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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Com a quarentena, imposta pela pandemia, aquela parcela da sociedade que ficou confinada em seus lares, inclusive aqueles que encontraram amparo econômico por meio do trabalho em casa, tiveram, em algum momento, que buscar refúgio e paz de espírito na cultura.
Ao contrário do que muita gente acredita, a cultura, incluindo aí tudo o que diz respeito ao universo das artes, não é mero passatempo reservado ao entretenimento e ao lazer. Nem tampouco atividade para o desfrute de uma classe de pessoas privilegiadas. É muito mais do que podemos mensurar. Um povo desprovido de produção cultural, se é que existiu algum na história da humanidade, sobrevive alheio ao mundo em redor. Pois a cultura é a própria tradução e representação do mundo em que estamos imersos. Mesmo aquelas civilizações que devotavam todo o seu tempo e o melhor de sua gente às atividades de guerrear e submeter outros povos, como parece ser o caso dos espartanos, na Grécia clássica. Mesmo esses povos baseavam sua cultura na educação e no treinamento militar rigorosos e obrigatórios para todos os cidadãos, num regime conhecido por “agoge”.
Eles, que amavam as armas e a guerra, também cultivavam a leitura, a música, a escrita e a dança. Assim, agiam também as mais diversas sociedades humanas ao longo da história. Todos, em menor ou maior grau, produziram cultura, até como uma herança social, capaz de agir como elemento aglutinador de identificação entre os indivíduos de uma sociedade, falando de seu passado e acenando para o futuro.
Para a antropologia, a cultura é o elemento que, por excelência, diferencia o homem racional de outros animais. O ser humano é, por conseguinte, um animal produtor de cultura. Aliás, a maioria dos povos que, ao longo de milênios, cresceram, desenvolveram-se sobre o planeta, ou mesmo foram extintos, só puderam ser conhecidos como tal, graças à produção de cultura que organizaram em seu tempo de existência.
Ainda dentro das ciências que exploram a existência humana no mundo, a cultura é vista como elemento indutor da própria evolução humana, contribuindo para o aprimoramento de técnicas diversas que tornavam a vida mais proveitosa e por consequência, mais longeva. Também graças à propagação das atividades e do fazer cultural é que foi possível abrir caminhos para o combate aos problemas socioeconômicos, melhorando a autoestima dos povos, atraindo novos valores, conferindo identidade, autodisciplina e outros valores morais e éticos que foram sendo aperfeiçoados ao longo da jornada humana. Mesmo aspectos outros, como o sentimento de pertencimento a um determinado lugar, a um determinado povo, foi dado através do trabalho e do desenvolvimento da cultura. Há ainda, entre as mil facetas proporcionadas pela cultura, a abertura de oportunidades para a realização individual e coletiva das pessoas, aspecto fundamental e agregador de toda e qualquer sociedade, seja ela do passado ou do presente.
Não seria exagerado supor então que por meio da produção cultural, é possível afirmar que a perpetuação de uma civilização está diretamente ligada à sua capacidade de gerar cultura e, portanto, conhecimento. Não é por outra razão que muitos estudiosos apontam a cultura como sendo a própria alma de um povo, capaz de dar impulso e ânimo.
Tão importante ainda como a identidade dada pela cultura a um povo, comumente chamada de identidade cultural, é o fato de que é, através dos mecanismos propiciados pela cultura, que surgem as possibilidades e os meios para o desenvolvimento das artes, em todas as suas vertentes. E é aí que voltamos ao início do texto no que concerne à importância que a cultura exerce em momentos especiais, sobretudo numa época em que tangidos pelo medo da doença e da morte, os indivíduos buscam, na cultura e sobretudo no seu mais importante produto: as artes, a possibilidade de sentir-se em iguais, desfrutando do mesmo destino, seja em tempos de paz ou de guerra. O teatro, a música, o cinema, a poesia, as artes plásticas e uma infinidade de outras realizações do gênio humano, tornam a jornada humana sobre o planeta uma experiência que vale ser vivida, não importando o que se passa lá fora.
Nesse aspecto não importa se a cultura é erudita ou popular. O efeito terapêutico sobre as diferentes pessoas é o que importa. E como importa. Dentro desse contexto é crucial reforçar a contribuição dada pelas mídias sociais na divulgação dos mais variados temas artísticos e culturais. Ouve-se de pagode à música erudita, num toque de dedos.
Bibliotecas de todo o mundo estão ao alcance de todos nas redes. Do ponto de vista cultural, as mídias sociais possibilitam desde visitas virtuais a museus e outros sítios de interesse histórico, como leva o internauta a dar um giro pelo mundo, sem sair do lugar.
Para muitos, é nas ruas ou na sala de visita comum e coletiva, que podemos desfrutar a vida com todo o seu potencial, ao vivo e a cores. Há as cidades mais providas de equipamentos de cultura, como teatro, galerias, museus e outros centros culturais, e outros lugares áridos de cultura, sem espaços adequados para o exercício da cidadania e das artes. Que nossos governantes tenham sensibilidade para perceber os esforços dos verdadeiros trabalhadores das artes.
A frase que não foi pronunciada:
“A arte não é um espelho que representa a realidade, mas um martelo para moldá-la.”
Bertold Brecht
História de Brasília
A situação do IAPC em Brasília é dramática, pelo abandono votado ao Distrito Federal pelo presidente do Conselho Administrativo. E justamente por causa do sr. Pery Rodrigues, os funcionários não terão apartamentos novos. (Publicada em 07.04.1962)
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Mídias sociais mostram culturas diversas invadindo a Europa. Com cidades importantes do Velho Continente, uma verdadeira onda de protestos e paralisações ameaçam varrer o que ainda resiste de cultura Ocidental. A França, outrora a mais representativa nação a propagar os valores da cultura ocidental, com seus libelos de liberdade, igualdade e fraternidade e que deu impulso ao surgimento dos estados contemporâneos, vem, particularmente, sofrendo uma erupção interna deflagrada, justamente, por aqueles a quem acolheu e deu abrigo e, em muitos casos, à cidadania plena.
