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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Dizem que não é o poder que parece atrair nove em cada dez candidatos a cargos públicos em nosso país. Fosse apenas isso, a nação brasileira teria encontrado o paraíso na Terra. O que parece atrair os candidatos a cargos públicos em nosso país é o que o poder traz consigo, um outro elemento que parecem buscar mais do que o Santo Graal: o acesso quase ilimitado aos recursos públicos. O poder, ao que se sabe, é uma abstração.
Muitos foram os políticos que, ao perceberem esse fato, abriram mão do poder em troca do dinheiro fácil. Os escândalos produzidos por nossa elite política, ao longo das décadas, confirmam que essa é uma tese já pacificada e, contrariamente ao que se acredita, aceita por todos nós, como algo inerente à vida política. Muitas também foram as cenas, vistas por todos os brasileiros, na qual políticos importantes apareciam guardando grandes maços de dinheiro, em situações que nos enchiam de um sentimento de vergonha alheia. Do outro lado do oceano, dizia Margareth Thatcher que “Nunca esqueçamos esta verdade fundamental: o Estado não tem fonte de dinheiro senão o dinheiro que as pessoas ganham por si mesmas e para si mesmas. Se o Estado quer gastar mais dinheiro, somente poderá fazê-lo emprestando de sua poupança ou aumentando seus impostos. Não é correto pensar que alguém pagará. Esse “alguém” é “você”. Não há “dinheiro público”, há apenas “dinheiro dos contribuintes”, fato não absorvido pela maioria dos representantes do povo brasileiro.
A atração fatal que o dinheiro exerce sobre nossa classe política não possui uma explicação no mundo da racionalidade e da ética. Antigamente, no tempo de nossas avós, era costume acreditar que, ao bem alheio, devia-se todo o respeito e vênias, pois ele sempre parecia chorar pelo seu verdadeiro dono.
É preciso lembrar que a política nasceu sem a necessidade de intermediação ou do poder do dinheiro. Há sempre um risco na mistura do dinheiro com a política. Sobretudo com o dinheiro público. Aqueles que insistem em não entender essa lógica, acabam unindo a ganância humana ao materialismo e a posse de riqueza, esquecendo todo o resto. Talvez isso explique porquê boa parte daqueles que ocupam ou já ocuparam cargos públicos situam-se hoje nos pontos mais altos da pirâmide de renda. Nesse caso, quanto mais poder, mais largas são as avenidas que levam à riqueza pessoal. Lógico que, no meio desse caminho, há que se criar cenários que iludam a plateia, com um benefício aqui e outro acolá ou uma falsa imagem de benfeitor ou protetor dos mais necessitados.
Com uma constatação tão crua como esta, é de admirar que, passados tantos séculos, ainda existem aqueles que só enxergam virtudes nos políticos nacionais. Óbvio que também existem exceções em meio a essa ninhada faminta de políticos. Os observadores da cena política nacional notam que, com o passar do tempo, desfrutando das delicias que o poder propicia, os eleitos pelo povo mudam de figura. Passam a engordar, ficam com a pele mais brilhante, mudam o guarda-roupa e vão adquirindo uma feição ou caricatura mais próxima àquela mostrada pelos ricos de nascença. Mas, visto de perto, esses personagens apresentam o que são: uma embalagem vazia. Nossa classe política é formada, em sua maioria, por sibaritas convictos. Não só eles como também os altos funcionários do Estado, todos devidamente dotados de blindagem contra as bisbilhotices dos curiosos pelo odioso foro de prerrogativas de função.
Com essa armadura, livram-se das maldições alheias e dos rigores das leis. Toda essa preleção vem a propósito de uma constatação simples e básica: o dinheiro ou, pelo menos, as malas de dinheiro têm feito muito mal a nossa classe política. A começar pelos Fundos Públicos Partidários e Eleitorais. Mal acostumados à fartura de dinheiro público, nossos representantes já não conseguem nos representar, sendo apartados da população e conduzidos para o mundo da fantasia e do faz de conta.
A frase que foi pronunciada:
“A paciência é uma virtude, exceto quando se trata de separar os inconvenientes.”
Margaret Thatcher
Temporada de Chuvas
Uma sala de monitoramento das chuvas no DF está funcionando.
Beleza BSB
Amigas entusiasmadas vendo a folhagem rosa de cor aveludada das sapucaias no Eixão. Poucas pessoas sabem, mas as castanhas são muito saborosas.
História de Brasília
Brasília entra hoje em seu terceiro ano de vida. Vamos esquecer suas mazelas, por enquanto, e mostrar o outro lado, também. Vamos lembrar o rush dos tempos de sua construção. No auge das obras, os caminhões da Novacap rodavam, por dia, o equivalente a duas vêzes a volta da Terra. (Publicada em 21.04.1962)
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Somente pelo fato de ser a capital de uma das dez maiores economias do mundo, Brasília bem que poderia ser considerada uma cidade segura e praticamente livre de crimes de toda a natureza. Mas a realidade insiste em mostrar sua cara feia, trazendo consigo uma multiplicidade de fatos violentos que contradizem as expectativas e mesmo o que declaram as autoridades mais otimistas.
Para início de conversa, Brasília contabiliza quase 1.500 mortes violentas a cada ano. Desse número, aproximadamente 500 são classificadas como homicídios. Com isso, a capital ostenta hoje 16 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, o que é uma taxa alta e preocupante. Infelizmente dados numéricos foram feitos para os arquivos da burocracia e para serem esquecidos em seguida. É nesse verdadeiro moedor de carne humana que pessoas com nome e sobrenome viram estatísticas e vão engrossar os dossiês sobre violência deixados esquecidos no chamado arquivo morto.
