Um mundo hostil

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: JULIA LE DUC (AP)

 

Charge desenhada em um muro nos arredores da cidadezinha americana de Brownsville, no Texas, próxima à fronteira com o México, mostra o presidente Donald Trump sentado em sua mesa de trabalho na Casa Branca, construindo solitário, tijolo por tijolo, um muro ao seu redor. A imagem chama a atenção para o endurecimento da política imigratória adotada pelo atual presidente daquele país, mostrando que a persistência de Trump em construir um gigantesco muro, separando esses dois países, acabará por provocar seu próprio isolamento perante o mundo, aprisionando-o em sua retórica. Obviamente que se trata de uma manifestação que vem crescendo dentro do próprio país norte-americano e diz respeito, também, aos esforços da oposição local par conter uma possível reeleição do atual presidente, como indicam muitas pesquisas. É preciso notar ainda que essa foi uma promessa de campanha e que lhe rendeu a maioria dos votos daqueles americanos que querem, de fato, pôr um fim na entrada de estrangeiros naquele país, principalmente oriundos do terceiro mundo.

Na verdade, desde os atentados de 2001, tem crescido entre os americanos uma onda de xenofobia que, de resto sido vista, também em muitos outros países da Europa. Paralelamente, o governo Trump vem empreendendo uma campanha sistemática de deportações de imigrantes, com os estrangeiros ilegais sendo cassados de casa em casa, algemados e levados para os centros de detenção onde aguardam decisão da justiça.

A toda a hora as televisões exibem cenas mostrando a atuação da polícia de imigração realizando batidas contra esses estrangeiros ilegais, o que muitos interpretam como sendo uma política velada de muitas redes de notícia a favor dessas medidas. Trata-se de uma política interna e que diz respeito apenas àquele país, mas que tem despertado não só indignações em muitas partes do planeta que indicam, claramente, que os países desenvolvidos mudaram radicalmente de comportamento com relação aos imigrantes, justamente quando se assiste uma das maiores ondas de movimentação de pessoas de toda a história da humanidade.

Fotografias que circulam agora nas redes sociais, mostrando o caso de pai e filha afogados no Rio Bravo, quando tentavam chegar a nado em território americano, falam por si e remete à outra foto, também trágica, que mostrava uma pequena criança síria afogada numa praia da Turquia e que retrata com precisão a enorme crise dos refugiados. Aqui mesmo, na América do Sul, o drama dos refugiados da Venezuela, Nicarágua e de outros países do nosso continente também chamam a atenção para um fato histórico e sem precedentes que irão ficar registrados nos anais de história para todo o sempre e que no futuro irão compor parte dos mesmos registros que mostraram a indiferença de muitos, durante o início do século XX para o caso do genocídio dos judeus, dos armênios, poloneses, sírios, curdos, hindus, sikhs, congoleses, eslavos  e de outros povos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Na verdade, na verdade os imigrantes tendem a ser muito mais norte-americanos do que a população nascida aqui.”

Chuck Palahniuk Choke, um escritor estadunidense de ascendência ucraniana.

Charge: brazilcartoon.com

 

 

Editora Chiado

Bastidores de 1964. Os momentos antes das decisões, personagens, histórias pessoais, poder, interesses, confabulações. Murilo Prado Badaró convida para o lançamento do segundo livro de sua autoria. Às 19h30, no Carpe Diem, Comercial da 104 sul, do dia 2 de julho, uma terça-feira. Baseado em documentos, o livro conta a história de um repórter investigativo que, no desenrolar da trama, traz ao leitor desfechos surpreendentes.

 

 

Anjo

Todas as farmácias da cidade poderiam adotar a iniciativa de Sílvia Letícia. Ela trabalha na Drogasil da 111 Norte. Bilhetinhos encorajadores são deixados para os clientes. Uma ideia tão simples e desprendida que pode ajudar a mudar um dia do choro para o sorriso.

 

 

Cantar                       

Chega a notícia pelo amigo Limongi de que o cantor Agnaldo Timóteo, internado na UTI do Hospital das Clínicas, em São Paulo, teve boa recuperação. “Quero voltar a cantar”, disse Timóteo tão logo os aparelhos foram retirados, permitindo que falasse normalmente.

Foto: Agnaldo Timóteo – Divulgação

 

 

Em busca do equilíbrio

Inúmeras mulheres de diferentes faixas etárias praticam exercícios aeróbicos na quadra de esportes situada na Av. Araucárias, em Águas Claras, em frente ao posto de vacinação. As atividades iniciam ao entardecer e logo fica noitinha. Ocorre que a quadra não possui iluminação artificial, situação que tem prejudicado os exercícios. O recado do leitor Renato Mendes Prestes é o seguinte: “Senhor administrador, como cavalheiro e em prol da preservação da saúde e beleza das nossas mulheres, providencie a instalação de luzes. Elas agradecem!”

 

 

Táxi aeroporto

Não faz sentido viajantes e familiares levarem multas constantes ao pararem no aeroporto, enquanto taxistas passam horas dentro do carro, numa fila com dezenas de motoristas aguardando passageiros em lugar absolutamente privilegiado. Certo seria um líder chamar pelo rádio na medida da necessidade de transporte.

Foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda não foi nomeado o presidente do Banco do Nordeste. O presidente da República está esperando que terminem as brigas no Ceará, para tomar uma decisão que já estaria pronta. (Publicado em 23/11/1961)

Aventureirismos urbanos

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Foto: veja.com/VEJA

 

No livro  “Morte e Vida  de Cidades”, de Jane Jacobs,  lançado em  1961, e que viria a ser, imediatamente, um best-seller na área de desenvolvimento do planejamento urbano das grandes cidades,  sua autora ousou, em pleno apogeu do movimento modernista na arquitetura, época marcada principalmente pela construção de Brasília, criticar o modelo funcional dessas novas cidades, sobretudo, a falta de consideração de muitas delas em relação ao indivíduo, à escala humana e ao desprezo das necessidades sociais das populações que residem nesse espaço.

