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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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De acordo com o Banco Central, o mais credenciado porta-voz das finanças deste país, há sinais fortes e consistentes de que a economia nacional está entrando em espiral de crescimento, com o Produto Interno Bruto (PIB) experimentando uma variação positiva, saindo de uma previsão pessimista de zero para uma nova projeção em torno de 2,05%. Trata-se de um salto para frente que vem surpreendendo muitos economistas, mesmo do governo. Quem, no entanto, parece desanimado com esses novos números é o pessoal que cuida dos programas econômicos dos candidatos da oposição. A recuperação econômica caiu sobre essas equipes como um balde de gelo e já provoca reflexos também nos números apresentados pelas pesquisas de opinião, que mostram, agora, um crescimento acentuado na confiança do atual presidente.
Há muito, os historiadores e outros sociólogos constataram que o povo ou a vontade popular imanente só é abalada, de fato, pelo fator fome. A fome e suas irmãs siamesas, a miséria e a escassez, têm sido, ao longo da existência humana, o moto-perpétuo das revoluções, tudo dentro de uma antiga noção fatalista: se vamos morrer mesmo de fome, lenta e dolorosamente, melhor então morrer logo por um ferimento de bala, instantâneo e decisivo. Em outras palavras, o que leva o povo a lutar nas ruas é seu instinto mais selvagem de preservação, herdado ainda dos tempos da caverna. Nesse caso, se a recuperação da economia continuar nesse passo ascendente, com a diminuição nos preços dos alimentos, as chances de retorno ao passado, configurada na figura do Minotauro de Garanhuns, são bem menores.
Em 1993, George Bush, então presidente dos Estados Unidos, era o favorito, quase absoluto para se reeleger. Sua recondução ao cargo era quase certa. Havia apenas um detalhe entre sua nova vitória e a realidade. Nesse período, os EUA enfrentavam uma preocupante recessão econômica, agravada ainda pela guerra do Golfo. Foi, num cenário assim, que o marqueteiro, James Carville, trabalhando para um desconhecido e pouco popular candidato do Arkansas, de nome Bill Clinton, instigou-o a bater em seu adversário, tendo como mote a recessão, que inquietava os americanos. Com a frase: “É a economia, estúpido”, dirigida a Clinton, Carville ensinou o caminho das pedras que levara seu cliente para a Casa Branca.
De fato, não há como negar, a população brasileira, assim como outras e em outras partes do planeta, enxerga as eleições como uma feira, onde os clientes acabam sendo atraídos para a banca onde o feirante promete mais vantagens e preços melhores. O Resto é prosa ou prosopopeia. Nesse sentido, cabe ainda a discussão sobre a chamada Carta em Defesa da Democracia, um libelo que serviu como elemento aglutinador das oposições ao atual governo e acabou se transformando em propaganda das oposições.
Os marqueteiros desse documento esqueceram de substituir as frases de efeito e de retórica por um programa econômico e realista, capaz de empolgar as massas. O povo não se interessa por libelos, sejam de esquerda ou direita. O libelo do povo está nas gôndolas dos supermercados, recheados de produtos de boa qualidade e a preços honestos, acessíveis e baixos. Fica aqui o lembrete: “É a economia, estúpidos!”.
A frase que foi pronunciada:
“Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem.”
Ludwig van Beethoven
Peça rara
Andando por uma livraria, nossa sugestão é que compre Faíscas Verbais, de Márcio Bueno. O jornalista faz um compilado histórico surpreendente a cada linha. Diverte e instrui.
Cidadania
Sugestão da leitora Petra Fortes é humana e de importância vital. Não é justo que o pessoal da reciclagem, responsáveis por uma cidade ecologicamente correta, fique abrindo sacos de lixo para retirar entre restos de comida, as garrafas PET, papelões ou latas de alumínio. A cena corriqueira poderia ser evitada se os cidadãos tivessem compaixão no momento de separar o lixo.
Sem condições
Também sobre recicláveis, escreve-nos, de Águas Claras, o leitor Renato Mendes Prestes, que observou o estado crítico dos veículos coletores de lixo reciclável transitando naquela região administrativa. Diz o leitor: “sem as mínimas condições de segurança, sem lanternas, pneus carecas e reboques impróprios para cargas. Sua maioria, praticamente sem condições de trafegar. Afora, que os catadores usam o teto e a parte traseira externa do veículo para o acondicionamento de volumosas cargas, colocando em risco os carros que transitam atrás, ao lado ou à frente. Cadê o Detran?”
História de Brasília
Jânio no Brasil. Deus que ilumine os nossos líderes e que nos proteja contra dias de revolução, de agitação. O país já progrediu demais. Falta progredir politicamente. (Publicada em 08.03.1962)
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Fôssemos reduzir e comparar a união ou relação estabelecida entre a sociedade brasileira e o Estado ao matrimônio, por certo, esse casamento já estaria nas barras dos tribunais de família, envolto num processo ruidoso de divórcio litigioso. Nenhum juiz de paz nesse mundo ou conciliador, por mais capaz que seja, apto a mediar e estabelecer pontes seguras entre a população e o Estado, conseguirá estabelecer uma convivência harmônica, enquanto perdurar a apropriação, desmedida, das elites políticas sobre as instituições e os poderes.
