Narrativa sem cola

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Wikimedia Commons

 

É lógico que, para aqueles que sabem para onde ir, qualquer caminho serve, mesmo aqueles que conduzem ao abismo. Do mesmo modo, torna-se inconcebível que um mandatário possa assumir o poder sem sequer trazer debaixo do braço as linhas mestras de um projeto de governo acabado e factível. Afinal, são milhões de cidadãos que confiaram um voto de confiança e que, de uma forma ou de outra, irão sentir na pele e no bolso as consequências das ações do governo ou a falta delas.

O que não se pode conceber é que a nação fique tateando no escuro, à procura de uma saída, ou de um plano de fuga vindo do governo. Eis aqui onde estamos. Antigamente, dizia-se estarmos no mato sem cachorro. Hoje, podemos dizer, estamos num país sem um governo à altura dos desafios e das necessidades de um gigante continental, com mais de duzentos milhões de habitantes, cercados de problemas e cobiçado por potências que se dizem amigas, mas que estão de olho gordo posto em nossos recursos e reservas minerais.

Depois de cobranças vindas de todos os lados, o que temos é um arcabouço ou esqueleto de um projeto que visa autorizar o governo a gastar além das possibilidades reais de caixa, sem que isso venha acarretar penalidades e sanções para o perdulário. É pouco ou quase nada e, ao mesmo tempo, é muito para quem vai pagar a conta.

Como metas de governo, o que foi apresentado não passou de um material formado de ações de improviso, que vão saindo das gavetas à medida em que os problemas surgem. Na impossibilidade de armar-se uma guerra contra um inimigo fictício, como fez a Argentina na Guerra das Malvinas, o jeito é deixar os problemas internos de lado e desengavetar um projeto qualquer, desses que propõem um tratado para a criação da chamada Unasul, integrando e unindo, nos âmbitos políticos, econômicos e outros, os países do continente. De preferência, unindo países prósperos como a Argentina, Venezuela, Suriname e outros, cujas economias estão no fundo do poço, criando uma poupança regional, com o apoio do BNDES, além do estabelecimento de uma moeda unificada, como meio de “aprofundar a identidade sul-americana”. Talvez engulam mais essa narrativa.

Diria o filósofo de Mondubim: “Vão juntar os farrapos e molambos num pardieiro só”. Para se ter uma ideia, o papel moeda na Venezuela, de tão desvalorizado, serve hoje como matéria-prima para confecção de artesanatos vendidos nas ruas a preços irrisórios. O que países como Argentina, Venezuela, Nicarágua e outros necessitam não é socorro do tipo econômico, que facilmente irá parar nos bolsos desses governos corruptos, mas de uma coisa chamada democracia e gente decente para administrar esses países.

Criar mecanismos e instituições como o Corporación Andina de Fomento, ou Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata, é irrigar com dinheiro do pagador de impostos, no Brasil, os governos ditatoriais de esquerda que infernizam suas nações. Levar dinheiro para as mãos dessa gente é perpetuar-lhes a tirania. Para quem já se armou de cautela contra essas intenções marotas, todas elas fincadas numa antiquada e falsa visão de mundo, as proposições feitas pelo governo brasileiro às lideranças sul-americanas se inserem no que ele mesmo denomina como narrativas e mostram de que lado da história ele se posiciona.

De fato, o Governo Lula não sabe para onde vai e ainda assim quer que toda uma nação siga com ele. Com companheiros do naipe de Maduro, Ortega e outros é melhor irmos sozinhos.

 

A frase que foi pronunciada:

“A confiança começa com uma liderança digna de confiança.”

Bárbara Kimmel Brooks

Bárbara Kimmel Brooks. Foto: amazon.in

 

Nota 10

Quando o GDF quer, faz. Um espetáculo o aplicativo do Detran com a carteira de motorista digital, acesso a todo tipo de informação sobre o carro. As multas são notificadas quase que em tempo real no celular do motorista. Para a averiguação, há, inclusive, a foto com todos os dados do dia da punição.

 

65 anos

Em entrevista à Rádio Nacional, no programa Eu de Cá, Você de Lá, a índia Kayná, da etnia Munduruku, contou que o pai dela remava por horas para trocar peixe e farinha por pilhas para o radinho. Só assim era possível a família acompanhar o que se passava do lado de cá da floresta.

Índia Kayná Munduruku no Programa Eu de Cá, Você de Lá. Foto: radios.ebc.com

 

Memórias

Por falar em Rádio Nacional, não havia foca no jornalismo de Brasília que não passasse por ali. Luiz Mendonça, Claire e Edson Tavares formavam um trio importante na redação da rádio.

Rádio Nacional de Brasília. Foto: ©Acervo Arquivo Público do Distrito Federal

 

História de Brasília

As portas dos cabeleireiros, seja qual fôr o endereço, estão cheias de carros do governo à espera de madames. (Publicada em 20.03.1962)

Aos que conheceram o câncer

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Imagem: grupooncoclinicas.com

 

         Deixando de lado as possíveis interpretações psicanalistas, físicas e mesmo pessoais que a perda da visão possa a vir a acarretar para um indivíduo, o fato é que muitos de nós, que tivemos a sorte duvidosa de caminhar para a velhice, vamos deixando pedaços do nosso corpo ao longo da estrada. Assim, vão ficando pelo caminho vesículas, parte dos rins, do fígado, dedos, pernas, crianças abortadas e outras partes de nossa carne. Como repetia o filósofo de Mondubim: a velhice é um naufrágio lento. Presos a esses estigmas, esquecemos do principal.

         Ao longo da vida, deixamos escapar o viço da juventude. Matamos lentamente a criança dentro de nós e, aos poucos, vamos nos transformando naquilo que já não reconhecemos ser e que nos faz fugir de frente dos espelhos. Nesse sentido, somos todos iguais. Perdemos nossa carne, nossos amigos e parentes. Todos deixados para trás, enterrados na poeira do esquecimento. Talvez, por isso, vamos nos apegamos a abstrações como a espiritualidade, ao poder da oração, ao fortalecimento da alma. Não como fuga ou último recurso, mas com a esperança de que é nesse ponto incerto que estão guardados nossos sonhos e tudo aquilo que é imutável e indestrutível pelo mundo.

          Para quem não teve a felicidade de manter presos à íris os sonhos de criança, todo o mundo é um enfado sem fim. Para os que aprenderam a fechar os olhos para fora e abri-los para dentro, a vida segue como no primeiro dia, cheio de cores e sons.

