Impostos para o desenvolvimento do Brasil

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Charge do Jean Galvão

 

Ainda hoje, muito se discute entre nós sobre a urgência de uma reforma tributária que seja mais harmônica e que onere mais quem mais possui. “Quando o governo é justo, diz em Provérbios 29:4, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça”.

Tomando a Bíblia pelo seu aspecto secular, na qual está registrada parte da história humana, ocorrida naquela região do planeta, o que se observa, apenas com relação à cobrança de impostos, extraída de forma bruta e autoritária, daquelas populações que viveram naquele período, a sensação que temos é de que pouco ou nada dessa tributação desigual e forçada foi alterada nos dias de hoje em nosso país, mesmo depois de passados dois mil anos.

Ostentamos sem muito orgulho o campeonato de nação com uma das maiores cargas tributárias do mundo. Se observarmos o aspecto de retorno desses impostos para a sociedade, então seremos campeões absolutos. É como se esse aspecto da exploração do homem pelo homem, mesmo em sociedades ditas modernas, permanecesse congelado no tempo.

Apenas resumindo toda a complexa discussão sobre a falta de equidade na cobrança de impostos verificada, hoje, no cotidiano dos brasileiros, nada mais atual do que essa observação colhida há 20 séculos passados. A situação do ponto de vista da segurança pública do país, onde a criminalidade e a violência são realidades diárias que assustam não apenas os brasileiros, mas todo o mundo civilizado, evidencia que, de fato, pelo volume absurdo de tributação, a “nação acabou em desgraça”.

De fato, sob o ponto de vista histórico, o cristianismo veio para abalar as estruturas terrenas, estabelecendo uma espécie de conflito pacífico entre o que seria a justiça divina e a justiça dos homens. Contudo, o personagem central viria a ser o Novo Testamento. Jesus, não questionava, de forma frontal, o pagamento de impostos às autoridades que comandavam seu país. Mesmo deixando claro que os cristãos deveriam obedecer às autoridades terrenas, muitos conflitos aconteceram naquelas regiões por causa da cobrança de impostos exagerados.

O que a Bíblia histórica enfatiza é que os impostos estão dentro das leis, portanto é preciso cumpri-las. “Se a lei da terra afirma que todos devem pagar impostos de guerra, então é isso que devemos fazer. É a lei. Mas devemos, porém, trabalhar e rezar muito para mudar essa lei,” É o que recomendava em Romanos 13:1 e é o que parece que devemos fazer hoje, se desejamos ver implantado uma espécie de justiça tributária.

Nesse ponto, a discussão é remetida aos representantes da população com assento no Congresso. Uma discussão, ao que parece não ser do interesse deles nem do governo, visto que parte significativa desses impostos vão parar, exatamente nas mãos deles, em forma de emendas compulsórias e outros infinitos benefícios pessoais.

Com relação ao retorno desses impostos na forma de serviços à população, no mesmo trecho da Bíblia, era recomendado que “uma alternativa seria ter a possibilidade de determinar que nossa parte do imposto de guerra seja utilizada nos esforços de paz. Esse caminho seria a forma legal, construtiva e positiva de resolver a situação”.

É o que não ocorre entre nós, mesmo sabendo que não estamos em guerra. O que está implícito em passagens como essas é que os impostos só se tornam justos, quando revertidos em benefício de todos.

Em outra passagem referente a João Batista, contida em Lucas 3,10-18, era recomendado aos cobradores de impostos: “ Não cobreis nada mais do que foi estabelecido”. Aos oficiais de justiça (soldados) que acompanhavam os cobradores de impostos (publicanos), era recomendado: “Não maltrateis a ninguém, nem tomeis dinheiro à força; não façais denúncias falsas e contentai-vos com o vosso salário”. A cada um o que lhe é devido, ensina o livro histórico.

 

A frase que foi pronunciada:

“A ciência mais difícil é desaprender o mal.”
Antístenes

 

Inferno
Com medo de ataques de extremistas, as igrejas católicas na Alemanha e Áustria estão com a segurança reforçada até o ano novo. Cães farejadores foram usados antes que as portas das catedrais fossem abertas. A entrada de turistas está proibida.

Imagem referencial | Unsplash

 

Fato
Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos, muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

Foto: Exame/Site Exame

 

Cri-cri
Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

 

História de Brasília

Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual ele falara no Congresso.

O quebra-cabeças de Marco Aurélio Mello

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O ministro Marco Aurélio Mello. Foto:
CARLOS HUMBERTO /SCO/STF

 

          No âmbito do estudo da História, algumas regras se mostram fundamentais para que se evitem tropeços e interpretações estranhas aos fatos descritos. A primeira dessas regras, e que deve ser seguida à risca pelos historiadores, é que não se deve julgar os fatos históricos, sob pena de levar o estudioso a caminhos afastados da verdade.

          A outra regra, e que serve também como lição, é que entender fatos do passado com a cabeça posta no presente, em sintonia com a evolução e os avanços da sociedade hodierna, não permite entender toda a extensão dos fatos pretéritos, pois a História é apenas o testemunho do passado. E é esse testemunho que, volta e meia, vemos emergir na forma de livro, depoimento, confissão ou documento e outros indícios, e que serve como peça a encaixar num quebra-cabeça complexo e cheios de nuances valiosas, que facilitam o entendimento de nossa história recente.

         Como o único ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a votar contra o chamado Inquérito do Fim do Mundo, Marco Aurélio Mello, agora aposentado, sempre, em suas manifestações dentro dessa alta Corte, mostrou-se um juiz independente, posição que muitas vezes era considerada como descolada de certos consensos arbitrários e corporativistas, mostrando-se sempre fiel aos seus princípios de magistrado, com pensamento próprio e singular.

         É justamente por essa liberdade de pensamento que os depoimentos atuais desse ex-ministro são importantes para o entendimento de nossa história recente. Por outro lado, é visto que a Suprema Corte, passou, nesses últimos, anos, a assumir um papel e um protagonismo ativo e até principal nos fatos históricos contemporâneos. A descrição, que outrora caracterizava essa Corte, com seus integrantes falando apenas nos autos, ficou no passado. Hoje não há um brasileiro sequer que não acompanhe as decisões desse Poder, principalmente em decorrência das diversas polêmicas na qual essa Corte se viu envolvida e também pelas repercussões que essas decisões acabam trazendo para a vida de cada cidadão.