Caminhar pelas principais ruas das metrópoles deste país, observando com atenção todo o entorno, é capaz de dar uma pequena mostra desse fosso imenso, e cada vez mais alargado, existente entre a Nação e o Estado. A questão aqui é saber quanto tempo durará essa “paz de cemitério” entre esse casal, até que haja uma ruptura brusca e violenta. Tomando a população pelo gênero feminino e o Estado pelo gênero masculino e, dentro de um país, reconhecidamente campeão mundial em feminicídios, fica subentendido que, nessa relação abusiva, não está totalmente descartada a possibilidade de cometimento de mais um crime dessa natureza.
Na verdade, as mortes diárias nas ruas deste país, tomado pela violência, somadas às mortes nas filas intermináveis dos hospitais e toda a sorte de destino trágico experimentado pela população, dão indícios suficientes de que já está havendo crime contra a vida.
O problema aqui poderia ser resolvido, em parte, fossem eliminadas as desigualdades econômicas e a indiferença do Estado em relação a essa questão. Os números, por sua aproximação com a realidade material e concreta, são capazes de demonstrar melhor essas disparidades. De acordo com a pesquisa mensal divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), num trabalho que vem sendo realizado desde 1955, o salário mínimo atual, capaz de atender, razoavelmente, uma família de quatro pessoas por trinta dias, deveria, em valores atualizados, ser de R$ 6.527,67, ou seja 5,39 vezes o piso nacional que hoje é de R$ 1.212.
O que se tem aqui são as realidades discrepantes e indiscutíveis dos números. Vis a vis, por outro lado, e dentro do mesmo contexto de tempo e lugar, a aprovação, nesta quarta-feira (10), de um aumento de 18% nos salários, autoconcedido pelos ministros da mais alta Corte do país e a todos os servidores do Judiciário, demonstra, se não a indiferença pela realidade vivida pelos brasileiros nesse momento, ao menos, um descaso com as contas públicas, já sobrecarregadas com os custos crescentes da máquina do Estado.
Curioso e até trágico, nesse processo, é verificar que esse aumento custará cerca de R$ 4,6 bilhões aos cofres públicos até 2024, o que elevará o salário dos ministro do STF de R$ 39 mil para R$ 46,3 mil, o que significa cerca de R$ 7 mil a mais ou exatamente o que sugere hoje o Dieese para o compor salário mínimo real dos trabalhadores.
São dois mundos e duas realidades distintas convivendo sob o mesmo teto nesse lar desfeito que é o Brasil. Nessa questão, que se arrasta por décadas, não fosse a parte menos abonada, aquela que irá, obrigatoriamente, custear esses incrementos de salários que virão em cascatas torrenciais, tudo estaria resolvido. Fica aqui a pergunta secular: quosque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?
A frase que foi pronunciada:
“O primeiro objetivo quando escolho uma escola para as minhas crianças não é mais a grade curricular. É se terá um terceiro banheiro.”
Ilza Dourado dos Santos
Abuso
Como se não bastasse o alto preço de matrícula e mensalidade nas escolas particulares de Brasília, parece um abuso a cobrança de material escolar para uso dos alunos.
Emergências
Muitos chamados recebidos pelos Bombeiros e PM ficam sem solução porque os solicitantes não atendem ao chamado de volta. Em caso de emergência, cuide de ficar perto do telefone fornecido.
Minas treme
Sete Lagoas tem sentido a cidade tremer. Quem está participando da pesquisa sobre o assunto é o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, que instalou estações de monitoramento em 7 áreas da região. A magnitude dos tremores chegou perto dos 3 pontos na escala Richter.
História de Brasília
Dados sôbre o teatro: a área para dançar era duas vêzes e meia a do Teatro Municipal do Rio, sendo, portanto, maior que o Ginásio do Pacaembu. Para encerar a área de dança e das mesas, foram gastos mil quilos de cêra. (Publicada em 08.03.1962)
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Definitivamente, o Brasil não é para iniciantes e amadores. Como bem alertou, em cartaz, um jornalista americano, durante os Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Brasil: “Bem-vindos à selva!” Trata-se de um país em que a realidade fantástica está sempre à espreita, fornecendo continuamente material vasto para os mais inventivos ficcionistas. Até mesmo a realidade cruenta que se assiste nas ruas deste país, com a mendicância e a violência sempre em alta, é capaz de ofertar, aos pescadores de almas e de homens, vasto material literário ao estilo das distopias modernas, indo mais além até do que a Comédia Humana.