         Também não nos foi ensinado a diferença em olhar e ver. Por isso, passamos a vida vendo coisas sem jamais enxergá-las de fato. Passamos milhares de vezes pela mesma rua e sempre parece haver algo novo que não foi notado antes. Esquecemos também o que vemos no dia a dia. Qual foi a primeira coisa que você viu ao acordar hoje? E ontem? Vemos demais e enxergamos muito pouco. Enxergar é sentir com o olhar. É tatear com a visão. Diferentemente de alguns povos do Oriente, não aprendemos a explorar o terceiro olho, ou agya chakra, ligado à glândula pineal, à intuição e à espiritualidade. Seguimos, ao longo da vida, movendo-nos mais pelo instinto, como faz a maioria dos animais, do que pela intuição e pelo sexto sentido. De um certo modo, somos todos meio cegos, quando não queremos enxergar certas realidades. Quando perguntamos aos outros que impressão lhe causou certo acontecimento: você viu o que eu vi? Costumamos perguntar de forma automática, surpresos com o acontecido. De outra forma, também dizemos: prefiro não ver isto.

         Somente aqueles que experienciaram os maus augúrios anunciados pelo diagnóstico de um câncer podem imaginar o que essa sentença é capaz de provocar no íntimo de um ser. Dizer que o câncer é uma metáfora ajuda a entender o processo, como sendo algo ligado à vida e ao seu avesso. “Qualquer doença encarada como um mistério e temida de modo muito agudo será tida como moralmente, senão literalmente, contagiosa “, dizia a escritora Susan Sontag. Além do palavrório todo, que outros unguentos podemos oferecer a alguém acometido por essa enfermidade que não possa parecer demasiado piegas e sem sentido e até desprovido de sentimentos reais?

         Talvez, o mais prático e, por certo, mais inacreditável é dizer que temos seu nome inscrito em nossas orações e que seguiremos com essa lembrança até que o Criador, mesmo que não creias, tome nota de seu nome e, em atendimento aos nossos pedidos, passe sua mão sobre seu rosto, restaurando, se não sua visão, a vontade e o ânimo pela vida, que é um direito que nos cabe até os últimos dias. Rogo ao Criador para que seus dias sejam de paz.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Câncer é aquela palavra terrível que todos tememos quando vamos ao médico para um exame físico, mas, naquele breve momento sombrio, ouvimos o mundo em que vivemos e as pessoas com quem o compartilhamos começam a iluminar coisas que não conhecíamos.”

BD Phillips

 

Volta à saga

Via Crucis tirar novo RG de criança ou adulto. Quando se consegue marcar no Paranoá e Valparaiso, é bom dar-se por satisfeito. Isso acontece na capital do país.

Arte: pefoce.ce.gov

 

Repensar

Cada vez menos notícias úteis em jornais televisivos. É tanta violência que a audiência desliga a TV com uma angústia pulsando no peito. Cenas que antes eram terminantemente proibidas, agora são exibidas no horário em que crianças assistem. Entre uma garfada de frango, uma mulher é jogada no asfalto e o carro passa por cima. Vem a salada e outra mulher leva 5 tiros disparados pelo marido, a queima roupa. Impossível!

Charge do Cazo

 

História de Brasília

O cine Brasília vai de mal a pior. Sábado, na apresentação do filme, começou pela última parte, o que provocou revolta e vaias da plateia. (Publicada em 20.03.1962)

De quem é a Praça dos Três Poderes?

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Praça dos 3 Poderes. Foto: Tony Winston/Agência Brasília/Divulgação

 

Enquanto o presidente empossado este ano prossegue em seu longo périplo pelo mundo, como se fosse um caixeiro viajante, o governo, de fato, continua trabalhando a todo vapor. Depois de costurar a aprovação do arcabouço fiscal, escolhendo as emendas ao projeto que lhe pareciam mais sensatas e mais de acordo com aquilo que desenha para seu mandato, o presidente da Câmara, Arthur Lira, ruma em frente.

Segue ele, de forma cuidadosa e articulada, na pavimentação da estrada que conduzirá o país ao encontro de um sistema de governo em que o presidente da República terá que compartilhar o poder com o Legislativo. Não é uma tarefa qualquer. Primeiro, é preciso sondar o terreno dentro e fora do Congresso; depois, assegurar-se de que a empreitada não vá resultar no beco sem saída das decisões inconstitucionais.

A Praça, que não é do povo, mas dos Três Poderes, tem dono. Aquele que busca esse título não pode, pois, arredar pé do local. Por enquanto, esse tipo de responsabilidade em compartilhar o comando do Estado vai sendo apenas ensaiado, ajudado pelo fato de que as atenções parecem estar todas voltadas para as crises institucionais diárias e para as comissões de inquérito, que estão ainda no início dos seus trabalhos.

As medidas que provocaram uma reestruturação nos organogramas dos ministérios, esvaziando pastas e inflando outras, além da urgência para a votação do Marco Temporal, mostram que a pretensão em ir seguindo rumo ao semipresidencialismo é uma estrada sem volta.

Parte do orçamento da União está controlado pelo Congresso, já que possui, em outras atribuições, o poder de deliberar sobre essas leis, procedendo a fiscalização contábil, financeira, operacional e patrimonial da União e de todas as entidades ligadas a ela, isso sem falar no tal do orçamento secreto, que é totalmente manipulado e distribuído dentro do Legislativo, sem ingerências do Poder Executivo.

Mesmo as comissões de inquérito, que estão estreando na Casa, estão sob controle de Lira, que colocou, no comando da CPI de 8 de janeiro, um aliado seu fiel e capaz de reverter expectativas. Fez o mesmo com relação à aprovação do próprio arcabouço fiscal. Enquanto isso, o governo se vê impossibilitado de organizar uma base de apoio confiável, até porque as vantagens parecem estar todas dentro do próprio Legislativo.

Fosse uma Seleção Brasileira de Futebol, é possível dizer que Lira joga e avança pelo meio, com apoio, sempre interesseiro, do Centrão. Analistas que transitam pelos bastidores de Brasília já admitem que Lula está cansado para correr todo o campo durante os 90 minutos.

De fato, a chance para a entronização do semipresidencialismo é agora ou nunca. Caso isso venha a acontecer nesses próximos três anos, os candidatos à Presidência do Brasil em 2026 encontrarão uma República dividida entre um chefe de Estado e um chefe de Governo.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Aqueles que negam a liberdade aos outros não a merecem por si mesmos e, sob um Deus justo, não podem retê-la por muito tempo!”

Abraham Lincoln

Abraham Lincoln. Foto: wikipedia.org

 

Telemarketing
Mesmo com regulamentação instituída, operadoras de celular continuam com ligações inconvenientes sobre ofertas e vantagens. Preencher todos os formulários que aparecem pela frente é uma forma de perder a privacidade.

Charge do Ed. Carlos

 

Estio
Chega o início da seca em Brasília. Mais algumas chuvas esparsas e, depois, água do céu só em setembro ou outubro. Atenção com idosos e crianças. É o momento para realçar as faixas de pedestres, buracos, preparar as sementes para o plantio no final do ano.