          De tanto atuar fora dos autos e para além de suas competências, não são poucos os brasileiros que veem o desempenho atual dessa Corte, como bem próximo de uma ditadura da toga. Pelo sim, pelo não, o ex-ministro, em seus diversos depoimentos a jornalistas e aos formadores de opinião, tem afirmado que “o pior tipo de ditadura é a ditadura do Judiciário”, já que esta é a instância máxima.

         Segundo tem afirmado, e por diversas vezes, “se um ministro atuar fora das balizas legais, o que ocorrerá em outra instância?, pergunta.” É sabido, diz ele, em outra entrevista, que toda vez que invadíamos outro poder, como o Legislativo, lançávamos um bumerangue que poderia retornar a nossa testa”.

         Na opinião de Marco Aurélio de Melo, de quem presenciou e atuou no funcionamento interno do STF, por várias décadas, quando a Corte extrapola suas prerrogativas, ela acaba indo para a vitrine e, na vitrine, o estilingue funciona”. Para Marco Aurélio Mello os brasileiros não se conformam com o fim da força tarefa da Lava Jato, sendo que se o ex-juiz Sérgio Moro tivesse permanecido na 13ª Vara de Curitiba, hoje ele estaria também no Supremo. Marco Aurélio disse ainda que, nas eleições de 2022, votou no ex-presidente Jair Bolsonaro, justificando que, por sua trajetória de ex-ministro do Supremo, jamais votaria em Lula, uma vez que sua atuação e condenações posteriores seriam um impeditivo mais do que suficiente.

         “A base e a medula da administração pública são os princípios consagrados nas Leis da Leis que é a Constituição Federal, ensina o ex-ministro, para quem é preciso observar os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, publicidade, eficiência e transparência, princípios esses que viabilizam o acompanhamento diário da administração pública.

         Como proponente na criação da TV Justiça, a publicidade dos atos da Suprema Corte é fundamental para a democracia e para seu consequente aperfeiçoamento. “A administração pública, diz, é avessa a sigilos e segredos.”  Essa transparência, contudo, deve obrigar o STF a agir sempre com discrição e longe dos holofotes.

         Com relação a indicação de Flávio Dino para uma vaga no STF, Marco Aurélio diz esperar que ele não leve mais política (do tipo partidária e ideológica) para o Supremo. São depoimentos valiosos e que mostram um outro lado de nossa história recente e que assegura a crença de que existe ainda personagem cuja trajetória enriquece nossa República.

 

A frase que foi pronunciada:

“Onde esteve o Estado que não previu isso?”

O ex-ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, atribuiu os atos violentos que ocorreram em Brasília ao Estado como um todo. (GM)

 

Fato

Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos, muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

Foto: Exame/Site Exame

 

Consumidor

É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela com 30 ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou no caixa que era seu direito levar apenas uma bandeja.

Foto: reprodução da internet

 

Cricri

Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

 

História de Brasília

Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual êle falara no Congresso.

Paz em 2024

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

         Muitos falam e chegam até a desejar, com a sinceridade relativa de hoje em dia, que o ano que se inicia será repleto de paz. Será o ano em que os brasileiros reencontrarão o caminho da convivência e da harmonia. O que a maioria dessas pessoas não percebem, ou fingem não perceber, é que a tão almejada e sonhada paz só se tornará realidade concreta quando for seguida e contemplada por uma justiça plena.

         Não aquela concedida sob medida e em doses miúdas pelos novíssimos intérpretes dos regimentos e das leis, todos eles munidos de um poder absurdo e que, ao final, enxovalha a própria Justiça. A Justiça, em sua essência, é o veículo da paz. Sem ela, tudo fica retido no mundo relativo dos desejos e da boa vontade, mas que não vai além de promessas esvaziadas. Para um país como o nosso, político, social e economicamente fracionado, não há como pensar em paz, quando se nota, logo de saída, a distância enorme que separa o Brasil real daquele vivido por sua classe dirigente. Não há Justiça nesse campo, pois o cidadão, neste país, hoje, vive e trabalha duro para custear, de forma obrigatória, uma realidade que não é a dele.

          Pode parecer estranho, mas no tempo da Operação Lava Jato, um período curto, mas de grande esperança geral, havia um sentido de paz, que parecia pairar sobre todos. Finalmente o país iria se ver livre de uma praga histórica que, por séculos, mantinha os brasileiros como refém do passado, atados a um subdesenvolvimentismo crônico.

         Esse sentimento de paz vinha embalado, justamente, no presente da Justiça. Naquele interim de nossa história, brasileiros de todas as origens puderam sentir na pele o que era a paz. Finalmente o país deixaria de pertencer a uns poucos e seria colocado sob a responsabilidade de todos. Aqueles sim foram anos de paz. Até mesmo o mundo do crime organizado, formado por indivíduos avessos aos colarinhos brancos, sentiu os ares de mudança e, com o baque sofrido, também recuou.

         A satisfação com que a população assistia, a cada dia, a fila imensa de políticos e empresários de alto coturno sendo conduzidos para a prisão, mostrava que a paz em nosso meio também era possível. Curioso notar ainda que cada um desses velhos corruptos que eram levados ao catre aumentava, na mesma intensidade, o sentimento comum de paz. Uma paz profunda, só conhecida pelas crianças.

          Obviamente que a paz não é exatamente isso, ou somente isso. Mas em nossa situação, levada até as últimas consequências da dignidade humana, essa era a nossa paz. A paz derradeira, de não mais precisar sonhar em deixar o país para trás e emigrar para outras terras. Tudo o que deveria ser nosso, desde sua origem, voltava a ser nosso dali em diante. Mas a paz, que era de fino cristal, fugiu de nossas mãos, indo se estilhar contra o chão.

          Desfeita, peça por peça, toda a Operação Lava Jato, aquela legião de anjos caídos banidos para as profundezas da Terra, voltaram com ainda mais sede de roubar a nossa paz, punindo agora quem quer que ouse enfrentá-los. É como se o Brasil tivesse desabado sobre os brasileiros, soterrando-nos sobre escombros. Desejar paz para os que estão agora sob essas ruínas é um sonho para 2024.