Em reportagem feita pela jornalista Helena Dornelas, com base em dados da plataforma Numbeo.com, e veiculada por esse jornal em 27/05 com o título “Brasília é a 69ª cidade mais perigosa do mundo”, mostrou que a capital de todos os brasileiros, caso nada seja feito de imediato e com firmeza, vai seguindo por uma trilha que pode inviabilizar a cidade como centro administrativo do país.
A questão é simples: para uma cidade que não consegue dar conta da segurança de seus moradores, incluindo aí as diversas autoridades que aqui vivem, fica difícil também garantir segurança para as instituições nacionais e internacionais que aqui estão sediadas. O crime não conhece barreiras ou status.
Essa situação ganha ainda um caráter mais delicado quando se verifica que, a poucos quilômetros do centro da capital, existe um presídio federal de segurança máxima, construído contra todos os pareceres das autoridades locais, que temem por essa proximidade.
Também já foi mencionado, aqui neste espaço, em diversas oportunidades, que o crescimento exponencial dos índices de violência em Brasília, nesses últimos anos, tem como origem o desordenado inchaço populacional da cidade, trazido no bojo da chamada maioridade política da capital e que passou a contar com a afoiteza e aldrabices de políticos e empresários locais, que literalmente lotearam a cidade em troca de votos. Essa é, de fato, uma história que não pode ser esquecida, sob pena de virmos a repetir esse descalabro, que agora mostra suas consequências danosas para todos igualmente. No quesito violência, obviamente que a questão da corrupção não poderia ficar de fora.
É isso, justamente, que mostra a reportagem citada ao apontar que a maior preocupação hoje, tanto dos brasilienses como dos turistas, é com a corrupção. Nesse item, respeitadas as exceções, a corrupção, que muito bem poderia ser definida como a “mãe de todos os crimes”, pode ser, na sua quase integralidade, atribuída ao comportamento criminoso de muitas autoridades, sobretudo de uma parcela de políticos que insistem em fazer da vida pública um meio para o enriquecimento pessoal.
Uma coisa é certa: de todas as fórmulas complexas para resolver o problema da violência, suas origens e consequências, nenhuma outra resulta ser mais eficaz do que pôr fim à corrupção que, há séculos, grassa livremente em nosso país. O interessante aqui é saber o que é mais difícil de ser combatido, a violência ou a corrupção.
A frase que foi pronunciada:
“O dever da juventude é desafiar a corrupção.”
Kurt Cobain
Saldo positivo
No Brasil, o quadro mudou. No resto no mundo, 37 milhões de crianças, de 13 a 15 anos, consomem tabaco. O mais impressionante nos índices é que, em muitos países, a taxa de uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes excede a de adultos. Vale registrar a coragem do ex-senador José Serra, que enfrentou todos os lobbies.
História de Brasília
O grande derrotado de hoje é o sr. Carlos Lacerda. Quando chegou dos Estados Unidos, procurou empanar a visita do Presidente João Goulart, com a intervenção na TCB. A visita foi das mais proveitosas do mundo, e o governador da Guanabara passou, moralmente, à companhia do seu outrora aliado Jânio Quadros. (Publicada em 08.04.1962)
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Caso o senador Sergio Moro venha a ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como deseja o governo e todos os partidos da situação, ficará difícil explicar, ao restante do país e mesmo ao mundo, que acompanha essa verdadeira caça aos operadores da lei no caso da Lava-Jato, que a decisão se deve a motivos pueris, como abuso do poder econômico.
Não que isso importe ao próprio governo e à sua base de sustentação ou tampouco ao TSE e àqueles ministros que poderão selar o destino político do senador paranaense. Impossível mesmo será explicar ou dar um motivo razoável à opinião pública que ao menos possa fazer sentido, que não aquele ligado a uma vendeta pessoal orquestrada pelo atual chefe do Executivo e que foi externada pelo próprio em recente entrevista.
Esconder os fatos como se isso fosse possível, a essa altura dos acontecimentos, pode ser também um exercício inútil, já que a história lida diretamente com acontecimentos, cuja estrutura se funda em verdades. Aqui, nesse caso emblemático, entra a tal da teoria da pós-verdade, principalmente para aquela parcela da população manipulada pela propaganda insistente do atual mandatário de que os julgamentos ocorridos na Operação Lava-Jato tiveram como objetivo a destruição da imagem das esquerdas no comando do país.
Essa pós-verdade, obviamente, encontra sua sustentação e razão prática em boa parte da mídia favorecida pelos recursos disponibilizados pelo governo. Há ainda tempo para que o TSE não repita as mesmas pantomimas jurídicas verificadas no julgamento sumário e veloz do ex-deputado Deltan Dallagnol, outro herói da população e daqueles que, um dia, acreditaram que este país acabaria com a corrupção que, há séculos, o vem dilapidando em benefício de uma casta de políticos e empresários intocáveis.
O consolo para esse e outros acontecimentos que agora vêm atropelando a lógica e mesmo os mais comezinhos conceitos de ética pública, se é que isso ainda é possível, é saber que esses que agora festejam vitórias momentâneas e sem lastro na verdade, um dia, serão citados nos rodapés dos livros de história como traidores do povo e responsáveis pela manutenção do país na rabeira do mundo civilizado.
Mais que um ex-juiz e, agora, senador, quem de fato estará sendo julgada e passível de uma possível cassação encomendada e precificada será a grande parcela da população brasileira, a mesma que vem demonstrando sua desconfiança e desapreço pelos caminhos tomados atualmente pela Justiça deste país. De modo sucinto, quem na verdade estará sentado no banco de réus será a própria Justiça e seus atuais operadores, sobretudo aqueles que substituíram as letras impressas na Constituição pelas garatujas da hermenêutica e gramática político-ideológica de ocasião. Como dizia o filósofo de Mondubim: “Vã é a vitória dos que pelejam contra a verdade”.