Charge: Cazo

 

2005
Que desânimo ler jornais do passado. Um deles explicava a morfologia de Valerioduto. Parece que foi ontem.

 

Importante
Se Curitiba tem Dallagnol, Brasília tinha Reguffe. Milhares de pessoas com câncer foram beneficiadas com o projeto de lei que garante tratamento de quimioterapia oral para pacientes com câncer.

Senador Reguffe. Foto: senado.leg.br

 

História de Brasília

O professor Hermes Lima desenhou um novo esquema para a transferência de funcionários públicos para Brasília, não mais obedecendo a interesses pessoais, e sim, de produção da repartição. (Publicada em 20.03.1962)

A marcha da humanidade sob o farol da liberdade

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Imagem: veja.abril.com

 

Em tempos passados, as eleições norte-americanas não ocupavam muito espaço na mídia brasileira. Vivíamos num mundo disperso e as ideias de globalização eram ainda apenas interrogações na cabeça de alguns pensadores e teóricos. Nosso interesse no grande irmão do Norte se prendia ao cinema, moda, novidades no mundo automobilístico e coisas do gênero. Com o processo de interação mundial, provocado pela globalização dos mercados, com a consequente formação de grandes blocos comerciais, a interdependência econômica entre os países se transformou numa realidade presente e inescapável.

Países que, a princípio, rejeitavam a ideia de uma Aldeia Global, foram levados na correnteza de um mundo em rápida transformação. Também a emergência de uma nova tecnologia interligou todo o planeta de modo instantâneo, encolhendo distâncias geográficas e temporais. Hoje, tudo interessa a todos a todo momento. Isto porque o que ocorre a milhares de quilômetros daqui interfere no nosso dia a dia.

Nesse sentido, é possível inferir que o retorno do conservadorismo nos EUA, com um conjunto de promessas de cunho sempre protecionista e nacionalista, trarão consequências também para o Brasil. Em primeiro lugar, porque os EUA representam o segundo mercado para as exportações brasileiras. Também é, naquele país, que estão residindo hoje mais de um milhão de imigrantes brasileiros, na sua maioria, em situação irregular. De toda forma, fossemos estabelecer um ranking para aferir quem mais poderá perder com uma possível volta de Donald Trump ou alguém com um perfil parecido, à Casa Branca, nas próximas eleições, será a turma da esquerda que tomou de assalto o Partido Democrata, mas que não conta com a simpatia da maioria dos americanos interioranos, ou seja, aqueles que não vivem nas capitais, que possuem raízes históricas e, acima de tudo, não escondem o ardor por ideias como nacionalismo e outros.

Não chegará a ser surpresa se as próximas eleições, tanto americanas como as que serão realizadas no Brasil em 2026, marcarem a volta do conservadorismo. No caso do Brasil, o senão ficará por conta de uma modificação nas urnas eletrônicas, com a introdução do voto impresso e da possibilidade real de auditoria do pleito. Caso essas modificações não ocorram, as previsões são de que 26 repetirá 22. O mundo civilizado e onde as regras parecem valer, vive como sempre:  entre sístoles e diástoles, com vantagens ora para as esquerdas, ora para a direita. Ao liberalismo, segue sempre o fechamento econômico e o protecionismo. A globalização, com sua pretensão de unir as economias mundiais sob um só comando, finge não se importar com as dicotomias entre esquerda e direita. O que é fato é que, sob o domínio político das esquerdas, o globalismo enxerga maiores oportunidades de avançar.

O nacionalismo ou o patriotismo de direita têm sido um empecilho ao avanço da ideia de aldeia global. Lá como cá, o mundo segue de olho nas oportunidades e brechas para avançar. Nessa marcha da humanidade, nos caminhos traçados pela democracia Ocidental, o que é sempre preciso e urgente é não se desviar dos ideais de  liberdade e do respeito às leis, sobretudo aquelas chamadas leis maiores que regem nações e asseguram um ambiente livre de soluções de arbítrio.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!”

Stanislaw Ponte Preta

Stanislaw Ponte Preta. Foto: reprodução

 

Susto

Vida de jogador de futebol é assim. Enquanto está jogando bola, tudo corre bem. Quando resolve pisar na bola, daí os inimigos vibram. Douglas Pereira exagerou na dose e, numa discussão em passeio no Lago Paranoá, resolveu calar a oposição com um tiro para o alto. Sofre as consequências.

Douglas Pereira. Foto: AFP

 

Mais opções

Passa por um processo importante a Agência Nacional do Petróleo. Elabora um diagnóstico concorrencial para analisar mecanismos de ampliação na concorrência do mercado de gás. A concentração da Petrobras deve acabar em breve. Muitas universidades poderiam colaborar nesse documento.

Foto: Saulo Cruz/MME

 

Seria assim

Questão intrincada teria sido discutida na Casa de Chá Flor do Abaeté. Multados em R$ 55 milhões, os defensores do “kit covid”. O tal kit não tinha comprovação científica de que protegia contra a Covid. Sem celeumas, os frequentadores da casa de chá tocariam o dedo na ferida. A vacina contra a Covid também não mostrou eficácia, dado que muitos vacinados contraíram o vírus. Pior: na bula era explícito de que não havia responsável técnico.

Frasco da vacina anticovid da AstraZeneca-Oxford – AFP

 

História de Brasília

A Quadra 48, do IPASE, na W-3, continua sendo a mais esquecida. Lama, descuido e falta de administração. (Publicada em 20.03.1962)

Pelo bem dos fatos

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Senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, ao lado do presidente da comissão, Arthur Maia. Foto: Agência Senado

 

          Bem ou mal, começa agora outra importante comissão de investigação no parlamento. Bem, para aqueles que buscam a verdade dos fatos de 8 de janeiro. Mal para aqueles que procuram escondê-lo a todo o custo. Mesmo sendo um instrumento das minorias, o governo conseguiu maioria na formação da Mesa que comandará as investigações. De toda a forma, as investigações sobre o 8 de janeiro deixam antever, logo de cara, que possui enorme potencial para fustigar o governo, estremecer o Palácio da Justiça, solapando narrativas e desnudando, inclusive, teses precipitadas adotadas pela Justiça Eleitoral e mesmo pelo Supremo. Aliás, quem deve sair perdendo muito, caso a CPMI vá a bom termo, além dos realmente envolvidos, será o Judiciário, que, antecipando-se ao bom senso dos regimentos jurídicos, efetuou, em tempo relâmpago, mais de mil prisões, que, segundo muitos juristas respeitáveis, foram decididas desprezando-se os mais básicos princípios da lei, sem individualização de acusações e penalidades.

