furtam ou se avexam em se proclamarem ungidos, sobretudo quando encontram abrigo e proteção junto aos poderosos. Durante a década de hegemonia do chamado lulopetismo, que viria a findar com a deposição da tresloucada presidenta Dilma, o capelão, que fazia o ligamento entre o mundo espiritual e temporal, despachando diretamente de dentro do Palácio do Planalto, era o Frei dominicano Carlos Libânio Christo ou, simplesmente, Frei Betto. Era ele quem orientava o então presidente Lula, sabidamente um fariseu materialista nas coisas do céu. Lula fingia que ouvia e seguia a pregação, até para mostrar algum traço de caráter piedoso para a população. Obviamente que era tudo uma grande e vazia encenação. Pelo menos da parte de Lula, que depois da mosca azul, frei Betto desistiu.
Com a chegada inusitada da direita política ao Poder, o mesmo apelo oportunista e marqueteiro ao mundo espiritual foi novamente encenado diretamente do Planalto. Nessa oportunidade, em vez de um capelão, o chefe do Executivo se acercou do mais variado grupo de pastores neopentecostais. Hábeis e gananciosos, esses falsos profetas são, na verdade, proprietários de rendosos conglomerados de templos, rádios, redes de televisão, jornais e outros negócios, usando dessas igrejas para esquentar uma grande movimentação de dinheiro e para esfriar os ânimos da Receita Federal.
Por possuírem um grande rebanho de fiéis e doadores de dízimos, esses pastores, em pele de cordeiro, são hoje os legítimos guias espirituais de um presidente afoito e que é capaz de tudo para se reeleger. Num mundo ideal e banhado pela luz da ética, seriam como náufragos que se abraçam desesperadamente para não afundarem.
A cada visita desses magos à corte, algum milagre acontece. Da última vez que lá estiveram, conseguiram o perdão para R$ 1,4 bilhão em dívidas dessas igrejas junto ao fisco. Trata-se de uma façanha e tanto, impossível de ser obtida pelo crente comum. O uso de pseudo religiosos por políticos populistas sempre rendeu péssimos frutos para a sociedade.
Essa sexta-feira última marcou os 57 anos da realização da famosa manifestação, acontecida em 1964 em São Paulo, às vésperas do golpe militar. Intitulada “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, esse movimento que chegou a agrupar entre 500 mil e 800 mil pessoas naquela distante tarde na Praça da República, deu como frutos 21 anos de ditadura. Talvez tenha sido um castigo pelo uso inapropriado do Santo Nome em vão.
A frase que foi pronunciada:
“No princípio será o verbo ou a verba.”
Ministro Carlos Fernando Mathias de Souza. Magistrado federal aposentado e vice-presidente do Instituto dos Magistrados do Brasil.
Segredo
Por falar em Carlos Mathias, aí vai um segredo: no dia 25 deste mês, ele troca de idade.
E a contrapartida?
Pela Medida Provisória n° 994, de agosto de 2020, a Presidência da República abriu crédito extraordinário de um bilhão, novecentos e noventa e quatro milhões, novecentos e sessenta mil e cinco reais, em favor do Ministério da Saúde, com objetivo de garantir ações necessárias à produção e disponibilização de possível vacina segura e eficaz na imunização da população brasileira contra o Coronavírus (Covid-19). Verba não faltou.
Construcell
Falta muito para o governo brasileiro se atinar ao valor do filão da criatividade de cientistas brasileiros. Leia, a seguir, a saga de Reginaldo Marinho com a sua criação. Portas fechadas, janelas fechadas no Brasil, enquanto outros países avançam e ganham divisas. Outra cientista que pena com o descaso é Suzana Herculano-Houzel. Até vaquinha já fez para manter as atividades em laboratório.
→ A centelha que faltava
Reginaldo Marinho
A coluna Essas Coisas do jornalista Carlos Aranha, de sábado 27/02/21, no jornal A União, de João Pessoa, único periódico impresso remanescente na Paraíba e único jornal estatal no Brasil, foi a centelha que explodiu a energia que estava concentrada em minha alma havia mais de duas décadas.
A coluna foi dedicada à resenha sobre o romance “A máquina de madeira” – referindo-se ao protótipo de madeira da primeira máquina de escrever – do escritor paranaense Miguel Sanches Neto sobre o paraibano Padre Azevedo, patrono de uma das cadeiras da Academia Paraibana de Letras e inventor da máquina de escrever.
Como uma coluna publicada em um jornal estatal que ninguém nunca havia prestado atenção, onde eu não era o foco, pode mobilizar-me tanto? Quando importantes matérias sobre a minha invenção já ocuparam generosos espaços de grandes jornais brasileiros – posso citar Jornal do Brasil (com chamada na capa), a coluna de Eliane Cantanhede dam Folha de São Paulo, Correio Braziliense, Diário de Pernambuco, Revista Nordeste, Folha do Meio Ambiente, Jornal do Confea e portais institucionais como do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, Confea e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, CAU/BR – e algumas importantes reportagens para a TV Globo Nordeste, TV Bahia, TV Correio da Paraíba e TV Cabo Branco, cujos vídeos estão no link do Vimeo.
Nenhuma dessas matérias estimularam tanto a minha alma quanto a coluna de Carlos Aranha, simplesmente porque a história de Padre Azevedo me levou a uma viagem de duas décadas de fracassos, diante da poderosa inoperância da administração pública brasileira face às perspectivas tecnológicas.
