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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Uma coisa é certa: superada a questão da pandemia, se é que isso vai ocorrer algum dia de forma definitiva, os cidadãos brasileiros estarão, na sua maioria, vacinados. Ao menos no que diz respeito à onda de politicagem que envolveu todo esse processo, desde março deste ano. Com isso, fica mais uma vez confirmado que há males que vêm para o bem ou, pelo menos, que nos ensinam a optar por caminhos mais claros e seguros.
A pandemia, as mortes e internações seguidas, que nos aproximam da triste marca de 200 mil óbitos, não tiveram, por sua gravidade, o condão de unir a nação, por conta exclusiva das disputas que se seguiram em torno do assunto, protagonizadas, exclusivamente, por nossas lideranças políticas. O mais espantoso é que toda essa polêmica criada, do início ao fim, parece ter sido motivada apenas por disputas políticas, tanto nas eleições municipais, como nas disputas futuras de 2022.
O mais surreal é que, em meio a esse banzé, a questão da pandemia e das potenciais vacinas ficou em segundo plano. Trata-se aqui de uma discussão que não tem levado em conta as agruras e incertezas, mas, tão somente, a possibilidade dos diversos grupos políticos se ajeitarem e fortalecerem suas posições de mando, além dos laboratórios, é claro. O pior, se é que possa haver uma piora nessa questão toda, é que nenhum dos lados parece ter razão nessa briga.
Para complicar ainda mais o que em si já é um quiprocó infernal, até mesmo o Supremo foi envolvido nessa disputa e, como já tem sido costume, errando por último, ao criar uma espécie de obrigatoriedade e sanções para aqueles brasileiros que se recusarem a tomar a vacina.
Dois fatos, absolutamente comprovados, estão diretamente ligados à questão da pandemia. O primeiro é que há muitíssimo dinheiro envolvido em torno dessa questão, sendo que boa parte vai desaparecer nas brumas de uma pandemia totalmente atípica. O segundo é a pressa com que as pesquisas e os laboratórios parecem ter encontrado resposta para um problema que, a médio e longo prazo, sabidamente 5 anos, pode ter seus efeitos colaterais e trágicos espalhados por centenas de milhões de indivíduos.
Todos os testes da chamada terceira fase foram acelerados, o que é em si e, segundo a metodologia científica, um sinal de alerta. Não há como negar que estamos ainda no escuro, tateando e em busca da chave que possa abrir os porões dessa pandemia. As únicas certezas, até aqui, são que o país onde essa virose irrompeu em primeiro lugar, coincidentemente, tem sido o que mais tem lucrado com a pandemia e o mais refratário a que investigações isentas sejam realizadas.
Há, em todo esse assunto, um roteiro que precisa ainda ser colocado diante da realidade. De certo, até o momento, temos que separar os “lucros políticos” que os diversos grupos, no Brasil, vão retirar dessa pandemia, e os lucros argentários que países diversos, com a China no topo, estão obtendo com todo esse pesadelo.
Para os roteiristas dessa trama surreal, a realidade, por sua complexidade, tem ido muito mais além do que qualquer ficção, situando esse drama global na fronteira que divide a vida real dos sonhos mais perturbadores.
A frase que foi pronunciada:
“Dinheiro perdido, nada perdido; saúde perdida, muito perdido; caráter perdido, tudo perdido.”
Provérbio Chinês
Idosos
Juliana Seidl prepara a turma do ano que vem para atendimento individual como orientadora de carreira e para aposentadoria. Veja, a seguir, a palestra ministrada “Reinvenção na Carreira e Projeto de Vida”, a convite da Universidade Corporativa dos Correios.
Consome dor
Nos velhos tempos da capital, as donas de casa exerciam o poder que têm. O abuso de preços dos supermercados era logo impedido com o boicote. Sem internet, conseguiam se mobilizar para frear a alta injustificada de preços. Numa pandemia seria o momento de baratear, não de diminuir os produtos nas embalagens e precificar em dobro.
Evolução
A situação do Teatro Nacional Claudio Santoro é de abandono total. Sem sensibilidade para a cultura, o GDF vai precisar responder, ao Ministério Público do Distrito Federal, o que foi feito até agora na sala de concertos. A interdição do local aconteceu no início da pandemia e a Orquestra do teatro está desabrigada há anos. Não dá para entender. O governador Ibaneis já viajou tantas vezes para o exterior. Poderia ter trazido, na bagagem, a consciência de que a cultura enobrece o governo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Esse novo prédio ficará da altura da rampa, numa extensão de duzentos metros, e conterá novas salas para comissões e um escritório para cada deputado e senador. (Publicado em 20/01/1962)
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Com a Revolução Industrial, veio a sociedade de consumo e com ela o marketing, que nada produz e, mesmo assim, converteu-se na alma, a dar vida a todo e qualquer negócio. De tanto ser valorizado, neste mundo consumista em que estamos metidos, o marketing, ou a propaganda, tornou-se maior e mais importante até do que o produto que anuncia.
Como um papel de embrulho luxuoso, esse apelo imediato e insistente ao consumo esconde hoje, em seu conteúdo, exatamente o que não anuncia, numa armadilha pronta a capturar consumidores incautos e famintos. No Livro Sagrado, poderia muito bem ser representado pela alegoria do sepulcro caiado, a camuflar o engano. Em tudo, o marketing lança sua fumaça ilusória.
De perfume, passando por carros, roupas, comidas e até hospitais particulares. Tudo ao alcance de todos. No caso de hospitais particulares, abundantes na capital, onde a renda média da população, que vive nas áreas do Plano Piloto, é uma das mais altas do país, é fácil encontrá-los em cada canto, cada um oferecendo de remodelação estética completa até a vida plena eterna repleta de saúde. O problema com esse tipo de oferta mágica, à disposição de bolsos dispostos a pagarem os altos custos de atendimento, é que, uma vez retirado o papel de embrulho e examinado, bem de perto, o que esses estabelecimentos têm a oferecer, de fato, fica a impressão de que estamos sendo enganados da mesma forma que acontece em muitas igrejas neopentecostais, onde uma vaga no céu é vendida aos crentes, sem recibo e livre de impostos.
