Um passivo de morte para as próximas gerações

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: blog.aegro

 

Quem quer se iludir e se encantar com os pretensos lucros imediatos que o agronegócio tem trazido para a tão festejada balança comercial pode seguir tranquilo em seu delírio. O que não se pode, em hipótese nenhuma, é destruir e comprometer irremediavelmente o bioma brasileiro, como se tem visto até aqui, às custas de monoculturas para a exportação, que remete o Brasil ao período colonial, a cinco séculos atrás, quando nosso país se inseriu, como economia complementar da metrópole, dentro do que preconizava o capitalismo mercantilista.
Esse tempo, que se pensava ter ficado num passado longínquo e que tanto exauriu nosso país em troca de lucros, que também se desmancharam no ar, está de volta. Dessa vez, potencializado por máquinas gigantescas, que aceleram o processo de degradação e de contaminação do solo. Vivemos uma revolução agrícola às avessas, com todos os malefícios que essa atividade pode render num futuro que vai chegando de mansinho, encoberto pelo manto mágico dos agrodólares.

Tão enorme quanto esse apetite pela produção agrícola são os meios usados para que essa atividade não sofra processo de descontinuidade. Na mídia, no parlamento, no governo e em praticamente todos os canais institucionais existentes, inclusive nos diversos órgãos de controle do país, todos os esforços são empreendidos para que esse tipo de agricultura arraste terras, prossiga sua marcha.

O lobby é poderoso e desafia qualquer um. A censura e a repressão contra aqueles que ousam protestar em nome do futuro são pesadas. Cientistas e pesquisadores renomados, que, há anos, estudam esse fenômeno de pauperização da nossa biodiversidade, são publicamente enxovalhados. O desmantelamento dos órgãos que poderiam fiscalizar de perto todas essas atividades perversas foi feito dentro de um plano preestabelecido para ocultar as irregularidades que, seguidamente, aconteceram. Nunca, em tempo algum, a indústria de pesticidas e de produção de espécies transgênicas, lucraram tanto.

Biomas, como é o caso do cerrado, onde o agronegócio reina absoluto, impávido e intocável vão virando cinzas. O conhecido cientista Carlos Afonso Nobre, especialista nos fenômenos do aquecimento global, há anos, alerta para o processo de savanização de extensas áreas do cerrado e das bordas da região amazônica. Segundo ele, estamos há menos de duas décadas de distância para que isso ocorra, de forma irreversível e descontrolada.

As estações secas vão se prolongando cada vez mais, com o clima úmido dando lugar ao clima de savanas e a extinção das espécies da Amazônia. “Já desmatamos 1 milhão de metros quadrados na Amazônia, cerca de 800 mil quilômetros e a região tem uma produtividade que é 1/4 a 1/5 da produtividade de um estado como São Paulo”, alerta o cientista, ao acrescentar que 70% das emissões de CO² do Brasil vem do desmatamento e do agronegócio. Estamos em rota direta contra uma tragédia anunciada.

Somados, o agrobusiness, os grileiros, os garimpeiros, os contrabandistas de madeira e minérios, juntamente com a cobertura política que recebem em várias instâncias do Estado, estão, segundo Carlos Nobre, propondo uma espécie de crime organizado que é hoje uma verdadeira potência, um “PCC Amazônico”. O pior, para esses malfeitores, é que os efeitos desse crime continuado por décadas não podem ser escondidos da população, que, todo ano, assiste ao aumento das queimadas e das ondas crescentes de calor e de estiagem.

O mais penoso é saber que esse tipo de crime ocorre, também, simultaneamente em todo o Brasil. No Sul, os vinicultores, que produzem vinhos finos, estimam em mais de R$ 200 milhões os prejuízos causados pelos defensivos do tipo 2,4-D, usados em larga escala nas lavouras da monocultura da soja e que envenenaram grande parte das parreiras naquela região, impossibilitando a produção de vinhos, justamente num momento em que aquelas áreas tinham obtido o certificado de região demarcada.

A expansão da soja na região, toda ela para exportação para a China, inviabilizou outras colheitas, o que depõe contra a qualidade dos vinhos do Sul, tornando o produto totalmente impróprio para o consumo, interno e externo. O produto final de toda essa incúria criminosa é que o aumento paulatino das ondas de calor, vai, mais e mais, conduzindo as terras brasileiras rumo a desertificação e a consequente perda de capacidade de plantio.

Quando isso ocorrer, os verdadeiros protagonistas internos e externos, terão garantido sua parte nos lucros e esse será um problema, sem solução, sine die e sem condenados, empurrado para as novas gerações como um passivo de morte.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Ninguém está qualificado para se tornar um estadista que desconhece totalmente o problema do trigo.”
Sócrates, pensador ateniense

Sócrates – A estátua de Sócrates na Academia de Atenas. Obra de Leonidas Drosis (d. 1880). Foto: wikipedia.org

 

História de Brasília
Era por isto: o “sindicato” da W-4 não dá guarida a ninguém que quer negociar a preços honestos. Eles fazem os preços, recebem verduras de São Paulo e desprezam o local para que, mantendo o comércio a preço alto, e sob regime de monopólio, possam sufocar os produtores locais. (Publicado em 20/1/1962)

Sem lideranças e sem coesão: o Brasil vai mal na pandemia

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Governador de São Paulo, João Dória. Foto: reprodução/Twitter

 

Estamos distantes ainda de um nível aceitável de Estado civilizado e coeso. Diferentemente de outros países desenvolvidos do Ocidente, onde, em tempos de aflição generalizada, sempre que o destino adverso pôs em  risco a integridade da nação, mais e mais, foi reforçado o sentimento geral de que a união de todos, em torno de um objetivo comum, era a solução ideal.

Não há fórmulas mágicas, capazes de restabelecer a normalidade de um país submetido a ameaças, ainda mais quando o que está em pauta é a sobrevivência de sua população. Em nosso país, o quadro é outro. Desde o início do anúncio da existência do vírus, o que já era um desassossego geral, por falta de estratégias racionais e uníssonas para enfrentar a pandemia, transformou-se numa rinha política generalizada.

Nesse cenário surreal, até mesmo a chegada da tão esperada e redentora vacina passou a ser utilizada, mesquinhamente, como palanque político, onde passaram a se exibir, um a um, os candidatos a paladinos da saúde. A desfaçatez com que passaram a utilizar a vacina como propaganda político e partidária deixou patente a todos que, mesmo sobre caixões de mortos, é possível erguer palanques para campanhas.