Em que outro país, um procurador de Justiça, que tenha se destacado por seu empenho e disciplina no combate ao crime organizado, acabaria sendo condenado a ressarcir o erário no montante de R$ 2.8 milhões, pelos gastos dispendidos com uma força-tarefa que, sozinha, conseguiu repatriar R$ 15 bilhões roubados dos cofres públicos? Em que outro país, a nação, menos ousada e corajosa do que os criminosos, ficaria em silêncio diante da perseguição escancarada aos verdadeiros operadores da Justiça? Ou fazendo cara de paisagem quando homens de bem são fustigados sob o aplauso de parte da população conivente? Em que outra parte do planeta os tribunais e os doutos juízes teriam a empáfia de soltar um condenado, trancafiado por um rosário de crimes, lançando-o diretamente numa campanha à Presidência da República? Em que outro ponto do mundo civilizado veríamos os advogados de defesa indo e vindo das penitenciárias, trazendo e levando recados dos chefões do crime para seus cúmplices do lado de fora? Em que outra banda da Terra assistiríamos, inertes, uma corrupção sistêmica e avassaladora corroer as bases de todo um Estado, levando o descrédito ao homem comum e incentivando os mais jovens ao cometimento de crimes, diante da imensa impunidade que reina entre nós?
Num cenário tão inóspito como esse, os mais espertos já perceberam que a melhor estratégia para sobreviver, nesse campo de batalha, é fingir-se de morto. O problema é que essa estratégia não vale para aqueles que possuem, como função, relatar os acontecimentos diários dessa guerra, contando e refazendo o número de mortos.
Diante de situações tão brutais como a que agora assistimos, com juízes e procuradores que atuaram no combate à maior operação policial do planeta, deflagrada contra poderosos criminosos do colarinho-branco, e que, por um curto período de tempo, trouxe-nos a sensação de que estávamos finalmente ingressando no primeiro mundo, talvez teria sido melhor, para esses profissionais, fingirem-se também de mortos.
O renascimento da nossa Hidra de Lerna, com suas múltiplas cabeças, todas elas prontas para atacar e dizimar os recursos da nação, tem deixado muito claro, não apenas para esses profissionais, mas todos os demais, que eles estão sozinhos, deixados nus na arena dos tigres. A população, que poderia, nesse e em outros casos históricos, fazer toda a diferença, permanece na plateia, torcendo ora pelo tigre, ora pelo infeliz barnabé, indiferente ao seu destino.
O polegar da mão direita, desses perversos, foi pendido para baixo, indicando que o show macabro deve começar. O verdadeiro filho teu, que não foge à luta, ficou agora, cara a cara, com a fera faminta, sozinho e abandonado nesta grande arena Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“Adie por um dia, e dez dias passarão.”
Provérbio coreano
Partindo para a ação
Estudantes do Sacre Coeur de Connecticut, Estados Unidos, chegaram em Brasília e foram direto ajudar na cozinha da Casa da Sopa, no Cruzeiro. Carolina e Olivia Figueiredo cortaram os legumes e participaram da distribuição.
Solidariedade
Além do Cruzeiro, a Casa da Sopa também está instalada no Itapuã e Taguatinga. Apesar do nome, há distribuição também de almoço, nas quartas-feiras. A sopa é entregue em vários pontos da cidade. Às vezes até em Pronto-Socorro, onde acompanhantes esperam por muitas horas sem se alimentar.
Voluntariado
A Casa da Sopa foi fundada no início dos anos 60 por Dom Ávila. Hoje é parte da Pastoral Social da Catedral Militar Rainha da Paz no eixo monumental. O mote é: “enquanto há comida, há distribuição”. Doação de legumes, verdura, carne, caixas vazias de leite e principalmente voluntários.
Imagens
Susto com a ventania em Balneário do Camboriú, em Santa Catarina. As imagens nos foram enviadas pela leitora assídua Terezinha Bleyer. Veja a seguir.
https://www.youtube.com/shorts/9O0p7O7JvTE
https://youtube.com/shorts/zD35C1sQooQ?feature=share
https://youtube.com/shorts/fjlFqm4oxAM?feature=share
História de Brasília
A briga do Palace Hotel com Sbacem resultou nisto: o hotel está completamente sem música. Não pode tocar nem eletrola. Por sinal, a Sbacem está exagerando, e a diretoria do hotel negou-se a pagar 30 mil cruzeiros por mês, no que fêz muito bem. É dinheiro que não chegaria às mãos dos compositores, porque se desintegraria, antes, na partilha entre diversos interessados. (Publicada em 08.03.1962)
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No domingo varrido de vozes e de gente, o farol lança um fio de luz que paira sobre o mar, denunciando as ondas na sua tentativa de subir nas rochas e atingir o céu, sempre imóvel. Um gole de chá quente sorve o passar das horas e o riscar dos astros na abóbada celeste.