A frase que foi pronunciada:

“A força do direito deve superar o direito da força.”

Rui Barbosa

Foto: academia.org

 

Sofás e tapetes

Décadas atrás, o Banco da Lavoura abria várias frentes de empréstimos: empréstimo de formatura, empréstimo escolar e empréstimo nupcial. Isso quando o Poder Público usava os cofres da União para prover Segurança, Transporte, Saúde. Hoje, os empréstimos são para suprir a falta de segurança, o péssimo estado da Saúde Pública, o sucateamento dos transportes e os perigos oferecidos pelas escolas públicas, obrigando o cidadão a, além de pagar altíssimos impostos, arcar com despesas extras de saúde, educação e transporte, já que a Constituição não é cumprida.

Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A. : Belo Horizonte (MG).          Foto: biblioteca.ibge.gov

 

Fato

Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso, muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos; muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

Foto: Exame/Site Exame

 

Consumidor

É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela com 30 ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou, no caixa, que era seu direito levar apenas uma bandeja.

Foto: reprodução da internet

 

Cricri

Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

 

História de Brasília

Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual êle falara no Congresso.

Lembranças da Inteligência Natural

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Lula e sua equipe de ministros. Foto: Ricardo Stuckert.

 

           Para que seja possível entender, com mais clareza, a natureza do atual momento político atravessado pelo país, sob a perspectiva de um novo e exclusivo modelo de democracia relativa desenhada conforme o desejo de uma elite dirigente instalada no poder, é preciso, antes de tudo, adentrarmos no que os dicionários definem como Ponerologia e Patocracia.

          Os termos, ambos criados pelo psiquiatra polonês Andrzej M. Lobaczewski dizem muito sobre o atual momento político nacional. O primeiro pode ser definido como o estudo do mal ou mais especificamente como ciência da natureza do mal, adaptada a propósitos políticos. Em sua obra, “A Science on the Nature of Evil Adjusted for Political Purposes”, por diversas vezes banida, por motivos óbvios, Lobaczewski  descreve, com fatos históricos, um sistema de governo forjado por uma minoria psicopata ao assumir o controle da vida de pessoas numa sociedade.

          Esses indivíduos passam então a ocupar posições em cargos políticos e de influência intelectual, sobretudo dentro das universidades, agindo aqui como uma espécie de “pedagogos da sociedade”. Em comum, eles nutrem ideias do tipo grandiosas, geralmente tendo como fonte processos mentais patológicos, que não os impede de impor suas teses e métodos.

          Nesse caso, o resultado vem com o empobrecimento da cultura e das tradições e com a deformidade do caráter das pessoas. Com isso, o cidadão passa a perder a capacidade de raciocínio lógico, incapaz de distinguir a verdade da mentira, passando a aceitar a paralógica desses psicopatas.

         Daí decorre também o segundo conceito criado por Lobaczewski, a patocracia, definida como o modo como os psicopatas influenciam no avanço da injustiça social, e com isso, abrem caminho para a tomada do poder.

         As características concretas a definir ambos os conceitos estão em toda a parte, desde a extrema desigualdade perante as leis de uns grupos em relação a outros, como no desejo contínuo de controlar os meios de comunicação; passando por corrupção generalizada, e, no caso atual, feita pelos mesmos personagens de volta ao poder; a supressão do individualismo; a valorização de artes e artistas que se enquadram no novo modelo. Nesse caso aqui abre-se um parêntese para lembrar que o atual governo destinou R$ 16 bilhões da Lei Rounet, com foco para artistas que o apoiam.

         Há ainda o empobrecimento dos valores morais, como é o caso da destruição da família, da religião, do conceito de pátria; a ideologia fanática; a intolerância e a suspeita aos que pensam diferente; o controle centralizado; prêmios para delatores; e pouca ou nenhuma transparência com o governo adotando medidas secretas e com alto controle interno.

         Governo paranoico, com legislação excessiva e arbitrária, e com o poder de decisão da sociedade removido; hipocrisia e desprezo para com os cidadãos. Governo exercido pela força, pelo medo, pela exploração da sociedade por meio de impostos e encargos excessivos, pela restrição da vida espiritual, considerada como doutrinação, pela divisão arbitrária das pessoas, por cor, sexo, credo e a instigação da luta entre eles; além da supressão da liberdade de expressão e de debates públicos e protestos, bem como pela violação de direitos humanos, como verificado no caso dos milhares de presos do 8 de janeiro passado, com detenção sem acusação formal, tortura e abusos.

A frase que foi pronunciada:

“De fato eles podem imitar sentimentos, mas os únicos sentimentos reais que parecem ter – aquilo que os move e os leva a representar diferentes dramas para o efeito – é uma espécie de “fome predatória” pelo que querem.”

Andrzej Lobaczewski

Divisas

O engenheiro paulista João Conrado do Amaral Gurgel apresentava, no programa Silvio Santos, o primeiro carro elétrico do Brasil. Era o ano de 1974. Assim como Gurgel, milhares de gênios brasileiros são humilhados e desprezados pelas nossas autoridades.

João Augusto do Amaral Gurgel apresentando o Itaipu no Programo Silvio Santos

 

Manha

Pela história de Brasília, escrita por Ari Cunha nesta coluna, em 1962, mudamos pouco ou nada de lá para cá. Pior é que muitas tendas distribuídas na região do Plano Piloto são habitadas por cidadãos que têm casa. Pegam as crianças e começam o acampamento pela manhã, à espera de caridade.

Foto: globoplay.globo.com

 

Concentração

Um acidente raro na L4 Norte ontem à tarde. A via foi interditada porque ciclistas causaram o acidente entre si. Concentrados em velocidade, normalmente com a vista baixa, o elemento surpresa foi suficiente para o estrago. Clavícula, ombro, braço foram as partes mais atingidas. O Corpo de Bombeiros chegou rápido ao local e transportou os feridos mais graves para o hospital Home.