Essa é a diferença básica a demonstrar o quanto ainda temos que percorrer até chegarmos ao patamar em que estão outras nações no enfrentamento à pandemia. Nesta altura dos acontecimentos, não resta dúvida de que até a pandemia mortal pode ser colocada em segundo plano, quando o que está em jogo são das disputas por espaços políticos individuais.

No parlamento e mesmo na justiça, o assunto é secundário e só ressurge quando a questão põe em risco projetos pessoais. Um estrangeiro, que circulasse pelos corredores do Poder, ficaria estarrecido com o grau de alienação da maioria de nossas lideranças, num momento como esse. Pensaria, inclusive, que o país já estivesse livre da virose, tal a pouca importância que a questão desperta em cada um.

As eleições de 2022 se sobrepuseram à questão da pandemia. A tudo a população assiste, entre espanto e medo. Obviamente que os laboratórios internacionais, com a China na ponta, sabedores desse pandemônio em que o país parece mergulhado, por conta do vai e vem e das decisões sem projetos claros, irão cobrar preços altos pelas indecisões.

É preciso lembrar que o setor da farmoquímica internacional é, tradicionalmente, bafejado pela sorte e pelos lucros exorbitantes, toda a vez que uma pandemia se anuncia no horizonte, não sendo diferente nesse caso, onde a doença parece ter atingido o grosso da população mundial.

O noticiário geral dá como certo que, nessa batalha contra a pandemia, o maior perdedor venha a ser justamente o presidente da República, pela demora e pela insensibilidade com que tratou do tema desde o início. Nesse caso, tanto ele como o governador de São Paulo, pela exploração excessiva do assunto para fins eleitorais, igualam-se quando o assunto são as críticas da população à atuação de cada um.

Para complicar ainda mais um cenário que já é confuso o bastante, os exemplos vindos dos governantes e a seriedade ou não com que tratam essa questão acabam refletindo no comportamento da própria população que, pouco a pouco, vai relaxando nas estratégias de auto defesa, principalmente a população mais jovem, que vai se entregando aos antigos hábitos de aglomeração e de festas.

Sem coesão e sem lideranças capazes, não será surpresa se viermos a ocupar, no ranking da pandemia, a posição de liderança mundial em infectados e mortos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O segredo da gestão de crises não é o bem versus o mal, é evitar que o mal piore.”

Andrew Gilman, Presidente e fundador da CommCore, jornalista premiado e advogado.

Andrew Gilman. Foto: commcoreconsulting.com

 

Déjà-vu

Jornalismo é uma profissão muito fácil quando as coisas não mudam. Basta mudar o nome dos responsáveis. Observe o que diz a História de Brasília registrada por Ari Cunha no final desta coluna. Quase 60 anos, e a invasão de terras no DF continua na mesma. A premiação também.

Foto: correiobraziliense.com

 

Carpe Diem

Por outro lado, jornalismo se torna a profissão mais desafiante quando as vaidades das autoridades se sobrepõem aos interesses do Brasil. Nem que seja uma linha a mais no currículo, às custas de acordos escusos.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O regime de premiar os invasores com um lote, dar caminhão para transportar o barraco ajudar de custo, afora ser dispendioso demais, é aviltante, porque premia os que apossam do que não lhes pertence. (Publicado em 20/01/1962)

Tempos de guerrilha

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Charge do Zé Dassilva

 

Em meio a mata e em terrenos de difícil visibilidade, é comum que as tropas e pelotões, envolvidos em batalhas, fiquem atentos às recomendações das cartilhas de guerrilhas que ensinam: “Quando o inimigo avança, nós recuamos. Quando o inimigo recua, nós avançamos. Quando o inimigo para, nós aquietamos.” Uma lição dessa natureza pode ser empregada também em tempos de pandemia, quando o inimigo invisível, representado pelo vírus da Covid-19, parece sitiar as populações em todo mundo.

Em tempos de guerra pela preservação de vidas e quando já se prevê que, na virada do ano, cerca de 180 mil brasileiros poderão perder a batalha contra a doença sufocante, a recomendação mais sensata a ser seguida por aqueles que detêm o poder de governar uma cidade seria, exatamente, a observância dos sinais emitidos pela pandemia. Nesse caso, e dadas as ondas de avanço e recuo da doença, a prudência, aceita pelos homens de bom senso, manda que qualquer ação mais ousada por parte do governo deveria aguardar o momento propício para ser deflagrada. Incluem-se nesses casos, além de todo o processo de privatização, feito, ao ver de muitos, como uma ação um tanto açodada e sem medir as exatas repercussões que tais medidas trarão para a população, a médio e longo prazos, toda e qualquer realização de obras de grande vulto, que venham a demandar recursos públicos, numa hora tão delicada.

Na verdade, os recursos e poupanças públicas deveriam, neste momento tão especial, ficar retidos para eventualidades, sendo sua utilização reservada apenas para casos de emergência pública. O momento requer serenidade e parcimônia com o dinheiro do contribuinte. A privatização de estatais, merecidas ou não, deveriam esperar outro momento. Assim como a construção de pontes, viadutos, estradas e outras obras de interesse do governo.

Os preciosos recursos recolhidos da população, numa hora de incerteza como esta, deveriam, por parte de governantes  prudentes, ficar, prioritariamente, à disposição para serem gastos em necessidades de emergência, como na compra de medicamentos e insumos, aparelhamento de centros de saúde, hospitais, contratação de pessoal de saúde, compra de vacinas, geladeiras para acondicionar esses materiais, o restabelecimento de hospitais de campanha, compra de ambulâncias e uma infinidade de outros gastos necessários em tempos de guerra, como estamos presenciando.

Por certo, haverá oportunidade para que o Governo do Distrito Federal demonstre sua capacidade administrativa e de empreendedorismo centrada na realização de obras vistosas nos quatro cantos da cidade. Por enquanto, o inimigo, vindo do Leste, de terras distantes, está à espreita, comprando terras, portos, indústrias e atacando a cada movimento desastroso feito por nós, ceifando a vida de nossos cidadãos, sem piedade.

É tempo de preservar a vida de nossos soldados, reunindo a tropa, mantendo-os seguros e protegidos do fogo inimigo. É tempo de nos aquietarmos.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A política brasileira está dividida entre paranoicos e messiânicos.”

Jaime Lerner, urbanista.

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

 

Recordando Neusa

Merecida homenagem à autora do Hino de Brasília, Neusa França. Debaixo do bloco J, onde morou desde os primeiros anos da capital, os alunos Soledad Arnaud, Wandrei Braga e Alexandre Romariz e Beatriz Pimentel (por vídeo) tocaram músicas compostas pela mestra. Com a colaboração de Rogério Resende, que tratava o piano da Neusa como um cardiologista, o instrumento foi levado ao ar livre, onde a audiência aplaudia animada. Alexandre Romariz, Dib Francis e Durval Cesetti trataram da divulgação, e quem organizou o evento, além dos alunos, foi Mauria França, a nora de Neusa. Denise França, filha, não escondeu a emoção com o carinho dos alunos.