O Correio Braziliense publicou uma página inteira com a matéria intitulada O PLÁSTICO “DO BEM”, a coluna do Ari Cunha, sob a coordenação da jornalista Circe Cunha, também do Correio Braziliense, escreveu parte de minha saga em “É preciso descobrir o Brasil”.
Quando eu conquistei a minha primeira medalha de ouro, a jornalista Eliane Cantanhede, que era colunista da Folha de São Paulo, escreveu o artigo intitulado “Invenção é coisa séria” dedicado à minha premiação, onde ela conclui assim: “Governo, iniciativa privada e jornalistas, como eu, pecamos pela omissão. Parabéns, Reginaldo Marinho! E mil desculpas para você e os pirados como você.” Quando o Padre Landell de Moura solicitou ao presidente Rodrigues Alves dois navios para demonstrar a transmissão do rádio em alto mar, um assessor palaciano disse: “Excelência, o tal padre é maluco.” A história se repete.
O então senador Lucio Alcântara não deixou por menos. O mesmo tom depreciativo foi usado por ele, na sessão da Comissão de Educação do Senado Federal, quando aprovou a instituição do Dia Nacional do Inventor e o meu nome foi o do único inventor citado naquela sessão: “Já o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) entende que a iniciativa deve ser apoiada, por se tratar de um estímulo aos inúmeros “professores pardais que existem por esse Brasil a fora. “Ele citou o exemplo de um rapaz, Reginaldo Marinho, um paraibano, que andava ‘pelos corredores do Senado’, pedindo apoio para uma invenção que acabou não sendo sequer examinada por nenhum órgão especializado no Brasil.
O jovem paraibano, conta o senador, acabou recebendo um grande prêmio internacional, depois de concorrer com inventores de mais de 30 países, em um concurso realizado mês passado na Europa.
O senador Lúcio Alcântara esqueceu de dizer que eu visitava os gabinetes parlamentares, como presidente da Associação Brasileira dos Inventores e da Propriedade Industrial, para tentar convencê-los de que o Brasil deveria adotar políticas eficientes de fomento ao desenvolvimento de tecnologias nacionais. As minhas sugestões foram nulas. Foram duas décadas perdidas. A linguagem do senador denuncia o desprezo que os políticos dedicam a quem atua na área de Ciência e Tecnologia. É uma tristeza imensa.
Nessas duas décadas de silêncio, as pautas das matérias publicadas sobre a minha invenção apenas tangenciaram o verdadeiro problema, que é o boicote sistemático ao desenvolvimento nacional, pela via tecnológica.
Eu falo de uma tecnologia brasileira premiada com medalhas de ouro em salões internacionais de invenções e novas tecnologias realizadas em Genebra e Londres. O sistema construtivo Construcell, além das medalhas de ouro, foi classificado em primeiro lugar (nota média 9,05), num edital do Ministério da Ciência e Tecnologia para apoiar startups, obtendo nota DEZ em Grau de Inovação, que introduz dois paradigmas à engenharia: primeira estrutura do mundo em resina plástica e primeira construção que pode ser totalmente transparente e receber uma placa fotovoltaica em cada módulo e transformar a construção em uma usina solar.
Eu fiz a inscrição no Edital Prime – o primeiro do governo federal para apoiar inovação – porque eu queria uma avaliação oficial do Ministério da Ciência e Tecnologia, pois conversa com ministros não me levaram a nada. Mesmo assim, a decisão não foi imediata, por causa do objeto contraditório do edital. Como o primeiro edital para apoiar inovação poderia ser para a contratação de consultorias? É como se você começasse a casa pelo telhado. A Finep prometeu financiar cada tecnologia aprovada no ano seguinte à execução do programa. Não cumpriu. Eu tentei inscrever a invenção no PRÊMIO FINEP DE INOVAÇÃO, mas a Finep só aceita inscrições de empesas com mais de três anos de sucesso financeiro. Aí, eu pergunto. COMO SE PODE COMEÇAR A INOVAR NO BRASIL?
O engenheiro Argemiro Brito da Franca, um dos mais desafiadores calculistas do Brasil, autor do cálculo estrutural da maior estátua católica do mundo, a Santa Rita de Cássia, com 50 metros de altura, quem introduziu o EPS nas estruturas e criou as vigas bidirecionais; ele declarou em entrevista ao programa Correio Espetacular (veja Vimeo) que a tecnologia Construcell tem grau de inventividade do nível criativo de Leonardo Da Vinci e de Pier Luigi Nervi.
Foi o próprio engenheiro Argemiro Brito da Franca quem elaborou o cálculo estrutural para o protótipo de uma cobertura com 10 metros de raio e 30 metros de comprimento.
Construcell é uma tecnologia desenvolvida no passado para resolver problemas do presente e do futuro, absolutamente comprometida com a SUSTENTABILIDADE.
Concretamente, Construcell oferece uma oportunidade única de transformar o lixo de todas as garrafas PET do mundo em belíssimas construções sustentáveis, que poderão ser usadas em ginásios poliesportivos, viveiros para agricultura, armazéns, galpões industriais, escolas, espaços culturais e outras aplicações comerciais, civis e militares.
Um dos tantos crimes praticados contra a nossa tecnologia ocorreu no Ministério da Agricultura, após uma reunião com o ministro, em audiência com o secretário de Agricultura do Distrito Federal, com a solicitação de recursos para a construção de um protótipo da nossa tecnologia, haja vista a elevada demanda histórica para cobrir o déficit de armazenagem, que alcançou o déficit incompreensível de 81 milhões de toneladas com previsão de ultrapassar 100 milhões/ton na próxima safra. O processo recebeu um parecer favorável da equipe técnica do ministério e, no ano seguinte, o referido processo foi subtraído do banco de dados do Ministério da Agricultura.