As manifestações de populações muçulmanas contra as tradições e a cultura local ameaçam não apenas a França que conhecemos por meio de Montesquieu, Balzac, Victor Hugo, Voltaire, Curie, Beauvoir, Sartre e uma infinidade de outros nomes ilustres, mas a França berço de nossas tradições mais caras. Agora, em Portugal, as pressões que essas comunidades estrangeiras têm feito para, inclusive, substituir as leis seculares pela sharia ou a lei islâmica, com base no Alcorão, vem aumentado seus ecos de forma assustadora. A população muçulmana em alguns países europeus e no continente em geral pode triplicar até 2050, representando até 14% do total, diz pesquisa do instituto americano Pew Research Center.
Relatos de agressões se multiplicam a cada dia. Esse mesmo fervor baseado no radicalismo religioso, aos poucos vai se espalhando por outros países, numa espécie de revival das cruzadas que, dos séculos 11 ao 13, opuseram cristãos e outros povos do Oriente, pela libertação da Terra Santa.
Trata-se, não exatamente de um mundo novo nem tampouco admirável, ante a inércia e o imobilismo impostos pela letargia, de aproveitar as brechas para migrar entre as rachaduras expostas de nossa cultura. Não por acaso, dentro desse cenário de distopias, as igrejas cristãs vêm sofrendo uma série de ataques, com depredações de parte de nosso acervo sagrado, incêndios em templos, perseguições aos clérigos e aos crentes, e todo um movimento, mais vivo do que nunca, que visa destruir alguns dos mais importantes baluartes de nossa cultura. Nesse movimento de razia contra o Ocidente, nem mesmo as famílias escapam desses ventos loucos.
A frase que foi pronunciada:
“A especulação é no comércio uma necessidade; é nos abusos, uma inconveniência; mas entre as inconveniências dos abusos e a necessidade do uso, está, em todos os casos dessa espécie a liberdade, que deve ser respeitada, porque se em nome de abusos possíveis nos quiserem tirar a liberdade do uso, talvez não nos deixem água para beber.”
Rui Barbosa
Mulheres no poder
Nas homenagens a Brasília que aconteceram na Câmara Legislativa, a deputada distrital Paula Belmonte foi bastante elogiada pela coragem e, principalmente, pelo posicionamento político coerente. Contra ou a favor da maré, a deputada Paula luta pelos mesmos ideais, enfrentando as mais diversas ameaças. Quem participou da solenidade foi Maria de Lourdes Abadia, que destacou o trabalho de Paula Belmonte em defesa das crianças e das mulheres, além de lutar por uma capital mais justa e com oportunidades para todos.
Virtude
Aconteceu no auditório da Cúria Metropolitana, a palestra com o ministro Ives Gandra Martins Filho, com o tema Virtudes: um Ideal de excelência. O evento foi organizado pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa. Como sempre, ninguém sai da forma que entrou quando o Dr. Ives Gandra está com a palavra.
Ameaças
Aconteceu no Gama. Um garoto de oito anos avisou à mãe: “Não vai ter aula amanhã por causa de um tal de massacre”. E completou: “Mãe, o que é isso?”
Pavor
Por falar nisso, ao dar um pulinho na farmácia do Varjão, com o carro cheio de crianças, o cidadão se depara com um corpo baleado no meio da rua. A cena foi de horror, mas as crianças foram orientadas a olhar para o tapete do carro até segunda ordem.
História de Brasília
A romaria de solidariedade ao Tonico, no Banco da Lavoura, é um reflexo do reconhecimento dos que construíram Brasília, para com aquele verdadeiro pioneiro. (Publicada em 18/03/1962)
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Em abril do próximo ano, Portugal estará comemorando meio século da Revolução dos Cravos. Trata-se de uma data da maior significância para aquele pequeno, mas laborioso, país do outro lado do oceano. A partir daquela data, terminava a longa ditadura de Salazar, que, desde 1926, mantivera Portugal apartado do resto da Europa, como um velho e esquecido país, naquela esquina do continente, deixado à própria sorte, desde o fim da Segunda Grande Guerra.
Mais importante do que o fim de uma das últimas ditaduras ainda resistentes da Europa, a Revolução dos Cravos abriu caminho para a inserção lenta e definitiva de Portugal ao resto do continente. Isso durante a longa noite em que o regime salazarista controlou o país, que parecia mergulhado numa espécie de sono ou transe profundo, alheio ao que se passava ao redor do mundo e mesmo indiferente ao destino do continente, que sempre o havia empurrado e espremido contra o mar.
Somente aqueles que lá viveram nesse período podiam sentir os tremores provocados por um vulcão que, a qualquer momento, ameaçava explodir com tudo. Havia, onde o pensamento trabalha, um surdo protesto que logo passou a ganhar fôlego entre artistas e os mais letrados. A música e poesia eram as artes que mais se engajavam num movimento que buscava sacudir a poeira antiga, acabando com as perseguições às oposições e a todos aqueles que discordavam do velho sistema.
Impossível mencionar aqui todo ou mesmo parte do imenso e poderoso repertório artístico em música e poesia, produzidos naquele período, e que inspiravam a todos a buscarem uma saída para o longo fechamento político de Portugal e sua exclusão do mundo moderno. A censura do Estado Novo não se envergonhava de confiscar obras, livros e quaisquer trabalhos artísticos que contivessem críticas ao governo. Também não se fazia titubeante na hora de prender e mesmo calar os artistas.