Obviamente que esses pontos fundamentais foram meticulosamente pensados pelo idealizador da nova capital, Lúcio Costa, que, de certa forma, conseguiu contornar esses problemas, graças, a sua ampla formação humanista e ao alto conhecimento técnico e inovador de seu projeto. Dessa forma, por exemplo, projetou e ordenou os espaços em quatro grandes escalas, de forma a dar mais racionalidade à vida de seus ocupantes, dando o mesmo nível de importância a todas as necessidades básicas. Essa era, na sua visão, uma questão de suma importância, já que, em suas próprias palavras “é o jogo de escalas que vai caracterizar e dar sentido à Brasília(…) a escala residencial ou quotidiana(…) a dita escala monumental, em que o homem adquire dimensão coletiva; a expressão urbanística desse novo conceito de nobreza(…) e finalmente a escala gregária, onde as dimensões e o espaço são deliberadamente reduzidos e concentrados, a fim de criar clima propício ao agrupamento. Podemos ainda acrescentar mais uma quarta escala, a escala bucólica das áreas abertas destinadas a fins-de-semana lacustres ou campestres.” É claro que, nesse sentido, a crítica de Jacobs aos processos de reurbanizações que ocorriam por todo o mundo não se encaixavam plenamente no conceito elaborado para a nova capital.

Brasília, no modelo pensado por Lúcio Costa, possuía uma escala humana bem marcada e disposta em todas as superquadras.  Mas há que notar que, da mesma que forma que experimentam os seres humanos, também as cidades parecem cumprir um ciclo natural que vai da sua fundação, passando por sua expansão máxima, até a sua decadência e, em muitos casos, a sua própria morte.

Brasília, apesar de sua tenra idade, em relação a outras pelo mundo afora com milênios de existência, passa por um tipo peculiar de envelhecimento precoce. Isso decorre não por culpa de seu projeto de concepção original, mas, tão somente, por causa dos seguidos descaminhos tomados pela capital, principalmente, a partir da introdução da chamada maioridade política, quando a cidade passou a ser modificada pelos caprichos e incúria de cada um de seus novos governantes, juntamente com o auxílio do nefasto pragmatismo político de sua câmara de representantes.

É a esse ciclo perverso que faz com que a cada quatro anos a cidade vá inchando e adquirindo novos problemas, que tornam precoce nosso processo de envelhecimento. É nesse sentido também que se insere a nova polêmica de transformar a área do Setor Comercial Sul, vocacionada a esse setor, em área residencial, sem que, contudo, as autoridades entendam que esse não é um problema apenas pontual que diz respeito ao SCS, mas, e sobremaneira, integra um problema muito maior, que começa justamente pela renovação total de todo o eixo que compreende as W3 Norte e Sul e englobam os setores comerciais dessas duas asas. O mais correto e preliminar seria obrigar os governantes a lerem o livro do autor da cidade, intitulado “Registro de uma Vivência”, de Lucio Costa, antes de quererem, “cometer” e pôr em prática, qualquer alteração momentânea numa cidade pensada para ser um exemplo para o mundo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não é função do Estado proteger o cidadão do mal que causa a si mesmo, mas é seu dever defendê-lo do que possam fazer contra ele.”

Drauzio Varella, médico sanitarista.

Foto: istoe.com.br

 

 

Mais uma

Sem o menor respeito ao consumidor, empresas aéreas continuam articulando para administrar overbooking.  A impressão que há é de parceria pronta com hotéis baratos, para compensar o dano. A Copa, empresa com vários prêmios de pontualidade, começa a sujar a própria imagem adotando a mesma prática.

Foto: passagenspromo.com

 

 

Espirro

Pesquisa divulgada pelo Journal of the Royal Society Interface da Virginia Polytechnic Institute and State University, dos Estados Unidos informa que um ambiente fechado pode passar horas infectado por um espirro.  O ar chega a ser deslocado até 160 Km/h. Os germes podem alcançar até 9 metros de distância. Em tempo de secura, o GDF e até mesmo o governo federal precisam investir em campanhas publicitárias para educar a população a espirar na parte de dentro do antebraço. Veja, a seguir, o resultado de diversas formas de proteção do espirro e deles possui maior eficiência.

Assista mais em: What Is the Best Way to Sneeze?

 

Ilustração: Marcelo Barbosa (saude.mg.gov.br/sus)

 

Ilustração: facebook.com/pg/PictolineBrasil

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Bloco 7 da 208 não vai no melhor dos mundos. No térreo, jogo a dinheiro, e em cima, boate aos sábados. Os moradores estão reclamando. (Publicado em 23/11/1961)

Cabral, o primeiro invasor

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Foto: NACHO DOCE / REUTERS

 

É fato demonstrado pela história que todo e qualquer governo que almeje ser respeitado e acatado, em seus atos e decisões, por toda a sociedade e mesmo pelas oposições, necessita conduzir suas decisões políticas pelo caminho do meio, onde o equilíbrio de seus projetos tem maiores possibilidades de atingir a todos indistintamente e onde possa estar numa posição de árbitro, capaz de enxergar a justiça em ambos os lados.

Não se trata de uma situação fácil e cômoda para muitos. Ainda mais quando se observa hoje os extremos e radicalismos adotados pelas oposições e por muitos que abertamente, e sem princípios éticos, atacam o governo, visando apenas angariar simpatias etéreas. Num país em que praticamente não tem existido, em tempo algum, uma política de consenso nacional ou uma espécie de “concertación” em nome da República, fica difícil para um presidente seguir um caminho que não seja aquele adotado por seu ego e seu faro político do momento. Tem sido assim, desde sempre, o nosso modelo de governo e com isso vamos, mais e mais, nos prendendo em ciclos fechados e sistêmicos de crises institucionais. Incapazes de enxergar outro método que não seja o de conduzir seguidos governos ao labirinto das crises, nossos políticos não se intimidam em pôr em risco o futuro da nação se isso for, de alguma forma, vantajoso para seus interesses. Com isso, já se pode perceber que na raiz de todas as nossas crises está o individualismo político e egoísta.

Levamos para a política a máxima de que é preciso levar vantagem em tudo. Mesmo à custa de muitos. É desse ciclo fechado de problemas que se repetem que o novo governo deve se libertar o quanto antes. A melhor, e talvez a única, rota seja a adoção do caminho do meio. É nesse sentido, por exemplo, que o governo Bolsonaro deve adotar uma política de conciliação no caso dos seculares e sensíveis problemas indígenas, assumindo uma posição baseada estritamente no que almejam esses povos, livres das amarras de grupos internos e mesmo de ONGs que possuem interesses escusos nesses casos. Trata-se de uma situação delicadíssima e que, mais uma vez, vem ganhando viés ideológico e de pressões de poderosos grupos do agronegócio nacional e estrangeiro. Afirmações como a feita recentemente pelo presidente do tipo “quem demarca terra indígena sou eu”, ou que os “índios têm terras demais”, ou ainda que os “índios são como nós, querem televisão, internet e cinema” e outras platitudes, em nada ajudam o governo e ainda contribuem para levar o tema para o terreno árido das discussões onde sempre acaba predominando o interesse do homem branco e indiferente à questão.