O meu nome foi incluído numa lista de 60 Grandes Brasileiros, elaborada pelo professor Moacyr Costa Ferreira da Universidade de Guaxupé/MG e publicada na Central de Mídia Independente. A tecnologia Construcell foi publicada em The Eco-Design Handbook de Alastair Fuad-Luke.
A tecnologia Construcell foi o objeto da tese de mestrado da Professora Isabel Joselita Barbosa da Rocha Alves, foi avaliado como Produto Verde e gerou dois artigos no Laboratório de Estudos Contemporâneos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. A publicação destes dois artigos, sobre a mesma matriz do conhecimento, evidencia a prática acadêmica que ficou conhecida por “ciência salaminho”, onde o resultado de uma pesquisa é fatiado em vários artigos. Isto não é uma boa prática, gera apenas uma quantidade maior de artigos publicados, que não aferem o desenvolvimento científico de uma nação. É uma técnica semelhante ao rebaixamento do nível de avaliação na escola para aprovar mais alunos.
No final do século passado, a revista Veja publicou a matéria intitulada “Ganhou e não levou”, de Sérgio Ruiz Luz, na qual ele relata as dificuldades de outros grandes inventores brasileiros para serem reconhecidos no Brasil por suas invenções que ajudaram a mudar o mundo, como: Alberto Santos Dumont, o próprio Padre Azevedo, o Padre Landell de Moura e o franco-brasileiro Hercules Florence. São relatos deprimentes.
É sobre esse Brasil que eu sei falar. Aprendi duramente a conviver com o pensamento anacrônico que engessa o nosso desenvolvimento. Não dá mais. Chega. Foram anos perdidos de propostas, de conversas com ministros, governadores, prefeitos, senadores e deputados federais.
Em 1999, eu fui ao gabinete do então ministro Rafael Grecca, do Turismo, para apresentar a minha invenção, que poderia fazer o sucesso na Exposição Universal de Hannover, Expo2000. Uma Exposição Universal é o palco apropriado para as nações exibirem para o mundo os avanços da Ciência e Tecnologia de cada país, a cada quatro anos.
Eu já havia realizado duas conferências na Universidade de Brasília: uma no Mestrado em Estruturas e outra na Pós-graduação de Arquitetura, apresentei-me ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, que me encaminhou para expor a minha invenção para os membros de uma câmara dedicada a novos materiais e inovação. Os engenheiros e arquitetos foram surpreendidos com a qualidade da tecnologia apresentada e, após a apresentação, fui direcionado para a assessoria de imprensa do órgão, para fazermos a primeira matéria sobre o meu invento, no Jornal do Confea.
A Expo 2000 seria uma chance única para o Brasil atrair as atenções do mundo para a condição pioneira e desafiadora da engenharia nacional, num período tão emblemático da transição milenar, particularmente, sendo esse desafio uma edificação de luz.
O ministro não se encontrava e fui atendido por um arquiteto, no próprio gabinete ministerial, ele informou não ter visitado ainda o local da exposição e após a visita entraria em contato comigo; imediatamente, pediu que eu fizesse um ofício dirigido ao ministro Rafael Grecca. No ofício, eu descrevi a tecnologia e informei que, com ela, poderíamos construir uma lâmpada gigante para funcionar como pavilhão brasileiro, pois os módulos podem ser tamponados e lacrados para receber a injeção de gases que se iluminam como as lâmpadas fluorescentes. Ninguém se interessou e sequer respondeu. Fiz um e-mail para o presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que também não respondeu.
Quando faltava um mês para a inauguração, eu já estava na Europa, recebi um e-mail de uma assessora do secretário-executivo do Ministério da Agricultura e comissário-adjunto da delegação brasileira para a Expo2000, oferecendo o estande brasileiro para que eu exibisse uma maquete da invenção. Ela disse que estava fazendo aquele contato por determinação do comissário-chefe brasileiro da Expo2000 Paulo Henrique Cardoso. Eu estava na Europa e em 30 dias nada mais podia fazer.
Meses antes, eu fizera um contato com o diretor industrial Wolfgang Knobloc da matriz da Osram – uma das maiores fábricas de lâmpadas do mundo, sediada em Munique –, que ficou entusiasmado com a ideia que apresentei, a de construir uma lâmpada gigante – uma cobertura cilíndrica com dez metros de raio – e ele me convidou para uma reunião com outros três diretores na sede da corporação, às margens do rio Izar. Os executivos da Osram ficaram encantados com aquela possibilidade, mas informaram que um desafio daquela dimensão ficaria inviável por causa do elevado custo. Quanto seria esse valor? Foi dito que ficaria próximo de um milhão de dólares.
Eles não imaginariam que o Brasil estava gastando10 milhões de dólares no estande brasileiro da Expo2000 e que esteve ameaçado de ser interditado até o último momento, pelo Ministério Público Federal. “O relatório enviado pelos organizadores ao MPF descreve alguns objetos, como 500 bonecas produzidas pela Associação dos Produtores de Arte Zabelê, 50 almofadas de algodão cru com enchimento com flores de macela, da Gondwana Produtos Artesanais Ltda, 1.500 bonecas de pano do Conselho da Comunidade Solidária da Paraíba e obras de arte de artistas como Elisa Bracher, Sérgio Camargo e Amílcar de Castro. FSP 10/06/2000.”