A frase que foi pronunciada:
“Não estamos falando de bandidos assumidos, transgressores vulgares. Estamos falando de gente que se considerava de bem e que, no entanto, fraudava, corrompia, achacava e lavava dinheiro como se fosse natural. E como achavam que a corrupção era a maneira natural de governar e fazer negócios não sentiam culpa, não tinham auto crítica.”
Ministro Barroso sobre a Lava Jato
Ari Cunha
Este espaço comemora, nesta semana, 64 anos de existência. É a coluna jornalística mais longeva do mundo. Veja, a seguir, a primeira publicação assinada por Ari Cunha no Correio Braziliense.
Pela população
Passageiros em todos os ônibus do DF sofrem com a ação dos gatunos. São centenas de celulares furtados por dia, dentro dos coletivos. No Piauí, uma operação da Polícia Civil, articulada com a inteligência da instituição, localizou pontos de recepção dos aparelhos furtados. Foi ao local e recuperou centenas de aparelhos celulares. Em uma solenidade, entregou cada celular aos que buscaram a delegacia para registrar a ocorrência do furto.
Brasil
Esquerda, centro ou direita, não interessa. Os bravos funcionários da Rádio MEC mantêm o nível musical da emissora mostrando ao Brasil o que se tem de música elaborada, estudada e trabalhada. Sucesso o concerto sob a regência do maestro Neil Thomson com a Filarmônica de Goiás em estreia nacional. Uma das obras apresentadas, Sinfonia nº 2, é do compositor português Joly Braga Santos; a outra, do compositor brasileiro João Guilherme Ripper: Sinfonia de Abril, peça comemorativa aos 50 anos da Revolução dos Cravos em Portugal.
História de Brasília
Seria um absurdo premiar os relapsos, os negligentes. E o que seria feito com os que pagaram em dia suas dívidas? Devolução? Outra injustiça. Devia aparecer um deputado amigo de Brasília, que queira valorizar a previdência social, e apresente um projeto cobrando juros sôbre os alugués atrasados. (Publicada em 8/4/1962)
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Criada em 2015, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Fundos de Pensão tinha como propósito investigar um rombo de mais de R$ 46 bilhões nos Correios (Postalis), Petrobras (Petros), Caixa Econômica Federal (Funcef) e Banco do Brasil (Previ). Esse escândalo, de proporções gigantescas, lesou centenas de milhares de pensionistas associados, sendo mais de quinhentos mil prejudicados diretamente.
As causas desse desastre podem ser debitadas a um misto de corrupção deslavada e má gestão proposital. As estatais sempre foram defendidas com socos e pontapés, sob o argumento de que eram patrimônios da nação e, como tal, jamais deveriam ser privatizadas e entregues à iniciativa privada. Como ficou patente após os trabalhos daquela CPI, as razões daquelas defesas eram singelas: as privatizações retirariam as minas de ouro fartas e exclusivas que passavam longe dos interesses dos trabalhadores e pensionistas. Afinal, no fim dessa história mal contada e sem fim, o Tesouro Nacional acabaria, como sempre, socorrendo essas estatais, deixando todo esse passivo monstruoso nas contas e costas dos pagadores de impostos.
Ainda assim, os filiados tiveram que, por anos a fio, contribuir para quitar, mensalmente, esses rombos bilionários. Era muito dinheiro e deixado em mãos de gestores escolhidos cuidadosamente que “administravam” essas fortunas. Em dois anos, pouco depois desse escândalo, balanços feitos juntos aos fundos mostravam que esses rombos, devido a correções e outras atualizações, já beiravam os R$ 50 bilhões. Com a chave do cofre nas mãos, ficou ainda mais fácil o acesso a esses bilhões, porque seu controle e fiscalização pela União sempre foram deixados para as próprias estatais. Lembrando ainda que quando premido a realizar privatizações, aqueles governos cuidaram sempre para fazer com que os próprios fundos de pensão entrassem nesse negócio, comprando parte dos bens públicos vendidos na bacia das almas.
Desse modo fica claro que buscar recursos, a fundo perdido, junto aos fundos de pensão das estatais, sempre foi um bom negócio para os mesmos. Os próprios trabalhadores dessas empresas, aprovavam esses empréstimos às cegas, certos de que iriam lucrar fábulas de dinheiro.
Com a justiça e os órgãos de fiscalização do Estado fazendo cara de paisagem para aquelas práticas corriqueiras, o caminho para as minas de ouro estava amplamente pavimentado. Por certo, como ficou posteriormente verificado, os objetivos dessa rapinagem, ao estilo blitzkrieg, obedeciam muito mais a razões de consolidação de poder pessoal, do que a fatores de ordem ideológicas, como queriam que todos acreditassem. Quem quiser relembrar esse capítulo inacabado da nossa história pode conferir nos arquivos ainda disponíveis nas redes sociais e Internet em geral.
Também é de importância mencionar que a recordação desses fatos obedece não apenas à missão de não deixar que essa história seja reescrita, mas, sobretudo, chamar a atenção para aqueles acontecimentos, que, segundo muitos pensionistas desses fundos, voltaram a se repetir com o mesmo modus operandi, à luz do dia e na cara de todos.
A frase que foi pronunciada:
“Um critério puramente objetivo, de quantidades, irremediavelmente legitimaria o tráfico de pequenas quantidades. Não se resolve em um passe de mágica. Há pequena quantidade que é objeto de tráfico, assim como uma quantidade maior pode ser para isso.”
Senador Pacheco
Diga leitor
Proibiram os supermercados de usar sacola para guardar as compras para proteger a natureza. Mas se o estabelecimento quiser vender a mesma sacola para o consumidor, daí é permitido. Qual a natureza dessa iniciativa? Que meio ambiente foi protegido nesse caso?