A teimosia em transferir a questão da demarcação das terras indígenas para a pasta da agricultura, levando a Funai para o ministério da Mulher, família e dos Direitos Humanos, contrariando os próprios povos indígenas, é um exemplo desse tipo de ação política que despreza o caminho do consenso e só ajuda na radicalização da questão, adiando um problema que não foi criado pelos índios, mas que surgiu quando, em 1500, Pedro Álvares Cabral, o primeiro invasor branco, ocupou suas terras.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”

Abraham Lincoln

Foto: whitehouse.gov

 

 

GDF estacionado

Existe forma mais barata de ganhar dinheiro? Estacionamentos não têm rede de esgoto, ligações de água, não precisam de muitos funcionários, não cumprem papel social algum. Alguns estacionamentos estampam sem pudor que não se responsabilizam por objetos de valor deixados nos carros. Privatizar apenas para encher as burras de uns poucos?

Foto: agenciabrasilia.df.gov.br

 

 

Absurdo total

Começam a se estender as invasões entre as quadras e o comércio. Mas é óbvio! Sem fiscalização, tudo ficou mais fácil. Na 105 Sul, a invasão é escandalosa. E tudo continua mesmo que quem pague os impostos continue protestando.

Foto: g1.globo.com

 

 

Malemolência

E continua. Na capital federal, a área pública é tratada como particular até em prédios. Os que estão localizados perto de comércio com muito movimento já deram um jeitinho brasileiro. Inventaram uma lei que não existe e colocaram uma plaquinha justificando falsamente a razão da proibição de carros estranhos nas vagas do prédio.

Foto: df.olx.com.br

 

 

Na onda

Uma pílula francesa está deixando mulheres de todo o mundo em alerta. Trata-se de um medicamento que promete queimar a gordura abdominal mantendo o colesterol e a pressão sanguínea em níveis saudáveis. Na composição, não há produtos químicos, apenas ingredientes naturais e sem estimulantes. Trata-se do Oxi-Trim.

Foto: asresearchlabs.com

 

 

Sonhar

Por falar em medicamentos, em uma entrevista sobre o assunto, um consumidor contava que parou de tomar Rivotril. A razão foi peculiar: o produto não o deixava mais sonhar. Antes de administrar o produto, o pouco sono que tinha vinha com sonhos. Interrompeu aos poucos a prescrição, com o auxílio médico. Preferiu manter os sonhos que, dia a dia, foram estendidos.

Foto: jornalggn.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Será fácil, entretanto, moralizar, considerando-se que na telefônica fica registrado o número do aparelho para onde foi feita a ligação. (Publicado em 23/11/1961)

Turismo, as novas invasões bárbaras

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Foto: AFP/PROJECT POSSIBLE (bbc.com)

 

Desde que o veneziano Marco Polo empreendeu sua viagem às longínquas terras chinesas de Kublai Kan, no século XIII, narrando o que viu no famoso Livro das Maravilhas do Mundo, o interesse dos ocidentais em explorar o planeta ganhou um impulso que jamais perderia.

De lá para cá, novos mundos foram sendo descobertos e explorados e a ânsia em viajar e ver novas culturas cresceu e invadiu o espírito de muitos. Dando um salto de sete séculos no tempo, esse desejo em conhecer novas terras não amainou nos homens e ainda foi enormemente multiplicado, gerando um fenômeno moderno e que vem chamando a atenção das autoridades por todo planeta. Trata-se do crescimento exponencial do turismo de massa, que vem ocupando, como uma tropa invasora, não apenas as principais metrópoles do planeta, mas também muitas áreas que, a princípio, deveriam ser preservadas da ação predatória das grandes multidões de viajantes curiosos.

A situação tem chegado a um tal ponto de inflexão que, em muitas cidades, como é o caso de Veneza, na Itália, as hordas de turistas incontroláveis, que chegam a bordo de grandes navios superlotados, acabam causando prejuízos e danos ao patrimônio artístico e histórico local. Não é por outra razão que, em muitas dessas cidades famosas, já se observam a adoção de medidas legais que visam limitar o número de pessoas em trânsito nesses delicados sítios famosos.

Para entender melhor esse fenômeno atual, nada melhor do que observar com atenção uma foto que tem corrido pelas redes e que explica essa invasão irracional melhor do que mil palavras. Na fotografia, tirada recentemente a poucos metros do cume do Monte Everest, anteriormente um dos maiores desafios de escalada para os solitários alpinistas profissionais, uma imensa fila, formada por centenas de escaladores amadores de todas as partes da Terra, aguardam sua vez de chegar ao cimo e de lá tirar sua selfie para recordação e álbum de família.

Despreparados e afoitos em se tornar também uma celebridade, muitos desses alpinistas, atraídos por guias gananciosos, têm perdido a vida nesse tipo de turismo improvisado e arriscado. Também causam enormes prejuízos ao meio ambiente local, onde deixam, todos os anos, toneladas de lixos e de materiais que não suportam carregar na empreitada louca.

Somente no ano passado, onze pessoas morreram durante a escalada, transformando a inóspita paisagem num verdadeiro cemitério de turistas aventureiros. De tão intenso e com alto poderio de transformação das culturas locais, o turismo vem, em muitos lugares, deixando de ser uma atividade geradora de renda e de incremento na economia, para se transformar numa dor de cabeça para as autoridades.

Nos lugares mais famosos e, portanto, mais atrativos para os turistas, multiplicam-se também os casos de maus tratos aos viajantes, principalmente aqueles grupos que demonstram pouca educação e respeito aos costumes locais. Existe hoje, inclusive, algumas localidades onde os turistas não são bem-vindos, mesmo aqueles com as malas cheias de dinheiro para torrar. São sinais do tempo e que mostram, por outro ângulo, no tempo e no espaço, as novas invasões bárbaras.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.”

Chico Xavier

Foto: ebc.com.br

 

Direitos

Problema sério continua na Asa Norte: prostitutas, brigas, drogas. Falta cortar pela raiz. Em área residencial, não é lugar para isso.