Por esses 20 anos perdidos, eu desafio todos os engenheiros, arquitetos e gestores das instituições, que tiveram a oportunidade de conhecer a minha invenção, a justificarem porque a recusaram, como: Presidência da República, Ministério do Turismo, Ministério da Defesa, Ministério da Justiça, Ministério da Agricultura, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério da Indústria e Comércio (que mudou tanto de nome), Ministério das Relações Exteriores, Comitê de Organização da Rio+20 Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Governo do Estado da Paraíba, Prefeitura Municipal de João Pessoa, Governo do Estado de Pernambuco, Prefeitura Municipal do Recife, Prefeitura Municipal de Olinda, Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de São Paulo, Governo do Estado de Mato Grosso e Sebrae.
Precisamos restaurar o orgulho nacional.
Reginaldo Marinho
Publicado
Na capital de Honduras, Tegucigalpa, há algo estranho acontecendo no território da embaixada brasileira. Recebemos uma missiva dando conta de que a segunda secretária, Railssa Peluti, foi punida injustamente. Como temos apenas um lado da história, vamos aguardar a réplica.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Hoje, com muito maior movimento, seus títulos enchem de descrédito o comércio do Distrito Federal, sem que a Interpol tome nenhuma providência, em defesa dos comerciantes de boa fé e honestos. (Publicado em 26/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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De todas as inúmeras tarefas que cabem a um governo administrar, nenhuma outra é tão importante para a integridade de uma nação como a capacidade de se antecipar aos acontecimentos e aos fatos. Somente através de estudos e análises sérias, feitas previamente, contendo todas as variáveis possíveis, é que se prepara o país para a iminência de adventos extraordinários.
Essa é, pelo menos, dentro da concepção militar, uma das maiores estratégias a garantir e dar vantagens em caso de uma guerra. No livro básico de todos os estrategistas, num livro de bambu, por Sun Tzu, no século IV A.C., está escrito: “aquele que se empenha a resolver as dificuldades, resolve-as antes que elas surjam, vencendo antes que suas ameaças se concretizem.” Com isso, ensina, Sun Tzu, é preciso ver o que não está visível.
Nas escolas superiores de guerra, os oficiais se dedicam, quase que integralmente, a estudar e a planejar estratégias e cenários futuros dentro do seu país e com relação as demais nações, para melhor antecipar medidas. Também no antigo ministério do planejamento, quando essa pasta era também ocupada por economistas de renome e de expertise comprovada, essa era a tarefa primordial a ser desempenhada no dia a dia. Planejamento, estratégias e táticas de prevenção funcionam tanto em ambientes de conflito armado, quanto na paz, e são fundamentais para todos aqueles que se propõem governar sem maiores tropeços.
Tomando a pandemia do Covid-19, como inimigo que tomou de assalto o mundo inteiro, o que se pode comprovar, depois de um ano de batalhas intensas contra essa doença, é que os países que vão se saindo melhor dessa guerra são justamente aqueles que adotaram estratégias corretas, tanto de defesa, como de ataque à propagação da virose.
O caso simbólico dessa pandemia pode ser conferido na obtenção, em tempo recorde, de uma vacina ou mais vacinas, que apontam na direção certa de contenção dessa doença. Esse empenho diuturno dos cientistas e pesquisadores, dos diversos laboratórios espalhados pelo mundo, tornou possível antecipar o surgimento desse medicamento em pelo menos quatro anos, que é o tempo mínimo para o lançamento de uma vacina eficaz. Esse é também um exemplo de estratégia e planejamento prévios que vão possibilitar salvar milhões de vidas.
Estamos, segundo a imprensa, nesse momento, ostentando recordes mundiais em mortes diárias. A falta de liderança no trato com essa doença tem deixado a população perdida. Para o Brasil, que já foi exemplo para o mundo em eficácia de vacinações em larga escala e em tempo recorde, essa crise mostra o tanto que recuamos no tempo. De fato, voltamos a ser o país que, por sua sequência catastrófica e infinita de governantes, ineptos e sem planos de voo, permanece na rabeira do mundo, como um exemplo a não ser seguido.
A frase que não foi pronunciada:
“Democracia é imposição para todos os lados. Imposto de Renda e Lockdown imposto.”
Dona Dita pensando enquanto espera a banda que nunca mais vai passar pela janela
Descomplicar
No sai não sai da CPI da Covid-19, o senador Eduardo Girão deixou claro que os estados e municípios também serão investigados sobre os recursos que receberam e onde foram aplicados. Em plena era digital, seria o mínimo de transparência divulgar todas essas informações para acesso dos contribuintes, que são os que enchem o cofre. Recebeu quanto da União e gastou como. Duas colunas numa tabela.
Espaço
Leitor do Lago Norte sugere o aproveitamento das dependências do Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, naquela região, para o atendimento emergencial aos pacientes que contraíram o vírus Covid-19.
Ideal vs Real
Pela Amazon, gratuitamente, é possível baixar o livro do indígena de Ailton Krenak. As palavras são de alguém conectado com a natureza. Trata do cuidado com o ecossistema, da vida, da coragem, dos valores humanos. Chega a ser uma utopia, até ingênuo, em um mundo dominado atualmente por um país tão distante e tão poderoso. O amanhã já está comprado.
Cuidado
Telefones clonados geram aborrecimentos enormes. Jornalistas da cidade amargam a experiência.
Obesidade
Ontem a noite, as mulheres da EBC organizaram uma live no YouTube sobre gordofobia. O assunto que parece interessante é sério e preocupante. Veja a seguir.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Arreou o asfalto no caminho do Iate Clube. Há mais de um ano vimos chamando a atenção pelo fato de desembocar no Lago, diretamente, sem tratamento, o esgoto da Asa Norte. (Publicado em 27/01/1962)
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No infinito rol das chamadas heranças malditas, legadas do lulopetismo, depois de mais de uma década de desmandos, sem dúvida alguma, hoje podem ser acrescidos mais algumas de igual ou maior efeito danoso para todos. De saída, já se sabe que a eleição que catapultou Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto foi toda ela construída e aplainada pelo pavor popular de um possível retorno das esquerdas ao Poder.