Indefinidamente, desdobra-se o tempo ao longo do caminho. De que valeria ficar aqui neste ponto da América, com tantas estrelas se perdendo de vista? Sim, verdadeiramente, vamos todos juntos na horizontal. O ocaso dos astros. O nosso ocaso. Atirados a um canto do mundo, peito ao léu, de só intempérie feito, na opressão, no suceder de eras, erros e feras sem sono. Seguimos apáticos, tristes ao incógnito. Em um barco sem remos, mar adentro.
Hoje, o viver é só de lutas feito. Trago a noite e durmo com um sorriso nos lábios, sabendo que, por trás dos montes, anunciam-se trilhas virgens. É mister por elas seguir.
Os mapas já traçados conduzem a lugares gastos por homens cansados pelo empobrecer da rotina. Cada um que carregue seu fardo acumulado. Cada um que morra como muitos, como todos têm morrido. Somente o desejo do viver permanecerá aceso, sem sentido algum.
Deste universo infinito, deixem ao menos uns palmos onde repouse a eternidade das ideias. Vida nova a dobrar a cada esquina. Terá noção o tempo das horas que arrasta pesadamente? Ou o caminho dos passos que nele esticam aqueles que, sonhando, seguem esquecidos das horas nas trilhas passadas?
Daqui de cima, a cidade parece bem mais frágil, “Cidade, eu te conheço pelo o que menos tens de cidade. Sei que és tão varia e dissoluta como as folhas que rolam pelo chão de cá, para lá, ermos pelo vento da madrugada.
Agosto traz consigo um vento seco que, percorrendo os jardins, rouba-lhes as cores e o frescor. Uma aragem repentina vem agitar o galho de uma árvore onde dois pássaros parecem ensaiar um beijo flutuante.
Vem um cansaço, refletindo no retrovisor tantos trovões, lacerdinhas, enxurradas. Mas é preciso continuar. A força vem do amigo a suspirar por entre as folhas dizendo: É preciso continuar.
Mais um dia se rompe. Ontem, às oito da noite, o sangue parou de circular. Disseste: “esquece”.
Notei que já não chovia só lá fora. Na terça, parte mais ilusão que certezas havia.
Nas páginas atuais, as linhas finas deitadas sobre o branco aguaram, frias e silenciosas, o contorno leve da alegria que a pena já não traça. A vista se volta para o céu, onde tudo está desesperadamente nu. O meu consolo é o consolo deste chão gretado. Jaz meu peito em tua porta.
Em vão, choro pelos cantos da cidade, onde o sol empresta a cor do poente a essas velhas folhas do outono. As árvores se despindo aos poucos lembram como é fugaz o orvalho no deserto. É preciso seguir com as estações. Ser um tempo novo sobre as mesmas coisas velhas. Guardar uma lágrima para cada porto. Lavar o rosto e deixa-lo brilhar ao dia. E a largos passos partir.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil, quem tem ética parece anormal.”
Mário Covas
Surpresa
De peito azul e braços amarelos, o ciclista Leonardo Mota foi surpreendido com uma arara que pousou em seu capacete enquanto andava de bicicleta num grupo. A população de Brasília tem respeitado as araras que, a cada ano, procriam com tranquilidade.
Mobilização
Consumidores começam a se mobilizar por aplicativos que apontam menor preço. São 4 os apps que se destacam no valor do combustível: Waze, Gaspass, Completaí e Drivvo.
Perigo
O CADE e outras instituições públicas com arquivos sigilosos precisam rever a forma de entrar no sistema. O Senado é muito mais seguro que o CADE. São vários passos até conseguir acessar a rede e as senhas são trocadas regularmente. Já o CADE só exige e-mail e senha para o acesso.
Procura-se dormidor
Ser criativo e usuário constante nas redes sociais. Essas são algumas das exigências para empregar dormidores. É que a Emma Colchões quer saber como se sentem por toda uma noite em cima do produto. O trabalho é de 8 horas corridas.
História de Brasília
O uísque nacional começou a ser o preferido, e já passou, no supermercado, de 910 para mil e sessenta cruzeiros. Já os bujões de gás não vêm com o peso legal. Efetivamente não é proposital, mas é falta de cuidado na aferição das balanças dos depósitos. Ao mesmo tempo, o aumento foi de mais de vinte por cento. (Publicada em 08.03.1962)
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São mais verossimilhanças entre humoristas e políticos do que podemos supor à primeira vista. A começar pela diferença de mundos que cada um apresenta para sua plateia. Ambos necessitam da criação de personagens para se fazer presente e serem ouvidos. O humor brinca com a verdade e a política com a mentira. Enquanto um busca a fantasia e absurdo da realidade, como ferramentas para se comunicar com o público, o outro trata a realidade com o absurdo da fantasia, prometendo o irrealizável. Tanto os humoristas como os políticos anseiam pela áurea natural do carisma, que a todos seduz, embora essa virtude mágica prefira a companhia dos cômicos, por sua sinceridade.
