Uma nova agenda

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VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960

Com Circe Cunha  e Mamfil

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Foto: Osvaldo Lima/Agência O Dia

Em alguns dias, o presidente eleito Jair Bolsonaro terá que deixar a lista de boas intenções que preparou para seu governo e partir para ação prática, retirando do plano das ideias suas propostas para o país nesses próximos quatro anos, a fim de que possa atingir, ao menos. E terá que fazê-lo ainda no primeiro semestre de 2019, enquanto durar o período de lua de mel entre ele e o eleitorado e enquanto o Congresso e outras forças políticas não acordem do torpor provocado pelas urnas.

Há prazo de validade. O mesmo ocorre com as bancadas, formadas em torno de um tema. Tão logo surjam outros interesses, as bancadas se desfarão, indo se agrupar noutros ninhos mais promissores e mais rentáveis. As reformas necessárias para tirar o país da grave crise gerada pelos anos petistas terão que ser implementadas o quanto antes. O problema é que boa parte delas geram efeitos, prejuízos e sacrifícios não só para a população, mas para os empresariados e isso provoca reflexos dentro do Congresso que tende a seguir os sinais de pressão emitidos pela sociedade e por parte das elites que possuem negócios junto ao Estado.

Por certo, a redução das despesas, associadas ao aumento de impostos e ao corte de muitos benefícios, virá na sequência e com um preço alto. A redução de subsídios chegará junto com as reformas da Previdência e com alterações sérias nas aposentadorias.

Reformar um Estado como o nosso requer mexer com privilégios de muitos grupos, sobretudo daqueles incrustados na máquina do Estado e que abrangem todo o quadro do funcionalismo público, principalmente nos altos escalões da República, onde vantagens de todo o tipo criam grupos de brasileiros de primeira classe, beneficiados por tudo de bom que o dinheiro pródigo dos contribuintes pode oferecer.

Para agir de forma correta, sem titubeios e com a rapidez necessária, o novo governo terá ainda que preparar o terreno, removendo obstáculos e sabotagens que, com certeza, virão de toda a parte e com intensidade crescente. Para tanto, terá que desmontar, por completo, a complexa engrenagem paralela instalada dentro da própria máquina do Estado e que, por décadas, serviu de esteio para os desígnios lulopetistas de se perpetuar no comando, controlando o poder por dentro.

O aparelhamento ideológico do Estado, está entre as construções mais primorosamente armadas e definidas pelo Partido dos Trabalhadores para a consecução de suas táticas. Por isso será também uma das mais difíceis tarefas: fazer com que sejam completamente erradicadas.

Em praticamente todas as repartições públicas o PT plantou simpatizantes, dispostos a sabotar o próprio Estado e a Nação para fazer valer a orientação ideológica da legenda. Mesmo antes de chegar ao poder, o PT já cuidava de ir infiltrando, onde podia, simpatizantes que cuidassem de manter o partido informado de todas as decisões tomadas dentro dessas instâncias, de modo a prejudicar seu andamento ou mesmo atrapalhar os planos do governo de plantão. Há suspeitas de que, através dos múltiplos sindicatos, o petismo tenha mantido aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, Agências Reguladoras e outras repartições públicas, contaminando a máquina internamente e retirando delas seu papel principal que era o de servir aos brasileiros e ao país.

Nas escolas, nas universidades e nos meios culturais essa atuação foi ainda mais intensa e feita à revelia das leis, e contra os interesses do próprio país. É esse atoleiro que permanece ativo, que o novo governo terá que encarar caso resolva implementar uma nova agenda numa noutra direção.

 

A frase que foi pronunciada:

“Sou um brasileiro de saco cheio.”

Ziraldo

 

Cuidados

Parquinhos com areia no Minas Tênis Clube precisam de vistoria. O cheiro de fezes de gato dá a impressão de que há necessidade de renovar todo o conteúdo onde as crianças brincam

Foto: minasbrasilia.com.br

Leitor

Panificadora Pão Dourado, situada à Av. Araucárias em Águas Claras, descumpre o Estatuto do Idoso no seu Art. 3º, Parágrafo único: Inciso l: “atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população”. Convém salientar que já ocorreram celeumas entre clientes, em face a desobediência da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.

Cartaz: mdh.gov.br

Em maio

Está no momento certo de o grupo Rodas da Paz mostrar parceria com o pessoal que organiza o Ride of Silence. Trata-se de um movimento mundial de ciclistas que acontece na terceira quinta-feira de maio. A única exigência é que haja silêncio absoluto em todo o percurso feito em respeito às vítimas mortas enquanto pedalam.

Poema e logo: rideofsilence.org

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As crianças da superquadra do IAPB não podem frequentar o jardim da Infância, porque não há vagas. Há número excessivo de alunos nas salas e as professoras não aceitam mais, nem mesmo criança da própria superquadra. (Publicado em 07.11.1961)

Arqueiros zen

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ARI CUNHA – In memoriam

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

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Foto: diariodopoder.com.br

Nas escolas Zen budistas que ensinam as artes no manejo com o arco, a perfeição só é alcançada quando o arqueiro consegue atingir o centro do alvo escolhido, antes mesmo de disparar a flecha.

