Uma América que padece dos extremos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Divulgação/Revista Oeste

 

Quem se der ao trabalho de verificar a coloração político e ideológica que tinge o mapa, composto por doze países na América do Sul, poderá constatar que, nesse momento da nossa história, seis nações estão sob governos de esquerda e outras seis estão em mãos de governos de direita.

À primeira vista, não há nada de importante nesse fato, uma vez que governos e ideologias vão e vêm, ao sabor da mudança dos desejos da sociedade ao longo do tempo. Também é preciso atentar para o fato de que, em países do nosso continente, tanto a ilha dos irmãos Castros, como a Venezuela, uma espécie de filha bastarda de Cuba, estão há anos sob o cobertor espinhento do comunismo, não por vontade expressa de suas populações, mas pelo desejo sádico de uma camarilha que comanda essas localidades a ferro e fogo.

O mesmo se pode dizer de países centro americanos como a Nicarágua, transformada numa espécie de megacárcere pelo ditador Daniel Ortega, que não admite o surgimento de opositores, que logo arruma um jeito de mandá-los para a cadeia sob falsas alegações de crime.

Para muitos analistas, a Nicarágua se transformou num verdadeiro “Gulag” da região, com perseguições de políticos, jornalistas, religiosos e organizações civis. Governando desde 1997 aquele país, Ortega é hoje um dos símbolos máximos e exemplo de personalidade política apenas para as esquerdas de outros países, já que, dentro daquele território, é malquisto pela maioria dos políticos nicaraguenses.

Ortega, Maduro, Díaz-Canel e outros longevos ditadores de esquerda da nossa triste América compõem o panteão do que restou de velhas figuras caricatas, que ainda são tomadas como exemplos de governo a ser seguido, em caso de uma nova vitória dos petistas nas próximas eleições de 2022.

É o que há de novo nesse horizonte de escombros. A guinada do Brasil para a direita não possuiu o condão de incentivar outras mudanças no continente e muito menos serviu de exemplo para parcela de nossos irmãos latino-americanos, colocados sob o tacão de ditadores de esquerda. Pelo contrário: a nossa situação política atual parece ter servido de alerta para os perigos que rondam aquelas nações, que, para fugirem das esquerdas, atiram-se nos braços da direita, como num bote salva-vidas.

Pelo menos fica a lição de que não é pela via ideológica, tão somente, que um país pode experimentar sua imersão num ambiente de pleno desenvolvimento social e econômico. A performance do nosso atual governo tem servido como alerta para os muitos inconvenientes obtidos com “saídas fáceis”, que deixam de lado as verdadeiras opções que poderiam fazer a diferença para o bem de todos.

O lulopetismo tem aproveitado, como pode, esse balanço equilibrado entre esquerda e direita no continente para dar início ao que seria um revival, com o retorno do Partido dos Trabalhadores ao comando do país. Tem aproveitado também as muitas falhas do atual governo, na pavimentação de uma via expressa, que poderá levá-los, novamente, a subir a rampa do Palácio do Planalto.

No momento, são apenas possibilidades, mas que contam com o apoio explícito dos companheiros do continente e dos desacertos desse governo, que elegeu, como adversários, não os opositores reais, mas a sombra imensa de seus próprios erros.

Enquanto o país não amadurece politicamente, o perigo de voltarmos ao outro lado do abismo é grande.

A frase que foi pronunciada:

Cada ideologia tem a inquisição que merece.”

Millôr Fernandes

Millôr Fernandes. Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

Sexista

Já em vigor, a nova Lei 14.188/21 teve acrescentado o artigo 147-B no Código Penal: Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação”. Pergunta que não quer calar: Contra os homens a tortura psicológica está liberada? Só o artigo 129 basta?

Imagem: Jornal DCI

Trânsito

Polícia prepara o trânsito da Esplanada para a manifestação de amanhã. Começa por volta das 11 horas, no Museu da República, que será o ponto de encontro para quem defende voto impresso e eletrônico juntos.

Foto de manifestação em dezembro de 2020. Sérgio Lima/Poder360.

Gastronomia

De volta a nova edição da Restaurant Week, em Brasília, a partir do dia 6 de agosto. “Histórias do Cerrado” será o tema mostrado em gastronomia pelas 40 casas que já confirmaram presença. Mais detalhes no link Brasília Restaurant Week.

História de Brasília

Vamos voltar ao assunto dos mercadinhos da W4. Os estabelecimentos precisam possuir um nível de serviço que compense uma viagem até lá. Os japoneses deixaram os cubículos em estado de devastação. Portas e pisos quebrados e telhas danificadas. (Publicado em 04.02.1962)

Questões básicas do curupira

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Foto: CEDI/Câmara dos Deputados

 

Um dos muitos problemas para todos aqueles que se posicionam nos extremos é que, nessa situação, os indivíduos correm um sério risco de ficarem à beira do precipício. Em caso de escolha, tendo como motivo os matizes políticos e ideológicos radicais, as chances dos indivíduos se verem lançados num abismo de irracionalidade e violência é ainda maior. Dentro de um relativo livre arbítrio, essa é a escolha que a cada um cabe.

As consequências dessa escolha, no entanto, restarão também a cada um, conforme a sua posição. É da vida. Assim é que todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, aliaram-se politicamente quer ao atual governo, ou aos governos petistas do passado, possuem sua parcela de responsabilidade por tudo de bom ou de ruim produzido nesses períodos.

Estão fora dessa lista apenas aqueles que, por interesses pragmáticos e pessoais, juntaram-se a esses governos para deles colherem benefícios de toda a ordem. Para esses, não existem governos ideologicamente radicais que mereçam ser desprezados. Todos, indistintamente, rendem bons dividendos, independente para que lado do precipício estão em marcha.

Trata-se, aqui, exatamente do grupo aglutinado no que ficou conhecido como Centrão, uma ninhada degenerada da espécie Curupira Brasiliense, que, com os pés virados para trás, finge seguir ora à direita, ora à esquerda, marchando, na realidade, na única direção em que sabem ir: os cofres públicos. A questão é compreender a razão de, no entra e sai de mandatários eleitos, como esse grupo permanece intocável e acolhido no seio desses governos e sempre em cargos estratégicos, que lidam diretamente com grandes somas de recursos públicos?

Seria esse grupo formado por especialistas nas intrincadas ciências contábeis da gestão pública e financeira? Obviamente que não. Muitos deles, quando muito, se limitam a desenhar o nome sobre uma folha de papel. Essa verdadeira vanguarda do atraso vem aproveitando, ao máximo e há anos, as brechas escancaradas do nosso esdrúxulo modelo de presidencialismo de coalizão, que faz com que todo e qualquer presidente só possa governar, de fato, com o apoio desse grupo no parlamento.