 

 

Maçante

Os musicais de Nova York não são mais os mesmos. Transformaram-se em matinê. Frozen, Rei Leão, Aladim, Harry Potter. Interessante que, nas filas, crianças, jovens e mulheres.

 

 

Tensão

Um drone foi destruído no Irã, pela Guarda Revolucionária, por ter violado o espaço aéreo. Imediatamente, os EUA proibiram aviões americanos de sobrevoar o espaço aéreo sob a guarda do Irã no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã. Houve preparo para um contra-ataque, mas foi abortado, segundo a Associated Press.

Reprodução: g1.globo.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O deputado Dirceu Cardoso fez um discurso pedindo um inquérito para o número de telefones feitos em nome da Câmara. Agora, os usuários dos telefones, que fazem ligações interurbanas, continuam pedindo as mesmas ligações, mas dão o nome do deputado do PSD do Espírito Santo. (Publicado em 23/11/1961)

Sem escolas e sem futuro

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Ilustração: profissaoatitude.com.br

 

Manter a população de adolescentes brasileiros dentro das escolas tem sido um esforço cada vez mais penoso. De fato, nossas escolas públicas, com raríssimas exceções, possuem condições de manterem aceso o interesse dos jovens pelo ensino, sobretudo aquele praticado nos moldes de sempre, com professores ditando ou copiando deveres na lousa, com os alunos escrevendo de forma mecânica em cadernos. A garantia de que os alunos, nessa fase etária, venham a permanecer nas escolas, a fim de que o governo cumpra a programação prevista dentro do Plano Nacional de Educação de 2014, vem se mostrando um objetivo cada vez mais inatingível para a consecução da chamada universalização do acesso à educação básica. A evasão escolar em todo o país é ainda um dado de nossa realidade atual.

Números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística dão conta de que 4 em cada 10 jovens de até 19 anos não concluíram ainda o ensino médio. Muitos, inclusive, estão fora da escola (62%) e outros (55%) simplesmente abandonaram a escola. Trata-se de um dado deveras preocupante, quando se sabe que esse será o contingente de cidadãos de aproximadamente 1,1 milhão de pessoas que não terão acesso a empregos de qualidade ou quaisquer perspectivas de melhoria nas condições socioeconômicas. É justamente nesse ciclo fechado de infortúnios que milhões de brasileiros passam a engrossar, a cada ano, o número de pessoas de baixa ou baixíssima renda. O mais preocupante é que esses números têm repercussões diretas e nocivas na desigualdade social, o que acaba por refletir ainda na elevação da violência e em outros dados prejudiciais ao Brasil.

Mesmo sendo direito previsto na Constituição de 1988, que obriga o Estado a prover o ensino fundamental e médio a todos os brasileiros, as disparidades regionais e pouco interesse de muitas autoridades em implementar esses avanços prejudicam qualquer plano nesse sentido, principalmente a médio e longo prazo. Economistas estimam que essa população que vai ficando, a cada ano, à margem do ensino médio, cause um desperdício da ordem de R$ 35 bilhões ao ano para o país por não integrarem efetivamente no mercado de trabalho. Essa preocupação é ainda acrescida pelo fato de que, a cada novo ciclo de aproximadamente 5 anos, esse mesmo mercado de trabalho passe a exigir maior especialização da mão de obra, dentro de uma renovação tecnológica que não para de se sofisticar. Essa é, segundo especialistas no problema, uma tragédia silenciosa que vem ocorrendo a cada ano em todo o país e que explica boa parte de nosso subdesenvolvimento sempre adiado e que, fundamentalmente, está na raiz de todos os nossos problemas, de ontem, de hoje e de amanhã.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

Isso é um ataque às instituições. É uma invasão criminosa por um grupo criminoso organizado, que tem, por objetivo, ou invalidar condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, ou obstaculizar investigações que ainda estão em andamento e que ainda podem atingir pessoas poderosas, ou simples ataques às instituições brasileiras.”

Ministro Sergio Moro em depoimento no Senado

 

Triscaidecafobia

O número 13 quebra a perfeição dos 12 meses, 12 tribos de Israel ou 12 constelações do Zodíaco. Foi no dia 13 que a bolsa de NY quebrou. Não existe carro 13 na Fórmula 1, a Air France dispensou a fileira 13 em alguns voos, e 80% dos prédios em Nova York do 12° andar passa para o 14° sem maiores explicações. Isso porque eles não viveram os tempos do partido 13! Se a moda pega no Brasil… Veja um exemplo a seguir.

Foto: reprodução da internet

 

Quanta diferença!

Difícil compreender o Decreto Presidencial 9.731 que dá ao norte-americano o direito de isenção do visto para entrar no Brasil. Bem singelo o objetivo. Que essa facilidade aumente o fluxo de turistas no país. Fica o flanco aberto para a biopirataria e outras estripulias. Enquanto isso, o brasileiro pode ser obrigado a fornecer senha do e-mail, Facebook e outras redes sociais se quiser entrar nos Estados Unidos.

Foto: Alan Santos/PR

 

Mais dificuldades

Por falar nisso, o atraso no Serviço de Imigração dos Estados Unidos para liberar o trabalho a estudantes estrangeiros está prejudicando centenas de jovens. Formandos da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, ou mesmo de Yale, que já receberam oferta de emprego tiveram que declinar pela falta de documentação.

 

 

Perigo à vista

Na Pista de atletismo entre o Paranoá e o Itapuã, a CEB colocou um transformador muito mal protegido.

Foto: portalvarada.com

 

Sem educação

Há a necessidade de começar pelas escolas, já que as famílias não receberam instrução suficiente. No Paranoá é bastante comum ver crianças e adultos jogarem lixo displicentemente no chão. O resultado é uma cidade imunda.

Reprodução: globoplay.globo.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Por sua vez, o TCB, cujos ônibus mal dão para a população normal, não pôde transportar a criançada, como o rádio anunciara. Os automóveis particulares é que concorreram com as caronas. (Publicado em 23/11/1961)

A hidra se move

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Foto: Reprodução / TV Senado

 

Ao longo da história, e os exemplos têm comprovado, à toda reforma de costumes e mudanças no status quo vigente, correspondeu uma chamada contrarreforma. Foi assim, por exemplo, com o movimento da Reforma Católica de 1545, para se contrapor à Reforma Protestante, empreendida por Martinho Lutero. Essa tem sido uma constante e, de certa forma, tem ajudado a evolução da humanidade e a superação de períodos de marasmo ou estagnação das civilizações. A dúvida foi, sempre nesses casos, a mãe das grandes ideias e das revoluções. Nesses casos também, a neutralidade tem sido comumente apontada como aliada ao atraso e à sobrevida do passado.