Solução
Por falar em meio ambiente, as esponjas de pia fazem parte de um programa nacional de reciclagem promovido pela Scotch-Brite. No link Programa Nacional de Reciclagem de Esponjas Scotch-Brite, as explicações detalhadas.
Caixinha, obrigada
Um liquidificador da década de 60 pode perfeitamente estar funcionando hoje em dia. Com uma boa manutenção, nada impediria. Acontece que os celulares caríssimos, envelhecem rápido. Aplicativos que são atualizados não são comportados em aparelhos antigos. O caso abrange, inclusive, o Banco do Brasil, cujo aplicativo é rejeitado, por exemplo, no Galaxy Note4 modelo SM-N910C.
Fortaleza
Os amigos mais próximos de Eduardo Jorge, do PV, comentam que ele tem um compromisso budista de só falar a verdade.
História de Brasília
A primeira derrota que o se. Israel Pinheiro sofreu nos últimos anos foi recebida com tal esportividade que pouca gente parecia crer. O construtor de Brasília foi o quinto colocado no concurso de jardins e foi derrotado pelo seu ex-chefe de gabinete Ney Ururahy, que conquistou o primeiro lugar. (Publicada em 03.04.1962)
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Muitos falam e chegam até a desejar, com a sinceridade relativa de hoje em dia, que o ano que se inicia será repleto de paz. Será o ano em que os brasileiros reencontrarão o caminho da convivência e da harmonia. O que a maioria dessas pessoas não percebem, ou fingem não perceber, é que a tão almejada e sonhada paz só se tornará realidade concreta quando for seguida e contemplada por uma justiça plena.
Não aquela concedida sob medida e em doses miúdas pelos novíssimos intérpretes dos regimentos e das leis, todos eles munidos de um poder absurdo e que, ao final, enxovalha a própria Justiça. A Justiça, em sua essência, é o veículo da paz. Sem ela, tudo fica retido no mundo relativo dos desejos e da boa vontade, mas que não vai além de promessas esvaziadas. Para um país como o nosso, político, social e economicamente fracionado, não há como pensar em paz, quando se nota, logo de saída, a distância enorme que separa o Brasil real daquele vivido por sua classe dirigente. Não há Justiça nesse campo, pois o cidadão, neste país, hoje, vive e trabalha duro para custear, de forma obrigatória, uma realidade que não é a dele.
Pode parecer estranho, mas no tempo da Operação Lava Jato, um período curto, mas de grande esperança geral, havia um sentido de paz, que parecia pairar sobre todos. Finalmente o país iria se ver livre de uma praga histórica que, por séculos, mantinha os brasileiros como refém do passado, atados a um subdesenvolvimentismo crônico.
Esse sentimento de paz vinha embalado, justamente, no presente da Justiça. Naquele interim de nossa história, brasileiros de todas as origens puderam sentir na pele o que era a paz. Finalmente o país deixaria de pertencer a uns poucos e seria colocado sob a responsabilidade de todos. Aqueles sim foram anos de paz. Até mesmo o mundo do crime organizado, formado por indivíduos avessos aos colarinhos brancos, sentiu os ares de mudança e, com o baque sofrido, também recuou.
A satisfação com que a população assistia, a cada dia, a fila imensa de políticos e empresários de alto coturno sendo conduzidos para a prisão, mostrava que a paz em nosso meio também era possível. Curioso notar ainda que cada um desses velhos corruptos que eram levados ao catre aumentava, na mesma intensidade, o sentimento comum de paz. Uma paz profunda, só conhecida pelas crianças.
Obviamente que a paz não é exatamente isso, ou somente isso. Mas em nossa situação, levada até as últimas consequências da dignidade humana, essa era a nossa paz. A paz derradeira, de não mais precisar sonhar em deixar o país para trás e emigrar para outras terras. Tudo o que deveria ser nosso, desde sua origem, voltava a ser nosso dali em diante. Mas a paz, que era de fino cristal, fugiu de nossas mãos, indo se estilhar contra o chão.
Desfeita, peça por peça, toda a Operação Lava Jato, aquela legião de anjos caídos banidos para as profundezas da Terra, voltaram com ainda mais sede de roubar a nossa paz, punindo agora quem quer que ouse enfrentá-los. É como se o Brasil tivesse desabado sobre os brasileiros, soterrando-nos sobre escombros. Desejar paz para os que estão agora sob essas ruínas é um sonho para 2024.
A frase que foi pronunciada:
“A força do direito deve superar o direito da força.”
Rui Barbosa
Sofás e tapetes
Décadas atrás, o Banco da Lavoura abria várias frentes de empréstimos: empréstimo de formatura, empréstimo escolar e empréstimo nupcial. Isso quando o Poder Público usava os cofres da União para prover Segurança, Transporte, Saúde. Hoje, os empréstimos são para suprir a falta de segurança, o péssimo estado da Saúde Pública, o sucateamento dos transportes e os perigos oferecidos pelas escolas públicas, obrigando o cidadão a, além de pagar altíssimos impostos, arcar com despesas extras de saúde, educação e transporte, já que a Constituição não é cumprida.
Fato
Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso, muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos; muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.
Consumidor
É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela com 30 ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou, no caixa, que era seu direito levar apenas uma bandeja.
Cricri
Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.
História de Brasília
Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual êle falara no Congresso.
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Um dos graves problemas, se não o maior de todos eles, apontados aqui neste espaço desde sempre, diz respeito a politização de cunho ideológico que as instituições do Estado Brasileiro vêm sendo submetidas, transformando esses órgãos públicos em verdadeiros aparelhos do partido no Poder.
Para o cidadão, que acredita ainda viver numa democracia, onde os serviços públicos seriam, por lei, infensos a ideologias e apartidários, tal distorção não apenas dificulta o dia a dia dos brasileiros, como cria uma casta de privilegiados ou cidadãos de primeira classe, desde que comunguem da mesma crença dos mandatários de plantão.