Surge outra incógnita: por que esse grupo, que constantemente age na contramão dos princípios mais básicos da ética pública e sobre o qual pesam sérias denúncias de crimes de corrupção, está sempre com cadeiras cativas no Congresso? Algumas explicações estão em suas bases eleitorais, sempre bem irrigadas com os recursos públicos que conseguem extrair desses apoios pragmáticos. Outras explicações vêm do fato de que, nesses redutos, o aliciamento e a compra de votos correm soltos, bem como as maquinações políticas, feitas à meia luz, e que permitem a perpetuação desses grupos, num ciclo vicioso e, obviamente, prejudicial à nossa democracia.

Nesse ponto, mais uma questão se abre: por que os diversos governos de diversas orientações ideológicas, e que sempre prometem correção e combate aos atos de corrupção, acabam sempre se aliando com grupos dessa natureza? A resposta poderia vir resumidamente quando se verifica que todos os governos, de uma maneira ou de outra, possuem uma identificação ética com esse grupo, não se observando quaisquer dissemelhanças.

Outra razão pode ser encontrada na certeza da impunidade e no fato notório da justiça jamais ter alcançado esse grupo, que segue impávido e influente.

A frase que foi pronunciada:

A justiça tardia se parece muito com a injustiça.”

Sêneca

Imagem: reprodução da internet

Pela beirada

Continuam conquistando audiência, documentários, filmetes e verdadeiras aulas. Brasil Paralelo trata da história do país sem ocupar lados. Entra na estrada e segue adiante. Veja algumas dicas para assistir a seguir.

Nos últimos emails, contamos detalhes dos primeiros anos de nossa trajetória. Da primeira entrevista à primeira viagem internacional.

Depois do ‘Congresso Brasil Paralelo’ e da ‘Série Brasil – A Última Cruzada’, lançamos outro sucesso, em 2018, ano de eleições.

O ‘Teatro das Tesouras’ foi assistido por mais de 5 milhões de espectadores e expôs uma das estratégias políticas mais utilizadas no país.

Já 2019 foi o ano em que lançamos nosso maior sucesso e também foi o ano em que quase quebramos.

O documentário ‘1964: O Brasil entre armas e livros’ gerou grande repercussão em todo o país.

Saiu na mídia, foi censurado no cinema e alcançou durante dois dias seguidos os principais tópicos do twitter.

Mesmo alcançando 9 milhões de pessoas e se tornando o documentário mais assistido do país, esse foi o ano que quase marcou o fim da Brasil Paralelo.

Entramos em 2020 com a corda no pescoço e abrimos o jogo para o público. Foi no lançamento da trilogia ‘Pátria Educadora’ que anunciamos nosso plano de sobrevivência.

Ou ele dava certo, ou aquela seria nossa última produção.

Apostamos todas as nossas fichas e mais uma vez, a confiança que o público depositou em nossa empresa fez muito mais do que salvar o negócio.

Foi em 2020 que saímos da marca de 13 mil assinantes e saltamos para o número de 200 mil Membros.

Um crescimento que mudou o patamar da Brasil Paralelo.

Em contrapartida, a nossa promessa de abordar os temas mais relevantes foi realizada.

Aceleramos o ritmo de produção, reduzindo para menos de 2 meses o tempo que levamos para entregar um filme novo.

Daquele momento até o dia de hoje, lançamos e distribuímos de graça mais de 20 produções, alcançando 10 milhões de brasileiros.

E agora chegou a hora de dar um novo passo. De começar um novo ciclo na história da Brasil Paralelo.

Fique atento aos seus e-mails. Acompanhe nosso trabalho em redes sociais.

Uma nova BP irá nascer maior, mais forte e mais tecnológica.

Atenciosamente,
Equipe Brasil Paralelo

IoT

Análise do TCU em relação à Internet das Coisas é desanimadora. Baixa cobertura, parcos investimentos, dificuldade para divulgação e implementação pelo país, impostos altos. Além disso, políticas públicas nesse setor ainda são muito tímidas. Há também problemas na coordenação. A nota do TCU termina com a seguinte informação: “No mundo, o impacto da tecnologia é estimado em entre U$ 3,9 trilhões e U$ 11,1 trilhões por ano até 2025. No mesmo período, o Brasil deve alcançar cerca de U$ 200 bilhões no mesmo período, o que representa 10% do PIB anual.”

Foto: reprodução/ Gazeta Online

Educação

Universidade gratuita para a população do DF e entorno. Autorizada a construção da Universidade do Distrito Federal Jorge Amaury (UnDF) com um investimento de R$ 200 milhões e um prazo de quatro anos para estar pronta. Jorge Amaury era advogado na cidade que faleceu depois de ter contraído Covid.

História de Brasília

O Cine Brasília está infestado de pulgas. Mas a gerência deve ter razão para não ligar tanto para a sala de espetáculos. A frequência é lamentável. Poltronas estão desaparafusadas, assentos rasgados e as costas de tôdas as cadeiras, menos da última fila, estão vermelhas de lama dos sapatos dos seus frequentadores.” (Publicado em 06.02.1962)

Tribunais da história

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Grupo de pessoas ateou fogo à estátua de Borba gato, na Zona Sul de SP — Foto: Reprodução/ TV Globo