Quem adentra nesses moderníssimos templos da saúde, erguidos com os requintes de uma arquitetura que é somente uma fachada oca, equipados com os móveis da última feira de design de Milão, quadros chamativos e caros pendurados em cada recanto, jardins internos, salas de descanso, serviço de cafeteria, televisores e tudo o que o mundo do entretenimento poder oferecer, fica a sensação de que está adentrando num hotel de luxo e não em um estabelecimento que vende serviços de saúde.
Nesses ambientes, a união entre técnicos em instalação hospitalares e decoradores faz o impossível para que o paciente, agora transformado em cliente, não perceba a diferença entre estar em um ambiente de hospedagem e uma casa de saúde. A intenção talvez seja essa mesma. A ilusão propiciada pelo marketing da saúde começa a se esvair logo na primeira consulta, quando o paciente-cliente se depara com médicos que mais se assemelham a crianças, recém-saídos das muitas faculdades, também particulares, que se espalharam por todo o país nesses últimos anos.
Justiça seja feita. Com raríssimas exceções, esses encantadores hospitais não apresentam um corpo clínico de primeira linha, com doutores e currículos à altura da arquitetura desses portentos edifícios. O mundo vem abaixo com a bateria de exames pedidos a encarecer os serviços de diagnóstico. A pouca empatia entre médicos noviços e pacientes é logo notada. Aqueles médicos de cabelos brancos e ar cansado, que já perambularam por hospitais públicos por anos, e cuja a experiência faz a diferença, simplesmente não existem. Tudo é novo e embrulhado em papel de seda a esconder o que importa.
Por conta dos nomes estrelados que se apresentam como proprietários dessas joias, a fiscalização dos órgãos de controle da saúde jamais é vista. Talvez por conta desse simples fato, os hospitais de fachada têm se proliferado na capital, mais do que as viroses. A questão é que a maior parte são apenas cenários, com fachadas modernas, como papel de embrulho em caixa vazia.
A frase que foi pronunciada:
“O género humano assemelha-se a uma pirâmide cujo vértice – um homem, o primeiro homem – se esconde nas alturas quase inacessíveis de sessenta séculos sobrepostos uns aos outros, e cuja base, de miríades de indivíduos, poisa no abismo incomensurável de um futuro desconhecido.”
Alexandre Herculano, poeta português, historiador e jornalista
Presente
Veja, no blog do Ari Cunha, a cartilha elaborada pela Fiocruz e pelo Ministério da Saúde para ser distribuída pelo WhatsApp aos amigos, como presente virtual. Recebemos da leitora Ana Paula Cunha Machado.
Diplomada
Laice Miranda Machado comemora o bom desempenho obtido no curso “A Defesa Nacional e o Poder Legislativo”, promovido pela Escola Superior de Guerra.
Pauta
É hoje que o famoso chef Dudu Camargo vai participar da campanha “Nosso Natal 2020”, para crianças e adolescentes da Instituição Batuíra, localizada em Ceilândia Norte. A primeira-dama, Mayara Noronha Rocha, foi a catalisadora da ação que é coordenada pela Subchefia de Políticas Sociais e da Primeira Infância.
Ontem
Interpretando JK, o ator João Campos já comemora o episódio pronto e disponível das Histórias de Brasília nas plataformas digitais. Vamos conhecer o passado da nossa cidade. Veja no link Primeira radionovela sobre Brasília estreia nesta quinta (17/12).
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Por mais um mês ficará, ainda, interrompida a pista do Eixo Monumental do lado da Câmara. E que estão construindo o túnel que ligará ao novo anexo do Congresso. (Publicado em 20/01/1962)
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Para quem busca argumentos, com base em dados factuais para aferir o desempenho efetivo dos governos, especialmente no Brasil, um caminho seguro é analisar o que traz o relatório anual apresentado pela Organização das Nações Unidas mostrando a evolução do chamado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Por meio desse documento, a qualidade e a eficiência dos nossos governos para resolver um dos principais problemas a dificultar o progresso do país é escancarado, para todo o mundo, de forma clara e sem possibilidades de contestação.
Nesse sentido o IDH da ONU funcionaria como uma avaliação internacional, semelhante ao PISA, elaborado pela OCDE na área de educação, em que a aprovação ou não de gestões governamentais podem ser medidas de acordo com o posicionamento do país nesse ranking que lista pelos parâmetros de bem-estar da população.
É possível afirmar que a maioria dos nossos governos, instalados depois da redemocratização nos anos oitenta, continua sendo reprovada, justamente, pela incapacidade de solucionar esse que é uma questão secular e o principal obstáculo a impedir o pleno desenvolvimento econômico e social do nosso país.
No Estado de bem-estar social, o que se tem, sem rodeios, é o próprio Estado imbuído da missão de ser o principal agente da promoção social e também o protagonista e organizador das políticas econômicas, todas elas voltadas para a conquista, por todos, de saúde, educação, segurança e previdência de qualidade, capazes de garantir o que se denominou cidadania e dignidade plena.
Em outras palavras, é o Estado a serviço exclusivo da população, para a qual trabalha e serve, principalmente disponibilizando uma série de serviços públicos de qualidade certificada. Uma análise rápida nesses quesitos já assegura que estamos ainda muito longe de atingir um patamar minimamente aceitável dentro dos parâmetros de bem-estar social, ainda mais quando se verifica a posição importante do Brasil entre as grandes economias mundiais, e o alto índice de carga tributária cobrada dos brasileiros, considerada uma das maiores do planeta, com uma contrapartida em serviços insuficiente ou inoperante.
Não surpreende que muitos analisam esse fato como sendo o Brasil um Estado rico, mas habitado por uma maioria de indivíduos vivendo na pobreza. Um fator que seguramente contribui para esse descompasso é atribuído aos altos índices de desvio de recursos públicos que, anualmente, segundo o Índice de Percepção de Corrupção (IPC) da Transparência Internacional, coloca o nosso país na posição 106, empatado com países da África como Argélia e Egito. O pior nesse cenário desolador é que mesmo o Judiciário ou Legislativo, que poderiam contribuir para minorar a questão da corrupção endêmica, são parte também desse problema, enraizado firmemente nas engrenagens da máquina pública.