Foi justamente essa brecha, composta de medo e repulsa, que permitiu que um ex-deputado inexpressivo e radical conseguisse o que parecia impossível até a undécima hora: se eleger presidente da República. Portanto, é ele próprio, por tudo que já vimos, a personificação de um legado deixado pelo último baile ou festim petista. Incluem-se ainda nesse rol de infortúnios deixados para trás, mas com repercussões no futuro, boa parte do atual parlamento que, mesmo teoricamente renovado nas últimas eleições, fez brotar das cinzas, com mais vigor e apetite, o bloco do centrão, uma reunião de dispostos a tudo em troca de vantagens. De quebra, foram deixados, de forma vitalícia, um conjunto de ministros indicados pelo Partido dos Trabalhadores e com assento nas altas cortes, para comandar o festival de impunidades em benefício de seus padrinhos, grupo ao qual foram acrescidos, ainda, os indicados pelo ex-presidente Temer, bem como o escolhido pelo atual presidente.
Trata-se aqui de uma herança e tanto e que parece esticar, para um futuro longínquo, as agruras vividas pela população, desde a inauguração deste século. Estamos em maus lençóis, envoltos numa crise institucional sem precedentes e que vai sendo agravada por uma pandemia de longa duração e de efeitos letais para a população e para a economia.
Nada tão parecido e próximas, umas das outras, do que as pontas extremas de um arco aberto. Dessa forma, falar em harmonia e independência dos Poderes, como palidamente manda a Constituição, diante de um cenário como esse, é sem sentido. Estão todos umbilicalmente ligados pela origem e pela finalidade de propósitos: manter o status quo, as vantagens e os privilégios.
Para a consecução desses propósitos perenes, é preciso que todos se protejam mutuamente, formando, em torno daqueles que buscam fugir da verdadeira justiça, um cordão de isolamento, com cada um recorrendo as prerrogativas que têm em mãos. Em meio a esse banzé institucional, que nos congela no tempo e espaço e vai nos empurrando de volta à rabeira do mundo civilizado, confirma-se a tese de que temos o que escolhemos ter, tal qual um supliciado escolhe a forma como quer ser sacrificado.
Com uma realidade pintada com esses tons de cinza, falar em politização da justiça, ou no seu inverso, que seria a judicialização da política, dá no mesmo, remete-nos às suas causas primeiras, quais sejam os modelos de escolhas tanto de representação política, como para ministros para a composição do Supremo. Ou mudamos o modelo ou o modelo continua a garantir que nada mudará.
A frase que foi pronunciada:
“A educação é transformadora. É por meio dela que crescemos enquanto indivíduos e sociedade, e é disseminando-a que proporcionamos às próximas gerações um futuro melhor. Dentre os principais papéis do Estado moderno, talvez o mais importante seja o de prover a educação aos cidadãos. Sem ela não haveria desenvolvimento, ordem ou progresso: não haveria democracia. Ao garantir o pleno acesso à educação, o Estado realiza um investimento no futuro da nação, pois proporciona a cada vez mais indivíduos a oportunidade de contribuir com o desenvolvimento do país. Por isso, os Correios têm orgulho de participar, há 26 anos, do Programa Nacional do Livro Didático.”
General Floriano, presidente dos Correios
Penúria
Autônomos que trabalham com eventos, em todo o país, passam por apuro completamente desamparado pelo governo. Músicos, técnicos de som, imagem, estão sobrevivendo a duras penas para obedecer às regras. O caso não pode ser ignorado. Inclusive os grandes eventos já realizados deveriam ser pagos no mesmo prazo em que as grandes instituições financeiras cobram. A verdade é que levam mais de três meses para pagar, o que dificulta mais ainda a vida dos trabalhadores.
Ação
Pais de alunos de escolas particulares chegaram ao veredicto. Como o governo não consegue organizar a volta às aulas nas escolas públicas, quer interferir nas escolas particulares para não parecer incompetência. A revolta está crescendo. Enquanto isso, no Sacre Coeur de Connecticut, as aulas, esportes, artes, tudo funciona 100%. E com apoio do governo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Efetivamente, as diárias foram pagas, no começo da transferência, para os funcionários que deveriam se adaptar em Brasília. E era merecido demais, porque as despesas com mudança sempre atingem o orçamento do funcionário pelo menos durante um ano. (Publicado em 27/01/1962)
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Depois de mais de um ano em isolamento social, aquela parcela da população que acompanha de perto o desenrolar da cena nacional e internacional já pode perceber que não há data possível, a ser estabelecida, para o fim da pandemia e a volta a uma normalidade como havia no passado. Muitos, inclusive, já adiantam que não haverá uma volta ao mundo que conhecíamos até há pouco tempo. O prolongamento sucessivo das datas que marcariam esse possível retorno já dá uma ideia de que ninguém sabe ao certo quando será esse dia.
Mas nem tudo está perdido para aqueles que perderam as chances da vida, os empregos, os amigos e familiares e a vida ao ar livre. O isolamento tem forçado parte da população a se ensimesmar, ou seja, ficar absorvida pelos próprios pensamentos, refletindo sobre tudo que se passa ao seu redor, incluindo, nessa crítica mental, o desempenho do governo e, por extensão, o desempenho de todos os Poderes da República, neste momento especial. Principalmente no que cada um deles tem feito, efetivamente, para garantir, ao menos, a sobrevivência da população. E é aí que o pessimismo e as ideias de desespero tomam conta dos pensamentos.