Dizia o saudoso professor e historiador, autor de diversos livros sobre a matéria, Dicamor de Moraes, que, em história, não há, como muitos creem, a possibilidade de julgamentos e outros processos capazes de recompor o que foi feito. E a razão é simples: trata-se de fatos ocorridos numa dobra distante do tempo, inacessível aos homens, a seus critérios de análise, sempre de acordo com as mudanças do presente. “Mudam-se os tempos, mudam-se os desejos”, ensinava Camões no século 16.
Trata-se, aqui, de uma questão que, por sua abrangência, tem sido alvo constante de polêmicas e conflitos de toda a ordem. É o caso daquele indivíduo adulto que, por questões íntimas, não consegue estabelecer um acordo de paz com seu passado e, portanto, se vê em constante conflito interno, incapaz de entender e aceitar que essas amarras, que o prendem à memória, impossibilitam o desenrolar do seu próprio presente.
Essa reinterpretação da história, com base em análises e estudos fornecidos por descobertas recentes e outros documentos — que alguns reconhecem como sendo uma nova disciplina intitulada e inserida nos meios acadêmicos —, é denominada, pelos entendidos no assunto, de “revisionismo histórico”.
Livros e uma infinidade de teses foram escritas sobre o assunto, na maioria das vezes, tendo como pano de fundo a situação política e ideológica do momento, bem como a evolução contínua dos costumes e práticas sociais hodiernas. Por certo, o ciclo perverso da escravidão, entre os séculos 16 e 19, por seus métodos cruéis, contrários aos mais básicos princípios da ética e da integridade humana, teve, em países como o Brasil e os Estados Unidos, por longos períodos, seus principais palcos de atuação. Esse fato, para o bem ou para o mal, moldaria o caráter histórico e formativo dessas nações, com reflexos diretos e duradouros na sua organização política, econômica e social.
As reparações históricas dos danos às populações negras, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde essa questão parece um pouco mais evoluída do que em nosso país, acontecem num ritmo que desagrada os explorados, uma vez que parecem não surtir os efeitos práticos desejados.
Toda e qualquer pesquisa que analise os dados relativos a Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) demonstra que, aqui e nos EUA, as populações negras são as mais desfavorecidas e as mais mal situadas na pirâmide social. E existe uma raiz histórica para esse fato e que remonta ao ciclo da escravidão.
As chamadas ações afirmativas, que alguns estudiosos indicam como sendo o início de uma reparação histórica, ao estabelecer um programa de cotas raciais nas universidades públicas, buscam o estabelecimento de uma igualdade de oportunidades a uma parcela da população que, historicamente, foi alijada dos mais básicos direitos de cidadania, e não um julgamento tardio e inócuo do período da escravidão.
Julgar a escravidão pelo retrovisor da história, com a depredação de monumentos e a condenação de personagens do passado, como é o caso recente da queima da estátua de Borba Gato, em São Paulo, por grupos radicais que desprezam temas dessa natureza, nada acrescenta ao fato de que, no período do Brasil colônia e posteriormente, os escravos eram as mãos e os pés dos senhores do engenho, responsáveis por erguer, pela ação do trabalho forçado, um país que nascia, como bem afirmou Antonil em Cultura e Opulência do Brasil.
Julgar e condenar esse fato, com base no presente, por meio de ações niilistas e sob o manto falso da iconoclastia, no máximo, deixará atrás de si escombros e cinzas, distantes do que poderiam ser ações concretas, visando a integração real dessas populações, historicamente, marginalizadas.
O fato é que nem aos vândalos, nem a ninguém é dado o poder de mudar o passado. São com mudanças, civilizadamente pensadas, no presente, que poderemos vislumbrar alguma melhora no futuro, para que fatos, como a exploração do homem pelo homem, não voltem a se repetir sob quaisquer pretextos.

A frase que foi pronunciada:
“Ninguém nasce odiando outra pessoa por sua cor da pele, sua origem ou sua religião. As pessoas podem aprender a odiar e, se podem aprender a odiar, pode-se ensiná-las a aprender a amar. O amor chega mais naturalmente ao coração humano que o contrário.”
Nelson Mandela

Nelson Mandela em Johannesburg, Gauteng, em 13 May 2008. Foto: wikipedia.org


Direito
Perfil constitucional da família é examinado a partir da ópera A Valquíria. Quem convida para o novo episódio do podcast Direito de Família e Arte é o Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam). Acesse no link Perfil constitucional da família.

Opostos
Leitora elogia a Clínica da Família, em Águas Claras / Areal. Acolhimento excelente. Já a UBS 6, de Taguatinga, também não tem conseguido muitos fãs. O sistema é bruto!

Foto: reprodução / Google Maps


Por acaso
A troca de um vídeo de Elis Regina entre Sophie Schweizer e Eunice Abdala trouxe à tona uma curiosidade sobre a vida de Dr. Peter Billaudel. Por causa da cantora popular brasileira, ele colecionava músicas e fez questão de aprender português.

História de Brasília
A estrada velha de Taguatinga está impraticável. Todo mundo cai e sai dos buracos. É um caso raro em matéria de estrada. (Publicada em 04/02/1962)

Não aprenderam nada

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Imagem: setorsaude.com

 

Para aqueles que possuem a capacidade de extrair, das experiências amargas, lições para toda a vida, de certo, reterão para sempre, na memória, esse tempo de pandemia, como fizeram nossos antepassados a exatos cento e dois anos atrás com a mal acunhada gripe espanhola, que, entre 1918 e 1919, deixou um rastro de mais de 50 milhões de mortos por todo o planeta.

São aprendizados que dizem muito sobre o nosso comportamento futuro e, de certa forma, moldam nossa capacidade de adaptação e evolução, o que os antropólogos denominam de resiliência. De alguma forma necessitamos dessa desordem para evoluirmos, encontrando meios mais racionais de nos adaptar ao mundo em que vivemos Exemplos dessa redireção de comportamento, provocada por situações inusitadas e perigosas, existem em grande abundância ao longo de toda a nossa história. Trata-se de um ciclo contínuo que a própria natureza parece preparar, de tempos em tempos, para que possamos, ao menos, refletir sobre a fragilidade da vida.

É assim como que funciona no mundo macro e deveria funcionar também na vida social e íntima de cada um, lapidando-nos à capacidade de entender o momento e de nos relacionar com nossos semelhantes. Transportada essa dura experiência atual para nossa realidade política e institucional, o que temos visto é que nenhum desses personagens, que hora ocupam os altos cargos de comando da nação, parecem, como dizem, “não terem aprendido nada, não terem esquecido de nada”, tal a perpetuação da crise que nos assola desde o aparecimento da pandemia do Covid-19, no início do ano de 2020.

Para nós, ficou a nítida impressão e uma certeza de que a pandemia, mais do que demonstrar o pandemônio que perfazia toda a administração federal da área de saúde pública, deixou patente que o atual governo, assim como governos do passado, que preferiam edificar estádios monumentais em vez de hospitais de ponta, não serve aos propósitos e aos anseios da população. Mais do que isso, a pandemia deixou claro, para muitos, que estamos no rumo errado, se desejamos alcançar um patamar mínimo de país desenvolvido na questão segurança e bem-estar da sociedade e, principalmente, no que diz respeito à boa governança e todas as suas características.

Parece que o sofrimento trazido pela pandemia, a todos os brasileiros e ao mundo, não possuiu o dom de sensibilizar o Poderes do Brasil para o momento de fragilidade experimentado por todos, o que deixa certo, para aqueles que possuem a capacidade de observar a cena, que eles não aprenderam nada e, por certo, jamais aprenderão.

A frase que foi pronunciada:

Eu sonho com um mundo onde a verdade é o que molda a política das pessoas, ao invés de a política moldar o que as pessoas pensam ser verdade.”