Foto: CBMDF/Divulgação

 

História de Brasília

A polícia não demonstrou o mínimo desejo de cooperar com a cidade, evitando a proliferação de barracos. Efetivamente sua missão é outra, e desde que haja disposição em não ajudar, calaremos a bôca. Vamos bater noutra porta, contando que o Plano Pilôto não seja tão prejudicado. (Publicada em 28.03.1962)

Dor que vem da ilusão

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Foto: Bigstock

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  Especialistas em movimentações financeiras e peritos em seguir os intrincados caminhos tomados pelo dinheiro de origem duvidosa e suspeita, sabem muito bem que o crescimento exponencial dos ambientes de jogos de azar no Brasil veio para complicar o trabalho da polícia, ao mesmo tempo em que vai aplainando as trilhas operadas pelo crime organizado.

          Ninguém, em sã consciência, pode acreditar que a expansão das casas e sites onde a jogatina corre solta veio para contribuir com impostos e geração de mais empregos, ajudando, assim, o crescimento da economia do país. Jogos de azar, por sua própria denominação, representam azar e perda para a imensa maioria daqueles que gostam de fazer apostas, e, ao contrário, muita sorte e ganhos fáceis para os proprietários desses estabelecimentos, sobretudo os ocultos.

         Na ponta do sabre da lei, esse tipo de negócio opera com trinômio: desonestidade, esperteza e impunidade, e vem na esteira da leniência de nossa Justiça e na corrupção que infesta muitos setores ligados à fiscalização dessas atividades.

         Para o cidadão de bem, que foge desses ambientes viciosos, a expansão desse tipo de negócio irá favorecer o fortalecimento financeiro dos grupos ligados ao crime organizado. Trata-se, para muitos críticos dessas atividades, de uma verdadeira lavanderia de dinheiro, instalada a céu aberto e com a proteção e complacência do Estado.

         É preocupante notar que, num país com tantas dificuldades, algumas delas já vencidas há séculos pelos países desenvolvidos, os jogos de azar venham ganhando popularidade. Como é fácil enganar a população, sobretudo aquela formada por indivíduos com pouca escolaridade. Políticos e empresários favoráveis a essas atividades sabem disso. Os cassinos online no Brasil estão por todo o lado, ao simples acionar de uma tecla, e vêm fazendo estragos às economias das famílias.

         País subdesenvolvido como o nosso e que parece ser, cada vez mais, resultado de um projeto político medonho muito bem pensado é o paraíso para a jogatina. Sabedores dessa espécie de zona franca estabelecida pelos jogos de azar, empresas estrangeiras, vieram para cá, cheias de planos e vontade de ganhar dinheiro fácil. O Brasil, terra de nosso Senhor, já conta com aproximadamente seis centenas de sites de apostas, onde circulam livremente centenas de milhões de reais.

         Com as facilidades oferecidas pelo mundo digital, a construção de cassinos reais ficou para trás e hoje quase 40% dos apostadores online jogam fora seus recursos, em cassinos virtuais. A roleta, o blackjack, jogos de mesa e caça-níqueis fazem a ilusão dos apostadores e a alegria de muitos empresários ligados à contravenção e outros crimes.

         Junto ao Congresso e ao governo, os lobbies seguem forte e a questão ganha prioridade junto aos políticos, sobretudo aqueles que gostam de dinheiro. Dizer que a taxação dessas casas de apostas irá para seguridade social, esportes ou turismo é desculpa daqueles que sabem que isso jamais irá ocorrer. Jogos de azar, por sua tradição e história, estão ligados umbilicalmente à contravenção e ao crime, sendo muito mais motivo de preocupação do que de distração.

         Aposentados e outros pequenos poupadores são atraídos para esses jogos e sugados em suas economias. O cartão de crédito e o Pix facilitam toda a transação e prejuízo, para esses apostadores. Gente famosa, entre jogadores e artistas são contratados para servir de chamariz para esses negócios. Empresas de jornalismo e a mídia como um todo é patrocinada com o dinheiro desses novos cassinos.

         Ninguém ousa falar a verdade sobre o que ocorre. Nunca foi tão fácil apostas em jogos de azar no Brasil, anunciam esses empresários e amigos do alheio. Falar em transparência nesses negócios é outra falácia ou música para boi dormir. Nunca haverá luz do Sol sobre essas atividades, pois elas operam no escurinho, à meia luz ou à luz de velas, num clima romântico semelhante àquele existente nos Estados Unidos durante a Lei Seca.

         Pelos smartphones, os apostadores fazem sua fezinha onde quer que estejam, mesmo durante o horário de expediente. No Brasil, quase 100% dos apostadores fizeram seus jogos via smartphones. Também o Pix já representa quase 100% das operações de depósitos por ocasião das apostas.

         O Governo Federal, que mantém suas loterias e casas de jogos abertas por todo o país e comandadas pela Caixa Econômica, finge não ver a transformação do Brasil num imenso cassino virtual, com o dinheiro da população correndo a rodo para o bolso desses empresários espertalhões. Não há como negar que a população em geral sente um certo prazer mórbido em ser iludida por políticos e por esses novos bicheiros.

A frase que foi pronunciada:

“O idiota útil, por definição, é idiota demais para saber que é útil e quem o utiliza.”

Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho. Foto: Reprodução

Por que será?

Num consultório, um senhor pediu para trocar o canal para qualquer noticiário, pois aquela música dava nos nervos. A resposta da atendente foi uma surpresa. “A doutora nos proibiu de mudar de canal. Ao lado, há um consultório de psicologia para crianças e elas não podem assistir notícias pela TV”.

Foto: Thinkstock / VEJA

 

História de Brasília

No mais, tudo ausente. Os processos paralisados, e todo o mundo no Rio acompanhando a fofoca do Segadas Viana com o cel. Ardovino, e ficando mais perto da briga Jânio-Carvalho Pinto. Assim começamos a semana. (Publicada em 28.03.1962)

Plano Nacional de Educação

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

         Em janeiro próximo, uma conferência convocada pela Presidência da República poderá alterar, significativamente, os rumos da educação no Brasil, caso as chamadas pautas progressistas, propostas por entidades como a CUT e o MST, venham, de fato, a ser implementadas dentro do Plano Nacional de Educação 2024-2034.