A abdução da máquina do Estado por um partido transforma o próprio Estado numa espécie de extensão dessa legenda. Mesmo entidades que não sobrevivam propriamente dos recursos públicos, mas que servem aos cidadãos, quando abduzidas por partidos políticos, no mínimo, deixam de cumprir suas funções com isenção. Exemplos atuais são a OAB e a UNE, duas instituições presentes na vida nacional e que, em outros momentos no passado, prestaram serviços relevantes à sociedade, mas que, hoje, dominadas por agentes partidários, transformaram-se em apêndice da esquerda no Poder.
Isso sem citar as universidades públicas, quase todas enfeitiçadas por doutrinas de esquerda, preocupadas mais em formar militantes do que profissionais capacitados.
No passado, a Ordem dos Advogados do Brasil, juntamente com a Associação Brasileira de Imprensa, e mesmo a União Nacional dos Estudantes, tiveram papel fundamental na defesa da democracia e em prol das liberdades individuais, enfrentando o aparelho do Estado com destemor e mesmo com o sacrifício pessoal de seus membros. Esse tempo já vai longe e vem sendo encoberto pela poeira do esquecimento e pelo manto da indiferença e da inoperância com que essas instituições se transformaram. Enfileiradas, de modo cego, surdo e mudo ao lado do governo, essas entidades se transformaram não só em omissas, como em muitos casos se alinham automaticamente ao lado das teses do governo, deixando a população perplexa e mesmo indignada com essa mudança de caráter.
O caso da OAB, num país onde a justiça nunca ficou ao lado dos mais necessitados, é o mais emblemático e preocupante. Fechou não somente os olhos para combate à corrupção, no caso da Operação Lava Jato, como tem permitido, entre seus membros na direção, apoio total aos desmandos do atual governo. Além disso, tem se omitido sistematicamente em apoiar os advogados que defendem os presos políticos do 8 de janeiro, permitindo que o Supremo cometa abusos e ilegalidades das mais gritantes. Dominada por uma casta de advogados ligados diretamente à esquerda, a OAB tem, em seus quadros, os maiores escritórios de advocacia, muitos deles criados para defender um grande contingente de indivíduos envolvidos nos mais escabrosos casos de corrupção e malversação do dinheiro público.
Sociedades de advogados, como o grupo Prerrogativa, que age abertamente em caráter exclusivo em defesa dos criminosos do colarinho branco, ganhando com essa prestação de serviço, rios de dinheiro, não recebe por parte da OAB qualquer admoestação. Além disso, essa instituição também tem feito ouvidos de mercador ao trabalho dos escritórios de advocacia que possuem, entre seus sócios, pessoas ligadas por laços familiares aos ministros das altas cortes, como se tudo isso fosse ético do ponto de vista da advocacia. Quem te viu e quem te vê. No futuro, quando forem revisitar esses tempos sinistros em que vivemos, entidades como essa e outras encontrarão o destaque de rodapé que merecem entre as instituições do tipo colaboracionistas.
A frase que foi pronunciada:
“Se ages contra a justiça e eu te deixo agir, então a injustiça é minha.”
Mahatma Gandhi
Pendência
A comunidade católica espera a missa de reparação na Catedral. A profanação do templo ainda não foi esquecida. As homenagens eram para Paulo de Tarso Sanseverino. O evento foi desvirtuado se transformando em um desrespeito total ao local. Quem assistiu a cena de perto conta detalhes da instrumentalização do evento.
O pessimista
Lançado em Brasília um teatro grandioso com performances que arrancam aplausos do público. É bom lembrar que, depois de apresentada a peça, as cortinas se fecham, e cada um volta para a sua casa. Era só uma encenação.
Vida Nova
Marcelo Vaz, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação comemora o projeto de revitalização ou requalificação da Avenida W3. Começa nas quadras 707/708 da W3 Norte e a execução se estenderá para as outras quadras já no ano que vem.
História de Brasília
O Serviço de Meteorologia, do ministério da Agricultura, que funcionava em Brasília, foi abandonado totalmente. O chefe foi transferido, funcionários entraram em férias, e ninguém foi substituído. (Publicada em 27.03.1962)
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Insegurança, que os dicionários explicam ser um sentimento a induzir nas pessoas uma sensação de mal-estar, ansiedade e nervosismo, é hoje, infelizmente, um mal comum a afetar a maioria de nossa população. Dizer que nada neste mundo eterno é uma coisa normal. Outra, totalmente diferente, é observar a população ser submetida a experiências de mudanças bruscas de entendimento, de orientação, de leis, de costumes, de tradições e tudo mais.
Insegurança jurídica, provocada sobretudo por decisões intempestivas do Judiciário e dos outros Poderes, e que não leva em conta a lenta e gradativa evolução natural da sociedade, é hoje o que mais tem provocado nos brasileiros essa sensação de vulnerabilidade da realidade e das próprias leis, alteradas ao sabor dos ventos ideológicos e feitas sob medida para atender às demandas daqueles que estão instalados em posição de mando.
Chamar à razão os que, de posse de um poder momentâneo, creem, por bem, reinventar uma espécie de roda quadrada, é perda de tempo. O pior é quando toda essa insegurança institucional passa a invadir a esfera da psicologia humana, em nosso caso, induzindo os brasileiros a um estado emocional que conduz e desencadeia um verdadeiro ataque de pânico geral.