No fundo e mesmo inconscientemente, o governo antevia, como um mau augúrio, que seria por obra e graça às ações de poetas e músicos, e não das armas, que viriam as forças capazes de apear-lhe do poder. A força da palavra. Dentre os muitos artistas que combateram o bom combate contra a ditadura, merece destaque aqui, como representante dessa tropa lírica, a obra magnífica de Sophia de Mello Breyner Andersen (1919-2004). Como membro ativo da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, Sophia, já nos anos quarenta, escreveria o poema “Com fúria e raiva”: “Com fúria e raiva acuso o demagogo / E o seu capitalismo das palavras / […] /Com fúria e raiva acuso o demagogo / Que se promove à sombra da palavra / E da palavra faz poder e jogo / E transforma as palavras em moeda / Como se faz com o trigo e com a terra.” No poema “O Velho Abutre”, a poetisa diz, sem meias palavras: “O velho abutre é sábio e alisa suas penas / A podridão lhe agrada e seus discursos / Têm o dom de tornar as almas mais pequena.”
Também no poema “Data”, Sophia declara: “Tempo de covardia e tempo de ira / Tempo de mascarada e de mentira / Tempo que mata quem o denuncia / Tempo de escravidão / Tempo dos coniventes sem cadastro / Tempo de silêncio e de mordaça / Tempo onde o sangue não tem rastro, / Tempo de ameaça.”
No poema “Pranto pelo dia de hoje”, Sophia denunciava o sumiço de pessoas, das mortes que deixavam rastros. “Nunca choraremos bastante quando vemos / Que quem ousa lutar é destruído / Por troças por insídias por venenos / E por outras maneiras que sabemos / Tão sábias tão subtis e tão peritas / Que nem podem sequer ser bem descritas.”
Mesmo diante da torpeza daquela realidade e da dificuldade imensa em traduzir e conciliar a beleza lírica com os dias trevosos que assistia, a poetisa não se detinha. No poema “Nesta hora”, ela acusava: “Nesta hora limpa da verdade é preciso dizer a verdade toda / Mesmo àquela hora que é impopular neste dia em que se invoca o povo / Pois é preciso que o povo regresse de seu exílio / E lhe seja proposta uma verdade inteira e não meia verdade / Meia verdade é como habitar meio quarto / Ganhar meio salário / Como só ter dinheiro / A metade da vida / O demagogo diz da verdade a metade / E o resto joga com habilidade / Porque pensa que o povo só pensa metade / Porque pensa que o povo não percebe nem sabe / A verdade não é uma especialidade / Para especializados clérigos letrados /Não basta gritar povo é preciso expor.”
São poemas de uma força a denunciar um tempo de aflição, mas que que serviam de alento para aqueles que lutavam por liberdade. A revolução dos Cravos de 1974 serviria ainda como um exemplo e uma lição a ser seguida, ajudando outros países a se libertarem do jugo ditatorial, como Espanha, em 1975, e o próprio Brasil, em 1985.
A frase que foi pronunciada:
“Os mais perigosos inimigos não são aqueles que te odiaram desde sempre. Quem mais deves temer são os que, durante um tempo, estiveram próximos e por ti se sentiram fascinados.”
Mia Couto
Musical
Já estão à venda, pelo Sympla, os ingressos para o Musical Os Miseráveis, que será apresentado na Escola de Música, nos dias 24 e 25 de junho, com sessões às 17h e 20h. A produção e direção artística é de Renata Dourado; preparador vocal, Gustavo Rocha; diretor de cena, Vittor Borges; assistente de produção, Érika Kallina; e regente, Rafael de Abreu Ribeiro. A apresentação é da Cia de Cantores Líricos de Brasília e Áquila Records.
História de Brasília
Está, assim, funcionando, o pombal da praça dos Três Podêres, que consistia na grande inspiração de d. Eloá Quadros. (Publicada em 18.03.1962)
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Quando um governo, sozinho e em pouco mais de dois anos de gestão, consegue o feito impensável e histórico de ter contra si a unanimidade dos produtores de ciência e de cultura de todo o país, é indício forte de que sua administração, além de prejudicial ao desenvolvimento da nação, possui um caráter reacionário, revelador, talvez, de uma má formação intelectual.
Pode ser também, quem sabe, decorrente de uma aversão típica esse tipo peculiar de governante decorrente de alguma ideologia política do tipo centralizadora, o antídoto ou remédio pode estar nas urnas e nas próximas eleições. Se for algum tipo de desvio psicológico, a situação adquire um certo grau de gravidade e só pode ser resolvido no âmbito da medicina.
De toda a forma, esse é o cenário atual que acomete tanto a classe artística como os cientistas e pesquisadores, praticamente, desde o primeiro dia de mandato do atual chefe do Executivo. A questão parece ter extrapolado o simples corte de verbas para essas importantes áreas do país, atingindo níveis de perseguição pessoal a uma classe de cidadãos que, normalmente, possui opiniões próprias e contundentes e muitas vezes contrárias a dos governos.
Mas, analisando a questão material do corte nos orçamentos para a ciência e cultura, o que se verifica, logo de saída, é que esses setores da vida nacional foram duramente penalizados, de uma forma jamais vista em outras épocas. A lista desses setores que sofreram cortes drásticos em seus orçamentos é extensa e reveladora de uma fase negra vivida tanto por pesquisadores como por artistas nas diversas áreas da cultura brasileira.
A frase que foi pronunciada:
“Para a maioria das pessoas, nenhuma notícia é uma boa notícia; para a imprensa, uma boa notícia não é uma notícia.”
Gloria Borger, jornalista americana, 1952
Amanhã
Albertina era uma máquina supermoderna dos parques gráficos que imprimia em cores heliográficas. Isso há 60 anos. Vendo o desenvolvimento tecnológico, como você imagina que as notícias chegarão em 60 anos?
