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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Analistas do atual cenário político, sejam eles simpatizantes da direita ou da esquerda, são unânimes em reconhecer que a principal fonte das crises políticas deriva das falas intempestivas do presidente Jair Bolsonaro. Por sua multiplicidade e diversidade, não caberiam aqui recordar toda a coleção de declarações desastrosas que acabaram, pela força natural da palavra, empurrando o atual chefe do Executivo para os extremos da política, transformando-o numa espécie de personagem que, aos poucos, vai se fechando em torno de um pequeno núcleo.
Nada contra a sinceridade. Ocorre que em política, e principalmente do alto da presidência da República, as palavras adquirem um tal poder de repercussão imediata em muitos meios, que acabam gerando incompreensões, ressentimentos e interpretações diversas. Infelizmente e de acordo com a liturgia do cargo, cabe ao chefe do Poder Executivo exercer um papel de conciliador e mediador de conflitos, tal o número de desentendimentos e rinhas existentes atualmente no campo político.
Esse exercício de parcimônia nas declarações, medindo e pesando cada palavra, além de fundamental, é exigido nesse momento de extremismos políticos. Naturalmente que esses destemperos momentâneos nas falas do presidente Bolsonaro são aproveitados, um a um, pelas oposições, que tratam de conferir-lhe ainda maior veneno ao passar cada frase adiante. Também ao fazer questão de se mostrar inamistoso a todos aqueles que ousam dele discordar, o presidente Bolsonaro passa a colecionar uma legião crescente de inimigos figadais que, muito mais do que opositores políticos, são aqueles que buscam a ruína e não apenas a derrota pura e simples do oponente.
O pior é que todo esse atual cenário ganha ainda mais instabilidade quando o presidente trás, para a frente do seu governo, seus três filhos, permitindo e até incentivando que eles se entreguem a uma espécie de rinha política com todos que se mostram avessos a esses traços de personalismo. Aliás, é justamente esse modelo personalíssimo de fazer política que levou esse clã a maquinar a ideia de construir um partido totalmente moldado aos desejos da família, materializando assim uma sigla política que poderia muito bem ser definida como a primeira legenda do “homem cordial”, tal qual descreveu um dos inventores do Brasil, o historiador e crítico literário Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982).
Caso venha a ser definitivamente inscrito entre as dezenas de outras legendas, a Aliança pelo Brasil já nascerá com prazo de validade datado, devendo durar enquanto o patriarca ocupar os espaços políticos. Será também um partido de família: da família Bolsonaro, numa confusão entre o público e o privado. A consanguinidade será o requisito para ascender no partido. Não admira que, diante de um quadro instável dessa natureza, a área política não acumule tantas vitórias como a área econômica.
Também o enfraquecimento proposital do PSL, levado a cabo exclusivamente pela família Bolsonaro, pode muito bem ser qualificado como motim a bordo, quando revoltosos tentam tomar à força o comando do navio. Somente por esse pequeno episódio, é possível ter uma ideia mais precisa do que o clã Bolsonaro é capaz de realizar quando o que está em jogo é a manutenção do poder.
A frase que foi pronunciada:
“Não amemos de palavra, mas por obra e em verdade.”
1, João, 3:18
Novidade
Chico Vigilante Lula da Silva, como está grafado no Diário Oficial do DF, instituiu o Dia de Nossa Senhora da Glória, padroeira da região administrativa de Ceilândia. Será no dia 15 de agosto e será incluída no calendário oficial de eventos da cidade.
Feirarte
Também foi sancionada pelo governador Ibaneis a lei do deputado Reginaldo Sardinha, que regulamenta Feiras Especiais de Arte. Vai facilitar a comercialização e divulgação pelo Brasil e exterior dos trabalhos dos expositores de Brasília. A autorização para uso de área de domínio público é pessoal e intransferível, com a exceção do cônjuge, pai, mãe, filho, irmão, neto e avô, bastando comprovação de habilitação técnica para o exercício.
Opinião do leitor
Carlos Romeiro, leitor assíduo dessa coluna, chama a atenção do GDF para a situação das árvores em tempos de chuva. Além do perigo de queda em carros e pessoas, geralmente são plantadas sem que se pense no visual geral dos monumentos por perto, interrompendo o espaço aberto que é a marca de Brasília.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Neste ponto, aliás, vale chamar a atenção das autoridades: as companhias vivem solicitando aumento de tarifas, e quase todas elas, hoje, estão anunciando 45 por cento de redução nessas mesmas tarifas. Isto é fazer o governo de palhaço. Pede o aumento, o governo concede, e depois a própria empresa determina a redução. (Publicado em 12/12/1961)
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Quando o direito legal de fiscalizar as atividades urbanas deixa de ser realizado com firmeza, impedindo que o caos vá, dia a dia, dinamitando quaisquer possibilidades da vida civilizada nos espaços públicos, o que passa a ocorrer é a morte lenta da cidade, transformada, sob os olhos de todos, em um lugar inóspito, onde moradores evitam transitar sob pena de serem tragados pela violência e pelo lixo. A desordem urbana se alimenta justamente dessa falta de observância estreita dos órgãos de fiscalização, pagos pelo contribuinte justamente para impor a ordem e garantir o direito de todos a espaços saudáveis e seguros.
Não é preciso dizer que o caos medra como as heras onde falta a luz saneadora de um Estado responsável. Deixar o problema da desordem na ocupação desses espaços públicos se acumulando dia após dia sem uma solução definitiva e racional, só faz aumentar em volume uma questão que poderia ser resolvida de forma simples, caso houvesse a intervenção rápida do Estado.