Política pode ter sua graça, quando levada a sério por seu autor. Já o humor só encontra o riso quando foge do compromisso com a seriedade e vira as costas para o mundo em preto e branco do politicamente correto. A política parece mais especializada em um tipo de humor negro, em que o bullying é a arma predileta, enquanto o humorista faz, da troça ligeira e sem ofensas, uma morada para o riso solto.
É preciso lembrar que em ambas as profissões ou ocupações de vida não é fácil se tornar um humorista ou mesmo um político de respeito. Trata-se de uma tarefa árdua essa de levar, às multidões, o ar fresco da risada ou a esperança de um mundo melhor à frente. A questão aqui é que a troça despreocupada não leva a desilusão de esperanças desfeitas que a política engendra. Rir da realidade absurda é a arte do humorista, rir-se da realidade dos eleitores é a artimanha da velha política.
O político passa a ser um humorista, no mal sentido, quando suas patifarias alcançam os píncaros da desumanidade. Humor negro é você se deparar com pessoas de idade e de cabelos brancos a ocupar as mais altas funções públicas e, de repente, são surpreendidas pela polícia e, para fugirem do flagrante, escondem milhares de reais em espécie dentro da cueca samba-canção, sendo logo desmascaradas. A piada sem graça, fica por conta da impunidade e de uma Justiça que finge não enxergar malfeitos nos crimes da elite nacional.
Jô Soares, que agora desce do palco, foi um humorista completo. Possuía bagagem cultural e sabia escalar equipes eficientes. Transitava bem entre a literatura, o humor, o teatro e o jornalismo como poucos neste país. Tinha, a exemplo de Ronald Golias, Anquito, Oscarito e outros poucos, uma forte áurea de carisma, bastando sua presença para iluminar a plateia. Tinha sua graça e fazia dela seu ganha pão honesto. Sabia o que estava fazendo e tinha a tranquilidade daqueles que passam pelo mundo apenas distribuindo alegrias. É preciso destacar também o humor negativo de personagens que também ficarão na história do Brasil, desengonçadamente engraçados como a ex-presidenta, que até o título foi inventado driblando a língua materna. Admirava os ouvintes com seus improvisados discursos, saudando a mandioca ou empacotando vento. Era o terror dos tradutores que não escondiam o constrangimento.
Até mesmo o ex-presidente e dono do Partido dos Trabalhadores pode ser considerado um grande humorista, quando encarnado em alguns de seus personagens folclóricos, ao criticar seus opositores dizendo que eles estariam destruindo tudo aquilo que eles próprios destruíram e outras sandices. Ou quando se comparava a Jesus ou mesmo afirmava que é o homem mais honesto do mundo. No país da piada pronta, o humor fica do lado sério das coisas, enquanto a política encarna o jeito brasileiro de fazer piada sem graça e humor sem cérebro.
A frase que foi pronunciada:
“As pessoas estão tão acostumadas a ouvir mentiras, que sinceridade demais choca e faz com que você pareça arrogante.”
Jô Soares
Brasília
Chegou um convite de Tânia Fontenele para participar do Café Histórico e Geográfico, na próxima segunda, das 17h às 19h. A ideia é apresentar uma retrospectiva dos 15 anos de pesquisa sobre as Memórias Femininas da construção de Brasília. O encontro será no próprio Instituto Histórico e Geográfico do DF, na SEPS Entrequadras 703/903, conjunto C. A presença deve ser confirmada pelo telefone 32246544.
Óbvio ululante
Formar um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados para acompanhar a preparação do Brasil para Copa e resgatar imagem “em baixa” da seleção. A novidade parece absurda. Assim como o nosso próprio país, para melhorar a imagem, os brasileiros devem, no mínimo, saber cantar o Hino Nacional e ter amor pela própria bandeira. O próximo passo é treinar mais e sambar menos, assim como fizeram os alemães. Diferente dos políticos, a imagem do futebol não se melhora com discurso. Basta fazer gols.
Paciência
Está aborrecendo bastante os moradores da W3, mas a obra na calçada para as garagens vai ficar excelente. Em frente às lojas, grande parte do calçamento já foi reformada, possibilitando o trânsito seguro de pedestres.
Comércio
Mais um funcionário modelo que sabe tratar os clientes com atenção. Dessa vez, na Casa&Festa, Francisco se destacou. Dá ideias para os aniversários, conhece cada palmo da loja. Essa coluna reclama quando precisa reclamar, mas, no nosso comércio, é tão raro ver gente capacitada no atendimento ao público que vale o destaque.