Países Unidos
Nenhuma vacina está pronta antes de 5 anos de testes. Tanto que anunciaram, aos quatro cantos do mundo, que a Janssen seria uma dose só e já estão ventilando ordens diversas. Outras vacinas não são aceitas em alguns países. Foi explicado que a razão não é a falta da eficácia contra o vírus. Quem pensou, não compreendeu. É impossível que o mundo se dobre dessa forma aceitando passaporte de uma vacina que não completou o ciclo de cientificidade. A Austrália já não aceita.
À sorrelfa
De uma forma sorrateira, a China está se infiltrando em universidades para se apoderar de criações nascidas no mundo acadêmico. A NBC News anunciou que o professor chinês Bo Mao, da Universidade do Texas, foi acusado pelos promotores de pegar a tecnologia de uma start-up do Vale do Silício para entregar à Huawei, a rede de telecomunicações chinesa.
Lamentável
Perto do setor inventado de galpões do Paranoá, está virando depósito de lixo. Mais umas semanas assim e a administração perderá o controle.
Como proteger
Divulguem a campanha do Ministério da Saúde ensinando as pessoas a tossir ou espirrar. Parece bobagem, mas veja, a seguir, a velocidade e o material orgânico espalhado no ambiente durante um espirro. E mais: O lenço não adianta, nem as mãos para aparar o espirro. Por uma razão simples: sem limpá-las com eficiência onde elas encostarem, levarão consigo o material espirrado. Só a dobra do braço funciona. Mas poucos sabem disso.
Boa ideia
Em legislação local, São Paulo obriga qualquer instituição comercial a doar água potável para quem solicitá-la. Excelente iniciativa!
Prevenção
Antes que a chuva chegue para ficar, seria sensato reforçar a tinta das faixas de pedestre. No Plano Piloto, as que ficam nas entrequadras estão em péssimo estado.
História de Brasília
Há um ano, aproximadamente, falamos na numeração das quadras da W-3, e houve a promessa de que isto seria feito. Chegou-se a fazer um estudo procurando corrigir anormalidades, que tiveram resultados excelentes. (Publicada em 10/02/1962).
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Notícia corrente sobre a possibilidade de a Universidade de Oxford, o mais antigo centro de educação superior de língua inglesa, fundada ainda em 1090 na Inglaterra, vir a diminuir a execução, em pleno século XXI, de partituras eruditas de compositores como Bach, Mozart e Beethoven dos cursos de música. A informação vem chocando o mundo civilizado. A justificativa, se é que pode existir explicação racional para tamanha insensatez, é que esses e outros compositores universais são exemplos da cultura branca, sendo, portanto, enquadrados como “muito coloniais” e contrários ao que pregam os movimentos negros e de outros povos que, num passado longínquo, foram submetidos ao duro processo de colonização.
De forma cuidadosa, o corpo docente vai, aos poucos, incluindo informações sem muita clareza, como a nomeação de um novo professor de música popular que vai expandir o leque de composições de Hip Hop Global, Música, Mente e Comportamento no primeiro ano, e de Trovadores e Madrigal Renascentista à Sinfonia do século 19, Mulheres na Música Popular, História da Educação Musical e World Jazz no segundo e terceiro anos. A universidade expressa a ansiedade de compartilhar o novo currículo nos próximos meses.
Se a direção da instituição realmente autorizar essa mudança, o que ainda não aconteceu, será mais um embrulho falso das novas ideologias que nada têm a apresentar, no mesmo nível e padrão de qualidade, que se compare a esses compositores. Por essa classificação bizarra, há que banir, também, milhares de outros artistas, filósofos e outros produtores de cultura de pele branca, numa espécie de apartheid às avessas. Como se ler o pensamento, ouvir a criação, apreciar a obra trouxesse a cor da pele em primeiro lugar.
Causa surpresa que, em outras épocas, essa quase milenar universidade soube enfrentar, com destemor, outros movimentos anticulturais. Agora, assistir que ela se curve às pressões hodiernas de movimentos exógenos, avessos à ilustração e nascidos em meio ao caos e a violência policial, nos Estados Unidos, no ano de 2013, é um fato grotesco. Esse é, infelizmente, o caso do “Black Lives Matter” (BLM), que tem pressionado a Universidade de Oxford a exilar esses e outros compositores, não pela genialidade que deixaram em forma de partituras celestiais, mas, e tão somente, com base na cor da pele.
Talvez estejamos diante de um revival da grande queima de livros, ocorrida em maio de 1933 em várias cidades da Alemanha, por incitação do movimento nazista que surgia. Ou quem sabe, voltando mais no tempo, um tardio saudosismo, escondido nos arquétipos de muitos, da primeira destruição maciça de livros ocorrida na Suméria, berço da civilização ocidental, ocorrida há exatos 5300 anos.
Sem dúvida, trata-se aqui de uma reedição do Index Librorum Prohibitorum, ou lista negra (ou branca… nem sei mais) contra o livre pensar, baixado pela Igreja em 1559, no Concílio de Trento, quando da instituição da Inquisição. Sob o falso argumento de que existe uma ausência de diversidade musical nesses cursos, muitos docentes estão sob pressão de integrantes desses movimentos para mudar o repertório, evitando focar em compositores célebres da música europeia e branca, que, de acordo com essas novas ideologias, têm causado grande sofrimento aos estudantes negros. Também outras atividades estão na mira desses movimentos nessa instituição, como é o caso de ensino do piano e de regência, vistos que ambos “centralizam estruturalmente a música europeia branca.” Não se sabe onde pressões de movimentos dessa espécie podem conduzir o ensino da música e o ensino de modo geral nessa e em outras universidades em solo europeu.
Na França, como o crescimento exponencial dos movimentos e da tradição muçulmana, pressões semelhantes também têm ocorrido, visando também um banimento da cultura humanística ocidental e sua substituição por regras, sharias, ordenamentos e outros mandamentos contrários à liberdade de pensamento e de escolhas, fundamentais para nossa cultura. Para onde vamos com a pressão desses movimentos, não sabemos ainda. Por certo, não devemos seguir nessa direção, que pode nos levar ao aniquilamento do que somos, acreditamos e queremos.