         Os fatos sabidos e comprovados até aqui mostram brasileiros comuns, pais e mães de famílias, os mesmos que durante meses ficaram acampados em frente ao QG do Exército aqui em Brasília. Levados, sumariamente, pelos próprios militares, para dentro de ônibus, foram todos despejados às centenas em uma espécie de depósito gigantesco de material, da Polícia Federal. Ali, em condições desumanas, esperaram dias seguidos, sem saber o que estava acontecendo. Advogados, arranjados às pressas, foram impedidos de ter acesso aos inquéritos. O que se suspeita é que nem a Justiça tinha tido tempo de prepará-los.

         Outro fato de conhecimento comprovado é que o governo exerceu forte pressão, recorrendo, inclusive, ao velho esquema de compra de consciências, com cargos, liberação de emendas e outros presentes, para  quem retirasse a assinatura no requerimento para a criação da CPMI, nomes fartamente divulgados.

         Quando vieram à tona as imagens, até então censuradas pelo Planalto, mostrando o principal comandante do GSI transitando displicentemente entre os invasores, o governo subitamente mudou de atitude e passou a favorecer que a CPMI fosse instalada. A razão aqui é que o governo sabe, muito bem, os estragos que todas essas investigações podem gerar. Outra questão é que os trabalhos dessa CPMI serão todos transmitidos ao vivo e a audiência já se mostrou grande desde o primeiro dia. Com isso, fica também demonstrado que a população não parece estar convencida das narrativas oficiais e faz questão de ver o fim de mais essa novela.

 

A frase que foi pronunciada:

“Pior que a rebelião é a coisa que causa a rebelião”.

Frederick Douglass

Gravura de Frederick Douglass, frontispício de My Bondage and My Freedom, 1855.

 

E ponto.

Qualquer discussão sobre alienação parental deve ser focada na instituição familiar. Infiltrar ONGs em defesa da mulher para tratar o assunto parece manobra para atender interesses escusos. Induzir ou interferir na formação psicológica da criança ou adolescente com opiniões pessoais sobre o ente familiar é digno de tribunal.

 

Higiene

Dá mais segurança para a população quando a vigilância sanitária mostra serviço visitando supermercados, saunas, restaurantes. Há muito o que fazer. Aliás, deveria mostrar também os que cumprem as regras.

Foto: Geovana Albuquerque / Agência Saúde

 

A se pensar

Há pelo menos 10 anos, o senador Paulo Paim fala no melhor aproveitamento do sistema hidroviário no país. A ideia adotada traria uma economia enorme por não haver necessidade de construção de estradas, obviamente e principalmente, diminuiria a ocorrência de acidentes.

Senador Paulo Paim. Fonte: Senado.gov.br

 

Ícone

Professor de inglês, teatro, jornalista e poeta, Alexandre Ribondi se recupera de longa internação hospitalar.

História de Brasília

Quem procura a Divisão Comercial do DTUI acha que o serviço está muito mal organizado e mal instalado. Fios dependurados, espichados pelo chão, mesas tumultuadas, falta de espaço, e tudo mais. Horrível. (Publicada em 20.03.1962)

Às favas com relatórios

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Blocos de exploração localizados na bacia sedimentar da foz do amazonas — Foto: Divulgação/Ibama

 

          Não é novidade para ninguém que a observância das leis é pressuposto básico para o estabelecimento da paz social. Sem essa condição, o que se tem é o caos. Em nosso caso particular, e em detrimento da harmonia, as leis parecem ter sido criadas justamente para serem modificadas ou, simplesmente, afrontadas. Quando a lei dos mais fortes se sobrepõem às demais, dando direito a uns e subtraindo de outros, o que se tem é a barbárie.

          Esse parece ser o caso envolvendo a queda de braço entre a Petrobras e os órgãos de defesa do meio ambiente, mormente o Ibama, que, em parecer técnico, já negou a autorização para que a estatal do petróleo inicie a prospecção de jazidas desse mineral na foz do Amazônia. O mundo observa, com grande apreensão, essa possibilidade, justamente por causa do delicado equilíbrio ambiental que cerca toda essa área.

         A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, já deixou clara sua posição contrária a essa exploração, pelos sérios riscos que essa atividade trará para essas localidades. Em caso de vazamento de óleo, o que é uma possibilidade sempre presente nessas atividades, os desastres ambientais poderão ser de grande monta, comprometendo todo esse frágil ecossistema.

          O presidente da República já adiantou que não irá levar, ao pé da letra, os pareceres técnicos elaborados pelo Ibama. Também o presidente da estatal, Jean Paul Prates, vem fazendo pressão para que essa exploração se inicie o quanto antes. Não chega a causar espanto o fato de que os pareceres técnicos elaborados pelo Ibama são, na maioria das vezes, deixados de lado, quando o que está em jogo são interesses econômicos de grande monta.

          Quem quiser fazer uma retrospectiva, nesses últimos anos acerca dos pareceres técnicos sistematicamente desprezados pelo governo, verá que o Ibama e outros órgãos de defesa do meio ambiente não são levados a sério, justamente por contrariar expectativas. A Usina de Belo Monte é um exemplo vivo dessa falta de respeito com nossos biomas. O discurso é sempre o mesmo: “quem mora na Amazônia tem direito a ter os bens materiais que todo mundo tem.” Afirmou, recentemente, o presidente, para quem a região não deve ser transformada em um santuário.

          Outro que defende o projeto de exploração naquela área é o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Segundo ele, o pseudo risco não deve impedir essa exploração. Causa surpresa que o atual presidente da República tenha uma visão baseada apenas em lucros imediatos, quando se observa que, ao longo de toda a sua campanha, a questão da proteção do meio ambiente sempre foi explorada exaustivamente. Não foram poucas as vezes que o atual presidente criticou ferozmente seu antecessor, a quem acusava de desprezar a Amazônia.

         Pelo o que se tem visto até aqui, é certo que a Petrobras irá vencer essa queda de braço, o que pode contribuir para maior enfraquecimento do Ibama. Também é esperado que, caso a Petrobras venha, de fato, explorar óleo na Foz do Amazônia, a ministra Marina pegue, mais uma vez, seu boné e deixe o governo.

 

O que Lula disse sobre a Amazônia?

“Não quero transformar a Amazônia em um santuário da humanidade”

Lula, em abril 2023

Presidente Lula. Foto: REUTERS/Adriano Machado

 

Mais cimento

Animado, Marcelo Vaz, do Desenvolvimento Urbano e Habitação, comemora novo parcelamento do solo no Jardim Botânico. Quando a ocupação é regular, os empreendimentos nascem com infraestrutura, pontuou o Secretário.

Marcelo Vaz. Foto: Agência Brasília

 

Lástima

Pelos impostos pagos pela população, não é justificativa plausível piorar o sistema de saúde por cortes de verbas. Queda da receita é uma resposta completamente absurda. Deputados e senadores que destinaram verbas à saúde de Brasília devem cobrar o destino das altas cifras. O desrespeito com os pacientes da rede pública hospitalar vão desde a falta de leitos até anos de espera por cirurgia.