História de Brasília
Está quase pronto, o posto de serviço da Petrobras, em frente a 206. Muito bem, porque os postos do Plano Pilôto deixaram de vender gasolina azul, porque o lucro é menor do que a amarela. (Publicada em 08.03.1962)
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– Não é a política, é você, que acredita nesses jogos virtuais, enquanto deixa de prestar atenção em quem vota, esbravejou, ou melhor, berrou o realista e mal humorado Miguelão, externando toda a sua impaciência com as tolices que lhe catucavam os ouvidos vindas de alguém desprovido de inteligência e bom senso. De que adiantaria ficar ali ouvindo todo esse converseiro inútil e lamuriento, vindo de gente iludida e arrependida com as artimanhas da politicagem nacional?
– Não tenho tempo a perder com gente perdida. Boa noite, disse fechando a porta da vendinha na cara do freguês e vizinho, espantado com tanta “sinceritude”.
– Melhor receber logo uma resposta grossa e curta, mas verdadeira, do que ser enganado ao longo de quatro anos, com docilidades e fantasias, completou Murici, seu companheiro de copo e de observações do mundo.
É, de fato, Romero tinha sido, mais um vez, tapeado em suas esperanças diante das urnas, pois nada do que lhe prometeram havia se cumprido. Na verdade, o mundo em volta parecia ainda mais difícil de ser vencido. Havia a carestia dos alimentos, o desemprego em alta e por toda a parte a sensação que se tinha é de que as cidades pareciam ter sido invadidas por hordas de mendigos e pedintes. O pior é que, para o bem da verdade, Romero já nem conseguia lembrar em quem havia votado quatro anos atrás. Nem para vereador, senador, deputado ou presidente. Nunca se lembrava.
Distraído e desinformado, como sempre, jamais prestava muita atenção nos candidatos que votava. Não tinha tempo para essas tarefas, afinal todos pareciam sempre iguais e vazios. Votava por votar. Talvez por receio de multas ou pela necessidade burocrática de possuir o recibo de comparecimento ao local de votação. O governo obriga e o patrão sempre pede o comprovante de votação. Melhor não arriscar.
A questão aqui é que para ele a desilusão com os descaminhos da política e com o excesso de escândalos, mostrada todas nas noites nos telejornais, vinha já numa altura de sua vida em que lhe faltavam forças para mudar de opinião – Já não posso dar prosseguimento nem mesmo aos meus projetos, que dirá aos projetos para um país melhor, pensava em busca de uma desculpa que o ajudasse a fazer as pazes com um mundo que desmoronava ao seu redor.
Miguelão, para quem o anarquismo era o único sistema e resposta racional capaz de acabar, de vez, com os maus políticos, que infestam a vida brasileira, não tinha pachorra para debater assuntos da política nacional. Muito menos para dar conselhos a quem quer que seja. Não vislumbrava valia alguma nessas discussões sobre a performance de personagens medíocres e calhordas.
Para ele, perder tempo discutindo sobre gente sem valor moral era valorizar figuras que não mereciam, sequer, um dedo de prosa ou de reflexão. Talvez, por isso, nunca tenha comparecido diante das urnas. Romero, não se conformava de ter sido trapaceado todos esses anos, mesmo cumprindo religiosamente seu papel de cidadão, indo votar. Também não podia aceitar o fato de que era ele mesmo o responsável direto e a causa de sua desilusão. Em sua cabeça, a voz troante de Miguelão não parava de ecoar: “Não é a política, idiota. É você!”
A frase que foi pronunciada:
“A corrupção é o cupim da República.”
Ulysses Guimarães
De olho
Um defensor importante da população que paga plano de saúde é o senador Paim. Em entrevista para a Agência Senado, Paim declarou que a possibilidade de cobertura para tratamento e medicamentos pelos planos de saúde deverá ser ampliada. Esse é um assunto bastante delicado e deve ser tratado com seriedade pelos parlamentares, não só pelas eleições que estão próximas, mas pela necessidade de proteger uma parcela da sociedade que arca com uma despesa que, pela Constituição, deveria ser do Estado.
Estratégias
Hackers estão cada vez mais ousados. O Correio Braziliense bem registrou com a manchete Com registro de “atividades maliciosas”, site do TJDFT é retirado do ar. Certo é estar cercado de toda a segurança possível para evitar ataques. Instituições públicas adotam troca de senha regularmente, e vários passos para poder entrar no sistema, também é uma forma de reforçar a porta da frente. Agora, uma semana sem trabalhar, um tribunal passar por isso, é uma cena que causa espanto!
História de Brasília
Os restaurantes em Brasília estão com preços muito elevados. Elevados, mesmo. Vejam isto: um quilo de filé mignon custa 20 cruzeiros. Um bife com fritas custa 350 cruzeiros, mais cinquenta de couvert, e dez por cento sôbre o total. Mais de quatrocentos cruzeiros, portanto. (Publicada em 08.03.1962)
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Tomassem para si apenas o que está escrito na bandeira nacional, os homens públicos deste país poderiam, com segurança, dispensar milhares de outras leis e preceitos, que enchem os alfarrábios jurídicos. A bandeira, ao contrário do que muitos pensam, não é uma logomarca, dessas a qual o marketing recorre para identificar um produto ou marca. Ela vai muito além, inclusive do seu sentido político, sendo, antes de tudo, a representação, mesmo que simbólica, de toda a nação e não apenas de um grupo específico dentro da nação.