Não por outra razão, o Brasil é hoje o campeão em mais uma modalidade pouco virtuosa, no caso aqui, de consumo de ansiolíticos, sobretudo os classificados na classe dos benzodiazepínicos. Não se iluda: o aumento expressivo nas crises de ansiedade, detectados pelos serviços de atendimento médico, em todo o país, resulta não apenas de pré-disposições pessoais ou familiares, mas possuem suas raízes também nessa insegurança disseminada aos quatro ventos, que torna o injusto em justo e que passa a confundir o virtuoso com o vicioso e dissipado.
É o caso aqui de construir uma paráfrase com o que disse Rui Barbosa, quando observou: de tanto verem triunfar as nulidades, a desonra e a injustiça, os brasileiros, sujeitos à realidade nacional distorcida, entregam-se em grande número aos barbitúricos, às bebidas e outras drogas lícitas e ilícitas.
Não há mais como antes, o exemplo vindo de cima ou o consolo trazido por lideranças aptas a conduzir pelos caminhos seguros da ética. O estresse psicossocial, por suas origens e por seus efeitos reais sobre a mente dos indivíduos, tem boa parte de suas causas justamente no âmbito da sociedade.
É no meio social, em que o indivíduo está inserido e onde busca laços afetivos e de segurança que, no nosso caso, está-se a induzir, em doses cavalares, os sentimentos de perda de identidade e de valores, que vão sendo destruídos pelos próceres no poder. É o caso aqui da legalização do aborto, das drogas, do desmanche das leis de improbidade administrativa, da lei da ficha limpa, da prisão em segunda instância e de uma série de outras modificações feitas para atender os iconoclastas e niilistas, todos eles dispostos a fazer vingar um mundo distópico e em ruínas.
A frase que foi pronunciada:
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.”
Preâmbulo da Carta Magna. Só para relembrar
Descaso
Impossível compreender a razão de não se colocar uma barra de proteção que impeça a passagem de carros no momento em que o trem se aproxima. Primeiro o alarme e depois a trava desce, impedindo que os carros sigam em frente até que o trem passe. É o mínimo de segurança que se pode oferecer à população. O acidente do ônibus na linha do trem em Brasília é prova desse descaso.
Acidente entre trem e ônibus deixa um morto e 4 feridos | Jornal da Noite – YouTube
Segredo
Hoje, no Anfiteatro 9 da UnB, às 19h30, o maestro David Junker vai receber uma homenagem do pessoal do Madrigal. Presença maciça do Coro Sinfônico, ex-alunos, amigos e participantes de vários corais regidos por Junker. Afastado para cuidar da saúde, o maestro nem sonha com essa homenagem. Junker é o maior educador de audiência da música erudita em Brasília.
Nesta Rua – Concerto Jubileu de Prata Madrigal UnB: Regência: Maestro David Junker – YouTube
Debate
Interessante a discussão na audiência pública que discutiu o papel do hidrogênio verde no Brasil e no mundo, em Brasília. O evento, promovido pela Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões da Câmara dos Deputados, conduzido pelo deputado Leônidas Cristino (PDT/CE), contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região Alexandre Vaz Castro. Na Europa, as plantas de hidrogênio não são mais feitas onshore, em terra, e sim no mar, por questão de segurança.
Hidrogênio Verde no Brasil e no Mundo – CME – Subcomissão Especial – 13/11/2023 – YouTube
História de Brasília
O Serviço de Meteorologia, do ministério da Agricultura, que funcionava em Brasília, foi abandonado totalmente. O chefe foi transferido, funcionários entraram em férias, e ninguém foi substituído. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Não é de hoje que parte da imprensa e alguns operadores da Justiça têm chamado a atenção para o lento e progressivo movimento do crime organizado em direção à máquina do Estado, não só em instâncias como o legislativo municipal, estadual e federal, mas nas esferas do Judiciário e no próprio Poder Executivo. Trata-se de um processo que não começou agora, mas que vem ganhando intensidade à medida em que essas organizações crescem em poderio e em eficiência como qualquer grande empresa.
A sofisticação e os métodos de ação vão se aprimorando a cada mudança no comando desses grupos. As novas gerações de criminosos, alguns com formação universitária, enxergam esses negócios com olhos de empresários e sabem que o melhor a fazer, nesses tempos de tecnologia avançada, é organizar-se com métodos e critérios, criando ramificações no lado sadio da sociedade, sem que ninguém perceba.
Obviamente que, para essa empreitada, o primeiro passo é qualificar seus integrantes, financiando seus estudos, contratando gente especializada nos diversos ramos de atividade empresarial e tudo mais. O passo seguinte é adentrar a máquina do Estado, instalando-se no coração do poder. Para isso, financiam candidatos a diversos cargos públicos. Em seguida, partem para cima da atividade política, financiando candidatos comprometidos com essas atividades ilícitas ao mesmo tempo em que impedem outros candidatos de concorrer na vasta área dominada pelo crime organizado.
Como o próprio nome diz, o crime organizado vai, a exemplo dos bicheiros, abandonando as antigas atividades ilícitas e buscando novos negócios mais lucrativos e mais diversificados. Noutra ponta, os criminosos partem diretamente para o suborno de autoridades e mesmo de juízes, comprando a liberdade entre outros benefícios. Para os que não aceitam suas ofertas, os criminosos ameaçam e matam.
Não são poucos os juízes do nosso país que necessitam de segurança armada 24 horas por dia, dormindo cada noite num local e vivendo uma vida de prisioneiro de fato. Também a imprensa tem mostrado que não são poucos os casos de juízes apanhados vendendo sentenças. A transformação do Brasil em corredor internacional do tráfico de drogas e armas, facilitado pela imensidão de milhares de quilômetros de fronteiras secas e pouco vigiadas, deu aos integrantes das diversas quadrilhas do crime organizado, insumos fartos para suas atividades ilegais.