Nesse sentido, os escândalos provocados pela escuta telefônica clandestina envolvendo o atual Ministro Sérgio Moro e o Procurador Deltan Dallagnol, pelo site “The Intercept Brasil”, demonstram, como avaliaram diversos senadores presentes na audiência pública, que essa operação não foi apenas meticulosamente armada por pessoas dentro  e fora do país, mas também representa, por seus detalhes até agora levantados pelas autoridades,  um verdadeiro contra ataque  das forças que desejam um retrocesso e uma reviravolta em todas as investigações pretéritas reveladas até o presente pela Lava Jato.

Dessa forma, é oportuno afirmar que as escutas da Intercept se inserem dentro de um amplo projeto para reestabelecer a credibilidade dos governos da esquerda, perdida justamente em decorrência dessa exitosa operação do Ministério Público, juntamente com a Polícia Federal. Obviamente que aqueles políticos e outras autoridades que até agora têm se mantido neutros e calados sobre esse episódio estão, de certa forma, aliados ao passado e não plenamente convencidos da luta contra a corrupção endêmica que varreu esse país. É importante nesse caso que o atual ministro da justiça siga, não só aprendendo com a experiência da vida política, como aprendendo também, como tem feito o ministro da economia, Paulo Guedes, a responder os ataques com a mesma ênfase e assertiva.

Aqueles que vêm acompanhando esse caso desde o início não têm dúvidas de que a atividade e toda a maquinação desses hackers, visando desacreditar a justiça e as instituições do país, serão desvendadas na sequência e na oportunidade certa. Para algumas autoridades, fossem esses grampos e escutas clandestinos realizados contra os políticos que desejam a volta ao passado, as revelações seriam sim recheadas de conteúdos incriminatórios que perpassariam todo o código penal. Apesar de sua serenidade, o ministro Sérgio Moro perdeu a grande visibilidade proporcionada pela audiência pública do senado para fazer um apelo, dirigido a toda a nação e particularmente aos políticos do país engajados no combate à corrupção, no sentido de união de esforços, visando levar, até o fim, o projeto de construção de uma República fundada na ética e longe desse passado que tem envergonhado a todos brasileiros de bem.

 

–> Assista a audiência com o Ministro Sérgio Moro no link: Ao vivo: Moro fala à CCJ sobre troca de mensagens com coordenador da Lava Jato

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Pode mudar à vontade, desde que não mexam no meu bolso.”

Diogo Mendez, funcionário público, sobre o interesse pessoal, a âncora que não deixa o país avançar.

 

 

Alegria

Veja, a seguir, a foto dos alunos de Circo que agora trabalharão com a segurança jurídica e apoio do governo. Uma foto nada convencional, que mostra a alegria contagiante, tão necessária em nossos dias. Parabéns ao Plínio Mosca, que saiu de Brasília para espalhar sementes de cultura pelo sul do país.

 

 

Recepção

Ruthe Phillips, Ricardo de Figueiredo Lima, embaixador Enio Cordeiro e o Ministro Fernando de Oliveira Sena receberam, no consulado do Brasil em Nova York, a maestrina do Coral do Senado, Glicínia Mendes, e a diretora do grupo, Maria Tereza Mariz Tavares.

 

 

Consumidor

É bom que todos os brasileiros saibam que, nos Estados Unidos, o site “Reclame Aqui” chama-se Yelt.com. Não só reclamações são bem-vindas, mas elogios também. Para reclamações sobre motoristas de taxi o número 311 ou nyc.gov/311.

Link de acesso ao site: About NYC311

 

 

Social

Importante evento acontecido ontem. A Caixa firma um acordo para o Centro Paraolímpico, que passará a ser chamado “Centro Paraolímpico CAIXA”. Serão recebidas 550 crianças PcD de 10 a 17 anos, alunos das redes públicas municipal e estadual. Serão oito modalidades oferecidas: atletismo, natação, judô, futebol de 5, vôlei sentado, bocha, goalball e tênis de mesa. No projeto, as crianças receberão todo o material esportivo necessário para as atividades, lanches, transporte adequado e contarão com professores e estagiários qualificados.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

 

 

Declaração

Para o presidente da instituição, Pedro Guimarães, o acordo de cooperação reafirma o compromisso da CAIXA em prol da inclusão da pessoa com deficiência, por meio do esporte, da cultura e da educação. “Reforçamos o posicionamento da CAIXA como o Banco da Inclusão e o seu interesse em fortalecer as políticas públicas paradesportivas como instrumento de inclusão social.”

Foto: Roberto Castro/ brasil2016.gov.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Por sua vez, o TCB, cujos ônibus mal dão para a população normal, não pôde transportar a criançada, como o rádio anunciara. Os automóveis particulares é que concorreram com as caronas. (Publicado em 23/11/1961)

Herança perigosa

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@ Reuters / Adriano Machado

 

O seriado transmitido pelas TVs nos anos setenta, intitulado Kung Fu, estrelado pelo ator David Carradine, mostrava, logo durante a abertura, que, dentre os desafios para a preparação de um jovem monge Shaolin, era preciso caminhar com leveza e destreza sobre finíssimas e delicadas folhas de papel de arroz sem danificá-las.

Guardadas as devidas diferenças entre ficção e realidade, essa parece ser também a faculdade principal que terá que ser desenvolvida pelo atual presidente da República, se quiser chegar incólume ao fim do mandato e com alguma chance de vir a disputar o próximo pleito ou fazer, quem sabe, um sucessor.

Pelo muito que se tem visto, lido e ouvido sobre o novo chefe do Executivo, Bolsonaro tem atraído a sua volta uma multiplicidade de forças e ações políticas que diuturnamente conspiram para seu fracasso, oposição ao Brasil sem privilégios. Das oposições dentro do Congresso, passando pelo Ordem dos Advogados do Brasil, UNE, parte do judiciário, universidades, movimentos de proteção ao meio ambiente, movimentos LGBT e outros, todos miram seus canhões contra o presidente, acusando-o, inclusive, pela derrocada nos índices da economia que herdou de outros governos.