Frase que foi pronunciada:
“Materialistas e loucos nunca têm dúvidas.”
G.K. Chesterton
Tostes
Mesmo para os funcionários da Receita Federal, cair na malha fina é um problema bastante burocrático. Se o diretor Tostes fosse informado sobre o trâmite para o desembaraço, ficaria horrorizado com a complicação. Vale a averiguação e a solução estudada pelo diretor que mais combate a burocracia.
Marfim e ébano
Pianistas de Brasília estão preparando um belo presente para toda a população, que está, de antemão, convidada para a festa de aniversário da cidade pelo Youtube ou site da EMB. O projeto foi idealizado por Rogério Resende. São 12 músicos, cada um em seu horário. Soledade Arnaud abre os trabalhos com o Hino da Neusa França, além de interpretar Valsas, Choros e o samba Exaltação à Brasília, da mestra.
Piano
Além de Soledade Arnaud, veja os pianistas que se apresentarão: Alexandre Romariz, Wandrei Braga, Jonathan Moyer,Renato Vasconcellos, José Cabrera, Sérgio Souza, Deborah Nilson, Toninho, Daniel Tarquinio e Breno Souza, Hércules Gomes. Veja mais detalhes a seguir.
–> Programação:
7h Soledade Arnaud/Neusa França
8h Alexandre Romariz/ Franz schubert
9 h Wandrei Braga/Chiquinha Gonzaga
10h Jonathan moyer/ Franz Listz
11h Renato Vasconcellos/autoral
12h José Cabrera/autoral
13h Sérgio Souza/Robert Schumann
14h Deborah Nilson/Ludwig Van Beethoven
15h Toninho/Burt Bacarat
16h Daniel Tarquinio/ Villa Lobos
17h Breno Souza/ Frederic Schopin
18h Hércules Gomes/autoral
Minha Terra
É tão impressionante uma loja ter atendimento exemplar que o nosso dever é compartilhar para que outros consumidores possam ser tratados como merecem: com respeito. A loja fica na Asa Norte e vende material hidráulico, elétrico e variedades. Veja a localização no link Minha Terra.
História de Brasília
Agora, participando do mesmo espírito, da mesma orientação, Jean Pouchard saiu-se com esta belezinha: “Vamos torcer pelo sol, porque estaremos torcendo pelo Arpoador em estado de beleza.” (Publicada em 31.01.1962)
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Nesses oito meses de pandemia, em que parcela significativa da humanidade parece mergulhada numa espécie de hibernação compulsória e sem dia para terminar, não chega a causar surpresa o fato de que o mundo, possivelmente, emergirá dessa experiência inusitada e impactante. Não seremos os mesmos, seguramente, nem o mundo será o mesmo que estávamos acostumados a vivenciar.
As razões que nos conduzirão a esse “admirável mundo novo” estão sendo arquitetadas em detalhes, enquanto cuidamos de nos esconder em nossas casas. De fato, o noticiário tem mostrado que a roda do destino continua girando, provocando mudanças dentro e fora de nosso país. O lockdown, decretado nos países da Europa por ocasião da 2ª onda de contaminação do vírus, cuidou de fechar as poucas frestas de luz que pareciam decretar o início do fim da pandemia.
O inverno que se aproxima promete, segundo os cientistas, intensificar a ação do coronavírus. Com cidades importantes do velho continente, totalmente desertas e amedrontadas, com a recidiva da doença, a economia que ainda não tivera tempo de se refazer, provavelmente, voltará à estagnação, ameaçando o futuro de muitos.
É, em meio a esse caos estabelecido, que uma verdadeira onda de protestos e paralisações ameaçam varrer o que ainda resiste de cultura Ocidental. A França, outrora a mais representativa nação a propagar os valores da cultura ocidental com seus libelos de liberdade, igualdade e fraternidade e que deu impulso ao surgimento dos Estados contemporâneos, vem, particularmente, sofrendo uma erupção interna deflagrada justamente por aqueles a quem acolheu e deu abrigo e, em muitos casos, a cidadania plena.
As manifestações de populações muçulmanas, contra as tradições e a cultura locais, ameaçam não apenas a França que conhecemos através de Montesquieu, Balzac, Victor Hugo, Voltaire, Curie, Beauvoir, Sartre e uma infinidade de outros nomes ilustres, mas a França, berço de nossas tradições mais caras. As pressões que essas comunidades estrangeiras têm feito para, inclusive, substituir as leis seculares pela sharia ou a lei islâmica, com base no Alcorão, vêm aumentado seus ecos de forma assustadora.
Os relatos de agressões contra franceses se multiplicam a cada dia. Esse mesmo fervor irracional, baseado no mais arcaico radicalismo religioso, aos poucos, vai se espalhando por outros países, numa espécie de revival das Cruzadas que, do século XI ao XIII, opuseram cristãos e outros povos do Oriente, pela libertação da Terra Santa.
Trata-se aqui não exatamente de um mundo novo, nem tampouco admirável, mas que, aproveitando a inércia e o imobilismo impostos pela quarentena, aproveita as brechas para migrar entre as rachaduras expostas de nossa cultura. Não por acaso, dentro desse cenário de distopias, as igrejas cristãs vêm sofrendo uma série de ataques, com depredações de parte de nosso acervo sagrado, incêndios em templos, perseguições aos clérigos e aos crentes e todo um movimento, mais vivo do que nunca, que visa destruir alguns dos mais importantes baluartes de nossa cultura.
Nesse agito de razia contra o Ocidente, nem mesmo as famílias escapam desses ventos loucos. A união de conceitos do Gramscismo com esses insurgentes vindos de longe ameaça essa que é a célula mater da nossa sociedade, por meio de conceitos esdrúxulos como incestos, poligamia, ideologia de gênero e outros conceitos panfletários que miram o fim de nossa civilização. Tudo isso, enquanto dormimos.