O crescimento e a lucratividade desse tipo de negócio são facilitados e até insuflados pela leniência com que o poder público lida com a questão. Leis de progressão de regime, saidinhas, visitas íntimas, bolsas concedidas aos familiares de presos, liberalização das drogas, advogados não revistados e muitas outras aberturas e facilidades são postas à serviço da bandidagem, em nome de uma falsa humanização dos condenados.
Mas é, na política nacional, principalmente aquela parte que vive à base do toma lá, dá cá, dos orçamentos secretos e dos escândalos rotineiros, que os neófitos oriundos do mundo do crime, também chamados de colarinhos novos, encontrarão os adversários à altura de suas ousadias.
Aí, nesse Olimpo, terão muito o que aprender para chegar ao status de um autêntico colarinho branco, intocável, impávido e impoluto. O problema com essa infiltração do crime organizado no mundo da política é que, nesse novo ambiente, nem os maiores especialistas do planeta em criminologia saberão quem é quem.
A frase que foi pronunciada:
“Temos de colocar esse problema no radar: violência, criminalidade organizada, como impedir a sua infiltração nas instituições e como o Estado reocupar espaços que estão perdidos para o crime organizado. E isso ocorre no Rio de Janeiro e na Amazônia. Portanto, é um fenômeno nacional, continental”.
Ministro Luís Roberto Barroso
Barbaridade
A manchete que nunca saiu: “Ministro de Bolsonaro recebe a dama do tráfico em seu gabinete.” Imaginem! Dois pesos e duas medidas. Isso não é democracia.
Debate
Interessante a discussão na audiência pública que discutiu o papel do hidrogênio verde no Brasil e no mundo, em Brasília. O evento, promovido pela Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões da Câmara dos Deputados, conduzido pelo deputado Leônidas Cristino (PDT/CE), contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região, Alexandre Vaz Castro. Na Europa, as plantas de hidrogênio não são mais feitas onshore, em terra, e sim no mar, por questão de segurança.
História de Brasília
A ressalva em tôrno dos frangos foi feita a propósito, porque as autoridades deviam saber que a granja do Torto, onde reside o presidente da República, tem uma excelente criação de frangos, e era quem fornecia para todos os banquetes realizados em Brasília. (Publicada em 27.03.1962)
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hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Tem razão parcial, o leitor Renato Mendes Prestes, quando, em carta à coluna Sr. Redator do Correio Braziliense dessa terça-feira (28), afirma que, a cada eleição, o eleitor brasileiro se vê como um personagem irrelevante para o funcionamento da democracia e que isso vai produzindo, no cidadão, um sentimento de desprezo pelo sistema.
Na realidade, o que se observa, olhando essa situação com lupa grossa, é uma situação inversa, em que o chamado “sistema”, por razões e ardis que só o tempo revelará, isso é, se vier a revelar, há muito considera o eleitor brasileiro como um personagem totalmente irrelevante em todo esse processo. É o comparecimento obrigatório do eleitor em frente às urnas, que dá esse verniz de democracia que o sistema precisa, para tornar as eleições cristalinas e, como dizem, “absolutamente inexpugnáveis”.
O eleitor entra em todo esse processo como coadjuvante de uma pantomima, ou como um marido fiel a uma esposa cheia de segredos. O sistema, com a ajuda ou não dos partidos, mas com o braço poderoso e longo do Judiciário, entroniza o candidato sob medida e a vida segue nessa que é considerada a maior, em termos quantitativos, democracia do planeta. O salutar é observar que nem todos os eleitores estão desatentos para essa situação. Quando pesquisas isentas de opinião pública dão conta, como aponta o leitor em sua missiva, de que quase 90% dos entrevistados se declaram não se sentir representados por nenhum partido político, o que ocorre de fato é a explosão coletiva de um sentimento de desilusão, que enxerga toda essa distopia democrática apenas na atuação medíocre das legendas.
Ocorre que, por trás dos partidos, há todo um trabalho intenso, feito por um complexo sistema que, atuando longe do palco da política, transforma em realidade, não a vontade do eleitor, mas a vontade do próprio sistema. A questão aqui é saber por que os partidos, que integram perifericamente esse sistema, não reagem à essa situação? Para as legendas, em forma de cala a boca, foram oferecidos todos os tipos de benesses. A começar pelos bilhões destinados aos Fundo Partidário e Eleitoral. Ninguém reclama diante de tanto dinheiro. Depois vêm as chamadas emendas secretas, onde os partidos e suas lideranças abocanham fatias grossas do Orçamento da União, tudo com pouca ou nenhuma transparência e controle externo, dinheiro supostamente para ser investido em suas bases eleitorais. Também o grande número de parlamentares enrolados com a Justiça não deixa brechas para que se posicionem contra o que quer o sistema.
O leitor afirma ainda em sua carta que outras pesquisas indicam que, diante dessa falsa representação, metade dos cidadãos acreditam ser possível no país o funcionamento de uma “democracia” sem a participação dos partidos e do Congresso Nacional. Esquece o digníssimo leitor desse jornal que é exatamente isso que o sistema quer e trabalha, para se apresentar em sua inteireza.
Pensar que toda essa fantasia democrática poderia ser desfeita, bastando apenas a adição, nas urnas eletrônicas, do voto impresso, como a esmagadora maioria dos países sérios fazem. Mas já foi dito que não há verba para isso.
A frase que foi pronunciada:
“A extensão da caça às bruxas revela o tamanho do medo. O medo revela fragilidade.”
R. Rodrigues
Ari Cunha
Nos anos 90, a Câmara Legislativa aprovou um projeto que introduzia o Esperanto como disciplina optativa no ensino médio da rede pública do DF. Ari Cunha criticou a iniciativa. Segundo ele, ninguém falava essa língua e a Câmara devia cuidar de coisas mais sérias. Houve vigorosa reação dos esperantistas. Vieram centenas de correspondências do Brasil e do exterior. Ari reagiu com bom-humor. “Eu me rendo, não precisa mandar mais cartas ou cartões postais.” A revelação veio na carta do leitor Eurípedes Alves Barbosa.