A julgar pelas providências tomadas pelo conjunto do Estado para contornar os efeitos negativos da pandemia, estamos mal na fita e, não por acaso, ocupamos a segunda posição mundial no número de mortos. Ao contrário dos países desenvolvidos, que adotaram, desde cedo, uma série de providências prévias para conter a propagação do vírus, ficamos envoltos em discussões políticas sem importância direta para a população.
Nesse meio tempo, erguemos e desmontamos dezenas de hospitais de campanha caríssimos, enquanto denúncias de desvios dos preciosos recursos para a saúde eram feitas quase diariamente. Mesmo com o aumento no número de óbitos, o governo achou por bem não ir, de imediato, ao mercado internacional em busca da compra de vacinas suficientes para a imunização da população. Como resultado desse desleixo proposital, faltaram e ainda faltam muitas vacinas em toda a parte e não se sabe ainda quando chegarão. Tampouco houve preocupação na ampliação e instalação de unidades nacionais para a produção local dessas vacinas, numa total contraposição do passado, quando o Brasil foi referência para o mundo na questão de programas de vacinação em larga escala e em tempo recorde.
O que se viu foram perseguições a cientistas, diminuição dos orçamentos para pesquisa e o desmonte de dezenas de projetos científicos. Não surpreende que os principais jornais do país deem, como manchete principal, que o Brasil atravessa agora a pior fase da pandemia desde que ela foi detectada entre nós, há um ano. Hoje, registramos uma média diária de mais de mil mortes por Covid-19. Por todo o Brasil, assiste-se o congestionamento das Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais públicos e privados. Por conta desse desleixo e do número de infectados, os brasileiros tornaram-se persona non grata em todo o mundo, proibidos de entrar em inúmeros países.
Acompanhar toda essa cena trágica de perto, como fazem os cidadãos antenados e responsáveis, por certo, não melhora o humor e o otimismo, mas, pelo menos, faz, da realidade atual, motivo e propósito para terem os pés bem assentados no chão, deixando de lado as fantasias e as enganações que, nesse tempo de agruras, pululam por toda a parte.
A frase que foi pronunciada:
“A verdade não desaparece quando é eliminada a opinião dos que divergem. A verdade não mereceria esse nome se morresse quando censurada.”
Ulysses Guimarães
Eleições
Uma ponderação não passou em branco. Francisco Valdeci Cavalcante, da CNC, não apoia nenhum candidato, apenas fiscaliza as eleições de uma das mais importantes instituições do país: a Fecomércio.
Golpe comum
Refinanciamento de dívidas é o golpe mais aplicado em funcionários públicos. Brasília é a cidade preferida dos falsários. Propostas por telefone nunca são confiáveis. Há empresas trabalhando efetivamente, que recebem os clientes no escritório, o que também não impede o golpe.
Dificuldades
De um lado, a recomendação do CNJ de que juízes evitem despejos de imóveis na pandemia, de outro, as imobiliárias que não têm facilitado muito para os inquilinos.
Leitura
Leia, a seguir, a íntegra do artigo: Cuba não é mais aquela… do professor Aylê-Salassié F. Quintão.
–> Cuba não é mais aquela…
Aylê-Salassié F. Quintão*
O fim da austeridade orçamentária na execução da “economia planificada” e uma “mudança de mentalidade”, a partir mesmo das gerações formadas no castrismo, é o que alguns cientistas políticos estão projetando para Cuba nesses próximos anos. O país entra 2021 com a moeda unificada – o peso cubano – com paridade no dólar (24 cups para 1 dólar) e até no real (4,36 cups para 1 Real), redução do subsídios, autonomia para as empresas estatais e permissão para a abertura de negócios privados, envolvendo 2.000 diferentes atividades. Abre perspectivas novas 600 mil trabalhadores autônomos, ou 13% da força de trabalho disponível. Os cupons de alimentação só beneficiarão aos extremamente pobres e idosos, em compensação prevê-se um aumento superior a 400 por cento nos salários. A inflação esperada é tabu.
As novas medidas estão contidas em um plano de reformas do engenheiro Presidente Miguel Díaz-Canel, um professor universitário nascido depois da queda do antigo regime, e que substituiu Raul Castro. Foram, aparentemente antecipadas, diante da deterioração econômica e dos ideais ideológicos radicalizados no castrismo. É também um sinal de boa vontade com Joe Biden, o novo presidente dos Estados Unidos, que pretende retomar as relações de Obama com o governo cubano, que Trump desqualificou.
Parece uma tentativa de sobreviver à queda sistemática do PIB (em torno de US$ 100 bilhões) que, em 2020, registrou menos 11 por cento. Sem garantias para as exportações de açúcar, o fornecimento regular e barato do petróleo da Venezuela , também em crise, nem poder contar, como certas, as remessas de dólares (US$ 3,5 bilhões), pelos emigrados para suas famílias em Cuba, e ainda com dificuldade de obter financiamentos internacionais, entre os quais o BNDES, do Brasil, a economia encontra-se em declínio.
Nostalgia…
Quantos intelectuais, ditos revolucionários no Brasil, agregaram ao seu currículo, como virtude, a atividade de cortar cana em Cuba! Ninguém era dispensado do trabalho. Iam para lá fugidos da ditadura no Brasil ou para receber instruções e treinamento de guerrilha, voltadas para a implantação do socialismo na América Latina.