Foto: Raquel Morais/G1

 

In memoriam

Nossos sentimentos à família de Gervásio Cardoso, pioneiro na construção da cidade e parceiro de Oscar Niemeyer. Foi arquiteto, urbanista, paisagista e artista plástico, com graduação na primeira turma de Arquitetura da Universidade de Brasília, em 1968.

Foto: Reprodução

História de Brasília

Comerciantes sem escrúpulos continuam se abastecendo no supermercado, em prejuízo das donas de casa. A retratação de quantidade para certas mercadorias seria uma medida honesta e justa dos supermercados. Generos mais disputados: azeite estrangeiro, arroz e carne. (Publicada em 20.03.1962)

Manaus, capital do Brasil

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Foto: BBC

 

         Não se sabe ainda muito bem o que vem a ser a tal “governança global” para os problemas climáticos ou muito menos o que vem a ser o convite para que os Estados Unidos venham a aderir ao Fundo Internacional, que já conta com recursos da Alemanha e da Noruega, para a proteção e conservação da Amazônia.

         A primeira questão aqui é que estas novidades, estes projetos e convites são sempre anunciados no exterior, onde surgem prontos e acabados, pegando o restante da população de surpresa. Nem ao menos os ambientalistas sabiam das novidades.

         Uma outra questão, essa mais prática, diz respeito ao paradeiro e à prestação de contas sobre esses bilhões que são aportados para salvar a Amazônia. Trata-se aqui de vultuosos recursos que acabam diluídos ao longo do caminho onde estão ONGs, políticos, burocracia e outros entreveros que fazem esses financiamentos virarem poeira, lá na ponta onde seriam necessários.

         A relação na administração de dólares ou euros, sobretudo vindos do exterior, é, no mínimo, uma situação com altos graus de tensão. Com os Tribunais de Contas e outras cortes superiores, o controle desses recursos e sua correta aplicação não pode ser acompanhado pela população. Por soar bastante intrigante, esse projeto surpreende.

          Dadas as milhões de vezes que o próprio chefe do Executivo Brasileiro alertou e criticou acerca da intromissão criminosa dos países desenvolvidos na região amazônica, tal mudança de atitude, indo como um mascate em busca de recursos lá fora, faz acender a luz vermelha de que algo nessas tratativas precisa vir à tona e ser minuciosamente debatido no Congresso.

          A verdade deve ser dita: Biden, pelo nível de informação que possui acerca do atual presidente do Brasil, não nutre um naco sequer de confiança no atual governo brasileiro. Tampouco no presidente do Brasil. Esse, por seu passado turbulento, vai aos Estados Unidos como alguém desconfiado ou, ao menos, receoso de que os milhares de pequenos credores e acionistas americanos, que investiram bilhões na Petrobras, venham causar contratempos nessa viagem.

        A intenção expressa de transformar a Amazônia em um centro de pesquisa compartilhado com o resto do mundo, bastando que, para isso, pague-se uma taxa de adesão ao tal Fundo, soa suspeito e até fora de contexto, já que, há décadas, alemães, ingleses, franceses, japoneses e outros povos estão embrenhados nas matas brasileiras, pesquisando e enviando amostras vegetais e animais para seus países, conhecendo a riqueza dessa região até mais do que os próprios índios.

         Outra questão grave é colocar a Amazônia sobre o balcão de negócios internacionais, sob o falso pretexto de incentivos às pesquisas e preservação desse imenso bioma. O que os países desenvolvidos buscam e todos sabemos disto, desde a chegada de Cabral por essas bandas, são riquezas minerais, botânicas e outras, capazes de gerar lucros fabulosos para seus países. O que é mais trágico em tudo isso é saber que a população está, mais uma vez, sendo ludibriada com essa conversa de preservação da Amazônia.

         Para cuidar melhor, imagine a mudança da capital do Centro Oeste para o coração da região amazônica. Seria uma solução para administrar toda aquela vasta área. Só que isso daria um trabalho danado, sob um calor infernal, e isso os políticos instalados em palácios refrigerados em Brasília não iriam querer nunca.

A frase que foi pronunciada:

“A floresta é um organismo peculiar de bondade e benevolência ilimitadas que não exige seu sustento e estende generosamente os produtos de sua atividade vital; oferece proteção a todos os seres, oferecendo sombra até ao homem do machado que o destrói.”

Gautama Buda

Foto: Buddha in Sarnath Museum (Dhammajak Mutra)

 

Por favor!

Não faz o menor sentido impedir o retorno no início do Lago Norte. Parece que a barreira foi instalada por não morador da região. Se a função do DER é “assegurar a qualidade da infraestrutura viária, do trânsito e da mobilidade nas rodovias do Distrito Federal, comprometida com o desenvolvimento sustentável”, essa barreira prova que não está cumprindo a meta. Perde-se a qualidade, a mobilidade durante a maior parte do dia e o gasto de gasolina é maior.

Foto: comdono.com

 

Espectador

Falar em cultura em Brasília é sempre uma missão dolorosa. A reforma que transformou o Teatro Nacional em novo esqueleto, com todas as poltronas arrancadas, deve demorar tempo demais. O palco do Dulcina sofre a agonia de passar pela falência. A Escola de Música enfrenta greve, e por aí vai. Cultura é o que faz a diferença entre o desenvolvimento e o subdesenvolvimento.

Teatro Nacional, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

Memória
Leia, a seguir, a homenagem ao frei João Benedito, da Basílica Santuário São Francisco de Assis, prestada por Silva Filho.

Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

–> Memorial de Fr. João Benedito, OFM Conv.

Aúltima oportunidade em que estive a sós com Fr. João Benedito foi há dois meses. Era fim de março e eu iria me confessar por ocasião da Semana Santa. Entre os pecados que minha consciência acusava, estavam críticas feitas em relação a meu pároco. Sentei-me no auditório do centro paroquial e aguardei minha vez sem saber quem era o confessor. Chegado meu momento, entrei na sala e avistei o pároco sentado na cadeira do confessor. Ele me saudou com um sorriso suave. Eu o saudei com um sorriso amarelo.

Recuo quatro anos e recordo os dias iniciais de seu retorno de seu exílio em Pádua. Assumia a administração da paróquia e queria um coordenador para a música. Reunimo-nos numa salinha improvisada que acumulava suas coisas trazidas do exterior, entre um cavalete de pintura e uma estante cheia de livros. Com o decurso da conversa ele descobriu que eu sabia italiano. Então levantou-se, apanhou um livro na estante e me entregou. Era a publicação italiana de sua tese doutoral que versava sobre a liturgia. Falamos sobre o belo e como sobre o corpo interage com a oração, temas caros a ele e muito abordados, tanto na tese publicada quanto em suas pregações.