A frase que não foi pronunciada:
“Um presidente não pode defender uma nação se não for responsabilizado por suas leis.”
DaShanne Stokes é defensor da política, cultura e direitos civis e conhecido como um ativista progressista.
Autuações
Lúcio Lahm divulga o aumento da frota de motos para fiscalização do trânsito no DF. Dezenas de motocicletas do governo vão se infiltrar no movimento das pistas e estradas. A iniciativa do diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito é bem-vinda. Principalmente porque a indisciplina de entregadores de alimentos está passando dos limites. Além de entrarem na contramão, circularem por calçadas, fazem as motos mais barulhentas, deixando os moradores da redondeza em polvorosa.
Brasil no berço
Ser empresário no Brasil é uma via crucis. É nessa força que o Brasil se apoia com empregos de pequenos e médios empreendimentos. Dar trabalho para o povo precisa ser melhor do que dar esmola vestida com nomes bonitos. O Zé, da banca do queijo na 311 Sul, comentou que não vende mais tamarindo porque ninguém mais quer ter trabalho. Acabou-se a roda das mulheres fazendo pamonha, os moinhos de farinha no interior. Até os jumentos foram substituídos por motos.
Brilho
Quem comanda a Torre de TV é o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. Aliás, que beleza de iluminação. O trabalho bem feito mostra, cristalinamente, que vem de quem gosta da cidade.
Homeschooling
Já foi sancionada a lei que institui o ensino em casa. Falta a regulamentação. O problema agora em Brasília é que o ensino de uma criança de 4 anos, numa escola bilíngue, custa o mesmo que um curso de medicina numa universidade particular.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O assunto é profundo demais, e por favor não partam para a demagogia neste assunto. Quem fala assim não é gago, nem é candidato a cargo eletivo financiado. (Publicado em 20/01/1962)
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Quem quer se iludir e se encantar com os pretensos lucros imediatos que o agronegócio tem trazido para a tão festejada balança comercial pode seguir tranquilo em seu delírio. O que não se pode, em hipótese nenhuma, é destruir e comprometer irremediavelmente o bioma brasileiro, como se tem visto até aqui, às custas de monoculturas para a exportação, que remete o Brasil ao período colonial, a cinco séculos atrás, quando nosso país se inseriu, como economia complementar da metrópole, dentro do que preconizava o capitalismo mercantilista.
Esse tempo, que se pensava ter ficado num passado longínquo e que tanto exauriu nosso país em troca de lucros, que também se desmancharam no ar, está de volta. Dessa vez, potencializado por máquinas gigantescas, que aceleram o processo de degradação e de contaminação do solo. Vivemos uma revolução agrícola às avessas, com todos os malefícios que essa atividade pode render num futuro que vai chegando de mansinho, encoberto pelo manto mágico dos agrodólares.
Tão enorme quanto esse apetite pela produção agrícola são os meios usados para que essa atividade não sofra processo de descontinuidade. Na mídia, no parlamento, no governo e em praticamente todos os canais institucionais existentes, inclusive nos diversos órgãos de controle do país, todos os esforços são empreendidos para que esse tipo de agricultura arraste terras, prossiga sua marcha.
O lobby é poderoso e desafia qualquer um. A censura e a repressão contra aqueles que ousam protestar em nome do futuro são pesadas. Cientistas e pesquisadores renomados, que, há anos, estudam esse fenômeno de pauperização da nossa biodiversidade, são publicamente enxovalhados. O desmantelamento dos órgãos que poderiam fiscalizar de perto todas essas atividades perversas foi feito dentro de um plano preestabelecido para ocultar as irregularidades que, seguidamente, aconteceram. Nunca, em tempo algum, a indústria de pesticidas e de produção de espécies transgênicas, lucraram tanto.
Biomas, como é o caso do cerrado, onde o agronegócio reina absoluto, impávido e intocável vão virando cinzas. O conhecido cientista Carlos Afonso Nobre, especialista nos fenômenos do aquecimento global, há anos, alerta para o processo de savanização de extensas áreas do cerrado e das bordas da região amazônica. Segundo ele, estamos há menos de duas décadas de distância para que isso ocorra, de forma irreversível e descontrolada.
As estações secas vão se prolongando cada vez mais, com o clima úmido dando lugar ao clima de savanas e a extinção das espécies da Amazônia. “Já desmatamos 1 milhão de metros quadrados na Amazônia, cerca de 800 mil quilômetros e a região tem uma produtividade que é 1/4 a 1/5 da produtividade de um estado como São Paulo”, alerta o cientista, ao acrescentar que 70% das emissões de CO² do Brasil vem do desmatamento e do agronegócio. Estamos em rota direta contra uma tragédia anunciada.
Somados, o agrobusiness, os grileiros, os garimpeiros, os contrabandistas de madeira e minérios, juntamente com a cobertura política que recebem em várias instâncias do Estado, estão, segundo Carlos Nobre, propondo uma espécie de crime organizado que é hoje uma verdadeira potência, um “PCC Amazônico”. O pior, para esses malfeitores, é que os efeitos desse crime continuado por décadas não podem ser escondidos da população, que, todo ano, assiste ao aumento das queimadas e das ondas crescentes de calor e de estiagem.
O mais penoso é saber que esse tipo de crime ocorre, também, simultaneamente em todo o Brasil. No Sul, os vinicultores, que produzem vinhos finos, estimam em mais de R$ 200 milhões os prejuízos causados pelos defensivos do tipo 2,4-D, usados em larga escala nas lavouras da monocultura da soja e que envenenaram grande parte das parreiras naquela região, impossibilitando a produção de vinhos, justamente num momento em que aquelas áreas tinham obtido o certificado de região demarcada.
A expansão da soja na região, toda ela para exportação para a China, inviabilizou outras colheitas, o que depõe contra a qualidade dos vinhos do Sul, tornando o produto totalmente impróprio para o consumo, interno e externo. O produto final de toda essa incúria criminosa é que o aumento paulatino das ondas de calor, vai, mais e mais, conduzindo as terras brasileiras rumo a desertificação e a consequente perda de capacidade de plantio.