 

Pela cidade

Leia, no Blog do Ari Cunha, a opinião da professora de arquitetura Emilia Stenzel, em relação ao Setor Comercial Sul. Emília é representante do International Council of Monuments and Sites (ICOMOS), ligado à UNESCO.

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

–> A proposta de revitalização do SCS, ao colocar a ênfase na introdução do uso habitacional, sob a justificativa da democratização dos espaços da cidade, parece não reconhecer que a alocação de usos de caráter público nos centros urbanos – como os usos definidos para a escala gregária: comércio, serviços, cultura – assegura o acesso a camadas mais amplas da população, do que a sua destinação ao uso habitacional.
A par de assegurar uma maior amplitude no acesso àqueles espaços, pelo caráter público desses usos, a implantação de polos de tecnologia e de ensino, bem como o apoio ao desenvolvimento do comércio e o suporte adequado às manifestações culturais são ações que têm em seu conjunto o potencial para a revitalização que o SCS demanda.
A introdução da habitação traz para aquele setor comercial demandas que não poderão ser atendidas no âmbito do SCS, como mais escolas, mais silêncio, ou espaços para playgrounds, para citar as imediatas.
A “cidade de 15 minutos” que buscamos no Século XXI demanda ações mais amplas e pode se realizar sem que se alterem os usos definidos no quadro da preservação.
O SCS demanda ações de fortalecimento dos usos que lhe são inerentes e a resposta a essa situação não comporta o abandono de sua estrutura física, da mesma forma como não comporta o abandono de suas características gregárias.

A introdução de uso habitacional na escala gregária não responde às pautas levantadas para justificar tal uso, não se mostra sustentável (seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista social) e fere a preservação do patrimônio cultural.

Por um outro lado, a proposta de uma tal alteração de uso nos espaços centrais do conjunto urbanístico tombado é colocada sem que tenham sido estabelecidos os mais elementares instrumentos de gestão definidos pelas Nações Unidas para os sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, quais sejam: um plano de preservação do conjunto urbanístico e um comitê gestor do mesmo.

Brasília é um feito da cultura brasileira no campo do urbanismo e da arquitetura, mundialmente reconhecida como um dos mais importantes legados do Século XX. A construção de Brasília tornou realidade um projeto de cidade que é nosso privilégio, mas também nosso compromisso: é nosso compromisso transmitir essa riqueza às futuras gerações, é nosso compromisso inserir esse legado cultural em nossos projetos de futuro.
Condizente com nossa autonomia como povo é recusarmos a miopia e o casuísmo de interesses políticos e econômicos, que não hesitam em tornar letra morta os dados estruturantes de nossa memória coletiva.

 

Magia

Reginaldo Marinho publicou, na coluna Bahia de Todos os Cantos, comentário sobre a magia das pedras encantadas da Serra do Sincorá. Tudo registrado no link Diário do Turismo.

Foto: Reginaldo Marinho

 

Viva hoje

Não sei o nome dela. Passou a vida inteira planejando a volta para Laranjeiras, no Rio. Juntou cada centavo que podia. Ano a ano. Eliminou viagens, passeios, almoços, só para economizar. Tudo conspirava a favor. Até que o grande dia chegou. O caminhão de mudança estacionava na rua Estelita Lins. Um choro escapou por alguns minutos de tanta emoção. Dali em diante sua vida virou um inferno. O vizinho era viciado em drogas pesadas e nunca mais ela conseguiu dormir em paz. Moral da história trazida pelo ditado lídiche: “Deus ri de quem faz planos” (Mann Tracht, Um Gott Lacht).

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não faz muito, denunciamos desta coluna, que numa granja depois de Taguatinga, seu proprietário alimentava porcos com abóbora e cenoura, porque não tinha comprador, e não tinha lugar para vender na cidade. (Publicado em 20/01/1962)

Seguindo as ponderações de poucos

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Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

 

Governos, das mais diversas orientações ideológicas, em toda época e lugar, souberam que, em tempos de crise, como guerras, pandemias e outros eventos adversos, é preciso usar a imaginação e a criação para fazer, do pouco que dispõe, o material básico para soerguer o país e forçá-lo a entrar, novamente, nos trilhos da prosperidade.

É em ocasiões como essa que os verdadeiros líderes despontam, indicando caminhos e conduzindo seu povo para fora da zona de perigo. A história está repleta de acontecimentos como esse, a nos ensinar que, mesmo na distância do tempo e das circunstâncias particulares vividas por cada um, devem ser tomados como exemplos a serem seguidos. Não seria exagero afirmar que estamos, todos nós, indistintamente, experimentando tempos bastante adversos e que, por sua complexidade única, parece turvar os horizontes futuros.

Para trazer maior complicação a um problema que em si já é bastante intrincado, a sensação geral é de estarmos literalmente perdidos em mar aberto, sem lideranças políticas confiáveis, ao sabor dos ventos do destino e dos humores ciclotímicos de nossos governantes. As eleições municipais, realizadas há pouco, quase nada acrescentaram ao cenário político do país. Foi a repetição de mais do mesmo. Na área federal, apesar dos esforços que foram feitos, isoladamente, pelo ministro da economia para forçar à volta de índices aceitáveis de crescimento econômico do país, o que se observa é o desgaste a que foi submetido, tanto pelo Palácio do Planalto quanto por parte da classe política.

Com isso, bem antes da eclosão da pandemia, o que se assistia era a perda paulatina de credibilidade do ministro, a falta de apoio às suas propostas, no Executivo e no parlamento, o que, de certa forma, esvaziou os projetos de reforma apresentados, empurrando essas medidas necessárias para uma data incerta e distante. Diante de um quadro de apatia generalizada, e em que o PIB do país parece pronto para despencar ladeira abaixo, levando todos de roldão à inadimplência, não seria estranho que o Brasil viesse, mais cedo ou mais tarde, voltar a tocar a campainha do Fundo Monetário Internacional (FMI), jogando-nos de volta a um passado que acreditávamos ter ficado para trás.

Pesadelo dessa natureza só pode ser evitado, se houver engenho e arte por parte da atual administração federal, o que parece pouco crível até aqui. Nesse compasso, 2021, como antessala das eleições de 2022, poderá se transformar em mais um período de estagnação, caso o governo prossiga, como tem feito desde o primeiro dia de mandato, em permanente campanha política, alheio ao que se passa ao redor.