O abandono dos espaços urbanos, entregues a uma infinidade de comerciantes que vendem de tudo e de qualquer maneira, inclusive alimentos sem fiscalização dos órgãos de vigilância sanitária, pode resolver esse ou aquele problema de ordem social, mas há um custo a prejudicar toda a comunidade, moradores ou não, que passam a viver, literalmente, dentro de uma grande feira, um Calcutá modernista, aberto a todo o tipo de comércio, incluindo aí drogas, objetos furtados e contrabandeados ou frutos o descaminho.
A proliferação de quiosques ao longo não apenas das W3 Sul e Norte, mas também por entre as Superquadras, há muito deixou de ser um problema menor e rarefeito para se tornar uma questão do mais alto interesse de todos os moradores da área tombada, sob pena de pôr abaixo toda a ideia de uma cidade planejada, com prejuízos incalculáveis para todos. O fenômeno insidioso da decadência que aos poucos vai tomando conta das principais áreas centrais da capital não pode prosseguir.
Paralelamente a essa situação, assiste-se à desvalorização venal dos imóveis localizados nessas áreas abandonadas pelo poder público, com reflexos para todo o entorno. Numa situação dessa natureza, em que esses amplos espaços abertos, que fazem parte integrante do projeto de concepção da cidade, vão sendo literalmente invadidos e apossados por comerciantes, coloca o próprio governo numa posição delicada: de que lado desse problema ele pode se posicionar sem ter que descumprir o mínimo de obrigações?
O que não se pode permitir é que os contribuintes e pagadores dos mais altos impostos desse país venham a ser penalizados e abandonados em meio ao caos permitido governo após governo. O que é fato é que cidade alguma, em tempo algum, jamais logrou sobreviver em meio à desordem e ao caos urbano.
A frase que foi pronunciada:
“Fracassei em tudo o que tentei na vida./ Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. / Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. / Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. / Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.”
Darcy Ribeiro, escritor, político e antropólogo.
Agenda
Dia 21 tem crônica na banca da Conceição. Marina Andrade, voz e violão, complementa a inauguração da estante preta com Waleska Barbosa, apresentando o livro “Que o nosso olhar não se acostume às ausências”.
Boa
Essa é bem do Alexandre Ribondi, mestre do teatro e de inglês. “O Flamengo que vá se Qatar!” Reconheça Ribondi. Foi um jogo bonito.
Verdade
Essa é do Ricardo Ghirlanda. Dá um peixe ao homem e ele irá se alimentar. Ensina-o a pescar e ele não passará mais fome. Mostra-lhe a Internet e ele não terá mais paz.
Prata da Casa
Tania Fontenele, radiante com a exibição do filme sobre o nascimento de Brasília pelas mãos das mulheres: Poeira e Batom. Dessa vez em Paris, na Sorbonne. Sucesso total!
Diga lá
Valeria à pena uma pesquisa junto à população. Uma noite com Luan Santana na virada do ano ou uma semana de pronto socorro funcionando?
Cariocas
Nada tira o humor no Rio de Janeiro. A árvore de Natal instalada na lagoa já foi apelidada de “Maconhão”!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A aviação comercial brasileira quando se reúne, é um Deus nos acuda; para o governo, por causa das subvenções, e para o povo, por causa dos aumentos de tarifas. (Publicado em 12/12/1961)
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Mesmo que os estudos sobre modelagens e as regras para a cobrança de tarifas fiquem prontos e formatados, como prevê estudo encomendado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o consenso sobre as privatizações da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), entre a população, técnicos e políticos locais, ainda está muito imaturo, para dizer o mínimo.
Na realidade, o que há, de fato, são dúvidas sobre detalhes até básicos sobre esse negócio. Não se conhece que tipo de venda que será realizada. Enquanto uns dizem que será apenas uma abertura de capital, de forma a capitalizar essas empresas, outros acreditam que haverá sim uma venda de ativos dessas empresas. Para outros, o que ocorrerá será apenas uma privatização pura e simples, com a entrega dessas empresas à iniciativa privada.
É preciso entender que a ponta final, que recebe e paga por esses serviços, é formada pela totalidade da população do Distrito Federal. Para muitos que defendem a continuação do modelo estatal para essas empresas estratégicas, os serviços prestados, sobretudo pela CEB e Caesb, se enquadram dentro dos direitos básicos da própria população, conforme estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esses serviços básicos e essenciais necessitam de uma supervisão profunda e diuturna do próprio Estado.
Com exceção do Metrô-DF, que pode muito bem ser gerido pela iniciativa privada, como acontece em muitas partes do planeta, o abastecimento de água, tratamento de esgoto e fornecimento de luz elétrica, por sua classificação como serviços públicos essenciais e cuja a universalização na prestação são metas seguidas indefinidamente por todo o qualquer governo, não podem, de uma hora para outra, se transformar em mercadorias negociadas ao sabor dos humores do mercado e com objetivos finais de lucro.
Quando o fornecimento de água tratada, de esgoto tratado e de luz forem colocadas no balcão de negócios, sujeitos à voracidade das leis da oferta e procura, submetidas ainda aos processos escusos de carteis e outras contrafações desses mercados particulares e especulativos, não restará à população alternativa para sobreviver, já que se trata da aquisição de um bem vital.
Sabe-se de antemão que serão as famílias mais necessitadas aquelas que mais sofrerão com o modelo de privatização da CEB/Caesb. O que é preciso de imediato é colocar o Código de Defesa do Consumidor à frente desse processo, para averiguar que tipo de relação está sendo criada com a venda de bens e serviços, caracterizados pela Constituição como serviços de infraestrutura essenciais e necessários à própria dignidade do cidadão.