Em falta
Vasco Vasconcelos conta que foi mordido por um cachorro em Águas Claras e encaminhado de hospital para hospital para tomar a vacina antirrábica. Do posto de Saúde local, ao HRT e HRAN, foi informado que não havia a vacina disponível. Que aguardasse o chamado da Vigilância Sanitária.
Qual a razão?
Em viagens internacionais, nossas autoridades ficam encantadas com os teatros, parques e bibliotecas. Mas, com os pés no Brasil, não mostram interesse algum em melhorar o lazer dos brasileiros.
História de Brasília
Dr. Jânio Quadros não apresentou em nenhum momento uma razão plausível para o seu gesto. As dificuldades pelas quais passa o país, são as mesmas, e nem assim se justifica a hora do desespero. (Publicada em 17.03.1962)
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Não fosse por um motivo óbvio: contribuir diretamente para o sucesso ou o fracasso da economia interna do país, por certo, o assunto Petrobras e os preços internos dos combustíveis e derivados do petróleo seriam citados apenas nos rodapés dos noticiários brasileiros. Há alguns anos, sabe-se que a estatal Petrobras vive entre dois mundos aparentemente apartados. De um lado, como empresa criada graças aos recursos e poupanças dos contribuintes brasileiros, tem sido, desde muito tempo, acusada de praticar preços abusivos internamente, sempre com a justificativa de que o petróleo como commoditie de grande valor agregado tem seus preços oscilando conforme ditam os pregões internacionais desse bem, que cotam o preço do barril de acordo com políticas dos mercados internacionais, nos quais o Brasil não tem participação ou influência direta.
O que se sabe até aqui é que os acionistas dessa empresa não têm do que se queixar. O retorno do Partido dos Trabalhadores ao poder, depois de ter patrocinado o que seria o maior escândalo de corrupção do planeta, justamente usando essa empresa para desviar recursos para a legenda, volta agora nomeando seus diretores, mesmo contrariando a Lei das Estatais e prometendo interferir na política de preços da empresa, praticando populismo com o chapéu alheio. Que futuro pode ter uma empresa tão importante como a Petrobras nessas condições?
A situação da Petrobras é complexa e envolve questões políticas, econômicas e éticas. Como sociedade de economia mista, a Petrobras tem a responsabilidade de gerir seus recursos de forma eficiente e em benefício da população brasileira. Como estratégia em seu portfólio, assegura que o objetivo é “prover energia que assegure prosperidade de forma ética, segura e competitiva”. Além disso, como valor, indica o “respeito à vida, às pessoas e ao meio ambiente com ética e transparência, superação e confiança, orientação ao mercado e resultados”.
No entanto, as acusações de preços abusivos e o envolvimento em escândalos de corrupção colocam em questão sua capacidade de cumprir esse papel. A interferência política no preço sugerido da Petrobras também é preocupante, pois pode comprometer a autonomia da empresa e a confiança dos investidores. Além disso, essa prática pode gerar distorções de todo o tipo.
O que ninguém tem falado até agora é como deve ficar, doravante, a confiança daqueles acionistas fora do país, principalmente os pequenos investidores americanos que apostavam suas economias nas ações da empresa e tiveram uma desagradável surpresa quando vieram à tona os escândalos do petrolão e todo o conjunto de crimes cometidos dentro da estatal. Será que esses investidores, que foram salvos pela insuspeita justiça americana ainda confiam seus dólares nas ações dessa empresa?
A situação da Petrobras também é multifacetada, pois deve atuar em benefício do povo brasileiro, garantindo o fornecimento de energia e combustíveis a preços razoáveis e contribuindo para o desenvolvimento do país. Porém, a empresa também está sujeita a pressões políticas e econômicas que podem interferir em sua gestão e na definição de preços. A corrupção na Petrobras, revelada pela operação Lava Jato, é um dos maiores escândalos da história do Brasil e causou danos significativos à empresa e à sua reputação.
Contudo, é importante destacar que a Petrobras é uma empresa sólida, com recursos e tecnologias valiosas e um papel importante na economia brasileira. A empresa tem enfrentado desafios nos últimos anos, incluindo a queda do preço do petróleo e a concorrência de empresas estrangeiras, mas tem se adaptado e buscado novas oportunidades de negócios. O futuro da Petrobras dependerá, em grande parte, da sua capacidade de gerar resultados financeiros sólidos, de manter uma gestão transparente e ética e de se adaptar às mudanças no cenário político e econômico do país.
O controle político da empresa pode gerar incertezas e interferências indesejadas, mas cabe aos gestores da empresa e aos órgãos de controle garantir que a Petrobras continue cumprindo sua missão de servir ao povo brasileiro. Se a Lei das Estatais não for observada o futuro dessa estatal estará apenas nas mãos dos maus gestores.
A frase que foi pronunciada:
“Não há possibilidade de suspensão dos contratos assinados. Não há previsão para isso. Isso seria uma quebra de contrato. Se a Petrobras deixar de fazer algo que é obrigada a fazer, pode ser responsabilizada”.
Alexandre Calmon, sócio chefe da área de energia do escritório de advocacia Campos Mello Advogados à Reuters
Ilegal
Denúncias vindas de Planaltina dão conta de que, para receber benefícios sociais, o CRAS só libera para famílias que comprovem a vacinação contra o Covid nas crianças.
História de Brasília
Na impossibilidade, sugeriríamos à Novacap ceder o Pavilhão da Spevea, no caminho do Hotel, ou uma sala da LBA, um pouco mais adiante. Se há alunos, rejeitar esse trabalho especializado é que é inconveniente. (Publicada em 17.03.1962)