         Para alguns poucos educadores, que estão de olho nesse absurdo e discordam frontalmente da possibilidade de  pautas ideológicas comporem as diretrizes desse e de quaisquer outros Planos de Educação, essa iniciativa pode prejudicar a educação no país, empurrando os alunos para as piores classificações nos certames internacionais de ensino aprendizagem, se é que isso seja possível, e transformar as escolas públicas brasileiras numa espécie de puxadinhos do partido no poder, submetendo os alunos a uma lavagem cerebral perigosa e desnecessária. Caso essas propostas venham a ser aprovadas no Conselho Nacional de Educação (CONAE), a quem cabe decidir sobre os rumos do PNE, nos próximos dez anos, será decretado o fim da educação no Brasil, como a conhecemos, e o começo de um processo estratégico, que fará das escolas do país, não ambientes democráticos e voltados para o crescimento humano, mas em centros de doutrinação e de formação de verdadeiros militantes de esquerda, prontos para agirem sob o comando do partido instalado no poder.

         O mais preocupante é que não se ouvem vozes balizadas, nem mesmo nas universidades, ou dos acadêmicos sobre esse absurdo. Até mesmo a mídia tem ficado calada sobre mais essa tentativa de arruinar a já tão combalida escola pública brasileira. Para tanto, caravanas de militantes, vindas de diversas partes do país, estarão em Brasília, sob o comando da CUT e do MST preparando e discutindo propostas e políticas públicas educacionais, que, posteriormente, serão absorvidas pelo Ministério da Educação e postas em prática para serem devidamente desenvolvidas em sala de aula nos quatro cantos do país.

         Quaisquer outros atores, nesse processo de transformação da educação em doutrinação, e que não comungam com o ideário das esquerdas, foram convidados ou sequer avisados desse encontro. Pelo documento-base vazado dessa conferência, é possível ler que “se faz urgente a contraposição efetiva do Estado, nas suas diversas esferas federativas, às políticas e propostas ultraconservadoras.”

         Na mira desses militantes, travestidos de educadores e democratas de um lado só, estão, além do fim das escolas militares, o chamado homeschooling ou a educação familiar. Aliás, as famílias e sua constituição natural e cultural também são alvo desses militantes.

          Quem possa pensar que essas ações não irão longe, é preciso lembrar que os colégios cívico-militares estão sendo desconstituídos pelo governo em todo o país, mesmo contra o que deseja a população. Na Câmara dos Deputados, tramita o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 56/23 que revoga o decreto que criou, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).Em entrevista ao jornal Câmara Notícias os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Fernando Mineiro (PT-RN) argumentam a revogação do Decreto defendendo que a gestão escolar deve ser feita por profissionais da educação. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação não prevê a possibilidade de que seja exercida por militares, cujas responsabilidades funcionais são distintas dos profissionais da educação”, pontuam.

          Outro alvo predileto desses agitadores da educação é o agronegócio, apresentado para os alunos como um mal a ser erradicado. Para aqueles que estão antenados aos seguidos ardis da esquerda em nosso país, a ideologização do ensino, com conteúdo claramente doutrinário de esquerda, segue tática antiga, proposta pelo teórico italiano Antonio Gramsci (1891-1937), criador da chamada hegemonia cultural, que propunha a necessidade de educar os trabalhadores para formar uma base para as esquerdas. Para ele, a revolução comunista deveria ser iniciada nas escolas desde os primeiros anos de estudo. Trata-se de um caminho já percorrido e conhecido pela humanidade, que levou, durante o século XX, mais de 120 milhões de indivíduos ao encontro da morte e da miséria.

A frase que foi pronunciada:

“Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes, nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa”.

Frase do item 9 do “Decálogo de Lenin”, enviada por Joanir Serafim Weirich

Ilustração: Reprodução do site do PCB

 

Coco Verde

Um dos maiores desperdícios nacionais é o coco verde. Sem aproveitar a fibra inigualável, o Brasil perde divisas. As fibras do coco têm inúmeros usos. A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica FortalMag, desenvolveu uma tecnologia de processamento das cascas de coco verde que pode ser implementada em todas as áreas produtoras de coco no território nacional. Além de reduzir a disposição inadequada de resíduos sólidos, proporciona uma nova opção de renda para as regiões produtoras.

Foto: Noroes, Claudio

 

História de Brasília

A ausência do governo é total. Os jornalistas chineses iam embarcar para a Bahia ontem de manhã. Receberam a informação de que o presidente João Goulart os receberia, mas no rio. (Publicada em 28.03.1962)

Dominância fiscal

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Charge: Ricardo Manhães

 

         Ninguém precisa ser graduado em economia para perceber e sentir, no bolso, que a inflação voltou com força, principalmente neste último trimestre. Para tanto, basta fazer uma visita ao supermercado ou a um shopping para se certificar de que os preços em geral estão com forte tendência de alta.

         A inflação prevista para este final de ano gira em torno de 5%. Para o ano que vem, os números iniciais fixam uma inflação no mesmo patamar. As causas, segundo os economistas, estão na disparidade entre as receitas e os gastos. A previsão para fechar o ano de 2023 é que o país feche o ano com um déficit de R$ 203 bilhões.

          Também as estatais, defendidas a todo custo pelo atual governo, deverão fechar este ano com um rombo superior a R$ 6 bilhões. Em qualquer direção que o cidadão possa observar a economia, os números que surgem são sempre negativos. As donas de casa sabem muito bem que os preços dos alimentos estão subindo por causa das más ações do atual governo na economia. Sabem também que se não fosse o agronegócio, tão demonizado pelo chefe do Executivo, os preços estariam muito mais altos e haveria escassez de produtos nas prateleiras.

         Não há o que comemorar nessa área. Com relação às contas macroeconômicas, é preciso lembrar que a dívida bruta, relativa ao Produto Interno Bruto (PIB) subiu para 74,7%, em outubro deste ano, atingindo R$ 7,9 trilhões. E é aí que mora o perigo. Ao contrário do que afirma o governo, a atual gestão não herdou um país com economia no vermelho. O governo passado deixou um superávit de R$ 26,3 bilhões. Ou seja, saiu e deixou dinheiro em caixa.

         Atualmente as receitas nominais, juntamente com as receitas reais, estão indo ladeira abaixo. Tanto o mercado financeiro, ligado na atual situação da economia do país, como o Banco Central já projetam um endividamento de 89% a 90% em 2032.