Quando isso ocorrer, os verdadeiros protagonistas internos e externos, terão garantido sua parte nos lucros e esse será um problema, sem solução, sine die e sem condenados, empurrado para as novas gerações como um passivo de morte.
A frase que foi pronunciada:
“Ninguém está qualificado para se tornar um estadista que desconhece totalmente o problema do trigo.”
Sócrates, pensador ateniense
História de Brasília
Era por isto: o “sindicato” da W-4 não dá guarida a ninguém que quer negociar a preços honestos. Eles fazem os preços, recebem verduras de São Paulo e desprezam o local para que, mantendo o comércio a preço alto, e sob regime de monopólio, possam sufocar os produtores locais. (Publicado em 20/1/1962)
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Nada mais novo do que o dia seguinte. Com base nesse aforismo, que pode ser também aplicado para a confecção de leis, mesmo as mais hodiernas, fica evidente que a dinâmica da vida humana e dos acontecimentos podem, por sua força, mostrar a necessidade de rever algumas decisões legais, dentre elas, a que foi recentemente sepultada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), denominada “escola sem partido”.
Trata-se aqui de uma decisão, em última instância que, por seus efeitos deletérios, a longo prazo, poderá induzir, justamente, os efeitos contrários que os doutos juízes procuraram, em seus pareceres, justificar. Observado pelo lado da medicina, é possível que o movimento ESP, surgido da triste constatação do fracasso do ensino público, tenha sido vítima de catalepsia, ou de morte aparente, e com isso foi enterrado ainda vivo.
A inconstitucionalidade da proposta, que o Supremo foi levado a declarar e que, com todas as vênias, deve ser respeitada, parece não possuir, dentro dos infinitos caminhos da tábua de leis, uma solução capaz de levar a educação no Brasil ao seu ponto de equilíbrio e harmonia. Esse ponto, diga-se de passagem, só pode ser atingido com a opção do caminho do meio. Ao atender aos reclamos unilaterais das esquerdas, por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin 5537), apresentada pelo notório Partido Democrático Trabalhista e pela moribunda Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, o que se decidiu foi a livre continuidade do proselitismo ideológico dessa vertente, mesmo contrariando os fatos pedagógicos que mostram que, por esse caminho, nossas escolas têm formado, até aqui, apenas militantes e não cidadãos aptos a encontrar um lugar ao sol, robôs correligionários e não seres humanos dotados de real humanismo.
Os acontecimentos em Caxias do Sul, onde a professora Monique Emer, de uma escola municipal local, declarou, abertamente, que ensina seus alunos e seus próprios filhos que indivíduos da direita devem ser mortos, ou por Covid-19 ou à bala, parece levar os brasileiros de volta à tumba da ESP, para exumação, não do corpo, mas das ideias iniciais que lá ainda estão e que merecem ser revisitadas em face do acontecimento que demonstra que, para as esquerdas, o caminho foi aplainado.
Uma simples comparação do que ocorre em nossas escolas, em contraposição a escolas na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos, pode dar o tom do que estamos querendo dizer. Os vídeos que mostram a retórica da referida professora, que estão em destaque na internet, falam por si. “Todos os alunos que passam por minha mão vão ser muito mais faca na bota”, afirma a militante, travestida de educadora. Para ela, a dita Confederação dos Trabalhadores em Educação e o próprio PDT não têm nada a declarar.
Ao agir comandando seus alunos para botar fogo em ônibus, quebrar mercados e bancos, saquear as lojas, esse exemplo de educadora, acobertada pelos seus pares insanos, exerce o “magistério” da mesmo forma que os Jihadistas agem ao doutrinar crianças para que se tornem terroristas ou pequenas bombas ambulantes.
A educação de verdade passa longe desse tipo de discurso e só pode apontar o caminho da vida e da concórdia. E isso só pode ser feito sem idiotização ideológica, sejam elas quais forem.
A frase que foi pronunciada:
“O que a escultura é para um bloco de mármore, a educação é para a alma humana.”
Joseph Addison, poeta e ensaísta inglês do séc.18
Atentos
Caesb, CEB, Detran, funcionam nos diversos Na Hora do DF. Agendar pela internet é fundamental para o atendimento.
Enfim
É longa a lista de reclamações sobre a infraestrutura do Parque da Cidade. Enfim, o GDF já contratou a empresa que irá reformar os banheiros, quadras de esporte, piscina, chuveiros externos entre outras obras. O revestimento das paredes projetadas por Oscar Niemeyer será apenas trocado, como garantiu a subsecretária de Projetos, Orçamento e Planejamento do GDF, Ery Brandi.
Agenda positiva
O Prêmio Parentalidade: boas práticas de visitadores na pandemia, organizado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e pela Fundação Bernard van Leer, que valoriza os profissionais que não se abateram pela pandemia e que criaram estratégias para manter o apoio às famílias com crianças na primeira infância, premiou duas vencedoras que fazem contato com famílias inscritas no programa Criança Feliz Brasiliense, que tem por objetivo apoiar e fortalecer vínculos e estímulos às crianças que vivem em áreas de maior vulnerabilidade. As vencedoras foram Domingas Pereira Rabelo, de 28 anos, e Edna Firmino da Silva Marcena, de 40 anos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Agora que a Novacap se prepara para um plano de defesa do produtor, dando-lhes lugar para vender seus produtos, há a reação, e os exploradores se fazem de vítimas. (Publicado em 20/01/1962)
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Vai ficando mais e mais evidente e confirmada, pelos pleitos eleitorais, não só no Brasil, mas em muitos países, a interação direta entre plataformas digitais e a integridade dos processos eleitorais.
A onipresença da internet, que muitos acreditavam ser a redenção na liberdade de opinião, tem sido usada de duas formas: tanto para afirmar princípios democráticos, quanto para dar apoio a ditaduras. Em outras palavras, essa é a nova ferramenta que tem sido largamente usada para erguer e desestabilizar democracias que, por ação de hackers, quer pela propagação de fake news, injuriam e difamam uns e glorificam outros.
Não se trata aqui de uma conduta aética e isenta da internet nas campanhas eleitorais, mas de um comportamento, por demais observável, de imiscuição indevida, capaz de mudar os rumos políticos até de países com forte tradição eleitoral.