“O amor por princípio e a ordem por base. O progresso por fim”. Eram lemas correntes, dentro da filosofia positivista do século XIX, que ficaram resumidos em nossa bandeira: Ordem e Progresso, sendo essa primeira adotada no sentido de manutenção de tudo aquilo que é bom e que possui funcionamento correto dentro dos princípios da ética. O Progresso veio em reforço da ideia de defesa do desenvolvimento, sobretudo, dentro dos parâmetros daquilo que se conhece atualmente por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Há, portanto, progresso quando o povo é o objeto e fim desse desenvolvimento. No mais, fica ainda subentendido que só se pode haver progresso ou se avançar no desenvolvimento na medida em que ele é construído dentro da ordem, que também engloba em si os conceitos de ética pública e total pureza de princípios por parte dos homens públicos e de toda a nação.
Fácil entender esses conceitos quando se observam que somente as nações que empreenderam um desenvolvimento com base nos princípios da ordem, da Justiça, com direitos e deveres iguais para todos, é que lograram alcançar o tão almejado progresso. Não há, no atual estágio de evolução humana, como apontar nação alguma que tenha logrado o desenvolvimento e riqueza de sua população abrindo mão da ordem e da Justiça.
Com base apenas no que está dito acima, fica fácil também entender porque ainda patinamos num subdesenvolvimento crônico, com milhões de cidadãos vivendo na pobreza e sem segurança alimentar. Um olhar atento pelas ruas de nossas metrópoles dá uma mostra do quanto ainda temos que avançar para sair de onde estamos. Não é só aqui dentro que podemos ter um retrato do nosso descaso com a ordem e com o progresso.
Quando vemos uma artista brasileira, radicada nos Estados Unidos, filha de família rica e famosa, que teve oportunidade de estudar nos melhores colégios do planeta, apresentar-se em público, literalmente sambando em cima da bandeira, limpando os pés e fazendo deboche de sua terra e de sua gente, é que se pode entender que ainda não estamos prontos para a Ordem e muito menos para sua consequência que é o Progresso.
Quando ouvimos no pedido de perdão um malabarismo vernacular dizendo que o ódio veio de quem respeita a bandeira ou quando notamos que temos que formular leis, como a de Improbidade Administrativa e outras do gênero, para que os homens públicos e gestores se abstenham de desviar os recursos públicos em causa própria, vemos bem onde ainda permanecemos e porque estamos onde estamos.
Por certo, os corruptos, que ainda infestam este país, não viram o que está escrito em nossa bandeira. Se viram, não entenderam. Se entenderam o que está escrito, não cumpriram; se não cumpriram é porque falta gente para fazer valer a lei. Enquanto essa gente de coragem não chega, seguem como aquela cantora: sambando e sapateando em cima de todos nós.
A frase que foi pronunciada:
“Perguntava-se à Sra. De Rochefort se tinha vontade de conhecer o futuro. Não, respondeu ela, o futuro se parece demais com o passado.”
Chamfort (1741-1794), Caracteres e Anedotas
Revolta
Corre pelas redes sociais a reprodução da página do Diário Oficial com a informação do pagamento de dois milhões e meio patrocinando Nando Reis. Depois descobriram que foi em 2012.
Na mira
Prefeitos de diversas cidades foram flagrados cobrando propina de várias formas. Com um celular, é possível comprovar o ilícito. Agora, o que é feito com esse material vai depender do delegado, do juiz e da população.
História de Brasília
O hábito de servir café já adocicado em Brasília está se generalizando injustamente. Reclame, quando lhe negarem o direito de escolher a quantidade de açúcar para a sua xícara. (Publicada em 08.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
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Duas décadas terão se passado desde aquele 1º de de janeiro de 2003, quando subia a rampa do Palácio do Planalto. O mundo, e com ele o Brasil, mudou, e muito. Tanto que fica difícil reconhecer quem é quem hoje nesse jogo atual entre as nações. A bonança herdada do governo de Fernando Henrique Cardoso, com o boom das commodities, ficou para trás. O mundo está em recessão, depois de uma pandemia de dois anos e agora com a guerra imperialista que Putin e seus generais sanguinários vêm travando contra a Ucrânia, e que pode arrastar todo o continente europeu para esse morticínio insano.
Com um eventual retorno dele ao poder, as atenções, obviamente, estarão voltadas para nosso destino interno ou o que pode ser a repetição de todos os desacertos daquela era. Se o mundo e tudo em volta mudou, o mesmo não se pode dizer com relação a ele e o seu entorno. Pelo o que vem pregando, desde que ficou do lado de cá das grades, diretamente para os palanques, ele não apenas é o mesmo político de sempre, só que agora carrega consigo um poço transbordante de mágoas e infortúnios que semeou para si mesmo. Seu amigo e defensor profetizou: “Por favor / Deixe em paz meu coração / Que ele é um pote até aqui de mágoa/ E qualquer desatenção, faça não /Pode ser a gota d’água.”