         De acordo com analistas, a chamada PEC da Transição, imposta pelo governo assim que assumiu o mandato, poderá fazer com que a dívida pública alcance 90% do PIB, ainda no mandato do atual governo. Caso essas projeções se confirmem o país adentrará para um novo e perigoso momento. A partir de um ponto tão alto como esse, as políticas monetárias, que nada mais são do que as ações adotadas pelo governo na economia, passam a não surtir mais quaisquer efeitos práticos. Mesmo a existência de uma equipe econômica no governo passa a não ser mais necessária.

         A partir desse ponto, o que prevalece, mesmo sem efeitos, são decisões paliativas e o país passa a se ver numa espécie de encruzilhada ou labirinto sem saída. Para controlar tal situação, de nada adianta aumentar os juros para controlar a inflação, porque a dívida explode. Do mesmo modo, de nada serve diminuir os juros para diminuir a dívida, porque a inflação irá também explodir.

         Nesse estágio, que os economistas classificam como Dominância Fiscal, até mesmo a existência de um governo fica sem sentido, porque não há mais o que ser administrado e controlado. O desequilíbrio das contas públicas não é segredo para ninguém. Contudo, o que pouca gente sabe, é que o descontrole dos gastos, como observado desde janeiro deste ano, aumentam as chances de o Brasil perder o controle da situação, arruinando a economia interna a tal ponto que a confiança internacional deixa de existir. A saída do atual presidente do Banco Central e sua substituição por alguém mais afinado com o modelo desse governo, é outro fator que pode acelerar a chegada da Dominância Fiscal. A perda do equilíbrio fiscal é uma possibilidade cada vez maior graças à falta de prudência do governo com a economia.

         Num cenário como esse, em que o beco sem saída se aproxima, o melhor é providenciar logo uma proteção das economias de cada um. De preferência longe do alcance do governo. Isso é, para quem pode fazê-lo.

 

A frase que foi pronunciada:

“O sindicalismo não é socialismo. É o capitalismo do proletariado.”

George Bernard Shaw

George Bernard Shaw. Foto: wikipedia.org

 

Pobreza

Uma senhora simples, à vontade ao microfone, confessou ao candidato Lula a falta que faz um jumento ou um cavalo para o transporte no interior. Trocar os animais por moto ou carro seria viável se o combustível fosse mais barato que o capim. O resultado é que quem conseguiu comprar um carrinho agora tem só a carcaça no quintal. Sem gasolina virou sucata. O jeito é suar e carregar peso enquanto os animaizinhos curtem uma sombra à beira do rio.

 

Novidade

Escola do Clube do Choro abre inscrições para diversas modalidades de performances. Instrumentos, canto popular, teoria musical, percepção musical. Vale conferir no portal escoladechoro.com.br/cursos-e-matrículas.

 

Mais quantidade

Por falar em música, a Escola de Música de Brasília deu uma enxugada no currículo dos alunos que vão levar menos tempo para se formar. Na reunião sobre o assunto, não adiantou o protesto de professores. O veredito foi dado de instâncias maiores. Uma pena para a qualidade dos profissionais que de lá saírem.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

 

História de Brasília

O melhor advogado de Taguatinga está às voltas com a polícia, que recebeu uma informação, segundo a qual o sr. José Braz Gomes não pertence à Ordem dos Advogados. (Publicada em 27.03.1962)

Razão e fé

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Foto: brasil.gov.br

 

          Não se sabe ao certo porque as chamadas Unidades de Conservação (UC), espalhadas por todo o Brasil, sobretudo na parte norte do país, possuem essa denominação se o próprio governo, por meio de leis de cunho ambiental, permite que essas áreas possuam concessões para a exploração mineral e madeireira, notem, em escala industrial, tanto para a comercialização interna, como para o exterior.

          São commodities originadas de recursos naturais finitos. O rastro deixado por essas atividades, formado, em sua maioria, por imensas clareiras e buracos na floresta, decretam o fim de um bioma riquíssimo, transformando, ao mesmo tempo, em potenciais áreas desérticas e irrecuperáveis. Somente o custo para minimizar os impactos ecológicos desses latifúndios de escombros supera, em centenas de vezes, os lucros obtidos com sua destruição.

         O pior de tudo é observar que é o Estado o indutor desse tipo de política, dentro da conhecida engrenagem de estatização dos lucros e da repartição dos problemas para a população. É um modelo que se arrasta há décadas e que não trouxe, até hoje, benefícios duradouros e reais para as populações próximas a esses empreendimentos.

          Se são áreas cuja denominação diz ser de Conservação, a pergunta que fica é que tipo de conservação é possível num sistema que deixa para trás um gigantesco processo de terra arrasada e que acaba resultando em mais miséria ainda.

         O Estado, por sua natureza, não possui a capacidade de criar riquezas, obtém-na por meio de alienação de terras, que abrigam biomas só encontrados em nosso país. Não é de hoje que multinacionais dos mais variados cantos do planeta, até mesmo de países que alardeiam serem os paladinos na defesa do meio ambiente, estão explorando, sem dó ou piedade, grandes áreas no norte do país.

          Os recursos obtidos com essa verdadeira razia ao nosso meio ambiente vão direto para os cofres do governo, deixando as populações que, na teoria, iriam ser beneficiadas com essa exploração, cada vez mais empobrecidas.

         Comunidades ribeirinhas, tribos indígenas e pequenos núcleos urbanos nos arredores desses empreendimentos multimilionários continuam à mingua, entregues aos cuidados de ONGs, que se aproveitam, desse modelo perverso, para arrancar ainda mais recursos que deveriam atender, primordialmente, essas populações. Percorrer essas áreas, próximas às mineradoras ou próximo aos madeireiros, é presenciar a miséria e a carência absolutas, resultantes de um sistema que, longe dos olhos do mundo, explora e expropria as famílias locais, sem comiseração alguma.

         Enquanto as mais modernas tecnologias, em forma de máquinas, extraem, em volume industrial, as riquezas dessas regiões, as populações locais sobrevivem com os mesmos manejos dos tempos coloniais, através de extrativismo, caça e pesca. Isso enquanto ainda restam áreas propícias à essas atividades primárias.