Neil deGrasse Tyson, astrofísico

Foto: Flickr/Tiffany Vaughn

De graça

De hortas caseiras a importantes biografias. A biblioteca digital da Embrapa disponibiliza milhares de títulos a serem baixados gratuitamente. Acesse no link Publicações – Embrapa.

Bilíngues

Um trabalho minucioso, desenvolvido por dezenas de pesquisadores de várias universidades públicas do país, culminou no projeto para ensino de português a surdos. Adotado pelo Ministério da Educação, o programa, além de ser usado por todo o país, atinge desde a educação básica ao ensino superior. Sandra Nascimento, professora da UnB e coordenadora do trabalho, não esconde a satisfação com o resultado do comprometimento acadêmico nesse importante passo social.

Foto: João Neto-ACS/MEC

Em estudo

Mudanças no Bolsa Família vão atingir a formação profissional como prioridade. A pescaria vai começar. Mesmo prevendo um aumento de 50% no valor da bolsa, questões trabalhistas serão estimuladas com menos custos, para os empregadores, e menos burocracia. Os números que vão mudar são os 12 milhões de desempregados deixados pela presidente Dilma e mais os que sofrem atualmente com as restrições da pandemia.

Foto: agenciabrasil.ebc.com

Ao futuro

Blockchain é a tecnologia que vai facilitar a vida do cidadão do planeta Terra. Informações cruzadas, pagamentos, compras, imóveis, taxas, impostos, tudo controlado em apenas um lugar. Bom para os honestos. A segunda versão dessa validação dos dados chama-se Ethereum.

Arte: Renan Lima/Braiscompany

Manifestação

Em 23 de agosto de 2020, na capital da Lituânia, Vilnius, pessoas de mãos dadas formaram 32 km de corrente humana para protestar contra o resultado duvidoso das eleições.

História de Brasília

Já assumiu o cargo de Diretor do Departamento Hospitalar da Fundação Hospitalar do Distrito Federal, o dr. Sávio Pereira Lima. Suas novas funções asseguram um nível melhor para os hospitais de Brasília. (Publicado em 06.02.1962)

A arte e a sensibilidade da política em momentos históricos delicados

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Foto: memoria.ebc.com

 

Pelas próprias características institucionais do nosso modelo de presidencialismo, tido por muitos como herdeiro de um certo viés monárquico e até imperial, todo aquele que, pela concessão do voto, tem a ventura de subir a rampa do Palácio do Planalto, onde ocupará a cadeira como chefe do Poder Executivo, passa imediatamente a ser não apenas o centro das atenções e das luzes, mas o alvo no qual passam a serem arremessadas todas as lanças eivadas de esperanças e frustrações de uma nação que, nesses cinco séculos de existência, ainda anseia por uma representação política à altura de sua formação histórica e cultural.

Tudo isso sem mencionar a importância territorial e continental do país, que, mais do que lhe outorga o destino, confere ao Brasil e aos brasileiros, quer queira, quer não, um papel de destaque e de importância vital num mundo cada vez mais populoso e escasso de recursos naturais. Tamanho é o destino, como é também a posse de qualquer brasileiro como presidente do Brasil.

Ao ser empossado, o indivíduo se vê despido de si e de seus projetos pessoais e da própria família, passando a se sentir como o mais ermitão de todos a habitar a solidão vasta do Alvorada. É o que alguns chamam de solidão do Poder. Alguns, como foi o caso do ex-presidente Jânio Quadros, não podem suportar as agruras do enorme deserto trazido pelo cargo que assumiu e por uma capital que, naqueles tempos, situava-se no fim do mundo, longe do fervilhar da civilização. Por isso mesmo, mais do que pelos presságios de forças ocultas, que enxergava, nas noites silentes em que se escondia por detrás de uma garrafa, renunciou ao mandato para fugir dos fantasmas que o atormentavam no escuro do cerrado.

Com esse gesto incerto até para ele próprio, precipitaria o país numa direção que, por certo, nem ele sonhava. Do mesmo jeito abrupto e sem expectativas, que adentramos para duas décadas de centralismo político e militar, saímos desse túnel por força e pressão das ruas com o movimento popular das Diretas Já, que, contrariando os militares no poder, encurtou o caminho de volta para a consolidação democrática.

É nessa encruzilhada de nossa história que entra em cena, também de modo repentino e surpreendente, o personagem que faria toda a diferença nesse momento de delicada transição. Escolhido a dedo como vice-presidente na chapa de Tancredo Neves para concorrer no Colégio Eleitoral contra o candidato dos militares, Paulo Maluf, José Sarney veria, num curto espaço de tempo, toda a história do Brasil passar como um foguete diante de seus olhos. “Foi de uma emoção de pânico. Eu nunca pensei na minha vida que eu pudesse ser presidente da República, afirmou Sarney. Em segundo lugar, eu não sabia da doença de Tancredo. Só soube na véspera que ele foi internado. Eu o achava sadio, cheio de vida, inteligente. Uma figura excepcional. E quando ele veio a ficar doente e me comunicam, às 3h da manhã, que eu iria assumir a Presidência, aquilo foi um choque brutal”, confessou.

Com a doença do titular, assumiu a presidência de supetão, para impedir retrocessos que, por certo, viriam pela frustração e poder dos derrotados. “Sempre uma travessia muito difícil na vida da gente. Qualquer pessoa ser presidente da República, entrar para dirigir o Brasil na transição democrática em que os militares ainda eram muito fortes; eu, de um Estado pequeno, sem grupos econômicos para me apoiar e sem a mídia nacional e sem partido. Tudo levava a crer que eu seria um presidente para entrar e ser deposto”, diria anos mais tarde o ex-presidente Sarney.

E com a morte impensada de Tancredo Neves, herdaria a presidência e um mandato que exigiriam esforços sobre-humanos para contornar, ao mesmo tempo, um conjunto de crises que iam da esfera política, passando pela economia, recaindo direto sobre os ombros da população, sobre a forma de um descontentamento geral com a inflação e a falta de liberdades civis.

Eram problemas em demasia, acumulados por mais de duas décadas e que necessitavam, agora, de medidas urgentes e cirúrgicas que, em mãos erradas, poderiam fazer ruir todo o castelo de esperança da redemocratização. O exercício do mandato como o primeiro civil a ocupar essa posição, depois de uma transição incerta e tumultuada, tornava ainda mais delicado o dia a dia como presidente.