Com uma perspectiva desse tipo e diante de um cenário no exterior, também não muito promissor, não temos para onde correr, sendo mais aconselhável, neste momento, seguir as ponderações daqueles que têm algo a acrescentar e que, com certeza, não são muitos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A torpeza, a ignomínia, a podridão das entranhas vivas, o nascer ou morrer infamado ou infame é só do homem.”

Camilo C. Branco

Camilo Castelo Branco. Foto: wikipedia.org

 

Imensidão

É hora de se repensar a segurança e infraestrutura do Parque das Garças. Lugar agradável, mas sem policiamento algum.

 

Esperteza

Em 2020, os consumidores brasileiros sofrem com uma inflação galopante ditada pela indústria de alimentos. Aumentam o preço e diminuem a quantidade de produto na embalagem. Dizia o filósofo de Mondubim que a esperteza engoliu o dono.

Charge do Duke

 

Ser ou ser

Ser idoso nesse país é uma incoerência. Paga-se meia entrada e meia passagem de ônibus por ser idoso. Mas os shoppings lhes negam estacionamento gratuito, enquanto permitem entrada de cães. Os planos de saúde, depois de uma vida toda pagando, aumentam o valor quando a idade avança, quando o certo seria diminuir.

Cartaz: mdh.gov.br

 

Ideia

Endividar-se pelo FIES parece injustiça, mas há solução. Se o governo cobrasse o retorno dos endividados em serviço, pelo menos uma parte do dia, o estudante, além de começar a ter uma profissão, pagaria o débito com os serviços prestados.

Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

 

Preto, amarelo e rosa

Dona Milta de Jesus e família constatam que o problema não é a cor da pele. O problema é a desvalorização do ser humano. Foi acusada de ter furtado o chinelo que estava usando e foi parar no hospital, com o coração partido.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Provavelmente não se realizará agora o concurso para médicos no IAPC. É voz corrente que a sua realização se efetivará somente depois da aprovação do projeto 620 – a que efetiva os interinos. (Publicado em 19/01/1962)

Pandemia é assunto para médicos sanitaristas

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Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

 

Um dos muitos males trazidos ao país pelo modelo de reeleição para os diversos cargos, tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo, pode ser conferido, mais uma vez, agora, com a denúncia publicada em vários jornais, dando conta de que nada menos do que 7 milhões de testes para o diagnóstico do coronavírus, adquiridos ao preço de R$ 290 milhões, estão mofando há meses nos galpões do governo em Guarulhos, São Paulo, onde correm o risco de perderem a validade e se tornarem inócuos.

A relação perversa entre esses dois fatos está em que, por motivos puramente políticos, nessa pendenga envolvendo governadores e o presidente Bolsonaro, que cuida de sua reeleição desde o primeiro dia do primeiro mandato, fez com que o governo federal não repassasse, aos estados da União, os lotes para os testes. Esse jogo político mesquinho, em que o chefe do Executivo tenta desestabilizar todos aqueles governantes que não se alinham prontamente com ele, pode custar mais alguns milhares de vidas.

A tentativa de empurrar a culpa para os governadores não colou, já que cabe ao Ministério da Saúde cuidar para que esses milhões de kits, considerados como de alto padrão de eficácia, sejam distribuídos para cada membro da federação. Com essa atitude irresponsável, e que pode custar ao presidente acusações de crime de responsabilidade, fica novamente demonstrado o altíssimo grau de danos que o instituto da reeleição tem causado aos brasileiros, colocados nessas disputas como meros chanceladores de um tipo de jogo que só beneficia os próprios jogadores. Nesse tabuleiro sinistro, a população é sempre colocada como o peão a ser sacrificado para a vitória daqueles que se lixam para os altos custos de suas ambições políticas.

O Ministério da Saúde, que numa situação dessa gravidade poderia ser confiado, mesmo que extraordinariamente, a um sanitarista de renome, com experiência em casos de epidemia, foi empurrado, literalmente, para um general, especialista, segundo dizem, em logística e cuja a vivência no setor de saúde é absolutamente nenhuma. Mesmo assim, nessa questão de distribuição de kits de testes, o que se requeria, primeiramente, era o trabalho de um entendido em problemas de logística. Era preciso fazer chegar, onde seriam necessários, esses exames precisos, para que, ao menos, as autoridades tivessem um quadro mais exato do tamanho do estrago que essa pandemia vem causando aos cidadãos.

Nessa missão, também o general falhou e foi derrotado por forças que, talvez, nem suspeitasse que existissem, mas que estão acima de seu poder de mando, já por demais desgastado pelo próprio presidente, seu comandante. Mais uma vez, a questão da pandemia é colocada sob a redoma das disputas políticas, mesmo com um placar de 170 mil mortes, apenas decorrentes da primeira onda da doença.

Depois das disputas políticas em torno das vacinas, o que se espera é que as autoridades federais deixem de lado a questão da pandemia, que é um assunto sério demais para políticos.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A guerra vai continuar até que a natureza nos chame e torne inevitável a nossa civilização.”

Pepe Mujica, ex-presidente e senador uruguaio.

Foto: oglobo.globo.com

 

Registro

Não é propaganda, é um fato que precisa ficar registrado na história desta cidade. O restaurante Dom Filé, além da comida maravilhosa, na entrega em casa, deixa um bilhetinho assinado pelo dono dizendo que é bom ter você como cliente. Criticamos quando precisamos criticar. Mas, por favor, deem licença para o elogio!

Print: domfile.com

 

Insegurança

Volta às aulas. A criançada volta para a escola usando máscara durante 4h seguidas ou mais, com 3 pausas para a troca do aparato. Se os casos de Covid aumentam, se há uma segunda onda, ou não há mais tanto perigo de contaminação ou não há como compreender os movimentos de volta ao normal. Verdade é que a negação do presidente Bolsonaro à gravidade da doença parece fazer sentido agora, já que as informações são desencontradas e a causadora de tudo permanece intocável.

Charge do Cazo

 

Pesquisa

DataSenado ouve brasileiros sobre o 14º salário emergencial para aposentados. O advogado Sandro Gonçalves entregou, nas mãos do senador Paulo Paim, a Sugestão Legislativa. 87% dos entrevistados foram favoráveis. Vejam a pesquisa no link Enquete DataSenado.

 

Coragem

Ninguém pode negar que o ministro das comunicações, Fábio Faria, tem coragem. Não deve ser fácil ver o país comprado e afirmar que um dos produtos impostos tenha a característica de tocar na soberania nacional. Vamos acompanhar esse importante passo do governo federal. O relator do edital do 5G na Anatel é o conselheiro Carlos Baigorri.