É sabido que o corte no fornecimento desses serviços afeta inclusive a estrutura psicológica da população. Não é por outro motivo que nas guerras o primeiro alvo do inimigo é justamente destruir as fontes de abastecimento de água e luz, de forma a tornar a população mais propensa à rendição. Essa é uma questão ainda muito longe do consenso, principalmente por aquelas pessoas de bom senso.
A frase que foi pronunciada:
“Mas, infelizmente, a cultura que se instalou no DF foi de um consumo interno das empresas pelas suas forças. Temos servidores que ganham muito, que se aposentam e continuam trabalhando nelas; então, temos aquelas que se consomem internamente.”
Governador Ibaneis
Saudades
Dizia o filósofo de Mondubim que a rua tem olhos. Para exemplificar, nesse final de semana alguém entrou no Ki Filé e disse: “Ganhei isso do Ari Cunha. Ele me deu quando voltou do Japão.”
UnB
Foi-se o tempo em que o restaurante universitário cobrava uma pechincha pelo almoço. Está mais caro que os restaurantes populares. Os estudantes estão reclamando bastante.
Por quê?
É bom que as universidades do país comecem um trabalho sério sobre a eficiência das urnas eletrônicas. Com visitas de representantes de vários países em Brasília, estranho o mundo inteiro não a ter adotado. Diz o escritor Denis Waitley: “Temos duas escolhas nesta vida: uma é aceitar as coisas como são; a outra é assumir a responsabilidade de mudá-las.”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Líder nacional tem que se imiscuir nos assuntos, participar diretamente em todos eles, enfrentar as correntes contrárias, a impopularidade, em alguns casos, mas respeitar a confiança que o povo lhe empresta. (Publicado em 03/12/1961)
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Na atual situação de confronto político vivido entre aqueles que apoiam as medidas do governo e as demais oposições, os maiores vencedores são justamente aqueles que se unem ao chamado Centrão, um conjunto formado por políticos oportunistas e utilitaristas, que aproveitam o momento de contendas acirradas para extrair vantagens, quase sempre de interesses próprios e imediatistas. O grupo formado por todos aqueles que saem perdendo é composto pela maioria da população, que se vê como cega, em meio ao tiroteio generalizado.
Diria o filósofo de Mondubim parafraseando um ditado antigo e muito conhecido: “a oportunidade faz o Centrão”. É desse verdadeiro e imenso buraco negro que saem as mais nefastas propostas. É por esse ralo de luz que são sorvidas as vantagens políticas mais antiéticas e contrárias aos anseios populares. As deformidades impostas aos projetos anticrime oriundos do ministério da justiça, as propostas para o aumento no fundo eleitoral, as tentativas de reintrodução do imposto sindical, os projetos para blindar os políticos das ações de juízes de primeira instância, a demora na votação de uma lei reestabelecendo a prisão após segunda instância, a obrigatoriedade das emendas parlamentares ficarem longe dos holofotes dos órgãos de controle e uma série de outras ideias e propostas visivelmente antipopulares e transgressoras da boa conduta brotam quase que diariamente desse aglomerado de espertalhões.
Desse comportamento totalmente errático, brota apenas uma certeza: é preciso urgentemente uma reforma política que não apenas enxugue o número exagerado de partidos, mas, e sobretudo, que acabe com os famigerados fundos eleitorais e partidários, obrigando as legendas a buscarem sobrevida junto aos seus eleitores. O dinheiro fácil, retirado à fórceps dos contribuintes, acostuma muito mal os partidos e seus dirigentes, retirando-lhes a capacidade de ligação umbilical com as bases. Cria uma espécie de representatividade às avessas, na qual as legendas, abarrotadas de recursos públicos, passaram a prescindir justamente dos eleitores.
Para um intento dessa natureza, bastou apenas reunir um grupo político com o mesmo apetite para aprovar medidas que beneficiam unicamente esse grupo, não importando as repercussões. Curioso é que o mesmo farto e fácil dinheiro, que falsamente parece ter comprado a independência dos partidos em relação aos eleitores, criando uma democracia de caciques, onde os chamados líderes decidem tudo em torno de centrões e outros grupos ardilosos, pode, pela vontade da população, se transformar numa maldição e numa praga.
Metamorfoseados em Midas modernos, esses grupos políticos poderão até possuir muito ouro em mãos, mas poderão perder o essencial que é o poder da verdadeira representação popular. Essa é dada apenas para aqueles que a merecem por sua integridade moral e ética.
A frase que foi pronunciada:
“O poder sem moral converte-se em tirania.”
Balmes, filósofo e teólogo espanhol.
Capacitação
Um dos objetivos do secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, é disponibilizar nas delegacias pessoas capacitadas para o atendimento aos cidadãos. Principalmente no tocante a recepção de denúncias feitas por mulheres. É preciso sensibilidade para que as vítimas não desistam da denúncia.
Sem gerência
Hospitais da capital da República ainda não conseguiram estabelecer uma rotina de segurança para proteger recém-nascidos. Sequestradores saem do hospital com a criança numa bolsa ou vestem uniformes de médicos para evitar a abordagem. São estratégias simples que burlam a ineficiente preocupação gerencial.
Ponto final
“Não sou mais parlamentar. Não me perguntem nada sobre Congresso Nacional ou STF. Os poderes são independentes e não estou aqui para causar conflitos.” É assim que o presidente Bolsonaro responde os jornalistas que tentam arrancar qualquer opinião sobre votações.
Na balança
DPVAT está longe de ter caráter social. As milhares de famílias que ficarão sem indenização, com o fim desse famigerado seguro, pesarão na balança contra os milhões de brasileiros que pagam um valor criado para fins não vivenciados.