Ao Sarney, coube ser o maestro que conduziria a sinfonia coletiva da redemocratização, num trabalho digno de fina ourivesaria, a conjugar e fazer voltar a funcionar todo o imenso e intrincado relógio da democracia brasileira, emperrado por décadas de abandono. A história do Brasil deve fazer a merecida justiça ao ex-presidente José Sarney, por sua capacidade de entendimento e diálogo, numa época de ânimos exaltados e de ameaças. Sarney, por sua bonomia política, soube, como nenhum outro, conduzir, dentro do buliçoso ambiente político, o país à volta da normalidade.

Esse é o seu mister, aprendido ao longo de dezenas de anos como importante e influente personagem da vida política de nosso país. Mesmo no campo econômico, que não era sua especialidade, Sarney soube se cercar de capacitados técnicos que, com o engenhoso Plano Cruzado, conseguiram derrubar uma inflação de mais de 200% para números negativos, mas que, infelizmente, foi boicotado, tempos depois, pelas elites empresariais do país, acostumadas a lucrar com as instabilidades da economia nos mercados paralelos. “Asseguro a nação, com todas as forças da vontade e da coragem, que o legado de Tancredo Neves permanecerá vivo. Assim como não lhe faltei com a minha lealdade no período do seu calvário, saberei honrá-lo após a sua morte e não deixarei murchar a chama de esperança que plantamos no Brasil”, prometeu naquela ocasião o então presidente José Sarney. Prometeu e cumpriu, ajudando o Brasil num momento histórico único e ainda entregando à nação, em 1988, a mais democrática e cidadã Constituição de toda a história do Brasil. Justo o reconhecimento.

A frase que foi pronunciada:

No Maranhão, depois dos 50 (anos), não se pergunta a alguém como está de saúde. Pergunta-se onde é que dói.”

José Sarney

Foto: Reprodução/TV Globo

História de Brasília

Ontem quando a Vasp assumiu a direção do Lóide em Brasília, o Obdego Batista viu, pela primeira vez, um DC-6 com as cores da Vasp descer no nosso aeroporto. Era o LFD que voava para o Norte. (Publicada em 04.02.1962)

O canto da sereia

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Charge do Duke para otempo.com

 

Nessas próximas eleições, quanto mais se intensificar a polarização das forças políticas ao redor da esquerda e da direita, mais restarão espaços e terrenos vazios, por onde poderão crescer, livremente, as alternativas para a consolidação de uma terceira e vitoriosa via. Essa possibilidade viria com mais naturalidade e vigor se pudesse contar com um amplo apoio popular, o que, por hora, dadas as complicações da pandemia, parece incerto. O fato é que a polarização em torno de Bolsonaro e Lula é favorável ao caminho do meio, por forças livres, do que se convencionou chamar velha política.

Por certo que, a essa altura dos acontecimentos, dado o intenso grau de movimentações de bastidores desses dois candidatos ditos “naturais”, já perceberam essa possibilidade e começam a agir para não perderem tempo e ganharem, também, nacos desse espaço central que vai se abrindo. Inclusive, os próprios candidatos desses extremos já deram a partida para um processo de captação dessas forças que poderão surgir entre as fronteiras da esquerda e da direita.

A apatia com a pandemia, e os quase 550 mil mortos, pelo lado da direita, e a experiência traumática de treze anos de governo petista, com a formação do maior esquema de corrupção já visto em todo o mundo, servem, cada um com sua intensidade específica, para a formação de um mínimo de juízo, por parte do eleitorado, principalmente aquele formado por pessoas que enxergam, na ética humana e na ética com a coisa pública, as principais virtudes de todo e quaisquer governantes.

Os contratempos para a consolidação dessas novas forças centrais ficam aqui por conta da possibilidade real da utilização da máquina pública em favor do candidato da situação e do forte aparato organizativo que ainda existe das esquerdas, espalhados por todo o país. Em entrevista ao Correio, o presidente e dono do PSD, Gilberto Kassab, uma dessas notórias raposas da política nacional, demonstra que está à espreita e com o faro fino e bem afiado para a possibilidade da terceira via, e já não esconde de ninguém que aposta no nome do atual presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. Se conselho pode servir de alguma ajuda para o atual presidente do senado, mire-se no exemplo trágico do ex-juiz Sérgio Moro e faça ouvidos moucos à cantilena encantadora dessas sereias. Leia a Odisseia de Homero! No poema épico do século VIII a.C, pode estar a fórmula para livrar-se de apelos dessa natureza.

Ladinos como são, outros também têm feito acenos aos potenciais candidatos da terceira via, com as promessas de sempre e os distratos que lhes seguem.

O que se assiste, até com certa curiosidade, é o pânico, indisfarçável, que, a cada dia, vai tomando conta dos principais postulantes, muito antes da existência real dessa terceira via e da possibilidade dela vir a retirar-lhes o chão sob seus pés. Não será surpresa se, nessa marcha da insensatez, os movimentos que vão se alternando nas ruas, apoiando esses nomes da esquerda e da direita, vierem a se encontrar numa esquina que dá para uma rua sem saída e, por ação da razão, enxerguem que estão sós e sem alternativas, e com isso baixem as bandeiras.

A frase que foi pronunciada:

Cuba foi sustentada pela URSS, saqueou Angola, sugou o que pôde da Venezuela e passou 14 anos parasitando o Brasil. A crise cubana tem uma explicação simples: Com a falência da Venezuela e a queda de Lula, acabaram os hospedeiros.”

Dárcio Bracarense (@darciobraca), no Instagram

Para alma

Assinado pelo Comandante Geral dos Bombeiros, Cel William Augusto Ferreira Bomfim, o convite eletrônico para a live da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar do DF, dia 28 às 20 h. O concerto será transmitido da Academia de Bombeiro Militar no Setor Policial Sul. Veja a seguir.

* Cartazes publicados nos histories do perfil oficial do CBMDF no Instagram

Transparência

Veja como o QRCode e o código de certificação digital, além do voto impresso, podem garantir uma eleição limpa. Pessoas com fé pública na conferência dos votos e a apuração imediata, sem transporte dos dados antes de aferidos. Isso sim é democracia. Ideia publicada no tik tok. Veja a seguir. Dia 1º de agosto, às 9h, presença pelo voto impresso no Museu da República.

 

Novo script

Saiu, no Diário do Poder, uma matéria de forma diferente das mesmas notícias, onde só apareciam com o lado negativo. “O Brasil superou nesta quinta-feira a marca de 7 milhões de pessoas curadas da Covid, o que representa 97,24% do total de casos encerrados”.