O caso recente das eleições nos Estados Unidos comprova bem essa prática danosa, o que tem levado os resultados finais dos pleitos a serem repetidamente questionados na justiça. Não é por acaso que a transparência nas eleições, um fator essencial para o pleno funcionamento do modelo democrático, tem encontrado, na internet, não um aliado, mas um complicador em potencial.
É bem conhecido também aqui no Brasil o funcionamento dos chamados gabinetes do ódio, centrais autônomas ou diretamente ligadas ao governo, inclusive como foi verificado, funcionando dentro do Palácio do Planalto, com recursos públicos, usando das redes para denegrir adversários, elaborar listas de indesejáveis e outros produtos de mídia flagrantemente ilegais.
Nos governos petistas, também essa era uma prática corrente e bastante usada para fortalecer ideologicamente os partidos de esquerda e demonizar as oposições. Mais uma vez, é preciso destacar que a internet não está acima do bem e do mal, mas o uso que militantes, apoiados pelos diversos governos, fazem dela, torna esse tipo de mídia uma arma contra a transparência e contra a integridade das eleições.
Mesmo medidas legais como é o caso do Novo Marco da Internet, recentemente votado, não possui o condão de colocar a rede dentro de uma linha de atuação ética.
Nos países flagrantemente ditatoriais, como é o caso da Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, China, El Salvador e outros, essa questão é resolvida, simplesmente, com o desligamento e a censura das redes de internet ou seu banimento parcial ou total. O fato é que a internet se tornou, ao longo de sua curta existência, um fator indutor tanto de tiranias como de liberdades.
Controlar, pois, esse tipo de mídia é fator hoje de concentração de poder. A desinformação da população, principalmente naqueles países onde o analfabetismo já é em si uma arma de dominação, constitui-se numa facilidade a mais para o direcionamento criminoso da vontade eleitoral por meio de redes, muitas vezes operadas por robôs e situadas fora do país, para dificultar seus rastreios.
O pior é que esse tipo nefasto de prática não tem sido devidamente enquadrado pela justiça, mesmo em países onde as instituições têm espaço para agir. Aos governos, sejam eles do tom ideológico que adotem, uma vez instalados no poder, dificilmente abrem mão dessa ferramenta para diminuir seus opositores.
No Brasil, a questão, sempre sob suspeita, das urnas eletrônicas e a não introdução do voto impresso tem sido um complicador a mais em todo o processo eleitoral, e fator de desconfiança, principalmente por parte dos candidatos que se saíram derrotados. Há um oceano virtual a ser desvendado e ainda nos encontramos na borda da água.
A frase que foi pronunciada:
“A Internet é a cena do crime do século XXI. “
Cyrus Vance, Jr., advogado em NYC
Ainda
Seu Paulo fazia uma trabalho em uma casa do Lago Sul. Abriu uma torneira para lavar as mãos. Não parava de elogiar. Mas que beleza de água. É uma água leve, sem cheiro, sem cor. Bebeu a água da torneira: “E sem gosto!”, exclamou. Seu Paulo mora no Paranoá. A água que recebe em casa é do lago. Dizem que é tratada. Tem cheiro de sabonete, cor de mel e gosto estranho.
Futuro
Com a exposição no Parque da Cidade, o objetivo do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, é promover a troca de ideias entre jovens e pesquisadores, empresários e militares. A tecnologia é o entusiasmo que deve permanecer para um futuro promissor.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Surgirão, agora, muitos “candidatos” às próximas eleições, em defesa dos ocupantes dos mercadinhos da W-4. E é preciso, entretanto, que surja um esclarecimento. Aquilo é um antro de exploração, onde os produtores são sufocados e o povo escorchado. (Publicado em 20/01/1962)
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Estamos distantes ainda de um nível aceitável de Estado civilizado e coeso. Diferentemente de outros países desenvolvidos do Ocidente, onde, em tempos de aflição generalizada, sempre que o destino adverso pôs em risco a integridade da nação, mais e mais, foi reforçado o sentimento geral de que a união de todos, em torno de um objetivo comum, era a solução ideal.
Não há fórmulas mágicas, capazes de restabelecer a normalidade de um país submetido a ameaças, ainda mais quando o que está em pauta é a sobrevivência de sua população. Em nosso país, o quadro é outro. Desde o início do anúncio da existência do vírus, o que já era um desassossego geral, por falta de estratégias racionais e uníssonas para enfrentar a pandemia, transformou-se numa rinha política generalizada.
Nesse cenário surreal, até mesmo a chegada da tão esperada e redentora vacina passou a ser utilizada, mesquinhamente, como palanque político, onde passaram a se exibir, um a um, os candidatos a paladinos da saúde. A desfaçatez com que passaram a utilizar a vacina como propaganda político e partidária deixou patente a todos que, mesmo sobre caixões de mortos, é possível erguer palanques para campanhas.
Essa é a diferença básica a demonstrar o quanto ainda temos que percorrer até chegarmos ao patamar em que estão outras nações no enfrentamento à pandemia. Nesta altura dos acontecimentos, não resta dúvida de que até a pandemia mortal pode ser colocada em segundo plano, quando o que está em jogo são das disputas por espaços políticos individuais.
No parlamento e mesmo na justiça, o assunto é secundário e só ressurge quando a questão põe em risco projetos pessoais. Um estrangeiro, que circulasse pelos corredores do Poder, ficaria estarrecido com o grau de alienação da maioria de nossas lideranças, num momento como esse. Pensaria, inclusive, que o país já estivesse livre da virose, tal a pouca importância que a questão desperta em cada um.
As eleições de 2022 se sobrepuseram à questão da pandemia. A tudo a população assiste, entre espanto e medo. Obviamente que os laboratórios internacionais, com a China na ponta, sabedores desse pandemônio em que o país parece mergulhado, por conta do vai e vem e das decisões sem projetos claros, irão cobrar preços altos pelas indecisões.
É preciso lembrar que o setor da farmoquímica internacional é, tradicionalmente, bafejado pela sorte e pelos lucros exorbitantes, toda a vez que uma pandemia se anuncia no horizonte, não sendo diferente nesse caso, onde a doença parece ter atingido o grosso da população mundial.