Lá estavam professores eméritos como os irmãos Fidel e Raul Castro, Guevara, Cienfuegos e outros remanescentes da revolução de 1959. Ao chegar ao Poder, os revolucionários extinguiram a propriedade privada, assumiram o controle da produção ( e da política), criaram uma moeda própria (CUB), transformaram 85 % dos os trabalhadores em servidores do Estado e acabaram com os grandes cassinos, todos expropriados.
A Ilha, paraíso da jogatina internacional, foi interditada ao turismo. Tornou-se difícil entrar e sair de Cuba, em que pese 1,7 milhões de cubanos viverem hoje em 72 países. A maioria fugidos ou filhos de foragidos. Sob a égide do “politicamente correto”, a educação e a saúde democratizaram-se, os direitos e deveres tornaram-se mais equânimes, o IDH subiu, mas a economia se desarranjou.
O sucesso do levante de Sierra Maestra, já aos sessenta anos, deixou, contudo, profundas sequelas internamente, com os julgamentos sumários, até de companheiros de luta, e expropriações, do capital nacional e internacional (sobretudo norte-americanos). Externamente, assustou a opção pelo socialismo – contrário ao capitalismo norte-americano que reinava a 100 milhas, na Flórida. Os revolucionários fundaram uma república socialista e centralizaram o Poder. Dizendo-se democrático, Fidel Castro governou a Ilha por quase 50 anos, em estilo stalinista – incorporando a política de Estado e cultuando a própria imagem.
Sob ameaças constantes dos EUA que, além das tentativas fracassadas de invadir Cuba, conseguiu entre países capitalistas aliados o embargo econômico contra Cuba. Em plena “guerra fria”, Cuba foi socorrida pela União Soviética que absorvia toda a produção de açúcar – principal produto de exportação – além do tabaco e do rum – pagando preços acima do mercado. Cuba recebia, em troca, produtos básicos para subsistência da população. A crise de energia foi resolvida com o golpe de Hugo Chavez, na Venezuela (2002), que teve todo apoio de Fidel. Chavez fixou quotas compulsórias de óleo e gasolina para Cuba, a preços abaixo do mercado. Com a economia desarranjando-se, Cuba conseguiu, com dificuldade, empréstimos de organismos internacionais e em países amigos, mesmo não cumprindo rigorosamente os prazos de amortização.
Não apenas por convicção, mas também por necessidade, Cuba associou-se as tendências revolucionárias na América Latina e exportou revoluções e revolucionários dentro do continente e para a África. Criou uma rede de 30 escolas de medicina voltadas para a “saúde primária e coletiva” e passou a exportar esse tipo de serviço para países pobres: os “médicos cubanos”.
Junto com Lula, do Brasil, Fidel conseguiu criar o foro de São Paulo, instituição que se propunha apoiar frentes políticas populares na América Latina e, por meio dele, amparar candidatos especificos no continente, por meio de eleições democráticas ou a tomada do Poder pela força. Conseguiram a eleição de alguns: Correia, no Equador; os Kichner; na Argentina; Lugo, no Paraguai; Lula e Dilma, no Brasil; Mujica, no Uruguai; Evo Morales, na Bolívia; Toledo e Humalla, no Peru; Bachelet, no Chile, e Daniel Ortega, na Nicarágua.
O desmoronamento da União Soviética (1989) e dos países socialistas do Leste Europeu tiveram um impacto altamente negativo em Cuba. Viria depois a morte de Fidel, de Chavez e de Kirchner. Toledo, Humalla e Lula foram presos. Em eleições diretas, os remanescentes do Foro caíram um a um. Cuba já não era a mesma. Jovens viraram as costas na passagem do enterro de Fidel. Os poucos governos socialistas que restaram não sustentaram os compromissos com Cuba. A crise econômica vinha gerando promessas de reformas, prometida, mas empacadas. Iam da desvalorização do peso e reorganização do sistema monetário a alguma desregulamentação de negócios estatais e dos investimentos estrangeiros. Prometeu- -se um aumento geral de salários ( o mínimo é de 400 pesos) para a retomada de um mercado consumidor.
As iniciativas de Díaz-Canel podem significar procedimentos novos na configuração da “economia planificada‘ – não em direção especificamente ao capitalismo. A maioria dos cubanos parecem não acreditar, pois a implementação vai exigir “mudanças de mentalidade”, segundo o próprio Díaz-Canel. Será esta, provavelmente, o maior desafio que os cubanos terão pela frente.
*Jornalista e professor
Petrobras
Como as mídias sociais são um meio de colocações infinitas, uma delas chama a atenção sobre a Petrobras. Leia a seguir. Uma pena que não esteja assinada!
–> A VERDADEIRA HISTÓRIA DA PETROBRAS!!!
AJUDEM A ESPALHAR ESSE TEXTO PARA CONSCIENTIZAR A POPULAÇÃO!!!
A PETROBRAS tem como maior acionista a União, com 64,21% de suas ações. Os minoritários detêm 35,79% da ações, destes 2/3 são estrangeiros, que detêm portanto menos de 24% do capital, MAS SÃO ELES QUE MANDAM NA PETROBRAS.
O atual presidente e todo Conselho de Administração são representantes do “mercado” de Nova York e não do interesse nacional representado pela União, maior acionista.
É uma anomalia única! Das 20 maiores petroleiras do mundo, 13 são estatais e com exceção da Petrobras, NENHUMA é controlada por acionistas minoritários, muito menos estrangeiros.