Foto: divulgação

História de Brasília

Ninguém pode dizer que o governo do sr. Jânio Quadros tenha sido proveitoso para o Brasil, mas autoridade, êle tinha, e ninguém se atrevia a insistir quando êle dizia não. (Publicado em 04.02.1962)

Sabatina neles

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Charge do Walmir

Num país em que o analfabetismo, segundo estimativas otimistas divulgadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, atinge cerca de 11 milhões de brasileiros, não fica difícil estimar a possibilidade da existência de um significativo número de dirigentes ou de pessoas, com cargos ou funções administrativas de relevância, com algo próximo a essa realidade preocupante.

Se formos analisar, ainda, a questão do chamado analfabetismo funcional, que atinge mais de 29% da nossa população e no qual se observa que o indivíduo, mesmo reconhecendo as letras e os números e outros dados em uma leitura, não consegue captar a ideia central e o conteúdo do que está expresso no texto, aí a questão adquire uma amplitude deveras preocupante. Mesmos os eleitores, já em diversas ocasiões, puderam verificar que muitos daqueles candidatos políticos ou mesmo ocupantes de cargos de relevância na administração do país podem ser enquadrados como analfabetos funcionais, guindados a esses postos por obra de acontecimentos fortuitos como o destino, à sorte, ou outra explicação de natureza, digamos, cordial.

Não seria o caso aqui de propor um movimento de discriminação de ordem cultural, perseguindo aqueles indivíduos com pouca escolaridade e que ocupam cargos de importância para a vida da nação, mas tão somente dar, àqueles que possuem o devido estofo intelectual e técnico, a oportunidade de ocuparem essas funções tão vitais ao país. Dito dessa forma, torna claro e sem sentimentalismos que o cargo e a função cabem apenas àqueles que para eles estão à altura e preparados. É assim em todo o país desenvolvido e tem funcionado muito bem até aqui.

A vanglória do analfabetismo e o combate à cultura, de um modo geral, como temos assistido até aqui, por lideranças, inclusive, por presidentes da República, que se gabam de não a possuir e até zombam daqueles que possuem, é um sinal bem claro de que já passamos da hora de interromper esse disparate.

Não se pode admitir que até em concurso para vaga de gari ou como dizem, “agente de limpeza pública”, exija-se currículo e formação em segundo grau, seguido de atestado de bons antecedentes e, para outras funções de maior relevância, algumas delas que dizem respeito à segurança do país, esses quesitos sejam simplesmente ignorados.

Temos visto e nos surpreendido com nomeações feitas, pelo Poder Executivo, de ministros para vagas nas altas cortes, de pessoas que, sabidamente, nunca exerceram a magistratura ou sequer envergaram a toga de juiz, numa afronta, inexplicável, aos princípios mais básicos e salutares para toda e qualquer democracia, e que, não raro, diminuem a qualidade dessas funções, transformando-as em instâncias para atendimentos de natureza pessoal, longe de seu objetivo primordial.

No mesmo sentido, vemos o loteamento de cargos vitais à economia, entregues nas mãos de indivíduos pouco ou nada qualificados para a função. O mais surpreendente, se é que ainda possuímos a capacidade de tal indignação, é ver, com assento no parlamento, um conjunto significativo de pessoas que, por seu passado e por suas vidas pretéritas, repletas de mal feitos e de ações na justiça, jamais deveriam estar naquela posição, exercendo funções que dizem respeito à vida e ao futuro da comunidade.

Talvez, o que falte neste país seja o estabelecimento de um movimento sério de sabatina, como feito nos Estados Unidos, para cargos como os da Suprema Corte, em que os indicados são submetidos a uma intensa e esmiuçada investigação, que levanta toda a existência do candidato desde o berço e que, em alguns casos, duram dias e dias de intensos debates e perguntas. Uma simples e escrupulosa sabatina em nossas elites dirigentes faria com que, ao menos, metade delas desistissem de suas pretensões. Fossem realizadas então para o cargo de presidente da República, pouquíssimos seriam aqueles habilitados para tal função.

A frase que não foi pronunciada:

Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender”

Alvin Toffler

Alvin Toffler. Foto: wikipedia.org

 

Saudades
Nesta data, lembramos o aniversário do fundador deste jornal e desta coluna, sempre rodeado por muitos amigos. Nossa homenagem ao saudoso jornalista Ari Cunha.
30/09/2013 Crédito: Monique Renne/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF. Jantar Prêmio Engenho. Ari Cunha.

 

Má vontade

Alguns postos de saúde da cidade anunciam a vacinação até 17 h e não recebem pacientes às 16 h 27 min.

Foto: correiobraziliense.com

 

Bombeiros

Homenagem a Sd Marizelli Armelinda Dias, que faleceu em serviço. Mário Sales, criou no Instagram @vidaspoliciaisimportam, onde lembrou de Marizeli, registrando todo o amor que ela tinha pela profissão. Veja a seguir no link Marizelli nos doou a vida em 15/09/2019.

História de Brasília

Já que o assunto é Minas e Energia o Dr. Gabriel Passos ainda não conseguiu a publicação do decreto de nomeação do sr. Eduardo Sobral para o cargo de diretor da Petrobras. Em casos políticos , deveria haver uma definição de não nomear por isto. (Publicada em 04.02.1962)

A nudez da verdade

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Charge do Duke

 