         Países como a China, com populações numerosas na casa de bilhão, extraem o que podem dos recursos naturais dessas regiões do país, pois sabem da leniência do governo, da falta de fiscalização eficaz e do amor pelo dinheiro que sucessivos governos nutrem por dólares. Para uma situação que, por si própria, já é calamitosa, ainda temos que destacar que o atual governo, por sua confissão pública de que o patriotismo é tudo aquilo que ele historicamente aprendeu a combater, fica a apreensão de que a defesa dos valores e das riquezas nacionais, dentro do conjunto que conhecemos por pátria, estão em péssimas mãos.

         Sem esse sentido de amor e de proteção pelo que é nosso, toda e qualquer política que fale em defesa do meio ambiente e das populações em seu entorno é falsa e desprovida de razão e fé.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A terra não pertence a nós; nós pertencemos à Terra.”

Marlee Matlin

Marlee Matlin. Foto: Meagan Shuptar

 

Outro lado

Mesmo com todas as campanhas educacionais que favorecem o respeito ao ciclista, quem pedala não respeita o trânsito. Anda na contramão, não usa sinalizadores, rejeita a ciclovia. É hora de reavivar as campanhas de conscientização dos próprios ciclistas.

Foto: mxbikes.com

 

Educação e Saúde

Anos e anos de Covid, pandemia, pessoas privadas do ir e vir. Mesmo depois de toda essa experiência aterradora, as pessoas continuam a espirrar sem o mínimo de preocupação. Aparam os germes com as mãos e depois pegam em tudo ou espirram sem proteção alguma, dando uma chuveirada em quem estiver por perto. Atitude inimaginável em países desenvolvidos. Está na hora de uma campanha educativa do Ministério da Saúde e Ministério da Educação mostrando que espirrar na dobra do braço é o melhor para todos.

 

História de Brasília

As questões de terras em Taguatinga estão pegando fogo. Há lotes com vários donos disputando a unhas e dentes, e, agora, o deputado José Menck levou a melhor contra a Caixa Econômica, que vai recorrer judicialmente. (Publicada em 27.03.1962)

Servindo a dois senhores

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Foto: Marizilda Cruppe / Greenpeace

 

          Deus, tenha piedade de nós! Livra-nos da vergonha. Principalmente em fóruns internacionais, onde as mídias sociais interligadas mostram, em tempo real para todo o mundo, que andamos ainda, desde o século XV, em círculos, em busca de uma identidade como nação.

         Poupe-nos dos vexames e não deixais que nossas autoridades caiam na tentação de acharem que são mais espertas do que o resto do mundo. Livra-os também do vício da mentira. E não permita que cenas patéticas, de choro sem sentimentos crie, no imaginário do mundo, uma ideia errada do que somos como povo.

         Orando dessa forma, quem sabe, Deus e o mundo possam nos redimir da falta de compromisso e seriedade com que nossos representantes encaram as mais urgentes agendas e promessas globais. Inflar dados e estatísticas, alterando os números superlativos sobre queimadas e derrubada de matas nativas, mesmo ignorando que o mundo assiste agora a capital do Amazonas, Manaus, afogada em densas nuvens de fumaça, resultante das maiores e mais dispersas queimadas dos últimos 25 anos é, no mínimo, uma ousadia desprovida de inteligência.

         Pior é que para não ficar feio e deselegante, o mundo finge acreditar. No íntimo, o mundo presente na COP28 sabe que nossa floresta tropical, por sua imensidão territorial e mesmo pela falta de zelo histórico com que cuidamos desse patrimônio, pertence tanto ao Estado brasileiro como às centenas de ONGs que agem no local, como aos madeireiros financiados por indústrias internacionais, como aos garimpeiros, aos contrabandistas de espécies vegetais e minerais, como as mineradoras multinacionais, como as facções criminosas que operam naquela região e a muitos outros parasitas que por aquelas bandas vagueiam em busca de riqueza fácil.

         A Amazônia já é do mundo. Caiu na vida. Afirmar que a atual gestão do país vai salvar a Amazônia e a reputação do Brasil sobre esse problema é uma mentira pueril. O fato, e os satélites mostram a destruição com precisão, quase um quinto da floresta amazônica já desapareceu e apresenta hoje uma realidade quase irreversível. Ainda assim, as motosserras não param de zunir dia após dia. O mundo sabe desse problema e o compara com que dizem nossas autoridades do alto das tribunas. O final não bate. Não coaduna. E não adianta colocar a culpa no fenômeno El Nino.

         O discurso para a COP e para o mundo, com promessas de que a onda de desmatamento irá cessar em 2030, juntamente com a Agenda da ONU, não encontra respaldo interno pelas condições precárias da economia do país e tão pouco conta com o entusiasmo das autoridades, muitas delas pouco afeitas às questões ambientais e a desafios dessa natureza.

         É preciso combinar antes com esses atores que lá estão dilapidando essas riquezas e com os políticos dessas regiões, que fingem nada saber. Mesmo diante de tantas promessas em favor de uma economia verde, bastou um convite, feito pelos xeques do petróleo no mundo, para que o Brasil, por meio da Petrobras, faça parte do grupo da Opep+, para que os olhos de nossas autoridades brilhassem como ouro faiscando e caíssem as fantasias.

         Às favas, a preservação e as emissões de gases do efeito estufa provocados pela queima do produtos fósseis. Nossos representantes não conseguiram esconder o entusiasmo com o convite e até ensaiam criar uma Petrobras no Oriente Médio. A adesão àqueles que representam hoje os antípodas do combate ao efeito estufa veio da forma mais singela e marota: “Acho importante a gente participar, porque a gente precisa convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis”, disse o presidente do Brasil. “E se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram para fazer investimento… Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer isso.”

 

 

 A frase que foi pronunciada:

“A economia é clara: a mudança global para as energias renováveis é inevitável. A única questão é quanto aquecimento o nosso planeta suportará antes que isso aconteça.”

 Secretário-Geral António Guterres em comentários na abertura da Cúpula Mundial de Ação Climática COP28

Erramos

Em carta, leitor nos corrigiu com propriedade na coluna intitulada Desabrigados pelo Marco Temporal. Dissemos, à certa altura, que o STF declarou ser constitucional o Marco Temporal quando é justamente o contrário.