O noticiário geral dá como certo que, nessa batalha contra a pandemia, o maior perdedor venha a ser justamente o presidente da República, pela demora e pela insensibilidade com que tratou do tema desde o início. Nesse caso, tanto ele como o governador de São Paulo, pela exploração excessiva do assunto para fins eleitorais, igualam-se quando o assunto são as críticas da população à atuação de cada um.
Para complicar ainda mais um cenário que já é confuso o bastante, os exemplos vindos dos governantes e a seriedade ou não com que tratam essa questão acabam refletindo no comportamento da própria população que, pouco a pouco, vai relaxando nas estratégias de auto defesa, principalmente a população mais jovem, que vai se entregando aos antigos hábitos de aglomeração e de festas.
Sem coesão e sem lideranças capazes, não será surpresa se viermos a ocupar, no ranking da pandemia, a posição de liderança mundial em infectados e mortos.
A frase que foi pronunciada:
“O segredo da gestão de crises não é o bem versus o mal, é evitar que o mal piore.”
Andrew Gilman, Presidente e fundador da CommCore, jornalista premiado e advogado.
Déjà-vu
Jornalismo é uma profissão muito fácil quando as coisas não mudam. Basta mudar o nome dos responsáveis. Observe o que diz a História de Brasília registrada por Ari Cunha no final desta coluna. Quase 60 anos, e a invasão de terras no DF continua na mesma. A premiação também.
Carpe Diem
Por outro lado, jornalismo se torna a profissão mais desafiante quando as vaidades das autoridades se sobrepõem aos interesses do Brasil. Nem que seja uma linha a mais no currículo, às custas de acordos escusos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O regime de premiar os invasores com um lote, dar caminhão para transportar o barraco ajudar de custo, afora ser dispendioso demais, é aviltante, porque premia os que apossam do que não lhes pertence. (Publicado em 20/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Em meio a mata e em terrenos de difícil visibilidade, é comum que as tropas e pelotões, envolvidos em batalhas, fiquem atentos às recomendações das cartilhas de guerrilhas que ensinam: “Quando o inimigo avança, nós recuamos. Quando o inimigo recua, nós avançamos. Quando o inimigo para, nós aquietamos.” Uma lição dessa natureza pode ser empregada também em tempos de pandemia, quando o inimigo invisível, representado pelo vírus da Covid-19, parece sitiar as populações em todo mundo.
Em tempos de guerra pela preservação de vidas e quando já se prevê que, na virada do ano, cerca de 180 mil brasileiros poderão perder a batalha contra a doença sufocante, a recomendação mais sensata a ser seguida por aqueles que detêm o poder de governar uma cidade seria, exatamente, a observância dos sinais emitidos pela pandemia. Nesse caso, e dadas as ondas de avanço e recuo da doença, a prudência, aceita pelos homens de bom senso, manda que qualquer ação mais ousada por parte do governo deveria aguardar o momento propício para ser deflagrada. Incluem-se nesses casos, além de todo o processo de privatização, feito, ao ver de muitos, como uma ação um tanto açodada e sem medir as exatas repercussões que tais medidas trarão para a população, a médio e longo prazos, toda e qualquer realização de obras de grande vulto, que venham a demandar recursos públicos, numa hora tão delicada.
Na verdade, os recursos e poupanças públicas deveriam, neste momento tão especial, ficar retidos para eventualidades, sendo sua utilização reservada apenas para casos de emergência pública. O momento requer serenidade e parcimônia com o dinheiro do contribuinte. A privatização de estatais, merecidas ou não, deveriam esperar outro momento. Assim como a construção de pontes, viadutos, estradas e outras obras de interesse do governo.
Os preciosos recursos recolhidos da população, numa hora de incerteza como esta, deveriam, por parte de governantes prudentes, ficar, prioritariamente, à disposição para serem gastos em necessidades de emergência, como na compra de medicamentos e insumos, aparelhamento de centros de saúde, hospitais, contratação de pessoal de saúde, compra de vacinas, geladeiras para acondicionar esses materiais, o restabelecimento de hospitais de campanha, compra de ambulâncias e uma infinidade de outros gastos necessários em tempos de guerra, como estamos presenciando.
Por certo, haverá oportunidade para que o Governo do Distrito Federal demonstre sua capacidade administrativa e de empreendedorismo centrada na realização de obras vistosas nos quatro cantos da cidade. Por enquanto, o inimigo, vindo do Leste, de terras distantes, está à espreita, comprando terras, portos, indústrias e atacando a cada movimento desastroso feito por nós, ceifando a vida de nossos cidadãos, sem piedade.
É tempo de preservar a vida de nossos soldados, reunindo a tropa, mantendo-os seguros e protegidos do fogo inimigo. É tempo de nos aquietarmos.
A frase que foi pronunciada:
“A política brasileira está dividida entre paranoicos e messiânicos.”
Jaime Lerner, urbanista.
Recordando Neusa
Merecida homenagem à autora do Hino de Brasília, Neusa França. Debaixo do bloco J, onde morou desde os primeiros anos da capital, os alunos Soledad Arnaud, Wandrei Braga e Alexandre Romariz e Beatriz Pimentel (por vídeo) tocaram músicas compostas pela mestra. Com a colaboração de Rogério Resende, que tratava o piano da Neusa como um cardiologista, o instrumento foi levado ao ar livre, onde a audiência aplaudia animada. Alexandre Romariz, Dib Francis e Durval Cesetti trataram da divulgação, e quem organizou o evento, além dos alunos, foi Mauria França, a nora de Neusa. Denise França, filha, não escondeu a emoção com o carinho dos alunos.
Pela cidade
Leia, no Blog do Ari Cunha, a opinião da professora de arquitetura Emilia Stenzel, em relação ao Setor Comercial Sul. Emília é representante do International Council of Monuments and Sites (ICOMOS), ligado à UNESCO.
–> A proposta de revitalização do SCS, ao colocar a ênfase na introdução do uso habitacional, sob a justificativa da democratização dos espaços da cidade, parece não reconhecer que a alocação de usos de caráter público nos centros urbanos – como os usos definidos para a escala gregária: comércio, serviços, cultura – assegura o acesso a camadas mais amplas da população, do que a sua destinação ao uso habitacional.