Reunião
A seguir, a foto do encontro das desembargadoras aposentadas e diretoras de aposentados das Amatras Mato Grosso, Maria Berenice Carvalho Castro Souza, Bahia; Marama dos Santos Carneiro, Campinas – São Paulo; e, da 10ª Região (DF/TO), Heloísa Pinto Marques e Terezinha Célia Kineipp Oliveira.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Esse rearmamento moral não nos está cheirando muito bem. Ninguém paga nada, os governos não colaboram, e a gente precisa saber de onde saem as verbas para as viagens de tanta gente. (Publicado em 12/12/1961)
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Que as universidades públicas cumprem papel estratégico no desenvolvimento do Brasil é fato indiscutível. Não só no Brasil, mas em todo o mundo. O conhecimento científico e tecnológico se enquadra hoje como sendo o principal capital de uma nação. Países que compõem o clube dos ricos são, invariavelmente, os mesmos que investem pesado em universidades e pesquisas, e têm nesse setor o lastro de seus sucessos. Tanto na formação de recursos humanos de excelência como na produção de conhecimento nas diversas áreas da ciência, as universidades se mostram fundamentais tanto para a promoção da cidadania como para a manutenção da cultura e de outros aspectos que compõem rica herança histórica do nosso país.
Por esse papel estratégico da maior relevância é que as universidades públicas necessitam nesse momento de uma maior compreensão e aceitação, não só por parte da população que arca com esses custos, mas, principalmente, por parte do atual e de todos os governos que venham a comandar o país. Para tanto, as universidades federais devem alcançar uma posição de equidistância dos governos, principalmente quanto ao aspecto ideológico trazido por cada grupo de mandatários.
É essa equidistância que pode conferir um verdadeiro papel de respeitabilidade e independência das instituições, dando a cada uma a isenção natural e necessária para que possa tanto criticar e apontar caminhos como apoiar sem se imiscuir ou comprometer-se em assuntos que não dizem respeito direto as universidades.
É fato inconteste que, por muitos anos, nossas universidades públicas foram aparelhadas politicamente por grupos de esquerda, interessados apenas nos aspectos de conquista do poder, e não na diversidade de opiniões e pensamento. É inegável que em muitos casos, o objeto do saber técnico e humano foi relegado a segundo plano, ou posto de lado simplesmente.
Obviamente que a sociedade começou a reparar nessa mudança de foco das universidades. Também a contradição gritante que fazia com que as instituições de ensino passassem a ser frequentadas quase que exclusivamente por alunos oriundos das altas classes sociais, enquanto os filhos de famílias de menor renda eram, na maioria, obrigados a estudar em instituições privadas, acendeu a luz vermelha junto à sociedade.
Na verdade, eram os pobres que acabavam erguendo, com impostos, os degraus por onde iriam galgar os alunos das instituições públicas do terceiro grau, aumentando o fosso entre privilegiados e desfavorecidos, num mecanismo cruel e sem solução. A abdução de entidades representativas tanto dos trabalhadores na educação como dos próprios alunos pelos partidos de esquerda, contribuiu para um maior distanciamento entre a sociedade e essas instituições, fato que acabou servindo de pretexto também para um certo clima de animosidade entre o atual governo de direita e as universidades.
Transformadas em apêndice de partidos políticos de esquerda, as universidades foram perdendo sua isenção acadêmica e transformando-se em redutos de reação política contra o governo, com prejuízos para todos. De interlocutora confiável dos problemas nacionais, as universidades passaram a porta-vozes acadêmica de partidos e em permanente confronto com as autoridades.
Com boa parte dos alunos e professores transformados em militantes, cabe agora a essas instituições repensar seu papel na evolução da universalidade social brasileira, tomando o devido distanciamento tanto da direita como da esquerda, escolhendo, talvez o caminho do meio e, com isso, reconquistar o respeito perdido junto à sociedade, que é a sua verdadeira patrona.
A frase que foi pronunciada
“Se um homem é um tolo, você não o treina para não ser tolo, enviando-o para a universidade. Você apenas o transforma em um tolo treinado, 10 vezes mais perigoso. ”
Desmond Bagley, jornalista e romancista britânico falecido em 1983
IPVA
Anúncio para todos os lados dão conta de que as alíquotas do IPVA passarão de 3,5% para 3%. Parece uma grande vitória do governador Ibaneis. A população tem mais problemas para enfrentar os preços nos mercados, que estão fugindo do controle.
História de Brasília
Mas o gabinete não cairá. Ainda há muita nomeação para fazer, e, prevalecendo a tese do sr. Aurélio Viana, o gabinete só cairá quando não tiver mais cargos para ceder. (Publicado em 12/12/1961)
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Já no século XVI, o poeta épico português Camões dizia, com muita propriedade, que “leis em favor dos reis se estabelecem e as em favor do povo só perecem”. Após a adoção da tripartição dos poderes políticos, que caracterizaria o Estado Moderno, estabelecendo a divisão entre Executivo, Legislativo e Judiciário, o que se pretendia era justamente limitar os poderes absolutos dos monarcas e propiciar um equilíbrio entre os anseios da população e aqueles oriundos das altas esferas do governo.
Entre nós, essa concepção de centro do poder, principalmente a partir do advento da República, tem oscilado de forma anormal, ora emprestando maior relevo ao Executivo, ora ao Legislativo, sendo que atualmente já se nota também certo predomínio do centro de poder dentro do próprio Judiciário. Quando uma situação dessa natureza passa a ocorrer da forma em que os poderes não mais se entendem, quem sofre as consequências com essas oscilações é justamente a população.