Nenhuma está voltada para o que pensa o “mercado de ações”, a PETROBRAS NUNCA PRECISOU DO CAPITAL DO MERCADO, sempre se auto financiou. O “mercado” em nada ajudou a construção da Petrobras, nunca deram um dólar para a expansão da companhia.
Eles compraram ações velhas, nunca foram parceiros do futuro da empresa, entraram sem necessidade, apenas para fazer bonito em Nova York – dois idiotas do Brasil batendo o martelo e posando para fotos, isso causou MEGA PREJUÍZOS à empresa colocada sob jurisdição americana.
As estatais de petróleo que hoje são as maiores do mundo, passando longe as Exxon, Chevron, Shell, Ocidental, BP, TODAS têm como estratégia o INTERESSE NACIONAL, e não de acionistas estrangeiros.
Quem cometeu a insensatez de abrir o capital da Petrobras na Bolsa de Nova York foi o Governo FHC, foi seu maior erro, uma traição aos interesses do povo brasileiro.
Colocou na presidência da Petrobras um banqueiro de investimentos, presidente do Brasil do Banco americano Morgan Stanley, Francisco Gros, que não entendia nada de petróleo, como também não entende o atual presidente, Roberto Castello Branco, igualmente banqueiro de investimentos.
Tanto Gros como Castello Branco têm um só objetivo: vender a Petrobrás e o comprador óbvio, natural, será o capital estrangeiro, para alegria deles, entreguistas natos, brasileiros por acidente.
Por que existe a PETROBRAS? Foi criada em 1953 para garantir autossuficiência em combustíveis ao Brasil, não foi criada COMO NEGÓCIO DE BOLSA.
O objetivo da Petrobras não é e nunca foi dar alegria a acionistas estrangeiros, é atender ao suprimento de combustíveis ao País a preços razoáveis e não condicionados à especulação do mercado “spot” de petróleo, cotado em Londres e Rotterdam. Isso é para o País que NÃO tem petróleo em casa.
Se o Brasil produz 2,8 milhões de barris por dia, suficientes para 85% de seu consumo, POR QUE O PREÇO AQUI TEM QUE SE BASEAR NO MERCADO INTERNACIONAL?
Há uma razão. Porque essa é uma exigência dos acionistas minoritários estrangeiros. Mas por que o Governo do Brasil tem que ser escravo desses acionistas?
Porque esse é a visão dos administradores “de mercado” que estão no comando da Petrobrás desde Pedro Parente, um executivo-desastre, péssimo, herói fake, desses que o mercado inventa, como inventaram o CEO da Vale que encheu um cemitério.
Pedro Parente, com sua política de preços PARA ATENDER OS ACIONISTAS DE NOVA YORK, foi causa de uma greve de caminhoneiros que causou uma perda de 1,1% do PIB de 2018.
Só um completo idiota poderia aumentar o preço do diesel QUINZE VEZES em um mês, achando que isso não causaria reação dos caminhoneiros, uma cegueira inadmissível em um executivo que precisa estar antenado com seus clientes antes de mais nada.
Que se danem os acionistas minoritários, quando eles compraram ações SABIAM QUE A PETROBRAS ERA UMA ESTATAL e com o objetivo de atender à população brasileira. NINGUÉM OS ENGANOU, compraram as ações no risco de a PETROBRAS ser uma estatal com objetivos nacionais.
A Petrobras NÃO É UMA EMPRESA DE MERCADO, é uma empresa ESTRATÉGICA DE INTERESSE NACIONAL.
Operadores de mercado ligados à Bolsa de Nova York estão loucos para vender a Petrobras a qualquer preço. Aliás, já venderam os melhores pedaços, sem nenhum controle, nem leilão, ninguém sabe com que critérios venderam, é uma festa de fim de feira, tudo sem NENHUMA TRANSPARÊNCIA.
A Petrobras desde o governo FHC, outro criminoso, não se submete à Lei das Licitações, pode vender por 10 dólares o que vale 10 milhões.
AS ESTATAIS DE PETRÓLEO
Elas são hoje dominantes no mercado mundial de petróleo, são 13 entre as 20 maiores, e estão se expandindo. A Pemex vai dobrar de tamanho em 4 anos, as quatro chinesas, lideradas pela SINOPEC estão em grande crescimento, por que a Petrobrás tem que ser privatizada, na contramão da tendência mundial?
As estatais de petróleo hoje controlam 91% das reservas, são as rainhas do mercado, todas as privadas juntas têm apenas 9% das reservas.
A Petrobras foi demonizada como estatal, apedrejada e desmoralizada para ser vendida na bacia das almas e o atual presidente esta lá com esse objetivo declarado. É um privatista fanático, para ele a Bolsa de Nova York é muito mais importante que o Brasil.
Mas NENHUMA OUTRA ESTATAL DE PETRÓLEO DO MUNDO ESTÁ A VENDA, só a Petrobras, a segunda mais antiga estatal de petróleo, depois da PEMEX, hoje em plena expansão.
Petrobras não foi fundada para ser empresa de especuladores, ela foi criada com grande esforço e se expandiu especialmente no Regime Militar de 63 como EMPRESA ESTRATÉGICA DE INTERESSE NACIONAL.
É uma traição INOMINÁVEL aos seus grandes presidentes entregar a direção da Petrobras à “turma do mercado” para fazer o que quiser com a empresa, vendê-la em pedaços, triplicar o preço do diesel, doar o Pré-Sal, é um banquete de piratas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Se formos ver a situação dos Funcionários da Polícia, da Novacap e da Prefeitura, notaremos que há razão demais para a “Dobradinha”. (Publicado em 27/01/1962)