Fábio Faria. Foto: economia.ig.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Novas unidades escolares estarão funcionando. São escolas com 10 salas, com a diferença de que a administração não é separada como a superquadras. As primeiras oito serão iniciadas nestes próximos dias, e se cabe reivindicar alguma para alguém, que vá uma para a Coréia e outra para os JK. (Publicado em 19/01/1962)

Somos tão ricos e tão pobres

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Foto: Embrapa/Ronaldo Rosa

 

Uma nova economia tropical é possível para o pleno desenvolvimento do país. Para tanto, basta que o Brasil invista fundo no conhecimento de sua rica biodiversidade. Pouco foi feito nesse sentido. Um novo modelo de economia tropical deve ser baseado na ciência, na tecnologia e na inovação aplicada ao que os cientistas chamam de “ativos biológicos” naturais de nossas florestas. E não é só na Amazônia, que é a principal depositária dessa biodiversidade, mas em outros biomas também como a Mata Atlântica, e o Cerrado, onde essa diversidade biológica é enorme e em boa parte ainda desconhecida dos brasileiros.

Plantas e animais, toda essa diversidade é resultado de centenas de milhões de anos de evolução biológica da nossa natureza, e deve ser, por isso mesmo, considerada a nossa maior riqueza, nosso maior potencial. À medida em que avançarmos nas pesquisas sobre essa biologia complexa, descobriremos um potencial jamais imaginado que está ali, há séculos, bem debaixo de nosso nariz.

Sinal mais claro de que seria bom um programa nacional para conhecimento da diversidade biológica é o interesse estrangeiro. Não podemos proteger o que não é do nosso conhecimento. Somos o único país no mundo com essa diversidade biológica e isso vale muito mais do que qualquer gado, soja ou exploração de minérios. Durante o período militar, houve uma certa preocupação em tornar o Brasil um país economicamente independente não apenas na área energética, mas em outros setores. Naquela ocasião, foram construídas algumas hidrelétricas importantes, investiu-se no biodiesel, no etanol, com destaque também para a geração de energia elétrica em usinas nucleares.

Para o pesquisador Carlos Nobre, se naquela mesma época tivéssemos criado também a Embrabio, empresa brasileira de aproveitamento econômico da biodiversidade, o Brasil teria uma outra economia. “Nesse século XXI, o maior valor econômico não está mais centrado em bens materiais, nem energia, nem minerais, hoje o referencial de riqueza de uma nação é o conhecimento, afirma o cientista.

Ao insistir na importância do estudo de nossa biodiversidade, como ela interage e como a natureza resolveu alguns problemas, o cientista acredita que poderemos encontrar uma via que irá nos conduzir a uma nova economia, ou mais precisamente no que chama de bioeconomia. Os países desenvolvidos, alerta, já sabem que a bioeconomia será muito poderosa num futuro próximo.

A partir de 2030, a Alemanha já projeta que 25% de toda a sua economia estará centrada na bioeconomia, retirando, da biologia mais profunda, novas e inusitadas riquezas. Infelizmente, nós que temos a maior biodiversidade do mundo ainda não percebemos, de forma clara, todo esse potencial à nossa disposição.

Numa análise simples, é possível verificar que o potencial da biodiversidade de uma região como a Amazônica é infinitamente maior do que a criação de gado, a mineração e outros. Para se ter uma ideia, o Guaraná, a Castanha do Pará, a Andiroba, a Copaíba e outros produtos, que antes tinham pequeno valor econômico, hoje são bem cotados dentro e, principalmente, fora do país. O caso do Açaí é exemplar. Hoje essa fruta tem uma produção de 250 milhões de toneladas e é consumida em todo o mundo, gerando riqueza e mantendo a floresta em pé.

Apenas com relação à esse único produto, já se sabe agora que a semente e o palmito do Açaí possuem também múltiplos e fantásticos usos, o que pode aumentar, ainda mais, o valor desse produto nos mercados internos e externos. Essa fruta, até há pouco tempo desconhecida da maioria dos brasileiros de outras regiões, gera em divisa para a Amazônia US$ 1,8 bilhão ao ano. Na indústria mundial, esse valor é dez vezes maior. E esse é apenas um produto. Portanto, é preciso entender essa diversidade biológica a partir do biomimetismo, ou seja, entendendo como a natureza resolveu certos problemas.

Nesse ponto, Carlos Nobre cita o exemplo de uma cientista da Amazônia, que através da observação da garra da formiga cortadeira daquela região, desenvolveu uma pinça cirúrgica muito mais eficiente e que hoje está sendo muito usada em outras partes do mundo. A Amazônia será o grande celeiro de conhecimento da bioeconomia. Para esse respeitado pesquisador, temos que ter um certo orgulho nacional de criar um modelo de desenvolvimento e sermos o primeiro país tropical a vir a ser desenvolvido, graças à nossa própria biotecnologia.

Temos, ainda, que aprender e respeitar o valor, com repartição de benefício, do conhecimento tradicional, sobretudo, das comunidades indígenas que possuem um grande conhecimento da riqueza dessa nossa biodiversidade. Temos que ser descobridores da nossa biodiversidade e não copiar outros países. Para tanto, teremos que fortalecer muito a nossa capacidade científica. O caminho é longo. Temos que ter essa autonomia, essa vontade, preparar o país, reforçando nossas pesquisas científicas internas. Para Carlos Nobre, a pesquisa em nosso país, nos últimos anos, tem ido totalmente na contramão do que vem sendo em outros países. Nossas pesquisas, diz, estão sendo abaladas, desprestigiadas, e mesmo massacradas, o que prova que a ciência brasileira continua a não ser vista estrategicamente por aqueles que estão no comando do país.

Para ele, à medida em que as pesquisas científicas em nosso país não são vistas como elemento central de desenvolvimento, o que teremos pela frente é o caminho do retrocesso muito mais perigoso, a longo prazo, do que as próprias crises políticas que agora experimentamos com a descoberta dessa avalanche de casos de corrupção.

Desprestigiar a nossa ciência, avalia, amputa a capacidade de o Brasil crescer a longo prazo. É preciso, ainda, deixar claro que a biotecnologia e a bioeconomia são ciências interdisciplinares, até mesmo transdisciplinar, e que envolvem, não apenas biólogos, mas bioquímicos, engenheiros de biotecnologia, físicos, químicos e todo o amplo conjunto de técnicos, que vão transformar toda essa riqueza biológica em bem- estar social para os brasileiros.