Desde sua chegada, devido ao fato de ser um de seus coordenadores, busquei aproximar-me de sua pregação dirigindo o canto na missa das 19 horas, justamente a que ele costumava presidir. Nelas, provei de sua retórica e erudição ao longo destes anos. Havia dois temas bastante recorrentes em seus pregões que me tocaram especialmente. O primeiro deles eu poderia chamar de “dimensão litúrgica da fé”. O cristão adquire sua fé por meio de sua participação na liturgia. Não se deve esperar concluir uma conversão pessoal para frequentar a missa. De modo contrário, a frequência à missa será o itinerário que formará a fé do novo católico, ou do católico que retorna aos braços da Igreja. Já o segundo tema era a “explicação da Escritura a partir das próprias Escrituras”. Uma espécie de chave hermenêutica para a interpretação bíblica. Aprendi muito com Fr. João Benedito.

Conta-se que Fr. João tinha muita pressa para terminar as obras da basílica, e que isso poderia manifestar a consciência de sua iminente morte. Não sei. Tinha, talvez por característica própria de seu temperamento, um senso agudo de urgência em tudo. Logo que assumi a coordenação da música, acertamos um programa anual de reuniões para os músicos interrompido pela pandemia logo após a primeira delas. Lembro-me de vê-lo, meses depois, externalizar sua frustração pelo tempo perdido com a interrupção das atividades. Dizia que tinha pouco tempo e que já se passava um ano sem poder avançar nos projetos pastorais.

Mesmo sob a “chuva de setas” da pandemia promoveu uma grande festa para celebrar os 40 anos da paróquia. Gostava de pintar e ornou quarenta taus de madeira que eram semanalmente apresentados à comunidade na missa de domingo. Produziu uma arte alusiva à festa, mandou fazer camisetas, determinou a realização de uma solene novena e uma festa social por ocasião de sua conclusão. Sinto-me grato a ele por não deixar passar em branco essa importante data de nossa comunidade mesmo sob as piores circunstâncias.

Impulsionou a pastoral dos coroinhas. Queria mais de cem deles atuando no santuário. O número era impressionante, mas estava perto de ser alcançado por ocasião de sua páscoa. Dizia que sua experiência mais marcante até entrar no seminário foi sua atuação como coroinha e que, por isso, acreditava muito nesse serviço como um caminho de formação na fé das crianças e adolescentes. Minhas filhas pediram para fazer o curso de formação sem serem provocadas por nós e abraçaram o serviço com entusiasmo.

Suas virtudes intelectuais impressionavam mas o que talvez tenha deixado um buraco no espírito de sua comunidade foi o afeto que lhe era próprio. Afeto este que cativou minha família. Guardarei em meu espírito a imagem de minha caçula chorando copiosamente enquanto abraçava com ternura um bonequinho da basílica que ganhara na véspera. Havia recebido horas antes a notícia da inesperada morte do amado reitor.

Era muito arrojado. Há oito anos o território de um novo bairro da capital federal havia sido confiado aos cuidados pastorais dos franciscanos. Bairro este no qual, para se poder instalar um templo religioso, devia-se comprar alguma das poucas e milionárias projeções disponíveis. Valores fora do alcance da arquidiocese. Devia ser negociada a cessão ou doação de algum terreno com o governo do Distrito Federal. Já se havia decidido o patrono da futura capela e as missas ocorriam nos pilotis dos edifícios residenciais. Uma pequena comunidade daquele bairro começava a ser formada, sem se desvincular da matriz. Eu não acreditava no sucesso dessa empreitada mas, na manhã de 4 de maio de 2023, acompanhando a missa matinal, recebi a surpreendente notícia da consumação do ato de doação do terreno. Um milagre que prefigurou a constituição da basílica. Ou teria sido o contrário?

Ah, e sobre contendas civis, lembro-me da questão dos sinos. Fr. João Benedito mandou que soassem a cada hora entre as oito da manhã e seis da tarde. Alguém reclamou e o caso ganhou a mídia. Lembro-me dele sorrindo ao comentar o assunto. Sorriso de vencedor. Os sinos não pararam e dobraram por ocasião da saída de seu cortejo fúnebre. Veni vidi vici.

Por ocasião de minha derradeira confissão com ele, fui deixando o tal pecado de maledicência para o final da lista. Acabados os outros, não tive opção a não ser declarar que havia tecido críticas a um “determinado padre”. Olhou-me enigmaticamente. Teria percebido o não dito? Talvez, identificando uma raiz temperamental comum aos pecados que relatei, falou-me então algo assim: “Muitos santos tinham temperamentos muito fortes, que produziam neles pecados contra os quais lutaram durante todas as suas vidas. Mas vejamos de outra forma: o próprio temperamento era a força motriz de muitas de suas virtudes. Peça ao Espírito Santo para que o ensine a tirar proveito de seu temperamento para uma vida de santidade.” Virou a mesa. Ele era assim.

Ao lado de seu féretro, em sua missa de corpo presente, disse-lhe: “Vá em paz, meu irmão, e interceda agora no céu por nós!”.

Brasília, 18 de maio de 2023.

Silva Filho

 

História de Brasília

Pessoas que usam o posto de telefones públicos do DTUI estão reclamando que depois de meia noite quem quiser telefonar, e não tiver aparelho em casa, terá que incomodar vizinhos, porque àquela gora o posto não presta mais serviço. (Publicada em 20.03.1962)

Futuro do pretérito

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Deltan Dallagnol. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

 

Tem razão o ex-procurador e agora deputado cassado pelo TSE, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), quando afirma que o que estamos assistindo, com esse episódio, é nitidamente “a transposição da força do Direito para o direito da força, para o arbítrio e para o uso da vontade pessoal.” Não tem como não acreditar que estamos vivendo um período rico em material para análise histórica posterior, mas de grande aflição e incertezas para a nação, pois a justiça, no entendimento médio da população, passou a ser apenas aquilo que entende e sai da cabeça dos magistrados.

É a justiça subjetiva, apoiada por cacos do Direito. O mais curioso nessa cassação relâmpago, preventivamente ensaiada pela corte eleitoral, foi que o relator do processo de cassação, Benedito Gonçalves, aquele da frase famosa: “Missão dada é missão cumprida”, fez uma espécie de catada geral de todos os documentos onde aparece o nome o ex-procurador, para formular e dar maior volume a seu parecer esdrúxulo. A começar por afirmar que “em decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal. Vide, exemplificativamente, o acórdão proferido no HC nº 164.493/PR julgado pela 2ª Turma do STF em 23/03/2021, que reconheceu a suspeição do ex-Juiz Sérgio Moro em razão, dentre outros motivos, de mensagens que indicavam ‘cooperação espúria’ do então chefe da força-tarefa Deltan Dallagnol com Sérgio Fernando Moro na condução dos processos visando a construção de um ‘projeto de poder'”.