A par de assegurar uma maior amplitude no acesso àqueles espaços, pelo caráter público desses usos, a implantação de polos de tecnologia e de ensino, bem como o apoio ao desenvolvimento do comércio e o suporte adequado às manifestações culturais são ações que têm em seu conjunto o potencial para a revitalização que o SCS demanda.
A introdução da habitação traz para aquele setor comercial demandas que não poderão ser atendidas no âmbito do SCS, como mais escolas, mais silêncio, ou espaços para playgrounds, para citar as imediatas.
A “cidade de 15 minutos” que buscamos no Século XXI demanda ações mais amplas e pode se realizar sem que se alterem os usos definidos no quadro da preservação.
O SCS demanda ações de fortalecimento dos usos que lhe são inerentes e a resposta a essa situação não comporta o abandono de sua estrutura física, da mesma forma como não comporta o abandono de suas características gregárias.
A introdução de uso habitacional na escala gregária não responde às pautas levantadas para justificar tal uso, não se mostra sustentável (seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista social) e fere a preservação do patrimônio cultural.
Por um outro lado, a proposta de uma tal alteração de uso nos espaços centrais do conjunto urbanístico tombado é colocada sem que tenham sido estabelecidos os mais elementares instrumentos de gestão definidos pelas Nações Unidas para os sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, quais sejam: um plano de preservação do conjunto urbanístico e um comitê gestor do mesmo.
Brasília é um feito da cultura brasileira no campo do urbanismo e da arquitetura, mundialmente reconhecida como um dos mais importantes legados do Século XX. A construção de Brasília tornou realidade um projeto de cidade que é nosso privilégio, mas também nosso compromisso: é nosso compromisso transmitir essa riqueza às futuras gerações, é nosso compromisso inserir esse legado cultural em nossos projetos de futuro.
Condizente com nossa autonomia como povo é recusarmos a miopia e o casuísmo de interesses políticos e econômicos, que não hesitam em tornar letra morta os dados estruturantes de nossa memória coletiva.
Magia
Reginaldo Marinho publicou, na coluna Bahia de Todos os Cantos, comentário sobre a magia das pedras encantadas da Serra do Sincorá. Tudo registrado no link Diário do Turismo.
Viva hoje
Não sei o nome dela. Passou a vida inteira planejando a volta para Laranjeiras, no Rio. Juntou cada centavo que podia. Ano a ano. Eliminou viagens, passeios, almoços, só para economizar. Tudo conspirava a favor. Até que o grande dia chegou. O caminhão de mudança estacionava na rua Estelita Lins. Um choro escapou por alguns minutos de tanta emoção. Dali em diante sua vida virou um inferno. O vizinho era viciado em drogas pesadas e nunca mais ela conseguiu dormir em paz. Moral da história trazida pelo ditado lídiche: “Deus ri de quem faz planos” (Mann Tracht, Um Gott Lacht).
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Não faz muito, denunciamos desta coluna, que numa granja depois de Taguatinga, seu proprietário alimentava porcos com abóbora e cenoura, porque não tinha comprador, e não tinha lugar para vender na cidade. (Publicado em 20/01/1962)
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Sobre os episódios que levaram o Supremo Tribunal Federal a julgar inconstitucional, por um placar apertado de 6×5, as reeleições dos presidentes da Câmara e do Senado, é preciso deixar bem claro que toda essa história não acaba aqui. Não apenas por suas repercussões em âmbito nacional, mas pelo significado dessa pretensa manobra e pelas possibilidades nefastas que tal decisão abriria no arcabouço jurídico do Estado Democrático de Direito, principalmente no que se refere ao respeito às leis a que estão sujeitas as autoridades políticas, investidas, como estão, de responsabilidades amplas.
Ao menos para uma parcela da população brasileira, que não engoliu esse que seria um duro golpe e uma afronta contra a Carta Magna, praticada, simultaneamente, por altos figurões da República, esse é um episódio que, por sua ousadia, atentou claramente contra as normalidades do Direito e da democracia. O pior, nesse enredo todo, é que, para seu intento, concorreram, cada um com sua missão específica, os Três Poderes da República.
Nenhum desses altos Poderes estão isentos de responsabilidades. Os órgãos de notícias de todo o país acompanharam de perto o desenrolar de todos esses acontecimentos e testemunham essa movimentação, mesmo antes dela extrapolar para fora dos gabinetes. Todo o terreno para a consecução desses planos foi devidamente aplanado, e, pelo que deixou transparecer, havia todo um planejamento para que essas reeleições se concretizassem sem maiores traumas junto à opinião pública.
O respaldo dado pela mais alta Corte selaria todo o enredo de modo suave e sem possibilidades de reclamos, mesmo dentro do parlamento. Desde as tratativas em casas de ministros do STF até de uma série de encontros entre os políticos e o Executivo e esse com o Supremo, existiu uma espécie de triangulação de negociações que visavam um rearranjo no comando do Congresso, atendendo a interesses distantes daqueles apontados pela Carta Maior.
Sob as luzes dos holofotes, toda a discrição e comedimento eram falsamente demonstrados, criando um pseudo clima de que esse não era assunto ligado diretamente aos personagens pretendentes e sim postulações colocadas por algumas lideranças no melhor estilo “se colar, colou”. Não há como negar que, dando a volta por fora do que estabelecia a Constituição, ao recusarem ir pelo caminho da apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição, como seria o correto, preferiram rasga-la sem piedade. Juristas probos, por certo encontraram um conjunto enorme de crimes cometidos por esses protagonistas ao longo de todo esse triste acontecimento.
Para as gerações mais novas, esse é um acontecimento a ser figurado nos anais da história do país como um episódio que depõe contra esses personagens e enxovalha a República. Para os mais idosos, tratou-se de um acontecimento ocorrido em plena pandemia, e que deixa um certo grau de temor sobre o futuro da nação, entregue em mãos, digamos, pouco confiáveis.
A frase que foi pronunciada:
“Ninguém deseja mais sinceramente a divulgação de informações entre a humanidade do que eu, e ninguém tem maior confiança em seu efeito no sentido de apoiar um governo bom e livre.”