Temos, portanto, como missão, daqui para frente, pensar um modelo brasileiro e tropical de desenvolvimento com base em nosso principal ativo, que é a nossa riquíssima biodiversidade que teremos que proteger contra as investidas cegas de outros setores da economia, como vem sendo feita, por exemplo, pelo agronegócio.

 

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Novacap está disposta a reaver as granjas distribuídas a pessoas que não residem em Brasília, nem nunca tomaram posse da terra que lhes foi cedida. Há muita gente importante na primeira relação. (Publicado em 15/12/1961)

A ilógica estratégia do eleitor

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Charge do Laerte

 

Entre os muitos desafios a serem levados adiante por toda imprensa que se apresente como séria, está o de se colocar como uma espécie de desmancha prazeres, mesmo quando os fatos insistem em se mostrar do agrado da maioria dos cidadãos. Nesse quesito, tal imprensa se mostra invariavelmente mais realista que os reis o que a torna indigesta para os poderosos de plantão. Não raro, esse tipo de imprensa sobrevive apenas pelo poder de confiabilidade que desperta entre os leitores mais atentos, o que a transforma numa espécie de farol a guiar apenas aqueles que navegam nas águas da ética e da cidadania.
Talvez seja essa a principal atribuição desse tipo de imprensa, nesses tempos de verdadeiras enxurradas de informações. Um dos sinais mais fortes a indicar esse tipo de mídia é que ela, invariavelmente, desagrada os membros do governo, sobretudo, aqueles para quem a verdade e os fatos possuem mais de um ponto de vista.
Infelizmente, esse tipo de noticiário perdeu muito de seu brilho, com a abdução de suas redações pelo poder encantatório das ideologias, o que obrigou a verdade dos fatos a sobreviver aos filtros das preferências políticas pessoais. Esse “nariz de cera” ou circunlóquio introdutório vem, a propósito das eleições desse domingo último em 5.569 mil municípios, elegendo bancadas nas câmaras legislativas e nas prefeituras locais, no que seria, em números, a maior festa democrática do planeta.
Ocorre que, terminada a festança e verificado parte dos candidatos que conseguiram se eleger para esses próximos quatro anos, a sensação é de desânimo, para dizer o mínimo. Obviamente, não cabe aqui nesse espaço, analisar cada um dos vitoriosos. Mas, num apanhado geral, observando-se apenas as principais capitais e municípios, o sentimento que prevalece é o de que essa foi apenas mais uma outra eleição, como tantas, principalmente, se levarmos em consideração que as forças políticas que alcançaram o poder são formadas, basicamente, pela junção do que se convencionou chamar de Centrão, ou seja: o conjunto heterodoxo e utilitarista formado por políticos de diversas vertentes de interesses, que se aglutinaram num grande grupo para forçar as muralhas do Estado e lá estabelecer seu quartel-general e centro de operações.
PSD, PP, DEM e outras legendas do gênero sempre afoitas em manter seus feudos conseguiram, mais uma vez, e desde o retorno da democracia há mais de três décadas, angariar o apoio da maioria da população, a mesma que insiste em reclamar daqueles que só serão novamente vistos daqui a quatro anos.
A questão aqui não é saber como essas forças do atraso que, invariavelmente, aparecem nas listas da Polícia Federal, envoltos em casos rumorosos de corrupção, são seguidamente eleitos, geração após geração. Mas, antes de tudo, é preciso entender porque aqueles que mais são prejudicados por esse modelo de fazer política insistem, a cada quadriênio, em recolocar no poder, justamente esses mesmos protagonistas e seus clãs, que repetirão os vícios de administração, danosos a todos, indistintamente?
Aqueles que obtiveram a vitória nas urnas estão apenas cumprindo uma espécie de desígnio que herdaram de seus antepassados e, portanto, não degeneraram. São o que são. Os eleitores, não. Eles tiveram mais uma chance de interromper esse ciclo perverso, mas preferiram, por um poder sobrenatural masoquista, continuar na condição de oprimidos. Vai entender.
A frase que foi pronunciada
“Todo governo é suspeito até prova em contrário. Não lhe é concedido o benefício da dúvida.”
Charge: nanihumor.com
Curiosidade
O primeiro selo postal brasileiro (e o segundo do mundo) é o Olho de Boi, de 1842. O primeiro selo postal do mundo foi o “Penny Black”, criado na Inglaterra, em 1840.
Imagem: wikipedia.org
Vivo
Serviço da telefonia móvel é sofrível. O número de reclamações em todos os canais disponíveis à opinião dos consumidores é escandaloso. Cancelar a linha? Impossível. São horas de espera.
Charge do Dennis
Prata da Casa
Cineasta de Brasília e artista plástica, Joana Limongi, dirigiu os vídeos da campanha do primeiro prefeito quilombola do Brasil, Vilmar Kalunga, eleito em Cavalcante, Goiás, na Chapada dos Veadeiros.
Joana Limongi. Foto: annaramalho.com
História de Brasília
Doutor Valmores Barbosa, com as obras no aeroporto, o estacionamento está desorganizadíssimo. Os abusos dos chapas-brancas e verde-amarelo, então, são incontáveis. Ou é proibido o estacionamento a todo o mundo, ou, então, não é para ninguém. (Publicado em 16/12/1961)

Uma data inesquecível

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Arte: bbc.com

 

Duas eleições, quase simultâneas, disputadas em dois países diferentes e com a participação, de pelos menos, 100 milhões de eleitores, terão, cada uma de acordo com suas consequências específicas, o condão de, direta ou indiretamente, influenciar o pleito para as próximas disputas ao cargo de presidente da República do Brasil em 2022.

Tanto os resultados da eleição para a presidência nos Estados Unidos quanto os derivados dos pleitos municipais apontarão, ao menos, que direções tomarão as disputas daqui há dois anos. Isso por uma razão até singela: o presidente Jair Bolsonaro, cuja a velocidade da língua supera à do raciocínio lógico, já declarou, aos quatro ventos, sua predileção por determinados candidatos, rompendo, quem sabe, um ensinamento básico da escola política, que orienta discrição em momentos incertos e imprevisíveis como estes.

Apuradas as urnas nesses dois mundos distantes e em razão de opções fora da hora, o cidadão brasileiro saberá, com certa antecipação, quanto de horizonte de mandato resta ao atual presidente. A depender desses resultados, interno e externo, restará ao presidente do nosso país, enveredar por onde sopra o vento ou se aventurar a lutar contra as águas turvas do destino. Por certo, o presidente Bolsonaro percebe essa encruzilhada armada à sua frente.

A depender de sua capacidade de adaptação aos fatos novos, todo o restante de seu mandato e, quiçá o próximo, estará delineado bem debaixo de seus olhos. A oposição também sabe da importância desses dois pleitos realizados agora e já se articula com aquilo que eventualmente sobrou dela nesses últimos anos, para melhor chegar em 2022.