Falou ainda da rejeição de contas do procurador feita ao TCU, sob a fraca alegação de que o profissional teria feito pagamentos irregulares de diárias, passagens e gratificações a membros do MPF, durante a Operação Lava Jato. Operação, aliás, que recuperou bilhões de reais aos cofres da União. Esqueceu-se de dizer que, nessa ação, o TCU foi instado a agir contra o procurador por políticos que estiveram na mira dessas investigações, inclusive parlamentares que queriam controlar o Congresso e foram prejudicados com revelações feitas por Dallagnol.

Mais um relato dizia ainda que o procurador teria cometido várias ilegalidades no âmbito da Lava Jato, o que é verdade apenas na cabeça de alguns ministros do Supremo, incomodados com o grande apoio público recebido pelo procurador nessa ocasião. O mais surpreendente, e que talvez possa provocar uma reviravolta nesse processo teatral de cassação, é que o relator chegou a inaugurar uma espécie de novíssimo Direito, ou Direito calcado no tempo verbal do futuro do pretérito, em que o réu passa a ser condenado a partir de pressuposições futuras, do tipo, “Há de se cogitar a factível tese de que o Recorrido teria se exonerado ainda em novembro de 2021 porque tinha plena ciência do risco da punição disciplinar que poderia levá-lo à pena de demissão do Ministério Público Federal.”

Ao longo de todo o voto do relator, a figura do futuro do pretérito aparece, demonstrando, assim, não só a inegável capacidade de imaginação jurídica do ministro, mas a apontando que ele já sabia, de antemão e por uma bola de cristal, o que o acusado iria fazer, mesmo sem ter feito. A situação lembra muito o chefe da Polícia Secreta da antiga União Soviética, durante o Governo de Stalin, Laurentti Beria, que costumava bradar aos quatro ventos: “Mostre-me um homem e eu lhe mostrarei o crime.” Como o futuro do pretérito expressa sempre uma incerteza, uma surpresa ou mesmo indignação de algo que poderia ter ocorrido, a emboscada aqui fica por conta dessa cassação, que, sem dúvida alguma, entrará para a história do judiciário como uma peça infame a provar que os tempos trevosos podem retornar ajudados sempre pelo silêncio da maioria.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“São 3 as espécies de brasileiros no atual momento: os mártires, os déspotas e os covardes.”

Maghda Désia

 

Professores

Foi em entrevista com o jornalista Orlando José Pontes que o então candidato Ibaneis prometeu aumentar o salário dos professores. Com as imagens resgatadas, os mestres cobram o cumprimento da promessa.

Governador Ibaneis Rocha. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

 

Desamparo

Cães violentos que os donos teimam em não colocar focinheira atacam crianças, adultos e outros cachorros. A situação em Brasília não é vistoriada e, apesar do imediatismo das mídias sociais, não há canais para a comunicação em tempo real com as autoridades para as devidas providências.

Foto: Divulgação/Brasília Ambiental

 

Dor

Cada vez mais presente nos consultórios e clínicas de fisioterapia, a síndrome do pescoço de texto passa a ser a deformação mais recorrente da coluna vertebral pelo tempo em que o pescoço precisa suportar a cabeça baixa para acompanhar as informações trazidas pelo celular. Veja o artigo de Kenio Almeida Magalhães, no link: VOCÊ CONHECE A SÍNDROME DO PESCOÇO DE TEXTO?.

 

História de Brasília

Na superquadra 305, então, o problema é muito mais sério, e bem que cabia ao presidente do IAPI um estudo a respeito. Aliás, quando de sua última viagem a Brasília, estava programada uma visita à 305, que não sabemos por que, foi cancelada. (Publicada em 20.03.1962)

Canção de ninar

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Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

 

         Das muitas questões a serem resolvidas pela equipe do atual governo, a mais urgente e que tem tirado o sono de seus auxiliares parece ser a que permitirá, ao mandatário, gastar o máximo possível dos recursos públicos, a fim de garantir que as velhas políticas assistencialistas mantenham sua base fiel de apoiadores, mesmo que isto leve, a médio prazo, ao retorno de uma recessão econômica.

         Todo o plano e metas do atual governo se resumem na busca por brechas que facilitem ações populistas imediatas, de modo a reverter os baixíssimos índices de aprovação de sua gestão. Não há plano de governo para o desenvolvimento do país. O plano é “ele”. Dito dessa forma seca e sem “arrodeios”, o que se busca tornar oficial e com chancela do Congresso é a ordem para gastar. A chancela do Congresso é importante nessa estratégia porque dilui a responsabilidade pela má gestão dos cofres públicos entre Executivo e Legislativo, retirando, da figura do mandatário, maiores ônus.

         Em caso de sucesso dessa fórmula, o que parece quase impossível, os louros são apenas ‘dele’. Em caso de fracasso, a responsabilidade por engenhosidades fiscais será de todos. É o tal do risco zero. Caso toda a manobra desabe, recorre-se à troca da equipe ministerial, dentro da tradicional mudança ministerial, e tudo seguirá sua marcha. É um Déjà-vu tremendo, mas que, por conta da pouca ou nenhuma memória das elites no poder, será realizado mais uma vez. Alertar para os riscos dessas medidas, já testadas e ruinosas, de nada adianta. Trata-se de um script que não permite alternativas racionais. É esse o modus operandi e quem não aderir tem que pegar o boné e partir.

         Para os brasilienses, esse conjunto de ações, descritos no tal arcabouço fiscal, poderá ser prejudicial, pois irá retirar recursos preciosos do Fundo Constitucional do Distrito Federal, prejudicando os setores da educação, saúde e segurança. Na realidade, todas as áreas, dentro do imenso organograma do país, e que dependem dos recursos do Tesouro, terão que dar sua contribuição para ajudar o governo a gastar politicamente. Cortes terão que ser realizados. Impostos, taxas e outras contribuições serão elevadas.

          A transferência de recursos de umas áreas para outras se fará de modo automático e sem contestações. Com esse aspirador gigante, o governo irá sugar recursos onde quer que eles estejam. A questão toda se resume em encontrar, dentro da matemática e dos números da economia, os meneios que possibilitem demonstrar, racionalmente, como toda essa mágica será realizada.

         Alheio à essas questões e de olho em seus próprios interesses internos, o Congresso aprova a urgência da matéria, sem submetê-la ao escrutínio das Comissões e sem a peneira das discussões públicas. Tudo feito à toque de caixa. Vai que alguém descobre inconsistências sérias no arcabouço e todo o conjunto desabe?