Com tanta gente torcendo contra, e devido à fragilidade política do momento atual, com a reorganização das forças de uma contrarreforma, visando a manutenção do antigo status quo, é lícito afirmar que Bolsonaro caminha literalmente sobre finas folhas de papel de arroz. A aumentar ainda mais essa tensão, é sabido que o presidente, por diversas vezes parece colocar a língua na frente do cérebro, falando e afirmando certos desejos, que depois se vê obrigado a corrigi-los ou ajustá-los à realidade.

Num cenário como esse, a situação do atual mandatário pode ainda ser agravada se, por uma dessas tramas do destino, o ex-presidente Lula vier a ser solto. Tendo como demonstrativo uma entrevista dada na prisão que nada reverberou, pode ser que, nesse caso, ele comece a perceber que o tempo petista chegou ao fim. Ou pode acontecer que caia numa depressão, ou mesmo (Deus nos livre!) venha a falecer. Numa situação como essa, que não é nada impossível, dada a idade do ex-presidente e as condições de indivíduo com restrições, isolamento e outras fatores negativos, o caldo pode entornar de vez, com as forças do atraso criando uma nova narrativa de que Lula, doravante transformado em mártir, teria sido vítima dos fascistas ou outra versão qualquer.

O que pode à primeira vista parecer ficção, acaba de acontecer no Egito, agora com o falecimento de Mohamed Morsi, primeiro presidente democraticamente eleito, depois da Primavera Árabe de 2011, e preso dois anos depois. Morsi era um dos líderes da Irmandade Muçulmana, movimento com forte adesão dos clérigos daquele país. Sua morte num tribunal pode, segundo analistas, deflagrar novas ondas de protesto no país.

É necessário salientar que Bolsonaro herdou não só a recessão econômica legada pelos governos petistas. De quebra, herdou também a prisão de seu maior líder, colocado na cadeia por seu atual ministro da justiça. Todo o cuidado nesse caso parece ser pouco, até mesmo lavar as mãos para um fato que parece dizer respeito somente ao judiciário.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um dia eu fui trotskista e um dia eu rompi com o trotskismo e com o marxismo, por imaginar, ou, por chegar à conclusão de que o marxismo se acredita dono do futuro. E a crença de que você tem a chave da história, de que você sabe o que vai acontecer e o que deve acontecer no futuro é uma crença fundamentalmente totalitária. Porque se você sabe, e os outros não, para onde se dirige a humanidade, então você tem a justificativa pra calar os outros.”

Demétrio Magnoli, jornalista e geógrafo

Foto: gazetadopovo.com.br

 

 

Tormento

Quantas vezes os consumidores brasileiros são surpreendidos pelo toque do celular onde, do outro lado, telemarketing ou mesmo robôs vendem produtos, insistem em novos pacotes. Muito desagradável e as reclamações não surtem efeitos. Isso começa a mudar pelo mundo.

Foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

 

 

Apoio

Nenhuma agência do governo protege ligações de marketing contra os consumidores. Pelo contrário, o governo dá os passos para que os consumidores se protejam. Desligar o telefone imediatamente, não tocar em nenhum número durante a gravação e compartilhar a experiência com o portal do Escritório de Proteção ao Consumidor, FTC. A gravação do áudio é feita por Kati Daffan e isso acontece nos Estados Unidos.

 

 

A vingança

Mesmo com esse apoio, parece que as empresas de telemarketing ultrapassam todos os limites, inclusive das leis. Está a caminho dos consumidores mundiais um contra robô. Uma nova máquina que responde às insistentes perguntas: Jolly Roger Telephone. Veja a seguir como a máquina faz o atendimento por você, para terror dos atendentes!

Acesso ao canal: Jolly Roger Telephone Co

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Como não podia deixar de ser, quem planejou não pensou na extensão da plataforma, e pôs alto falantes somente para os que estavam próximos ao palanque. (Publicado em 23/11/1961)

A vida em preto e branco da população brasileira em contraste com as cores da realidade da alta cúpula

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Foto: Jorge Araújo/Folhapress

 

Desde o falecimento do ex-presidente Tancredo Neves, o Brasil parece viver uma sequência sem fim de acontecimentos surpreendentes. Parlamentares presos batendo ponto, a tragédia do avião de Eduardo Campos, Teori Zavaschi, todos os mortos na história do jardineiro Francelino Costa e do prefeito Celso Daniel, a fuga do deputado Jean Wyllys, os bastidores da facada no candidato à presidência, Jair Bolsonaro, até para a tragédia que tirou a vida do jornalista Boechat, com muitos inimigos políticos, não faltaram suspeitas.

No tempo de Tancredo, não faltaram aqueles que visualizassem, na tragédia médica, atentados e outros tipos de sabotagem, visando impedir o prosseguimento do processo democrático em curso. De lá para cá, foram muitos os fatos anormais ocorridos, todos, obviamente, envoltos em mistérios e segundas interpretações pelos adeptos da teoria da conspiração. É claro que não se pode descartar o fato de que, num país como o nosso, o realismo fantástico e a vida política se misturam e confundem a todos, mesmo os mais céticos.

Dando o salto no tempo e no espaço, o acontecimento bizarro da vez vem a ser a interceptação telefônica entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, realizada de forma clandestina pelo aplicativo Telegram e disponibilizado pelo site The Intercept Brasil, de propriedade do jornalista e hacker norte-americano, Glenn Greenwald. Nessa nova subtrama, cujo o capítulo principal é ainda a Operação Lava Jato, o juiz e o procurador trocam estratégias jurídicas claras para o enfretamento do verdadeiro pool e dos mais caros advogados de defesa do país.

Numa interpretação ligeira, tratava-se ali de uma prática corriqueira, onde um juiz colhe interpretações de todas as partes envolvidas no julgamento para melhor encaminhar seu veredito. É preciso recordar que esse não era um caso simples. Cuidava-se de um julgamento de um ex-presidente da República, fato incomum em toda a nossa história. O que resultou dessa nova modalidade de bisbilhotice eletrônica foi a oportunidade enxergada pela oposição de abrir novo flanco para anular não só a condenação de Lula, mas reverter todo o rumoroso caso revelado pela Lava Jato.

Dentro desse enredo paralelo, reforçado também por políticos e juristas que torcem pelo fracasso daquela Operação exitosa, a imprensa começou a descobrir novos fatos como a ligação desse jornalista estrangeiro com o suplente de Jean Wyllys, que teria renunciado ao cargo de deputado federal sob a alegação de estar sendo ameaçado de morte. Notícias, ainda não confirmadas, de que Wyllys teria, na verdade, vendido a vaga de deputado, trazem ainda novos e intrigantes relatos a esses casos, que envolvem ainda famosos hackers russos, contribuições de gente poderosa, dentro e fora do país, e uma série de outras denúncias que necessitam de apuração mais acurada.