Apartada do Estado e descrente das decisões que emanam do governo, a população a tudo assiste com um misto de medo e desdém, certa de que seja de onde vierem as decisões, elas irão, como sempre, se estabelecer em favor dos poderosos. Depois de ter de engolir a aprovação de um fundo eleitoral desproporcional e injusto em benefício exclusivo da classe política e de ter que se conformar com o adiamento na votação de prisão em segundo instância, que era e é um desejo de 9 em cada 10 brasileiros de bem, a população teve que aceitar ainda, nessa legislatura que se encerra, a não votação do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro, que podia impor um certo limite na ousadia dos criminosos, sejam eles pé de chinelo ou do colarinho branco.
Em compensação, os legisladores parecem ter encontrado tempo na apertada agenda parlamentar para costurar e articular nos bastidores a votação de medidas que impeçam o que chamam de ativismo jurídico, ou seja, um pacote de leis criando uma blindagem especial para deputados, senadores, governadores e prefeitos, de modo a que nenhum deles possam vir a sofrer medidas, estabelecendo uma espécie de salvo-conduto para todos eles. A intenção é impedir que esses próceres da República fiquem a salvo de medidas como prisão, confisco de bens, quebra de sigilo, além de buscas e apreensões determinadas por todo e qualquer juiz de primeira instância. Para esses e outros políticos, reunidos em torno do chamado Centrão, essa seria uma estratégia para evitar o que tem sido chamado de ativismo jurídico nas investigações e vem das experiências amargas, experimentadas por alguns desses mesmos artífices quando tiveram que sentar em frente ao juiz que comandava a Operação Lava Jato.
Depois da decisão da justiça estabelecendo o fim do foro privilegiado para os políticos, essa foi a maneira encontrada para restabelecer esse mesmo foro, contornando o muro da lei e voltando ao passado, quando esses personagens eram vistos como intocáveis, apesar dos desatinos e da vida de delitos.
A frase que não foi pronunciada:
“Audita-me ou te devoro!”
Urna eletrônica dando a dica para eleições verdadeiramente democráticas.
Velhos tempos
Mudança drástica no jornalismo brasileiro. Até pouco tempo, havia um jornal próprio para registrar a violência. Era a famosa imprensa marrom. Muitos a evitavam. Na televisão, pediam para retirar as crianças da sala ou advertiam o telespectador que as imagens eram fortes. Nunca se via o assassinato claramente. As imagens apareciam manchadas.
Novos tempos
Hoje, comendo arroz, feijão e nada de carne no almoço, com a criançada ao redor, as famílias assistem aos jornais televisivos que aproveitam o horário para divulgar brigas e tiros. Mostraram um rapaz sendo assassinado no prédio que iria visitar uma amiga. Ele tentava se proteger mas perdeu a vida ali. A família via as cenas enquanto mastigava. Aos poucos, assistir a morte alheia passa a ser um hábito.
Atestado
A campanha contra a baixaria na TV foi assassinada em 2003. Infelizmente.
Ontem e hoje
Trabalho de graduação de João Manuel Andrade, aprovado pela banca do professor doutor Luís Roberto Cardoso de Oliveira, tratava de um assunto bastante atual: “O consumo de maconha na UnB e USP e a passividade dos órgãos responsáveis”. Seis anos se passaram e parece que nada mudou. Veja a pesquisa na íntegra.
Na prática
Fabiana Costa elogiou o trabalho dos alunos do Celan que criaram o Super Moralino, herói contra a corrupção. Eles limparam a cidade envolvendo a comunidade. Plantaram árvores. Uma nova consciência para os jovens que não devem admitir desvios de condutas em nenhuma esfera. NaMoral é o projeto de iniciativa do Ministério Público do DF e Territórios que estimula as escolas a participarem com prêmios para a escola e bolsas de pós-graduação para os professores. A diretora do Celan, Ana Paula de Oliveira, começa a colher o carinho e o trabalho que plantou durante esses anos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Mas, doutor Tancredo, se o senhor não estiver fora de Brasília, ouça esta: não diga os nomes dos tubarões, não, porque senão o negócio rebenta em cima do senhor. De mais a mais, todo o mundo sabe quem são esses tubarões. Eles querem ouvir de viva voz, para tirar carta de seguro. (Publicado em 12/12/1961)
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Com a aprovação agora, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do pedido de registro do estatuto e do órgão de direção nacional, o partido de extrema esquerda Unidade Popular (UP) passa a ser a 33ª legenda autorizada a disputar as eleições de 2020. Com isso. O UP passará a contar também com os benefícios do fundo partidário e eleitoral, uma mina de bilhões de reais retirada compulsoriamente do contribuinte, inclusive de áreas como Saúde e Educação, para abastecer mais uma sigla partidária.
Essa miríade de legendas partidárias, num país onde os ideários políticos de fato são escassos para não dizer inexistentes, repete o mesmo modelo e mecanismo, já desmontado. Com os antigos sindicatos: todos vivendo às custas do contribuinte cidadão. Somente esse fato explica a multiplicidade de partidos, quando se sabe que não existe, em parte alguma do planeta, mais do que duas ou três ideologias a orientar legendas políticas. Da mesma forma a única maneira de estancar essa verdadeira proliferação infecciosa de siglas sem conteúdo é cortando o repasse de dinheiro público até o último centavo. Sem essa transfusão de sangue do cidadão diretamente para os caciques que controlam essas legendas, muitas delas desaparecerão quase por completo como justamente aconteceu com os sindicatos parasitas.