Talvez o mais surpreendente, em meio a esses cenários que ocorrem dentro e fora do país, seja o fato de que, mesmo sob o regime severo de uma pandemia que vai minando qualquer possibilidade de recuperação da economia mundial e, particularmente, da nossa, o governo brasileiro segue sua trajetória de campanha política ininterrupta, desde 2018.

Quem sabe a mobilização inédita, havida nos Estado, para atrair o eleitorado, mesmo sob a condição de voto facultativo, não desperte também, aqui no Brasil a mobilização dos cidadãos, submetidos ao regime de voto obrigatório discutir a tecnologia utilizada das eleições. Aplicativos para telefones celulares, redes da internet em comunicação direta com o planeta, aparelhos sofisticados capazes de alcançar qualquer uma das mais altas torres de vigilância, onde são observados por um mundo de sentinelas atentos.

Toda a parafernália eletrônica seria apenas para servir de ferramenta de fiscalização e não como possibilidade de exercer o direito do voto. Basta observar que o país, por hora, mais poderoso do mundo não adotou a urna eletrônica. Acredita no voto pelos Correios, mas não em uma urna eletrônica.

O cidadão exerce a democracia de modo que, se houver qualquer dúvida pelo pleito, é possível a recontagem de voto a voto, cédula a cédula de votação. Decidindo, o STF, de que essa eleição será sem o voto impresso, com as fundamentações baseadas em papéis de casca de ovo, num veredito pra lá de discutível, dadas as severas desconfianças que pesam sobre as urnas eletrônicas, todo o cuidado é pouco, principalmente quando já se conhece o potencial de nossos políticos para contornar as barreiras da lei para impor seus próprios desígnios.

Diversas iniciativas visando aumentar a transparência de todo o pleito já estão disponíveis para serem baixados nos celulares dos eleitores. O mais atual, chamado de Barômetro da Corrupção, é capaz de fornecer, por enquanto, informações sobre eventuais processos na justiça de mais de 850 políticos. Trata-se de uma ferramenta preciosíssima para peneirar aqueles candidatos enrolados com a lei. Esse mesmo aplicativo será capaz, em breve, de fornecer informações completas sobre a folha corrida de mais de sete mil candidatos que estarão disputando as próximas eleições. Ou seja, toda a vida pregressa dos postulantes estará disponível a um toque do celular, possibilitando, ao eleitor, possuir, em tempo real, o dossiê de seus candidatos, enquanto aguarda na fila de votação.

Existe, ainda, à disposição do eleitor, o aplicativo Ranking dos Políticos, que acompanha a performance de cada um dos 513 deputados e dos 81 senadores e que já conta com mais de um milhão de seguidores nas redes sociais. Cientistas políticos concordam que o surgimento dessas ferramentas contribui de forma positiva nas eleições, municiando os cidadãos com perfil fiel dos postulantes, melhorando, significativamente, a transparência das eleições.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Essa iniciativa levará a uma grande fraude eleitoral. A eleição de 2020 foi fraudada.”

Presidente norte-americano Trump sobre o voto pelos Correios.

 

Sem respeito

Provavelmente, o espaço Panorama tem atormentado a vida dos vizinhos que pagam o IPTU mais caro da cidade. No último fim de semana, um trio elétrico impediu o descanso, como dizia o filósofo de Mondubim, ao redor de 7 léguas. Estranho nisso tudo é que há lei para o silêncio, mas nem todos cumprem. Talvez porque tenham a certeza de que órgãos de fiscalização de Brasília para esse fim são parciais, incompetentes, ineficientes e inócuos.

 

Mais uma

Cachorros de grande porte na rua sem focinheira é mais comum de se ver do que se imagina. Também não há fiscalização.

Foto: canaldopet.ig.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Provavelmente não se realizará agora o concurso para médicos no IAPC. É voz corrente que a sua realização se efetivará somente depois da aprovação do projeto 620. (Publicado em 19/01/1962)

O presidente e suas circunstâncias

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General Otávio Rêgo Barros. Foto: Isac nobrega/pr

 