Verdade ou não, todo esse novo episódio traz, mais uma vez, à tona a história de um país onde a elite política e econômica vive uma realidade fantástica e colorida, em contraste com a vida em preto e branco do restante da população que segue assistindo a essa novela sem fim.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O Brasil não é a Venezuela. Por aqui, o “Estado de Direito” é definido pelo Judiciário, não pelo Instituto Lula, o PT ou mesmo o Planalto.”

Demétrio Magnoli

 

 

Elogio

Com uma tecnologia diferente das outras operadoras de celular, a Claro oferece aos consumidores o Claro Passaporte. Na Europa e América do Norte, o consumidor brasileiro tem acesso ao 4G (ou 5G) exatamente como no Brasil, podendo inclusive fazer ligações, além de navegar na Internet.

Banner: claro.com.br

 

 

Reclamação

Por falar em Claro, em contratos assinados, há uma cláusula sobre a gratuidade na consulta aos recados deixados na secretária Claro. De repente, para ouvir os recados passou a ser cobrada uma taxa. Estamos aguardando a resposta da assessoria de imprensa sobre o assunto.

Foto: meu-smartphone.com

 

 

Voo

Em viagens ao exterior, a Copa é a empresa aérea mais pontual. Do Brasil aos Estados Unidos, com parada no Panamá, as conexões são cravadas.

Foto: passagenspromo.com

 

 

Pente fino

Em parceria com a Administração do Paranoá, a CEB fez uma revisão na cidade para pontuar todos as áreas críticas da região. Os relatórios serão encaminhados à parte técnica para solução. O Administrador Regional do Paranoá, Sérgio Damaceno, classifica como vital a ação: “Em parceria com a CEB, realizamos reparos de forma que a população possa utilizar os instrumentos públicos com segurança”.

Foto: portalvarada.com

 

 

Novos tempos

Corre pelo mundo o fenômeno do fechamento de lojas. Quem resiste ao uso da venda pela Internet, perde espaço. Lojas no mundo inteiro que se mantém fisicamente contam com a venda pela Internet para manter as contas em dia. No Brasil, quem compra pela Renner online busca o produto na própria loja. A vantagem é que paga mais barato pela mesma mercadoria exposta na loja física.

Foto: guiadeecommerce.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Um espetáculo, a festa da Rodoviária. Impressionante, o carinho com que o povo do Distrito Federal comemorou o aniversário dos filhos do presidente João Goulart. (Publicado em 23/11/1961)

O cerrado devastado por titãs

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Foto: brasil.gov.br

 

Quando alguns brasileiros começaram a descobrir a vastidão e complexidade dessas áreas, os estrangeiros, com apoio imediato do governo, já estavam derrubando e queimando as árvores torcidas do bioma, expulsando e matando os animais para o estabelecimento de grandes latifúndios para o plantio de monoculturas como a soja.

Ao se posicionar hoje como o maior produtor mundial desse produto, exportado em sua grande parte para a China, com faturamento de mais de 25 bilhões de dólares anuais, o Brasil deixou de lado, definitivamente, sua preocupação com questões de biomas, meio ambiente e outros assuntos de preservação, consideradas pelo governo e pelo pessoal do agrobusiness como discussões menores e sem retorno econômico.

Dessa feita, a soja e a pecuária respondem hoje como os principais responsáveis pelo desmatamento nessa região, que ainda prossegue, sem limite, dentro da perspectiva de expansão contínua da chamada fronteira agrícola. Chega a ser penoso constatar que os maiores esforços contra essa destruição contínua do Cerrado vêm também por parte de pessoas e Organizações Não-Governamentais do exterior, acostumados com esse tipo de luta.

Internamente, parece que ainda não despertamos para essa calamidade que vai ocorrendo bem debaixo de nossos pés. Não se vê o assunto nas TVs ou jornais, não se vêm debates, nem movimentos populares contra essa destruição paulatina de nossas riquezas. Não é por outra razão que apenas 5% das multas referentes a desmatamento e outras contravenções ambientais são efetivamente pagas.

Também não chega a ser surpresa o fato de que não se conhece nenhum desses destruidores do meio ambiente presos ou cumprindo qualquer pena. Mesmo aqueles grandes produtores, que são flagrados desmatando ou mantendo trabalhadores em condições análogas à escravidão, são devidamente penalizados, o que faz supor um conluio de forças muito maior do que podemos imaginar.

Grandes empresas de alimentos do mundo como a Walmart, Unilever, Nestlé, Danone, Kellogg’s e outras 60 importantes marcas de nutrientes, reuniram-se para formar um conglomerado ainda mais gigantesco denominado Consumer Goods Forum (CGF) e exercem pressão sobre tudo e todos, com suspeitas de impor regras e, em muitos casos, com suposto descumprimento das legislações que vão contra seus interesses. Mesmo apelos e manifestos embasados, como feitos agora por um conjunto de mais de 600 cientistas de todo o mundo, para que a União Europeia não compre alimentos que não sejam devidamente certificados e com compromissos com o meio ambiente, têm sido respeitados ou levados à sério.

É preciso entender, de uma vez por todas, que o Cerrado, com seus 2 milhões de Km², ou 25% do território nacional, e onde nascem as três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), reclama maior interesse por parte das autoridades e dos legisladores. Outro fator de indiscutível importância é que nove em cada dez brasileiros consomem eletricidade gerada com as águas do cerrado, que geram metade da energia produzida no país.

Não se entende, pois, que, sendo um dos biomas mais ricos do planeta, o Cerrado continue a ser também um dos mais ameaçados e desprezados pelos seguidos governos, que só enxergam nessa região o fator lucro imediato, sem maiores esforços que não vão deixar à livre exploração. É uma pena e um crime.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado.”

Nicolas Behr, poeta da nossa terra

Foto: Ailton de Freitas

 

 

Reformas

Enfim, a W3 está passando por uma revisão. Calçadas que vão favorecer a mobilidade, limpeza e arrumação geral. Brasília precisa de pelo menos um lugar onde os cadeirantes e idosos possam circular com segurança. É uma homenagem singela a quem construiu a cidade.