Thomas Jefferson, sobre a Constituição norte americana
Aconteceu
Projeto Pioneiras promovido pela BPW Brasil apresentou uma live com a pioneira Maria Inês Fontenele Mourão. Ângela Chaves, vice coordenadora da Comissão dos Direitos da Mulher, trouxe, em suas perguntas, um passado dessa cidade nascendo.
Campeão
Se existisse uma votação para o melhor servidor público do GDF em atendimento à população, Andjei Remus seria o primeiro lugar. Coordenador do Na Hora da Rodoviária, ajuda a todos, sem distinção, que pedem socorro diante de burocracias. Mantém as regras, mas conforta com a atenção.
Pelas beiradas
Aos poucos, o espaço entre a rodoviária e o Conic vai se transformando na feira que existia antes da criação da Feira dos Importados. A situação é bem difícil com o desemprego e o número de refugiados que chegam na capital.
Perigo
Por falar em Rodoviária, essa passarela está com o parapeito bastante comprometido. Veja a foto a seguir.
Rogaciano
Mas que pureza de texto, que história cativante, nos 100 anos de Rogaciano, Nonato de Freitas faz uma homenagem, diretamente da cidade do Porto, d’além mar. Veja, no link O ROGACIANO LEITE QUE EU CONHECI, a matéria publicada no Jornal da Besta Fubana.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
É preciso que se saiba que os ocupantes daqueles mercadinhos jogam foram, diariamente, dezenas de caixas de verduras, para que seja mantido o mesmo alto preço. (Publicado em 20/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Com o apagão geral no Amapá, completando agora exatos 30 dias, a escuridão e todos os males que dela decorrem para a vida de uma cidade de aproximadamente 860 mil habitantes, provocou, naquela população, um misto de desconfiança e de repúdio com o gerenciamento privado nas operações de transmissão de energia elétrica.
Trata-se aqui, e todos sabem disso, de um bem de utilidade pública, essencial para um mínimo de civilidade e cidadania em qualquer localidade, ainda mais numa capital desse porte. Atualmente, esses serviços vêm sendo realizados pela empresa Gemini Energy, que, há pouco, adquiriu a concessão de outra empresa espanhola privada, a Isolux. Essa passa atualmente por um sério processo de recuperação judicial.
A população local, que pouco era informada desses contratos, fechados em gabinetes políticos, mesmo pagando religiosamente altas tarifas em suas contas mensais por um serviço que muitos consideram de baixíssima qualidade, aguentou o quanto pôde sem reclamar. Não fosse o incêndio na subestação, atingindo um dos principais transformadores de energia da capital, a vida naquele distante estado seguiria em frente, com as eventuais reclamações sobre a prestação de luz elétrica amontoadas no fundo da gaveta, blindadas por interesses, sempre escusos, a unir políticos locais astutos e empresários gananciosos.
Essa é a realidade dos fatos, sustentada hoje pelos moradores daquela cidade. A demora e o descaso com uma situação tão grave, a paralisar a vida de centenas de milhares de pessoas, pouco comoveu as autoridades locais. Muito menos o governo federal, que, por aquelas bandas, fez uma aterrisagem breve, depois de mais de uma semana de apagão, sendo, na ocasião, fortemente vaiado pelos moradores onde desfilou.
Como se trata de um serviço prestado por operadora privada, as autoridades chegaram a desdenhar do problema, preferindo fazer cara de paisagem para a questão. Foi somente com o agravamento da situação nos hospitais e na economia local, e graças à repercussão nacional do caso, a ganhar manchetes dentro e fora do país, que as autoridades ensaiaram um movimento visando resolver o caso.
Nesse tempo, em meio ao breu da noite, tem refletido muito sobre a conveniência de entregar tão importante prestação de serviço a uma empresa privada, controlada por uma holding estrangeira de um país distante, que ninguém sabe, ao certo, quem são os donos, nem mesmo quem nela trabalha. Esses comentários vêm a propósito da privatização efetivada da Companhia Energética de Brasília (CEB), na esperança de que esse importante patrimônio do cidadão brasiliense, entregue à gestão da inciativa privada, não resulte na repetição desse lamentável caso que ainda ocorre no Amapá.
Para a maioria da população, que também não foi consultada sobre essa venda e que muito teme pelo futuro, fica aqui o triste exemplo vindo do Norte do país e a torcida para que a prestação dos serviços melhore e as tarifas sejam reduzidas, o que, em nosso país, é apenas um sonho distante. Ao menos fica o consolo de que o melhor ambiente para dormir e sonhar é na escuridão.
A frase que foi pronunciada:
“Eu não vejo a política como ambição, enxergo como missão. Se eu pedir a legenda e não me derem, considero como livramento.”
Dra. Janaína Paschoal, advogada
Reclame aqui
É bastante arriscado para o Banco do Brasil relaxar na forma de atendimento aos clientes da maneira como está ocorrendo. Com os bancos digitais em alta, a arrogância pode levar o BB para a cova. Depois de uma hora aguardando na fila da agência da Câmara dos Deputados, o cliente, que pleiteava financiamento imobiliário, foi descartado com argumentos que fogem a todos os protocolos.
Aproveite
Hoje é o último dia de feira no Parque da Cidade. Das 9h às 16h, direto dos produtores, os consumidores podem comprar biscoitos, hortaliças, geleias, pães, flores, sorvetes, pimentas, artesanato, tudo produzido no DF.
Celeuma
Engana-se quem pensa que as eleições norte-americanas acabaram. Trump quer que o Congresso decida sobre o sufrágio. Trump é o que o filósofo de Mondubim chamava de Mucuim. Hoje é dia de fortes emoções sobre o assunto.
Sem pensar
Conhecida frase esconde muito mais do que um crime: “Sou dona do meu corpo”. O mote criado e repetido por mulheres assassinas esconde um submundo de tráfico de órgãos fetais que movimenta bilhões de dólares. Isso, ninguém fala. Veja no link: Imagens chocantes denunciam tráfico de órgãos de bebês humanos nos EUA.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Uma solução parcial para o problema das invasões em Brasília seria a instituição, novamente, de acampamentos nas obras, hoje proibidos pela Novacap. (Publicado em 20/01/1962)