Só resta agora o presidente Jair Bolsonaro deixar-se imbuir pela luz do juízo e da razão e vetar, radicalmente, a indecente, para dizer o mínimo, proposta dos partidos com assento no Congresso de triplicar o valor do fundo eleitoral, elevando esse montante para o escandaloso patamar de aproximadamente R$ 6 bilhões. A insensibilidade e o distanciamento dos partidos e dos políticos com os problemas da nação já é um fato mais do que reconhecido pelos eleitores, e não é raro que esses personagens da nossa trágica e farsesca República surpreendam a população brasileira com medidas desse naipe, frontalmente em desacordo com as expectativas dos cidadãos.
Em atendimento ao que parece ser um desvirtuado e recorrente comportamento moral, onde a ganância e a esperteza são as características maiores, nossos representantes, mais uma vez, sem qualquer sentimento minimamente vexatório, sacam do bolso do colete, e na última hora, o valor exorbitante de uma conta que acreditam merecer pelo labor de entregar à nação, um arremedo de democracia.
De fato, não há limites possíveis àqueles que não se deixam permanecer pelas balizas da ética. É o vale tudo. Para aqui dizer pouco. Conhecendo muitos daqueles que, hoje, ocupam as cadeiras do nosso Parlamento, não causa espanto, para ninguém, que tenham eles, embutido, mais uma vez, em meio à fictícia Lei Orçamentária Anual, os custos do Fundo Eleitoral turbinado, bem como os valores a serem despejados no ralo das três dezenas de legendas, pelo fundo partidário, tudo isso, obviamente, somados aos valores pagos obrigatoriamente, pelo Tesouro, às emendas parlamentares.
Não é por outra razão que multiplicaram o número de partidos, num verdadeiro festival de legendas, sem programas objetivos ou estatutos decentes, a grande maioria transformada em empresas privadas lucrativas a viverem à sombra e à tripa-forra dos cofres públicos. Não há negócio nesse mundo mais rendoso e seguro do que dominar uma sigla partidária no Brasil de hoje. Que o digam os presidentes dessas agremiações, e seus principais caciques, todos absolutamente ricos ou milionários à custa da viúva dadivosa.
O que chega a causar um certo misto de espanto e indignação é que uma proposta como essa, sem lastro algum dentre as prioridades nacionais, seja espetada nas costas dos contribuintes, em plena temporada de pandemia, quando mais de meio milhão de brasileiros perderam a vida justamente pela falta de recursos e ação no combate à virose e quando ainda se assiste a penúria e a falta de dinheiro público destinado aos hospitais e ao atendimento desses doentes. O que não chega a ser segredo também para nenhum brasileiro é que essa é apenas uma parte da conta que o pessoal do Centrão e outros querem receber para livrar o chefe do Executivo do cerco, que vai se fechando, da CPI. Ao menos é essa a verdade dos fatos que aí estão postos. Uma verdade nua e exposta à luz do Sol para quem quiser ver e enxergar sem tampar os olhos de tanto asco e repulsa.
A frase que foi pronunciada
“Ser honesto, neste país, parece ser imperdoável!”
Repetida por Janaína Pascoal
Foto: odia.ig.com
Foto
Ivan Mattos, voluntariamente, capta imagens dos animais no Zoológico chamando a atenção do público brasiliense para a beleza que está a nossa disposição. Veja no link Zoo Brasília: por trás das lentes.
Foto: reprodução
Antes tarde
Senado do Arizona, nos Estados Unidos, passou um pente fino nas eleições. A auditoria veio tarde. Mas veio.
Presidente Joe Biden. Foto: tercalivre.com
ABCDT
Bom cobrador, péssimo pagador. Assinado pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, documento informa que quem precisar fazer diálise vai ter que voltar para casa. Motivo: o GDF deve R$ 900 mil para clínicas. Sem o repasse, fica impossível atender as centenas de pacientes do SUS. A situação é crítica!
Foto: jornaldebrasilia.com
Muda já
Questão de segurança é a resposta mais absurda dos bancos que não querem entregar, aos correntistas, a quantia pedida. Se um ladrão quiser R$ 10 mil, pode se preparar para o caixão. A resposta do banco é que, para sacar mais de R$ 5 mil, só avisando antes. Se não tiver cartão e tentar retirar o dinheiro em agência diferente da titular, o total é R$ 2.900. A informação é dada com a face tão limpa que o correntista chega a pensar que está pedindo dinheiro emprestado. Isso precisa mudar.
Charge do Duke
História de Brasília
Moralizadora a portaria do desembargador José Colombo de Souza determinando a gratuidade dos casamentos civis em Brasília. (Publicado em 04.02.1962)

Supersalários

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Parodiando o saudoso jornalista e escritor Stanislaw Ponte Preta (1923-1968), que, em seus livros “Festival de Besteiras que Assola o País” (FEBEAPÁ), criticava a elite brasileira e os costumes de um povo naturalmente inzoneiro, prosseguimos, décadas depois, atualizando nosso festival das mais variadas e criativas formas, mostrando que nem mesmo o passar do tempo e as mudanças de costumes possuem forças necessárias para fazer evoluir uma civilização que já nasceu sob o signo do atraso.

Dizia com propriedade atemporal, aí pelos anos sessenta, Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo de Sérgio Porto: “A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento”. De lá para cá, a situação de descompasso entre as elites, principalmente do funcionalismo público, ficou não apenas congelada no tempo, como também ganhou ainda maior distanciamento e desigualdade.

Hoje, o que se observa, na atual estrutura do funcionalismo público, é um desnível salarial e de outras mordomias de tal ordem, que coloca a nossa máquina do Estado como um exemplo de mecanismo gerador da mais absurda e ilógica dissimetria. Uma megaestrutura que mostra, ao mundo, nossa infinita capacidade de montar um arremedo de organização pública, injusta para com os mais necessitados, justamente aqueles que bancam todo esse portentoso e intrincado mecanismo.

Nesse ponto, falar em reforma administrativa, capaz de interferir nessa estrutura salarial conflitante e geradora de injustiças, é tarefa quase perdida quando se sabe que, para tanto, seria necessário desalojar aqueles que sempre viveram sob esse guarda-chuva generoso. Ainda mais quando se nota que a classe política e todos aqueles que possuem a prerrogativa do lobby, para forçar essas alterações, não querem saber de mudanças capazes de retirar-lhes privilégios e outros ganhos paralelos, sempre extraídos, à fórceps, dos cofres públicos.

É a clássica e transversa situação que mostra que quem pode não quer, e quem quer não pode. A aprovação ocorrida agora na Câmara dos Deputados do projeto de Lei 6.726/16, chamado projeto dos supersalários de agentes públicos, é uma tentativa de, depois de mais de uma década parada naquela Casa, dar algum sentido ao que, na realidade, não tem sentido ou razão de ser, impondo um certo limite aos salários abusivos que superam, em muito, o teto permitido; que, em tese, seria de R$ 39.293 fixados para ministros do Supremo Tribunal Federal. Trata-se aqui de um teto esburacado e que nunca foi respeitado, inclusive e principalmente, pelo pessoal do Judiciário. Segundo o relator do projeto, deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), a aprovação dessa proposta poderá gerar uma economia aos cofres públicos entre R$ 3 e R$ 10 bilhões, ao disciplinar o salário de aproximadamente 25 mil servidores públicos que possuem ganhos acima do teto, graças aos chamados penduricalhos.

O que temos aqui, apesar do mérito do projeto, é uma tentativa tímida em vista da enorme desigualdade salarial existente dentro da máquina do Estado, que faz, por exemplo, com que um certo desembargador possa receber, como salário da União, um valor mensal superior a R$ 500 mil, entre outras muitas aberrações já mostradas ao público, por meio da Lei de Transparência.