Outra forma de empreender uma “seleção natural” dessas dezenas de partidos sem representatividade real, é através da aprovação de uma legislação que permita o livre lançamento de candidaturas avulsas, sem a necessidade de qualquer filiação partidária. Obviamente que uma medida dessa natureza encontra no atual parlamento, ferrenha oposição, sob os mais absurdos e inverídicos argumentos. De fato, esse parece ser um caminho que vem ganhando força, fora e longe do Congresso, mas junto da população, não apenas em virtude do esgotamento do atual modelo representativo, mas, sobretudo pelo desgaste que a classe política sofre junto ao eleitorado, quer pela voracidade com que avançam no dinheiro do contribuinte, quer pelos seguidos casos de corrupção em que estão envolvidos boa parte desses atuais políticos.
Para o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso a ação que discute as candidaturas avulsas de pessoas sem filiação partidária, possivelmente estará pronta para julgamento ainda no primeiro semestre de 2020. Para o ministro “uma das razões de ter considerado especialmente importante esse debate público é que mesmo as lideranças políticas mais relevantes reconhecem que nós vivemos um momento de um certo deslocamento entre a classe política e a sociedade civil”. Seria necessária uma mudança no texto constitucional, o que só pode ocorrer no âmbito do Legislativo, refratário, de início à ideia.
De saída é preciso atentar para o que entende os cientistas políticos sobre essa discussão. Embora alguns reconheçam ainda a importância dos partidos políticos para o funcionamento da democracia, outros entendem que essa premissa é falsa e pode ser uma saída para a crise atual de representatividade e para a própria fragilidade dos partidos.
Um fato que comprova essa tese pode ser aferido quando se verifica que desde o retorno da democracia, para ficar apenas nessas três últimas décadas, todas as crises experimentadas pelo país tiveram sua origem no modelo político partidário. Qualquer pesquisa de opinião pública tem demonstrado que os partidos políticos são as instituições mais negativamente avaliadas junto à população.
A abstenção nas eleições é outra prerrogativa da pouca representatividade partidária. Outro indicador é a também baixa taxa de filiação partidária, o que denota a ausência de identificação dos eleitores com os atuais partidos. Na verdade, o que acontece agora com as dezenas de siglas aconteceu também com os sindicatos: baixa representatividade e um interesse apenas por aqueles que delas retiram proveito próprio. A aprovação absurda do fundo eleitoral de quase R$ 4 bilhões talvez tenha dado início ao longo e pomposo funeral dessas legendas, marcando o início de um novo tempo.
A frase que foi pronunciada:
“O PT diz ter um programa operário. Mas é um programa de radicais de classe média que imaginam representar a classe operária, e não os operários, porque estes querem mesmo é se integrar à sociedade de consumo, ter empregos, boa vida etc. Não lhes passa pela cabeça coisas como socialismo.”
Paulo Francis, jornalista falecido em fev. de 1997.
Sem sentido
Completa celeuma. Quem mora no início do Lago Norte não consegue conceber a razão de impedirem o retorno para quem sai dos conjuntos das quadras 2. O resultado prático é a invasão ao posto de gasolina para contornar a via. Geralmente, quem não faz uso da facilidade gosta de complicar a vida alheia.
Poluição visual
Trabalho incansável da Agefiz contra os cartazes pela cidade. Pode ser festinha, bazar, cão perdido. Se tiver endereço, geralmente o fiscal aparece no local para comunicar a retirada do aviso. Por enquanto, só os anúncios luminosos, pagos, que atrapalham a concentração dos motoristas, são permitidos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Congresso é gozado. Está governando sem saber, fazendo tudo como no tempo do presidencialismo. Agora, há um movimento para a queda do gabinete. E o Anísio Rocha é quem explica muito bem: a maioria só viu queda de gabinete pelo noticiário internacional. E quer ver aqui, como é, e o que é que vai acontecer. (Publicado em 12/12/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Em algum ponto geograficamente determinado, as diversas modalidades de crimes, há séculos praticadas nesse país, acabam se cruzando. Não é incomum que transgressões como corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, estelionato e outros crimes correlatos se encontrem para acertar a melhor forma ou de branquear os recursos desviados ou combinar novos modus operandi de tornar essas operações mais invisíveis ou lucrativas para todos.
Quem escolhe a corrupção quando chega ao poder necessita do doleiro ou de um empresário ladino para disfarçar os recursos surrupiados. O doleiro ou o empresário necessita do político corrupto para agilizar e dar aparência legal aos seus desatinos. De fato, num tempo indeterminado ou ponto qualquer, todos acabam mergulhando na mesma piscina cheia de ilegalidades, onde se confraternizam, festejando o resultado do butim.
Quando alguns observadores dessas cenas grotescas afirmam que “Brasília é uma ilha” querem, às vezes sem perceber, dizer que a capital tem sido esse ponto na geografia brasileira onde esses encontros se dão, regados a acepipes e vinhos de altíssimos valores. Exemplos dessa prática são abundantes nas cercanias do poder, nos chiques restaurantes, nos hotéis de luxo e em outros lugares exclusivos.
Interessante nesse caso, não é precisamente nem o tempo nem o lugar preciso onde esses encontros se dão, mas o próprio fato de se repetirem num compasso até monótono. Muitos desses convescotes tem ocorrido nas residências oficiais, onde de comum acordo, todos deixam seus celulares na entrada. Somente o fato de existir encontros dessa natureza, longe do olhar e dos ouvidos do povo, num país que se declara como República, já é bastante insólito e estranho.
De uma forma ou de outra, esses indivíduos, escolhidos por uma urna fantasiada de democracia, sejam eles identificados como notórios corruptos, ou doleiros de alto calibre, ou mesmo políticos inocentes acabam se misturando nessas festas, bebendo e brindando o ano proveitoso para todos. A interdependência desses elementos assegura a todos em conjunto à própria sobrevida do grupo. Poderosos politicamente ou financeiramente se protegem mutuamente.