A frase que foi pronunciada:
“Onde não há lei, não há liberdade.”
John Locke, filósofo inglês.
Notícia Boa
Félix, de 94 anos, e Irene. Casados por 65 anos. Ele passou 45 dias hospitalizado. Venceu o Covid e voltou para casa. Imagens do reencontro a seguir.
Acorde com essa
Dessa vez, na Farmácia de alto custo, a moça que atendia disse displicentemente: “Vai ter que voltar amanhã, as senhas acabaram. Ou fique aí até as 19h, quando minha chefe sair. Daí você fala com ela.” A senhora, vulnerável ao Coronavírus e com doença rara, baixou a cabeça, voltou para a Rodoviária para pegar outro ônibus para casa e chegar lá depois de 1h40 de viagem. No dia seguinte voltaria. Enquanto isso, dezenas de senhas não usadas estavam fechadas numa gaveta.
Alternativa
A ideia, já registrada nessa coluna, sobre ruas de comércio funcionando por 24h é uma alternativa para recuperar os estragos feitos na economia da cidade pelo Vírus Corona.
Agência Brasil
Imagine acessar, gratuitamente, um banco de imagens sobre diversos temas, salvo desde 1964. O endereço na Internet para o acesso é Galeria de Fotos | Agência Brasil.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Dois companheiros dos “Diários Associados” recebem hoje, o Mérito Santos Dumont, pelos relevantes serviços prestados ao Brasil, particularmente à sua aviação. (Publicado em 20/01/1962)
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Como organismo vivo, a ampliar os mecanismos que conduzem e moldam cada indivíduo, a sociedade também parece apresentar suas múltiplas facetas psicológicas, carregando, em seu sentido coletivo, os mesmos traumas e outros problemas que desenham a personalidade de cada um de seus membros.
Talvez, essa característica seja o ingrediente que diferencia as nações, já que resultaria, ela mesma, do amálgama de seus indivíduos. Existem, de fato, uma consciência e uma psicologia coletiva, abordadas tanto por Durkheim (1858-1917) como por Karl Marx (1818-1883). Sob esse ponto de vista, é possível afirmar que, no cerne das grandes questões que parecem inquietar o mundo atual, estariam as mesmas características psicológicas que determinam as fases ou as diversas idades que experimentam cada indivíduo ao longo de sua existência.
Em outras palavras, seria como se a humanidade, nesse limiar do século XXI, estivesse deixando, para trás, o que seria sua fase de adolescência, ingressando, a duras penas e com grande relutância, na idade adulta, onde a realidade parece perder as cores da fantasia, apresentando o mundo como ele é: repleto de desafios e de responsabilidades.
Seria esse despertar para a maturidade mais traumático para as sociedades do que é para o indivíduo? Eis aí uma questão que caberá às atuais gerações decifrar, antes que maiores erupções sociais conduzam o mundo a um estado permanente de convulsões. Depois de deixar o próprio planeta quase exangue, depauperado em seus recursos naturais e em pleno estado de aquecimento global acelerado, os desafios apresentados à humanidade só podem ser, de fato, enfrentados caso ela consiga, definitivamente, adentrar para sua fase adulta, quitando os débitos deixados por séculos de incúria consumista e desenfreada do passado.
Quer queiramos ou não, o século XXI parece empurrar a humanidade para a encruzilhada onde ela terá que, por si própria, decidir que tipo de rumo seguir para garantir a perpetuação de vida sobre o planeta. Não é tarefa pequena, pois irá requerer maturidade muito maior que as gerações anteriores e só poderá ser levada, a bom termo, por pessoas e lideranças sérias e comprometidas com essa que é uma questão global e urgente.
É essa nova cultura, que só pode ser apreendia por via da consciência coletiva, que necessitam as sociedades para resolver esse grande quebra-cabeças que têm pela frente. O problema é que, quando ainda se assiste, por toda a Europa, os entreveros seculares envolvendo cristãos e muçulmanos, questão essa vinda de um passado longínquo de cruzadas, em que professores e fiéis são degolados em plena luz do dia, em nome de crenças religiosas e outros dogmas pueris, a luz vermelha apontando que a humanidade ainda insiste em viver sua infância se acende e, com isso, cresce o temor de que ainda não estamos devidamente preparados para esse século e seus enormes desafios.
A frase que foi pronunciada:
“E quando dois grupos de crentes combaterem entre si, reconciliai-os, então. E se um grupo provocar outro, combatei o provocador, até que se cumpram os desígnios de Allah. Se, porém, se cumprirem (os desígnios), então reconciliai-os equitativamente e sede equânimes, porque Allah aprecia os equânimes.”
Alcorão 49:9
Anatel
Bixby é um sistema incomum encontrado nas últimas gerações de telefones da Samsung. É estranho porque o dono do telefone sempre teve autonomia para escolher ou não pelo funcionamento dos assistentes da marca do aparelho. Mas, atualmente, o Bixby foi recriado sem a opção fácil e acessível de eliminá-lo. Caso a se pensar.
A Hora do Mução
Quem quiser compreender porque é tão fácil enganar o nosso povo com promessas precisa assistir esse programa. Impulsionado por algum conhecido da vítima, que entrega o apelido odiado, ou mesmo brincando com trotes, é possível atestar a inocência e bondade das pessoas por esse país adentro. Rodrigo Vieira Emerenciano conhece essa essência. Mas a usa apenas pelo deleite de ver as pessoas irritadas ou humilhadas.
Ritmo calculado
Mais uma produção acadêmica do professor Bohumil Med. Com a provocação “O ritmo é exato ou não há ritmo”, Bohumil anuncia o lançamento do libvo de 220 páginas com 45 aulas. Veja, no blog do Ari Cunha, como adquiri-lo.