         Numa análise mais tranquila, nada disso requer medida de urgência. Urgência é a apresentação de um conjunto de medidas, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, e que foi esfrangalhada para atender imediatismos injustificáveis. Urgente é o estabelecimento de programas e leis econômicas que sirvam não apenas a esse ou aquele governo, mas que valha para o futuro da nação. O resto é canção de ninar para a boiada dormir.

A frase que foi pronunciada:

“Hoje, a voz da política infantil populista é amplificada pelas mídias sociais, permitindo que os ignorantes reivindiquem igualdade com os informados.”

Ece Temelkuran, Como Perder um País: Os 7 Passos da Democracia à Ditadura

Foto: Divulgação

 

Bom passeio

Bastante elogiada a administração do Parque Olhos d’Água, criado graças à mobilização dos moradores da Asa Norte. Bem organizado, com seguranças, iluminado, com atividades diversas.

Parque Olhos D’água. Foto: Divulgação

 

Solução big techs

Em relação à responsabilidade das publicações na Internet, parece um problema bastante simples para manter a democracia. O direito à opinião é garantido, mas deve ser de responsabilidade do emissor. Para fazer parte da Internet, a identificação similar à abertura de contas em bancos virtuais resolveria a questão da autoria. Foto segurando a identidade. Toda opinião tem que ser assinada.

Foto: urbe.me

 

Filé

Apesar de a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação já prever as aulas de música, as escolas públicas preferem ignorar. Enquanto isso, a Cia de Cantores Líricos de Brasília leva o projeto Ópera Nas Escolas para regiões administrativas e do entorno. O grupo está aberto a agendamentos para apresentações em centros de ensino. As apresentações são gratuitas.

História de Brasília

As firmas que estão construindo as superquadras 305 e 306 não querem entregar os apartamentos agora, porque estão pedindo reajustamento. (Publicada em 20.03.1962)

Melhor nem pensar

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Foto: ©Lula Marques/ Agência Brasil

 

          Pensar no futuro do país tornou-se hoje um exercício impossível. Muito mais difícil ainda é pensar nas próximas gerações, quando nos vemos diante de uma realidade atual que muda tão depressa, que mal temos tempo de refletir sobre suas causas e efeitos. O homem é o único animal sobre o planeta que evoluiu ao ponto de se tornar capaz de, mentalmente, projetar-se no futuro. Prever novas condições, antever obstáculos e traçar estratégias de sobrevivência. Foi essa característica especial que deu, à nossa espécie, a capacidade de enfrentar as hostilidades de um mundo agressivo, prevendo cada passo à medida que se transportava para o por vir.

         Com essa ferramenta da mente é que o homem encontrou o caminho certo para sua perpetuação na face da Terra. Quando essa capacidade de previsão é interrompida ou cessada, por qualquer motivo que seja, a sobrevivência da espécie passa a correr séria ameaça. Quando deixamos de pensar no futuro do país, ele simplesmente deixa de existir a passa a obedecer às forças da inércia e do acaso, transformando-se, na maioria das vezes, naquilo que não queríamos e nem desejamos para as próximas gerações.

         A questão é simples e se resume à pergunta: que futuro estará reservado para o país, quando assistimos a atuação ruinosa que está perpetrando? Se formos tomar o Brasil do futuro pelo que temos diante de nossos olhos, a coisa será feia.

         Nesta semana, nossos representantes com assento no Congresso promoveram uma anistia geral e surpreendente para os partidos, unindo, fraternalmente, legendas antagônicas, apenas para decretar o perdão, na prestação de contas dos bilhões desviados e mal explicados, oriundos dos fundos partidários e eleitorais. As vozes roucas das leis. Para aquela pequena minoria que ousa caminhar na estrada da ética, opondo-se aos desmandos, o que resta são ameaças e cassações. Quando as salvaguardas legais se transformam em armas e são usadas, sem disfarces, por vingadores, o respeito cede lugar ao medo e as leis perdem sua alma.

         Que futuro pretendemos desfrutar, quando se assiste ao CNJ decretar o fim dos manicômios judiciários, colocando, de uma só vez nas ruas, milhares dos mais temidos e psicóticos criminosos? Que futuro é esse que nos espera, quando sentenças pesadas de crimes são revistas e anuladas? Quando os saidões de presos aumentam a insegurança e a impunidade? As interrogações são muitas e fazem, de nosso futuro, um tempo incerto e um lugar que, com certeza, não desejamos vir a estar.

         Para aqueles que temiam com a possibilidade de o país vir a assistir a um novo fechamento político, semelhante ao acorrido em 1964, com a intervenção dos militares, decreto de sítio e outros instrumentos de força, pondo em suspenso a ordem institucional, a boa notícia é que nada disso ocorreu e o Brasil segue como sempre: deitado eternamente em berço esplêndido.

         Quem esperava que as forças revolucionárias viriam, pela terra, pelo céu e pelo ar, armadas de fuzis e canhões, esperou em vão. Não se faz mais revolução como antigamente. Soldados armados não são mais necessários, quando revoluções podem ser facilmente detonadas a partir de gabinetes refrigerados, sem a violência das armas e sem os incômodos estampidos de pólvora. Os canhões foram substituídos por canetas modestas, mas com infinito poder de fogo, capazes de aniquilar os inimigos do sistema com um simples traço no papel. As revoluções armadas cederam lugar à revolução burocrática dos papeis. Obuses, granadas e minas terrestres perderam a validade. Quem comanda agora essa nova revolução são decisões, despachos, leis, decretos, portarias e outros variados instrumentos de escritório, todos devidamente assentados em papel com selo d’água e chancelados por dezenas de carimbos oficiais.

         A má notícia é que o Brasil do presente já está imerso numa espécie de 64 com os sinais ideológicos trocados.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Vamos compreender melhor o que diz respeito à equidade, pois se a liberdade é o cume, a equidade é a base; (…) civilmente, ela é todas as aptidões tendo iguais oportunidades; politicamente, todos os votos tendo o mesmo peso; religiosamente, todas as consciências tendo direitos iguais.”

Victor Hugo, Os Miseráveis

Victor Hugo. Foto: wikipedia.org

 

Incrível

Estranhamente, o brasileiro pode ter 27 carteiras de identidade, cada uma com um número diferente e cada uma feita em um estado brasileiro. Se buscar o setor de identificação para confeccioná-la em seu estado, os outros estados não se comunicam.

Foto: Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo

 

Roteiro

Hoje estreia o filme As Órfãs da Rainha, no Cine Brasília, às 20h. Fica em cartaz por mais alguns dias.

 

História de Brasília

Candango de um bom gôsto foi aquele que armou um barraco em frente à superquadra Rio de Janeiro, da Graça Couto. É o único barraco localizado no Eixo Rodoviário, e o bom gôsto fêz com que os fundos ficassem para as superquadras, e a frente para a pista de alta velocidade… (Publicada em 20.03.1962)