Enquanto uns conferem o cartão verde e o passe livre aos articuladores dos recursos que voam livremente de um ponto para outro, outros garantem o azeitamento com farto dinheiro para que esses próceres da República não se preocupem com questões banais como moedas. As revelações produzidas, quer pela Operação Lava Jato e congêneres, quer pela própria delação de muitos acusados, têm ensinado muito sobre esses cruzamentos entre o poder e o dinheiro.
Existe um ponto geográfico bem determinado e em comum onde todos esses personagens da história brasileira se encontram e realizam a fase final de seus crimes, quer fisicamente ou apenas na forma de fantasmas. Esse ponto específico, já por demais devassado ao longo dos anos é nada mais, nada menos do que os cofres do Tesouro Nacional, onde a população confia compulsoriamente suas economias.
Urgente
Lição online
Se a agenda é positiva, é preciso divulgar o nome do estabelecimento. Dessa vez é o Maristinha que levanta a consciência dos pequenos aprendizes para as metas da ONU em relação aos direitos humanos. Os assuntos discutidos até online vão desde o estímulo a desafiar estereótipos nocivos, preconceitos a verificar antes de comprar de empresas que utilizam mão-de-obra escrava.
Boa iniciativa
Antigo em Brasília, o cursinho do Granjeiro, Gran Cursos, disponibilizou vários e-books para os professores que farão prova para servir temporariamente nas escolas públicas do DF. Acessem em: Concurso SEDF Professor Temporário: e-books gratuitos.
Prata da casa
Giselle Ottoni, que sempre vestiu a camisa da instituição, acaba de apresentar o memorial na Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás. Agora é professora titular.
Caminhos da voz
Luisa Francesconi, também prata da casa que despontou em horizontes maiores, foi entrevistada por João Luiz Sampaio. Fala da vida profissional, desafios e estudos. Veja em Entrevista com a mezzo soprano Luisa Francesconi.
Até quando
A seguir, o protesto do deputado Gilson Marques, do NOVO, sobre o fundo eleitoral. Ele reforça que os parlamentares devem se lembrar que são servidores públicos e devem servir, e não serem servidos. Como disse o ministro Guedes, não são Excelências, são servidores do povo brasileiro. A não ser que a Justiça interprete diferente.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As quadras de Brasília, na parte frente à entrada das residências, devem ter jardim e play ground. Estes últimos, serão ofertados por firmas comerciais, sob o patrocínio da Associação Comercial. (Publicado em 12/12/1961)
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Alçado recentemente para a posição de sexta maior economia do mundo, a frente inclusive do Reino Unido, o Brasil, por outros parâmetros, talvez até mais coerentes, ainda terá muito chão pela frente, caso almeje mesmo se colocar em pé de igualdade com a maioria dos países do primeiro mundo. A começar pelo princípio, elevando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de sua população. Nesse quesito, o Reino Unido ocupa a posição de número 28, em relação a 187 países avaliados, enquanto o Brasil está na 84ª posição.
Ainda no campo das ações primárias, quando a situação é a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH, o Brasil despenca para a posição 102. Essa queda brusca de colocação deve-se em consideração também às distorções existentes em nosso país quanto aos quesitos educação, saúde e renda.
De acordo com o Relatório Global de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, apresentado agora pelo escritório nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), intitulado “Além da renda, além das médias, além do hoje: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI”, o Brasil, apesar de alguns avanços com relação ao IDH, ainda permanece estacionado quanto a questão da desigualdade e a concentração de renda. Pelo estudo do PNUD, a fatia dos 10% mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda nacional. Sendo que o universo dos 1% mais ricos representa 28,3% da renda, o que equivale a segunda maior concentração de renda do mundo para essa parcela populacional, atrás apenas do Qatar com 29%.
No entanto, o Relatório do PNUD aponta para outras variáveis também fundamentais para entender o processo atual e mais focado que avalia essas novas desigualdades. “Embora muitos concordem que a desigualdade é extremamente importante, o consenso sobre seu motivo e o que fazer a seu respeito é menor. Precisamos aprimorar os cálculos para melhor descrever o que é a desigualdade, e para ter uma compreensão mais profunda de como ela mudará devido às transformações econômicas, sociais e ambientais que estão em desdobramento em todo o mundo. Só assim, poderemos conceber as opções políticas que possam efetivamente enfrentá-la” diz o documento.
Um dos pontos defendidos pelo Relatório diz respeito à promoção de políticas para o desenvolvimento na primeira infância, consideradas de fundamental importância para garantir o que chamam de condições de partida, logo nos primeiros anos de vida dos brasileiros. Para tanto, o documento ressalta a importância de o país vir a adotar uma política abrangente com diretrizes, ferramentas e padrões nacionais, envolvendo os principais atores desse processo que são os pais, famílias e instituições educacionais na tomada de decisões.
Essas condições de partida podem determinar desigualdades num futuro próximo para as novas gerações. Essas políticas de combate às desigualdades devem se estender muito além da renda, indo na direção de intervenções ao longo da vida, em esferas como saúde e educação, de forma a aumentar as capacidades avançadas trazidas pelas novas tecnologias. Nesse sentido, é preciso atenção aos “desafios da mudança do clima e das transformações tecnológicas, duas forças que moldarão o desenvolvimento humano no próximo século”.
A frase que foi pronunciada:
“Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto. ”
Millôr Fernandes, pensante brasileiro
Novidade
Sancionada a lei do deputado Leandro Grass que obriga todos os estabelecimentos comerciais a disporem, nos banheiros masculinos e femininos, local para a troca de fradas. Caso não seja possível, um local paralelo e independente dos banheiros deverá ser construído para esse fim. Será responsabilidade da administração manter a higiene e privacidade do ambiente.