Foto: cimi.org

 

Burocracia

Medical Center, edifício de atendimento clínico, resolveu cadastrar as pessoas que entram no prédio causando um transtorno enorme. Fila longa e pacientes sem poder comparecer no horário marcado.

Foto: dfimoveis.com

 

Interesses

Continua o transtorno com a falta de comunicação entre instituições. Aposentados que precisam retirar o dinheiro do banco recebem orientações truncadas por todos os lados, dificultando o acesso ao direito que lhe cabe. INSS, bancos e empresas com ruídos na comunicação.

Foto: Getty

 

Compromisso

No dia 10, na Igreja do Perpétuo Socorro de Taguatinga, 19h, o coral do Senado cantará músicas natalinas e a Missa de Palmeri. Nada de surpresas que desagradem leigos ou a comunidade cristã.

Cartaz publicado no perfil oficial no Instagram da Paróquia Perpétuo Socorro

 

História de Brasília

Os ônibus da TCB que servem à L-2 atrasam comumente seus horários, deixando os passageiros ao sol, esperando quase uma hora. (Publicada em 27.03.1962)

Desabrigados pelo Marco Temporal

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Foto: cimi.org

 

          Seguindo fielmente os rastos da insegurança jurídica, impressos e disseminados em nossa sofrida terra, fruto de decisões sem lastro na realidade nacional, eis que nos é apresentada, agora, a filha bastarda mais nova de todo esse atropelo nas leis que vêm fragmentando e flagelando o país nesses últimos anos. Trata-se aqui da insegurança jurídica no campo, fruto podre de decisão, que tem, nas guias da ideologia política, sua linha mestra ou seu guizo.

         Quem teve a oportunidade de ler obras seminais como “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa e “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, ambas do período modernista e que buscavam redescobrir o Brasil real além das cidades, por certo, encontrará verossimilhança ao assistir a um vídeo que flutua agora nas redes sociais, mostrando um garoto franzino, de idade incerta, mas que aparenta ter pouco mais de 13 anos e que. há dias, vem perambulando pelas estradas ermas ou corredores rurais sem fim, conduzindo, sem destino, uma boiada, igualmente esquelética e sem brilho nos olhos.

          A um interlocutor que questiona e filma toda a cena, o menino, transformado em homem gigante pelas condições de uma vida bruta, responde com timidez o que faz ali, sozinho, nesse fim de mundo, tangendo as poucas cabeças de gado de seu pai em busca de pastos ou repouso. Segue o diálogo: “Meu fi, de quem é esse gado?” “De meu pai”, responde o menino. “O que foi, você está na estrada aí, moço?”, segue o interlocutor. “Não tem lugar prá ir. A gente tava ali na Apyterewa” (considerada agora reserva indígena, segundo decisão do Supremo, que tornou constitucional o chamado Marco Temporal, desapropriando à força todas as terras ocupadas há décadas pelo homem branco, devolvendo-as, de modo atabalhoado, as nações indígenas). “Vieram os homens e expulsaram todo mundo. Nós só tinha o gado e o pasto”, completou o menino.

          De uma hora para outra, centenas de famílias dessa localidade, situada entre os municípios de São Felix do Xingu e Altamira, no Pará, perderam tudo para os índios e agora vagam sem destino nos corredores infinitos daquela distante e conflituosa terra do Norte. “Faz dias que você está nesse corredor?, segue o interlocutor. “Faz uma quatro semanas.”. “Vai levar o gado pra onde, moço?”. A criança diz: “Vou deixar no corredor, num tem lugar pra” pôr”. Tá dormindo onde?” “No corredor”, responde o menino. “Então, cê está na estrada vigiando gado?”. “Tô.”

         Em muitas outras localidades, perdidas nos confins do Brasil, a história vem se repetindo, com famílias anônimas sem ter, de uma hora para outra, para onde ir. É esse o Brasil real que boa parte da mídia não mostra e que as autoridades fingem desconhecer ou simplesmente lavaram as mãos. Desapropriar terras é fácil, quando essa decisão tem como esforço apenas o desenho feito pela caneta numa folha de papel. Outra bem mais difícil é concretizar esse tipo de lei, conferindo as devidas responsabilidades ao Estado, que seria, nesses casos, dar novas terras aos desabrigados, impedindo injustiças e fazendo o que mandam as leis, que é estabelecer o equilíbrio e a harmonia das partes.

          Assim como existem hoje os desabrigados por enchentes, barragens e outros acidentes naturais e por causas humanas, temos hoje os desabrigados pela desapropriação de terras impostas pelo Marco Temporal e que vão se juntar nessa fila imensa na espera de reparação, que possivelmente jamais virá.

A frase que foi pronunciada:

“Eu digo que a democracia só é útil lá para que possa transmitir e florescer e dar frutos nas maneiras, no formas mais elevadas de interação entre as pessoas e suas crenças – na religião, literatura, faculdades e escolas – democracia em toda a vida pública e privada…”

Walt Whitman

Walt Whitman, fotografia de Mathew Brady.
Biblioteca do Congresso, Washington, DC

 

Vermelho

Dois semáforos com problemas apontados por leitores. O primeiro, na saída do Setor Bancário Norte para o Eixinho. Passa 3 minutos vermelho para todos os sentidos; e o segundo, do outro lado do Pão de Açúcar, onde passageiros perdem a condução por não conseguirem fazer a travessia a tempo.

 

Lembranças

Emoção assistir vídeo dos mil quilômetros de Brasília de 1970. O clima, as vestimentas, as pessoas famosas que aparecem com a simplicidade que Brasília nasceu. Veja, a seguir, e sinta emoções e saudades.

 

Deleite

Em um passeio pelo Eixão Norte/Sul, em diferentes épocas, podem-se colher abacates, mangas, jacas, goiabas, amoras, jambo e tantas outras frutas. Esse é um passeio interessante que poucos turistas conhecem.

Foto: Agência Brasil

 

História de Brasília

A razão para o que ocorre, é que o deputado, sendo cearense, trouxe, de sua terra, uma cozinheira que prepara excelentes tapioquinhas de côco, e a afluência de amigos não é devido a outra coisa, senão a uma demonstração pantagruélica, com variações para a mandioca. (Publicada em 27.03.1962)