Personagem
Lá estava, em uma farmácia do Paranoá, seu Ataíde Pereira das Neves. De Papai Noel da cidade até cozinheiro do presidente JK. Vindo de Recife, em 1957, o pioneiro é homenageado por todos os lados.
Arte
Galeria no Pátio Brasil expõe trabalhos de artistas da cidade. Os trabalhos foram selecionados por Stella Lopes.
Desde sua inauguração, a PÁTIO GALERIA tem recebido exposições individuais de vários artistas, como as de AKIMI WATANABE, ALESSANDRA FRANÇA, CARLOS WOLFGRAM, DONIZETTI GARCIA, ERNESTO SOUZA, FERNANDO RABUJA, FRANCISCA NZENZE MEIRELES, LOURENÇO DE BEM, MALU PERLINGEIRO, MÁRCIA ROSA, MÁRCIO BORSÓI, MÔNICA CUNHA, PAULO MAURÍCIO, PERPE BRASIL, SALMA S. MANZANO, SANAGÊ CARDOSO, SOCORRO MOTA, SONNIA GUERRA, SOUZA, STELLA LOPES, THÉA SISSON e VLADIMIR CÂNDIDO.
Na PÁTIO GALERIA podem ser encontradas também gravuras de ATHOS
BULCÃO, CARIBÉ e MONICA BARKI, assim como pintura de ANTONIO POTEIRO e escultura de MANUEL ANDRADE.
A galeria trabalha, também, com reproduções em papel e em canvas (Fine Art),
fotografias, múltiplos, gravuras e aquarelas originais.
Os artistas interessados em ocupar os espaços expositivos devem enviar
portfólio e proposta para contato.patiogaleria2019@gmail.com
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Novos padrinhos para as árvores da W-3: J.J. Sabriá, que fez o primeiro jardim particular em sua quadra, Itabrás Utilidades Domésticas, Panair do Brasil e Vicente Ferrer Corrêa Lima. Continue telefonando para 2-2803 e adote uma árvore da W-3, se é que o senhor mora ou trabalha naquela avenida. (Publicado em 17/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Não é de agora que escritores, visionários, filósofos e outros pensadores da questão humana imaginam e preveem um mundo e uma sociedade distópica, onde os valores morais e éticos e todas as relações sociais saudáveis desabaram para um patamar no subsolo onde a opressão, o autoritarismo, a anarquia e a desagregação do indivíduo e das famílias passam a dominar o ambiente de todas as nações, fazendo, do exercício da vida, um tormento sem fim.
Obras literárias de grande valor como ‘1984’, de George Orwell, “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury, “Guerra dos Mundos, de H.G Wells, e uma centena de outras buscaram descrever esse mundo futuro de pesadelo onde a tecnologia, que anteriormente foi pensada para libertar o homem dos trabalhos enfadonhos e infindáveis, agora passa a ser usada como ferramenta para controlar e oprimir as massas, criando um ambiente no qual todos são absolutamente vigiados e escravizados, do nascimento até a morte.
Mesmo as grandes metrópoles, outrora majestosas e desejadas, vão se transformando, dentro desse novo ambiente de miséria humana, em lugares decadentes e extremamente hostis. Ocorre que se, no passado, essas imagens e predições ficcionais foram utilizadas, por seus autores, dentro de um contexto que visava alertar e satirizar para a possibilidade das sociedades modernas transformarem o planeta num lugar de absoluto sofrimento, hoje, mais e mais, parece que estamos nos dirigindo ao encontro daquilo que mais temíamos: construindo, com nossas próprias mãos, a Torre de Babel distópica que poderá erguer o inferno sobre a Terra, antes mesmo do advento do apocalipse.
Alguém já afirmou que o único cenário que a mente humana não pode trazer para a realidade é aquele que não consegue elaborar mentalmente. Em outras palavras, e dentro das possibilidades infinitas de nossa espécie e que nos torna diferente de outros seres vivos, temos uma capacidade de projetarmos o futuro e nos encaixarmos nele, mesmo que esse futuro não seja do nosso agrado e nos coloque em rota de colisão contra a continuação da nossa própria espécie.
É essa dualidade humana que, ao mesmo tempo, a unir o Eros e o Tânatos, temos que arrastar para frente, num combate eterno contra nós mesmos, tão bem representado pela alegoria de Sísifo, condenado a empurrar para sempre, morro acima, uma gigantesca pedra que, ao atingir o topo, volta a rolar morro abaixo.
Essas reflexões vêm a propósito do fenômeno experimentado em boa parte do mundo e que parece decretar o que seriam os primeiros sinais da morte da cultura, em todos os seus aspectos. De certa forma, esse seria, para muitos, o prenúncio a indicar que estamos no limiar de um mundo distópico. Fechamento de teatros, museus, bibliotecas, livrarias, galerias de arte, cinemas e mesmo o que parece ser a falência da música, dos coros, das orquestras, da moda e tantas outras invenções do gênero humano, tão necessários para a evolução de nossa espécie e que nos tornam aquilo que buscamos ser: seres humanos.
Trata-se de um fenômeno que vai acontecendo não apenas por indução da pandemia, mas da própria condição atual de todos nós, terráqueos, preocupados e envoltos em nossas revoluções internas, enquanto destruímos o planeta e todo o seu bioma. Escondidos em nossas cavernas modernas, fugimos do vírus externo enquanto, por toda a parte, as lideranças políticas vão assenhorando da máquina do Estado, transformando nossas instituições e criando outras à imagem e semelhança de seus propósitos.
Ao romper a barreira da cultura, estarão abertas as brechas para o alagamento total de nossa civilização, já abalada pelos esforços contínuos de destruição das famílias e o que resta do ensino público.
Enquanto permanecemos mergulhados em nosso sono de hibernação, um mundo distópico vai sendo erguido bem defronte de nossas casas.