Chance
Hoje começam as negociações com os devedores da CAIXA. O ‘Caminhão Você no Azul’ vai atender até o dia 13. Já está estacionado no Setor Comercial Sul, Quadra 1, próximo à entrada da Galeria dos Estados, das 9h às 19h. De 16 a 20 de dezembro, na Praça do Relógio em Taguatinga.
Matemática
Bem que a Justiça Volante poderia estacionar a van perto dos buracos de diversos pontos do DF. Rodas quebradas, pneus furados, suspensões afetadas são unicamente responsabilidade do governo. Asfaltos melhores não custam mais caro se durarem durante o período de chuva.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O outro recado é para o senador Argemiro Figueiredo: Não apareça por lá, senador, tão cedo! As suas emendas foram um desastre. E mais: o povo não sabe nem do que se trata, mas é bom não aparecer, nem para explicar. (Publicado em 12/12/1961)
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Desacreditada interna e externamente, a política ambiental do atual governo enfrenta quase que diariamente várias batalhas de grandes proporções e em diversos fronts, para dar conta de um setor delicado e que cada vez mais é cobrado não apenas pelos brasileiros, mas por todo o mundo. As declarações intempestivas e pouco realistas de parte de membros do governo, inclusive do próprio ministro e do presidente, somados ao avanço visível do desmatamento, das queimadas criminosas já desvendadas, da propagação do óleo de origem ainda desconhecida, da questão das mineração sem controle, das barragens de dejetos, da poluição dos rios , do mar e do ar nas grandes cidades, vem num crescendo tal que é possível afirmar que hoje, com segurança , que a cadeira mais problemática e com maiores desafios a serem vencidos está justamente no ministério do meio ambiente.
Não bastasse tal volume de problemas, praticamente insolúveis, quis o destino que esses desafios fossem vencidos em meio a grande encruzilhada mundial para humanidade, representada pelo aquecimento global, provocado pelo efeito estufa, que paulatinamente vai induzindo as mudanças climáticas, gerando prejuízos e mortes em todo o planeta.
A possibilidade de a Terra vir a se tornar um planeta hostil para o ser humano, o que atingiria sobremaneira as próximas geração, vai, dia após dia, se tornando uma possibilidade real. Os esforços em praticamente todo o mundo ainda estão muito aquém dos alertas feitos por cientistas e a cada dia que passa o problema climático ganha novas proporções.
Infelizmente os ponteiros entre o tempo político e o tempo dos estudos e previsões e feitas pelos cientistas não andam no mesmo compasso, o que é um problema a mais nessa questão. Enquanto cada governo cuida dos problemas internos a fim de ajustar o crescimento das economias às necessidades de uma Terra em transformação acelerada, no Brasil, essa questão ganha ainda outras variáveis mais complicadas.
Tem razão o ministro Ricardo Salles quando afirmou, durante a Cúpula do Clima (COP25), realizada em Madri, que se não houver um desenvolvimento sustentável na região amazônica, que abranja a questão da sobrevivência dessas populações, o problema do desmatamento, não terá uma solução adequada. Existe, de fato, uma relação direta entre poluição e pobreza, reconhecida por todas.
Há ainda a certeza de que o homem deve estar no centro das atenções sobre preservação do meio ambiente. Não há como dissociar um e outro. Em nosso país essa é uma questão premente e histórica que precisa ser resolvida par i passu. Ressalte-se ainda que esse é um problema já solucionado pelo mundo desenvolvido há pelo menos meio século. Internamente existe ainda outros fatores que pesam na equação do meio ambiente que é o setor rural, tradicional apoiador do atual governo e que não aceita políticas limitantes e restritivas, como as que, normalmente são impostas pela agenda de proteção da flora e fauna.
De concreto já se sabe que o ano de 2019 vai se encerrar como o mais quente da década e onde os efeitos da variação brusca do clima tem causado os maiores desastres naturais.
A frase que foi pronunciada:
“Se entre os primitivos era a fome que trazia a morte, agora, ao contrário, é a abundância que nos destrói. Naqueles dias, os homens muitas vezes ingeriam veneno por ignorância, agora, mais instruídos, eles se envenenam uns aos outros.”
Lucrécio séc. I a.C.
Divulgação
“A trajetória do comunismo no Brasil”. O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal anuncia, para o próximo dia 11 de dezembro, o debate sobre o assunto. Os convidados para a mesa são: Paulo Roberto de Almeida (embaixador), Hugo Studart (jornalista e historiador) e Gustavo Bezerra (diplomata e historiador), este autor do “Livro negro do comunismo no Brasil”. O evento faz parte do “Ciclo de Diálogos sobre o Pensamento Político Brasileiro”, diz o Instituto. Quem faz o anúncio é o portal Vermelho. No site do IHGDF nada sobre o assunto. Discutir só a história. Onde o comunismo deu certo?
Novidade
Com um prazo maior, o GDF vai investir os R$ 121.998.888,00, verba de emenda parlamentar da bancada federal, para a construção do primeiro hospital oncológico público da capital. Está tudo acertado. Agora é acompanhar. Se tudo der certo, essa será uma boa marca deixada pelo governador Ibaneis.
Ah bom!
Em uma ocasião, perguntaram para Fernanda Montenegro se uma atriz era boa e talentosa quando mentia bem. Impactada pela pergunta tão direta, amenizou com um malabarismo vernacular. Disse que a melhor atriz ou ator é aquele que convence as pessoas da verdade nas cenas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Que estado de calamidade pública que nada, ministro! É água como diabo. O que falta é transporte para o feijão que está no Crato. (Publicado em 12/12/1961)