Numa país ideal, onde as normas seriam aquelas que trariam harmonia absoluta entre os cidadãos, o chamado teto salarial do funcionalismo seria fixado para o servidor que ocupasse, em tempo integral, o cargo de professor titular de Universidade Federal, com trabalhos acadêmicos publicados e em fim de carreira, ou à cientistas e pesquisadores de ponta, envolvidos com trabalhos de grande relevância para o desenvolvimento do país. Os demais altos salários ficariam escalonados entre o restante do corpo docente, colocando essa categoria como a mais bem paga de todo o funcionalismo.

A frase que foi pronunciada:

A verdade sempre pertence à minoria, e a minoria é sempre mais forte que a maioria, porque a minoria é geralmente formada por aqueles que realmente têm uma opinião, enquanto a força da maioria é ilusória, formada pelas gangues que não têm opinião – e que, portanto, no instante seguinte (quando é evidente que a minoria é a mais forte) assume sua opinião… enquanto a Verdade volta a ser uma nova minoria.”

Soren Kierkegaard, filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês.

Desenho não terminado de Kierkegaard feito pelo seu primo, Niels Christian Kierkegaard c. 1840.

 

Comunidade

A seguir, matéria completa sobre a palestra virtual de Pilar del Rio. Jornalista, escritora, tradutora e presidente da Fundação José Saramago, falará, na próxima segunda-feira, a calouros, graduandos e pós-graduandos, pelo YouTube da UnBTV, às 17h. Uma boa oportunidade para a comunidade entrar no espaço universitário.

Oportunidade

Matrículas abertas para cursos profissionalizantes no IFB. Vários cursos, em várias regiões administrativas. Uma ótima oportunidade para quem já tem ensino médio completo e mais de 18 anos. Veja os detalhes no link IFB abre inscrições on-line em cursos gratuitos para o campus de Brasília.

História de Brasília

O Hospital do IAPI na W-3 está atirando atrás da construção restos de gesso em forma de braços e pernas e troncos. Também as ataduras sujas de sangue, remédios e todos os restos do hospital são queimados em frente às casas do HP-5. (Publicado em 04.02.1962)

Reeleição, o coronelismo moderno

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Charge do André

 

É sabido que promessa de político vale tanto quanto uma nota de três reais. Boa parte da população já aprendeu, com o processo farsesco das eleições, que é, nessa época, que os candidatos parecem surgir em grandes cupinzamas saindo do subsolo profundo da terra e logo querendo ganhar as alturas incomensuráveis dos céus.

Repetia o filósofo de Mondubim que formiga, quando quer se perder, cria asas. Hoje, já se sabe que político, quando busca esse acasalamento furtivo com o eleitor, promete o que ele reconhece, no íntimo do que lhe resta de razão e ética, não poder cumprir jamais. Como não existe ainda recall político ou cláusulas no código de leis, capazes de penalizar aqueles que fazem propaganda política enganosa, o vale tudo nessa área é a regra geral. A questão ganha relevância, chegando a prejudicar, diretamente, o cidadão, quando algumas dessas promessas irrealizáveis de mascate produzem crises sistêmicas a afetar, indistintamente, a vida de todos, atingindo, inclusive, o desenvolvimento econômico do país.

No caso do atual presidente, ficamos apenas naquela promessa de acabar com o instituto da reeleição, comprometimento esse que fez questão de enfatizar enquanto corriam soltas as campanhas. A decepção com esse perjúrio, em especial, acabou se estendendo e contaminando também todo o mandato do atual presidente, que segue, impávido, em procissões de motoqueiros por todo o país, ou em outros desfiles de fundo eleitoreiro, estendendo, sem interrupção, a campanha de 2018 até 2022. Fosse essa apenas mais uma promessa como outra qualquer, nada de anormal estaria no horizonte. Mas, além de permanecer 24 horas do dia em campanha, deixando as obrigações do Executivo de lado, o que mais afeta o país e o cidadão é que o instituto da reeleição para cargos executivos e mesmo no Legislativo, vem, a par i passo, minando a qualidade do nosso sistema democrático, pelo simples fato de que as premissas legais dessa recondução, não absolutamente respeitadas, fazem do detentor do mandato um candidato com todos os potenciais para ser reeleito e sem chances para os concorrentes.

O uso descarado da máquina pública em favor do mandatário que mira a reeleição, embora possa ser enquadrado em crime, jamais rende punição, o que estimula, ainda mais, o cometimento desse delito. Nove em cada 10 analistas da vida política do país já chegaram à conclusão de que o instituto da reeleição é prejudicial ao desenvolvimento e aperfeiçoamento da democracia e mantenedor de elites políticas, enclaves de partidos, e toda uma consolidação de exagerados poderes em mãos de mandatários, repetindo, em pleno século XXI, o modelo atrasado do coronelismo e do voto de cabresto, tão nefastos para o Brasil.

Ou caminhamos para a extinção da possibilidade de reeleição, ou estaremos fadados a repetição de enganos e do desmanche do que, minimamente, se entende como República.

A frase que foi pronunciada:

Até outro dia, sobretudo no Nordeste, jovens talentosos beijavam a mão de velhos coronéis para ascender politicamente”.

Haddad, perdido no tempo

Foto: carlossousa.com.br

Proposta lançada

Participação de Paulo Costa no grupo de moradores do Lago Norte lança um desafio. “O lago norte tem todas as condições de ser a primeira cidade Lixo Zero do DF, através da compostagem.” Que se iniciem as parcerias para a divulgação da empreitada!

© WWF-Brasil

Clínica do Idoso

Médico estudioso, que atende olhando nos olhos do paciente, sem a preocupação constante no relógio? Existe. Dr. Vitor Machado, passa a atender no Centro Médico Lúcio Costa, na 610 Sul. Cartão postado a seguir.

Prata da Casa

Depois de 5 anos de treino, Califa Curi conquistou o prêmio de canoagem oceânica como o primeiro brasileiro a subir no pódio dessa modalidade de esporte. Veja as fotos a seguir.

ACESSE O PORTFÓLIO CALIFA CURY CLICANDO AQUI!

Pelo Brasil

Assim como o astronauta Marcos Pontes serviu a dois governos, o ministro Tarcísio de Freitas, se não ouvir o conselho do ex-presidente Temer, deve ter as iniciativas aproveitadas e continuadas pelos próximos presidentes. Mudar o Brasil pelos trilhos de trem. Assim falou o ministro Tarcísio: “A autorização ferroviária vai promover uma revolução no Brasil. As empresas estão bem estruturadas e podem fazer investimentos até bilionárias nesse modo de transporte”.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

História de Brasília

Há de fato, muitos redatores com nível superior, portadores de diploma universitário. Mas não é o caso de se encobrir uma imoralidade com outra. (Publicado em 04/02./1962)