Não há, neste momento, como deixar de fora de uma reflexão honesta. O artigo do ex-porta-voz da Presidência da República general Rêgo Barros, intitulado Memento Mori, publicado na terça-feira, no Correio Braziliense, repercutiu como uma bomba em todo o país. Até porque, mesmo sem citar diretamente o atual presidente, descreve, com precisão, e com a visão privilegiada de quem observa toda a cena do Executivo, de um ângulo interno e, portanto, privilegiado, em que a fumaça e os anteparos que visam filtrar o cotidiano do Palácio do Planalto, que chega ao público, simplesmente não existe.
Fôssemos enxugar em uma linha o que diz o artigo desse oficial, colocado para escanteio em sua função, pela ilusória noção  de que o presidente alimenta e fala diretamente, de sua bolha, com a opinião pública por meio das “lives”, o texto diz que os cidadãos brasileiros elegeram um indivíduo totalmente oposto daquele que ocupa, agora, a Presidência.
Em outras palavras, seria a tão conhecida expressão: “estelionato eleitoral”. Na verdade, o que a nação possui, neste instante, em lugar da lebre que pensou adquirir nas eleições, é uma espécie de felino de sete vidas, que a cada dia vai reforçando mais e mais a tese de que a Presidência da República deveria ser ocupada apenas por brasileiros com respectivo estofo político e administrativo, comprovado em funções anteriores como prefeito e governador, e não por indivíduos bafejados aleatoriamente pelos ventos da sorte.
Experiências recentes e traumáticas têm insistido, ao jogar-nos em sucessivas crises institucionais, da necessidade de um filtro criterioso para se atingir à Presidência. Ou esses critérios são revistos ou continuaremos a alimentar crises infindáveis, já que, em nosso país, a chefia do Executivo, muitas vezes, se confunde com modelos do tipo monárquico, herdados, quem sabe, em época anterior a 1889.
Durante esse tempo em que esteve, literalmente, situado dentro dos fatos, o general pode perceber in loco, e em tempo real, o aumento paulatino do distanciamento entre o chefe do Executivo e o restante do Brasil e mesmo sua inaptidão e indolência para uma função que, em tempos de uma pandemia assustadora, requer uma liderança e uma expertise que o atual presidente vai demonstrando não possuir — nem de longe.
O homem, dizia o ensaísta Ortega y Gasset (1883-1955) in Meditaciones del Quijote, de 1914, é “o homem e a suas circunstâncias e se não salvo a ela, não me salvo a mim”. Com isso, ele quis dizer que o homem, por sua formação, torna-se indissociável do seu meio.
E, ainda que queira se salvar, terá que salvar sua própria circunstância ou seu entorno. Dessa forma, não é difícil entender que o verdadeiro núcleo do Poder Executivo do atual presidente é formado, não por seu gabinete de ministros, mas por seus filhos e, agora, pelo pessoal que compõe o chamado Centrão, de onde o próprio presidente se origina. É essa a realidade que o atual presidente tem à sua volta e é ela que, bem ou mal, molda o seu governo e que acaba gerando as consequências que vamos colhendo por omissão e ação tanto de eleitores quanto de eleitos.
A frase que foi pronunciada:
“Nenhum homem que já ocupou o cargo de presidente daria os parabéns a um amigo por obtê-lo.”
John Adams
John Adams. Imagem: National Gallery of Art, Washington
Mãos à obra
É muito mais inteligente aproveitar uma conquista dos brasilienses como o Defer. As conversas estão andando e Giovani Casilo e Richard Dubois são os nomes nos quais se deposita a esperança de manter o projeto. Mesmo porque, a população está articulando um maciço boicote para o ameaçador Boulevard.
Com o contrato, o consórcio Arena BSB vai administrar o Complexo Esportivo de Brasília durante 35 anos. Foto: Renato Alves / Agência Brasília
Online
Curso on-line de como planejar, implementar e avaliar Programas de Educação para Aposentadoria. Cada integrante receberá um livro e, por e-mail, uma coleção de textos e técnicas. O curso começa 20 de novembro e seguirá até 11 de dezembro, toda sexta à tarde. Será ministrado por Juliana Seidl e Cristineide Leandro-França. Veja a seguir.
Contra a lei
Que a situação do Paranoá está insustentável com relação às drogas, quem mora lá sabe. Na pracinha, pessoal vende maconha como quem vende manga. Até agora, o policiamento tem sido conivente com o crime. Se a polícia vai conseguir resolver essa situação, ninguém sabe, mas a população local acredita que sim.
Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília
Oportunidade
Ainda hoje, dentro da programação do Outubro Rosa, exames de mamografia para pessoas com qualquer tipo de deficiência. Inclusive cadeirantes. As 100 primeiras pessoas a chegar poderão fazer o exame de mamas gratuitamente, no Centro de Radiologia de Taguatinga, no Setor G Norte. Ontem, houve uma palestra com a oncologista Luci Ishii.
Foto: Divulgação/Agência Saúde
História de Brasília
Com isto, pode-se deduzir que a revolução não derrubou o governo por causa do grão de milho no sapato do general, que voltou a seu posto de relações públicas das Cestas de Natal Amaral. (Publicado em 19/01/1962)

Ministério da Saúde assiste atônito a privatização das UBS

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Charge do Nando Motta

 

Nesta altura dos acontecimentos, passadas quase três décadas do retorno da democracia ao país, boa parte da população já se deu conta das diferenças conceituais existentes entre privatizações de setores deficitários e com pouco ou nenhum benefício público e outras privatizações, propostas à toque de caixa, em áreas ligadas diretamente ao atendimento do cidadão.

Em ambos os casos, as privatizações ou aberturas desses setores à iniciativa privada são movidas por questões econômicas ligadas ao equacionamento das contas públicas. Ocorre que, em setores básicos como a educação, saúde e segurança, direitos garantidos claramente na Carta Constitucional de 1988, a entrada ou a participação da iniciativa privada, feita sob qualquer argumento por parte do governo, acende imediatamente, no seio da sociedade, o sinal vermelho de alerta, mesmo quando essas intenções surgem revestidas das mais singelas e puras justificativas.

Não há contas, feitas na ponta do lápis por especialistas, mesmo os mais renomados, que consigam explicar, para a opinião pública, principalmente à parcela mais esclarecida, as razões que têm levado o governo a baixar o decreto 10.530, assinado diretamente pelo presidente da República e sem o aval do Ministério da Saúde, permitindo, entre outras possibilidades, a realização de estudos para uma possível inclusão das mais de 42 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), espalhadas por todo o país, no Programa de Parceria de Investimentos da Presidência da República (PPI).

Essas PPIs, uma revisão mal maquiada das antigas Parcerias Públicos Privadas (PPP), nada mais são do que um programa de governo voltado para a privatização de setores públicos, como aeroportos, portos, ferrovias e outros. As UBSs representam postos avançados do Sistema Único de Saúde (SUS) que têm, como função preliminar e essencial, o cuidado com a saúde preventiva e primária da população, filtrando, na ponta, os casos de saúde mais recorrentes e simples e que podem receber um tratamento emergencial e satisfatório, sem a necessidade de superlotar os hospitais, que assim ficam resguardados para casos mais complexos.

Para especialistas nesse setor, as UBSs são como o coração do SUS, prestando um atendimento estratégico que permite o funcionamento adequado de todo esse imenso mecanismo. A simples argumentação do governo de que as UBSs estariam “qualificadas” para participar das PPIs, dentro do que a presidência entende como programa de privatização, imediatamente levantou uma saraivada de críticas vindas de toda a parte, não apenas da oposição vacilante, mas, sobretudo, de setores que conhecem a importância vital das UBSs para a população brasileira, principalmente a de baixa e média rendas.

Os cidadãos bem conhecem os interesses que movem a iniciativa privada, em sua busca natural por lucros, e o quão distante esses interesses, em conluio com o governo, estão das necessidades básicas da população. De tão absurdo, esse decreto foi incluindo dentre as chamadas propostas natimortas e que, por sua afoiteza marota, sequer merece um naco de reflexão, daí a sua revogação antes que causasse algum estrago maior. De outra forma, o decreto 10.530 seria revelador da falta de projetos consistentes e do quão perdidos ainda estão o atual governo e sua equipe de trapalhões.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância.”

Andy McIntyre, ex-jogador da união australiana de rugby.

Foto: thefreepress.ca

 

Trabalho

Esse é o momento para as Administrações pontuarem, no mapa da cidade, as áreas onde há necessidade da escoação de água. Caso contrário, as notícias de todos os anos se repetirão.

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

 

Inacreditável

Por falar em notícias que se repetem todos os anos, veja, na História de Brasília de hoje, que o problema de falta de paradas de ônibus já existia. Passados 58 anos, ainda persiste em vários locais da cidade.

Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

 

Do verbo

Professor Edmilson carrega a cruz no nome, sofre perseguição cultural como cristão e resolve desabafar. Veja a seguir.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Já que o assunto é esperar ônibus, o único abrigo ainda não foi entregue à cidade. E os outros? (Publicado em 19/01/1962)