A frase que foi pronunciada:
“Os romances distópicos ajudam as pessoas a processar seus medos sobre como será o futuro; além disso, eles geralmente mostram que sempre há esperança, mesmo no futuro mais sombrio.”
Lauren Oliver, escritora norte americana
Gestão
Depois do elogio feito à farmácia de alto custo, o que acontece hoje é que não previram o final do contrato com a empresa que entregava os medicamentos por motoqueiros. Quem recebe os remédios são pessoas de saúde vulnerável, daí a necessidade da entrega em domicílio. Resultado: na estação do metrô na 102 sul, a fila é grande com pessoas que não precisariam estar ali se houvesse uma administração competente.
Que presente
Acompanhar cada passo do PSOL é uma tarefa difícil para quem ainda preza pela instituição familiar. Desconstruir a biologia, forçando meninos e meninas, crianças ainda, a serem sugestionados a trocar de sexo é um escândalo plantado, onde a tempestade não vai ser colhida por essa geração inconsequente. Um partido que desconstrói trabalha com escombros.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Doutor Tancredo Neves mandou dizer que a reunião do Conselho de Ministros foi adiada, porque ele precisava receber o chanceler do México. Se não passar ninguém pelo Rio terça-feira próxima, haverá reunião em Brasília. (Publicado em 19/01/1962)
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Projetado dois anos antes da inauguração de Brasília, pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Teatro Nacional Claudio Santoro (TNCS) é, na avaliação daqueles que conhecem outras construções do gênero, espalhadas por outros países, o mais belo e arrojado palco para produções culturais de todo o planeta, comparável em estética apenas ao Teatro da Grécia Antiga.
Infelizmente, como tudo que diz respeito à cultura nesse país, o TNCS permanece fechado e abandonado há mais de meia década e sem perspectiva, por enquanto, de vir a ser reaberto num futuro próximo, apesar da promessa do governador Ibaneis Rocha de adiantar as obras para devolver o teatro à cidade no 60º Aniversário de Brasília. O lugar, pouco a pouco vai sendo consumido pelo descaso e abandono, sendo ocupado internamente como uma espécie de depósito para o material, móveis e todo o tipo de quinquilharia do GDF. Com isso, todo o equipamento técnico, que torna possível o funcionamento de um teatro desse porte, se encontra também deteriorado pelo tempo. Fiação elétrica, instalações hidráulicas e mecânicas que auxiliam a dinâmica de palco também se encontram em estado de danificação avançada.
O passar do tempo e a ausência de manutenções básicas e permanentes, que garantam a preservação dos equipamentos, cuidam para tornar praticamente inviável sua posterior utilização. Desde que foi fechado por recomendação dos bombeiros em 2014, por questões de segurança e de acessibilidade, o teatro foi deixado de lado. Com a localização, perto da Rodoviária do Plano Piloto, outro ponto da capital deixado à própria sorte, vem servindo como abrigo e esconderijo de marginais que perambulam por aquela região à noite.
O mais absurdo é que, durante esse longo período de abandono de nosso mais icônico ponto de cultura, bilhões de reais do contribuinte brasiliense foram desperdiçados em outras obras gigantescas e totalmente desnecessárias à cidade, como é o caso do Estádio Mané Garrincha e do novo Centro Administrativo do GDF em Taguatinga, conhecido como Buritinga. Trata-se aí de dois legítimos elefantes brancos que só têm gerado despesas e processos nos tribunais por conta de sobrepreços e outras ações classificadas pela justiça como atos indiscutíveis de corrupção e malversação de dinheiro público.
A permanência por tanto tempo dessa situação de abandono e descaso, não apenas com esse teatro, mas também com o Museu de Arte Moderna, depõe diretamente contra os administradores da cidade, tornando visível ainda o pouco reconhecimento dessas autoridades, no presente e no passado recente, da importância da cultura para a formação do caráter e da cidadania de um povo. A preferência dessas autoridades por construções chamativas como pontes e viadutos, em detrimento dos aparelhos de cultura, indica, antes de tudo, que não iremos a lugar nenhum, permaneceremos às voltas com nosso atraso.
A frase que foi pronunciada:
“Alguém tem alguma pergunta para minhas respostas?”
Henry Kissinger, diplomata norte americano
SNE
Quem não baixou o aplicativo SNE está no prejuízo. Com uma plataforma espetacular como são as coisas mais simples, o motorista recebe vantagens bem atrativas no ato do pagamento de multas do DER. Trata-se de uma raridade em favor do contribuinte.
Cuidados
Síndrome do pé, mão e boca é facilmente adquirida em brinquedotecas, parques e escolas onde haja criança infectada. Apesar de não ser uma doença grave é bastante sofrida. Noutros tempos, lavar as mãos era parte da primeira lição de higiene. Hoje, a famosa “teoria da sujeira” é o que dita o comportamento. Um artigo no Journal of Allergy and Clinical Immunology ressalta que o equilíbrio nos cuidados de higiene e liberdade é necessário.
Triscaidecafobia
Conversa no cafezinho da Câmara concluía que o partido 13 teve 13 anos para mostrar a que veio.
Viver
Com os olhos de águia, dona Conceição Velasco Barrozo, de 93 anos, se diverte soltando pipa. Famosa em Piratininga, onde mora dona Conceição, conquistou o coração dos brasileiros depois que a família postou o vídeo onde ela dizia que ia soltar pipa até cansar, e não ia fazer o almoço. Acompanhe a seguir.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ninguém pode ter um filho, fazê-lo estudar a vida inteira, formar-se em medicina, para continuar às custas do pai, porque sua profissão é um sacerdócio. Está errado. Trabalho profissional tem que ser pago, e para ser valorizado, bem pago. E não é outra coisa, o que fazem os deputados. (Publicado em 25/11/1961)