 

 

Vida

Arte no metrô. Que notícia boa saber que entre a Estação Central e a Estação da 102 Sul, as paredes estão servindo para mostrar arte. Artistas do DF e de diversos estados mostram a arte em sintonia com a tecnologia. São as cidades inteligentes que já chegaram nos países mais ricos. Aos poucos, Brasília vai se rendendo. Sem discutir o mérito, a projeção áudio visual em 3D usada em edifícios já é realidade pelo mundo, enquanto na capital do país é novidade.

Foto: André Borges/Agência Brasília

 

 

Constatação

Domingo Pet Day. Um dia exclusivo dedicado aos Pets no Eixão. Há quem diga que a solidão dos seres humanos aumenta e os bichos de estimação, que não cobram, não têm maus dias, estão sempre solícitos, são a melhor companhia. O que sei, é que vi cair lágrimas dos olhos de uma maranhense recém-chegada em Brasília quando viu que animais têm plano de saúde.

Foto: oscabecasdanoticia.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não façam, entretanto, exceções. Cortem todos os telefones dos relapsos pagadores e, assim, os que pagam em dia terão maior número de linhas, e o DTUI, por sua vez, disporá de mais dinheiro para a aquisição de material. (Publicado em 23/11/1961)

A última fronteira agrícola será também nosso grande e árido deserto

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Foto: ecoa.org.br

 

Quem vive nas metrópoles do Centro Oeste brasileiro, cidades modernas, como Brasília, Goiânia, Palmas, Campo Grande e outras de igual importância, com milhões de habitantes e todo o tipo de progresso urbano, não possui a mínima ideia do que está ocorrendo ao redor, nos imensos campos destinados às atividades agroindustriais e que praticamente ilham essas comunidades

Cercadas por imensos latifúndios de monoculturas por todos os lados, cuja a produção é quase totalmente destinada ao mercado externo, essas dezenas de cidades, que nas últimas décadas têm experimentado um sensível crescimento ou inchaço demográfico, vão, aos poucos, sentido os efeitos diretos e nefastos dessas atividades econômicas realizadas, unicamente, objetivando lucros máximos e imediatos a seus proprietários.

Com isso, a cada período de estiagem nessas regiões, mais e mais seus habitantes vão sofrendo longos meses de racionamento de água, seguidos de fortes ondas de calor, o que é agravado ainda pelas seguidas queimadas, tornando o ar irrespirável e com prejuízos à saúde de todos.

Rios e outros cursos d’águas, que anteriormente corriam durante todo o ano, agora desaparecem durante a seca, deixando apenas um rastro de areia e pedras, apontando para um futuro de escassez e aridez para todos.

Incrivelmente, esse parece ser um assunto tabu nessas regiões. Ninguém discute as causas desses fenômenos, nenhuma escola ou universidade parece disposta a levar esse debate adiante. Fala-se em progresso econômico. Mas a que preço? O poder de pressão do agronegócio não se limita apenas ao Congresso, onde reúne uma bancada barulhenta e disposta a tudo. Também no campo os grandes latifúndios assustam os pequenos fazendeiros que já perceberam a força desses gigantes, muitos dos quais estrangeiros, que não medem esforços para impor suas vontades.

Os movimentos nacionais que se contrapõem ao poderio dessas multinacionais de alimentos ainda são muito incipientes entre nós e normalmente não são, sequer, ouvidos pelas autoridades. Os desmatamentos contínuos, a dizimação de espécies animais e vegetais, o envenenamento dos solos e a desidratação dos cursos de água não abala essa gente que age protegida por uma legislação claudicante e benéfica a quem produz, não importando como e a que custo.

Preocupante é saber que a própria Constituição de 88 em seu art. 225, parágrafo 4º, define como patrimônio nacional a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, O Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira, deixando de fora todo o importantíssimo Bioma Cerrado. Atentem senadores e deputados ao detalhe! Façam o que é preciso ser feito para proteger toda essa terra e essa gente. A Carta Magna deixou enormes brechas por onde penetram esses devastadores das riquezas naturais do país, travestidos de grandes produtores.

A menor proteção legal, juntamente com o poder de lobby dos produtores, tem provocado estragos irreversíveis nesse bioma e que só serão devidamente avaliados quando toda essa região entrar num processo de desertificação sem controle. Aí será tarde demais e possivelmente seus responsáveis já estarão fora do alcance de qualquer lei ou autoridade.

Cientistas já comprovaram que o Cerrado é a savana mais biodiversa do planeta, contendo 5% das plantas e animais da Terra, inclusive 4.800 espécies que só ocorrem nessa parte do mundo. O problema com esse bioma único é que ele, apesar da variedade e grandeza, é também um dos mais sensíveis e contrários à intervenção humana. Por não conhecer adequadamente ainda todo o funcionamento desse complexo sistema, a intromissão humana causa estragos de difícil recuperação.

Experimentos com plantas e animais demonstram a dificuldade de reproduzi-los em condições fora de seu meio ambiente natural. As poucas experiências feitas até agora, por pesquisadores isolados e com escassos recursos, demonstram que há ainda um imenso e variado campo desconhecido sobre esse sistema. Infelizmente, a descoberta dessa riqueza natural e delicada só começou a aparecer quando o boom das matérias-primas e das commodities já estavam atraindo grandes investimentos, principalmente do exterior.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Enquanto a esquerda esperneia deixando de votar inclusive no que defendia, enquanto a direita calcula cada passo, o Brasil aguarda para saber que destino tomar: de volta ao passado ou direto para o futuro. Unir para governar é o pensamento de quem age pelo país, e não por ideologias.”

Dona Dita, enquanto vê a banda passar.

Charge do Iotti

 

 

Pão e Circo

Nota do leitor Renato Prestes: “Nos dias dos jogos da seleção brasileira masculina na Copa do Mundo, servidores públicos são dispensados. Nos jogos da seleção feminina, essa benesse não ocorre. Situação que deixa bem explícita que não há tratamento igualitário entre homens e mulheres, conforme impôs a Constituição de 1988.” O ideal seria não ter dispensa do trabalho para assistir jogo de futebol, o que é um absurdo em si (nota da coluna).

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma solução para o DTUI: se falta dinheiro, que sejam cobradas todas as contas atrasadas. Para que os relapsos paguem, bastará que se desligue o telefone, e todos correrão ao guichê do Banco do Brasil. (Publicado em 23/11/1961)