No acórdão, aprovado no último dia 7 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e, diga-se, por unanimidade, ficou assegurado, doravante, a fiscalização nas contas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Coube ao ministro Bruno Dantas, relator do caso, o disparo da flecha zen que pode atingir, em cheio, a antiga e misteriosa relutância dessa Ordem em apresentar seus números à sociedade. Isso, mesmo antes de a Ordem entrar com ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão histórica.

Ao afirmar que “a OAB exerce papel fundamental de vigilante sobre o exercício do poder estatal e de defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito e por essa razão, deve ser a primeira, entre os conselhos de fiscalização profissional, a servir de exemplo, e apresentar uma gestão transparente e aberta ao controle público”, o que o ministro Dantas fez foi lançar o alerta para o anacronismo da postura da entidade.

Com dezenas de advogados à sua disposição, a OAB sempre encontrou, nas filigranas e nos labirintos das nossas leis, rotas de fuga para não trazer seus números à luz, quando se sabe que essa instituição arrecada algo em torno de R$ 1 bilhão ao ano. O que explica parte dessa dinheirama é que a Ordem sempre contou também com o corporativismo de classe, de gente espalhada nos mais variados pontos cardeais dentro do Estado.

Surpreende a todos a insistência com que a OAB mantém uma postura contrária ao grande esforço exigido pela nação para aperfeiçoar e dar transparência à toda imensa máquina do Estado. A prestação de contas ao cidadão, dentro de um Estado Democrático de Direito, como lembrou o ministro Bruno Dantas em seu parecer, “está intimamente ligada ao princípio republicano”. Para o ministro Walton Alencar Rodrigues, “Uma instituição que arrecada verbas de caráter tributário, recursos públicos de advogados, autarquia corporativa ou corporativista que não presta contas. Imaginem R$ 1,5 bi aplicados em finalidade antidemocrática? Não temos ideia para onde está indo o dinheiro, nem os advogados têm. Tenho plena convicção da decisão que o Tribunal está tomando.”

O que os brasileiros esperam dessa importantíssima entidade de defesa dos direitos da cidadania é que ela ajuste seu comportamento, divulgando, sem a necessidade de imposição da justiça, o seu livro de balanços. A entidade, nesse esforço que é de todos, poderia demonstrar seu engajamento efetivo no combate à corrupção e ir mais além, obrigando seus filiados, principalmente aqueles que têm colocado ao serviço dos mais notórios corruptos do país, a divulgarem, exatamente, a origem desses honorários milionários recebidos.

Com isso, boa parte do ralo histórico, por onde vazam parte importante do dinheiro público, ficaria obstruída para sempre.

Pessoas e entidades que buscam ocultar recursos necessitam estar sob a mira constante dos arqueiros zen dos órgãos de controle.

 

A frase que foi pronunciada:

“Isso é um desrespeito ao contribuinte. Vai aumentar o teto constitucional e gerar um efeito cascata. É uma irresponsabilidade fiscal e uma vergonha moral!”

Senador Reguffe (DF), que votou contra o aumento dos ministros do STF, em discurso no plenário.

Foto: senado.leg.br

Surpresa

Na avaliação do Ministério do Trabalho, a Lei que altera a CLT está promovendo nova cultura nas relações entre trabalhadores e empregadores. Admilson Moreira dos Santos, secretário-executivo, disse em entrevista que o trabalho intermitente, que todos pensavam que geraria um grande número de contratações, por demanda do empregador, não apresentou o resultado esperado.

 

Mudanças

Já Aline Laredo comentou que foi um ponto interessante nas mudanças da lei, o empregado recear a reclamação trabalhista porque se o fizer de má fé poderá ser condenado a pagar custas e honorários. Também se faltar a audiência sem justificar, esta não será arquivada como antes. Se optar pela falta, o empregado pode ficar impedido de dar entrada novamente além de ser responsável pelas custas do processo anterior que arquivou.

 

Apartidário

Joaquim Levy é um nome que independe ter sido parte do staff de Dilma Rousseff.  Ser cogitado para o BNDES é bom para o Brasil porque trata-se de um engenheiro naval com doutorado em economia. Trata-se de competência.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Honra ao Mérito

Bela homenagem a Chang Dorea, professora do Departamento de Matemática e orientanda de pesquisas de mestrado e doutorado em Matemática, Estatística e Engenharia. Na UnB, desde 75, recebeu o título de professora emérita. A relação com Brasília foi de troca. A Universidade ganhou muito com a presença da mestra que encontrou o Brasil de braços abertos.

Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

Memória

Adauto Candido Soares, da UNESCO, Hernani Heffner, da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, Rita Marques, do Conselho Executivo da Fiat, Marcos Tavolari, Secretário de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual do Ministério da Cultura, Vera Barroso, jornalista e apresentadora do programa Sem Censura (TV Brasil) serão mediadores no Seminário Memória, Identidade e Futuro – a preservação audiovisual hoje, no CCBB do Rio. Aguardamos a transmissão desse importante debate.

Banner: divulgação

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O serviço de trânsito devia proibir o tráfego de carroças pela pista central do Eixo Monumental. Se esses veículos utilizassem o acostamento seria muito melhor, mais lógico e menos perigoso. (Publicado em 05.11.1961)