Se a repetição da História, como dizia Karl Marx em 18 de Brumário, dá-se sempre em forma de farsa, o que teremos pela frente com o novo/velho governo dele vai além do mais do mesmo, podendo significar o que seria o grand finale ou a apoteose de uma farsa, toda ela feita de pantomimas e encenações burlescas, transformando o Brasil naquilo que ele parece aos olhos do mundo: uma chanchada.
Os anos não somaram a ele a experiência e a sabedoria natural aos mais idosos. O modelo 2003 é muito mais do que um velho político. É um político velhaco e cheio de manhas. Na verdade, se assim apontarem as urnas, quem eventualmente irá galgar a rampa do Planalto não será aquele de 1980, mas uma simbiose de personagens que vai de Macunaíma, passando por Pedro Malasartes, com pitadas de Saci Pererê e outros personagens dotados de grande esperteza do folclore nacional. Uma verdadeira metamorfose ambulante. Um camaleão político, astuto e cheio de artimanhas.
Com ele de volta, estarão em pauta também todos os velhos truques do passado, desde a compra de parlamentares, passando pelo aparelhamento e pilhagem das estatais e todo o velho esquema de parcerias com a oligarquia do país e de fora. A questão toda aqui por saber é quem irá se apresentar como responsável, depois que todos tiverem assistido a reprise do grande espetáculo preparado para o distinto público do país? Terminado o grande show, quem se apresentará para recolher as mágoas derramadas do pote?
A frase que foi pronunciada:
“Onde quer que homens civilizados tenham pela primeira vez aparecido, eles foram vistos pelos nativos como demônios, fantasmas, espectros. Nunca como homens vivos! Eis aí uma intuição inigualável, um insight profético, se é que algum já chegou a ser feito.”
E.M. Cioran
Figura
Zezé era uma figura querida no Senado. Tratava a todos como pessoas perfeitas. Fazia a mesma festa quando chegava algum diretor ou alguém da limpeza. Abria a geladeira da copa e oferecia molhos alheios para a salada de todos. Quando em um dia usaram o molho que pertencia à ela para servir a todos, ela ficou feliz do mesmo jeito. É o efeito Zezé. Ela fazia com os outros o que gostava que fizessem com ela. Vai deixar muita saudade.
Será?
Resolveram tirar a poeira dos projetos da Quituart. Novamente em análise, dessa vez a área tem grande chance de ser legalizada.
Auto estima
O Senado vai avaliar um projeto bastante sensível enviado pela Câmara dos Deputados, que aprova campanha de incentivo à doação de cabelo a pessoas com câncer. São muitos homens e mulheres que sofrem com o impacto imposto pela doença. O autor da proposta é o deputado federal Vinicius Carvalho, do Republicanos paulista.
Ação
O filho cresceu e a bicicleta está parada? Crianças estão aguardando doações. O Brasília Bike Camp Solidário acontecerá entre os dias 6 e 7, na Granja do Torto.
–> O Brasília Bike Camp Solidário está chegando!
Nossa missão nesse projeto é arrecadar bikes para doação!
Tem aquela bike parada aí? Entre em contato aqui no insta ou em algum ponto de coleta: @bigbike.bsb @redwaycycles @grifedoatleta @ximenesbikeshow @pedalzonebikes
Como diz @broubrutodrews ” Vamos semear o bem que a brutalidade vem!”
Lembre-se: BIKE PARADA NÃO AJUDA NINGUÉM!
Brasília, 6 e 7 de Agosto na Granja do Torto,
A partir de 9h!
● Evento para toda família
● Praça de alimentação
● Sorteio de 4 Bikes e diversos brindes
● Aulas de Ritmos
● Bicicross infantil
● Trilhas abertas
● Espaço Kids com parque inflável
● Shows, DJ
História de Brasília
Esta notícia é muito boa, porque entre a 108 e 308 os carros continuam trafegando, com prejuízo para os moradores dos blocos de frente para a estrada improvisada. (Publicada em 08.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Na Física, existem axiomas que não se discutem. Um deles afirma, categoricamente, a impossibilidade de dois corpos ocuparem, ao mesmo tempo, um mesmo lugar no espaço. No mundo político, a regra é simples: todo o vácuo de liderança acaba sendo ocupado imediatamente por outro indivíduo ou grupo em busca do poder.
No Brasil, a clássica divisão tripartite dos poderes, conforme desenvolvida por Montesquieu no século XVII, vem, ao longo do tempo, experimentando mudanças, ora garantindo mais poder ao Executivo, ora afirmando essa hegemonia ao Legislativo, dependendo da ocasião histórica e das circunstâncias extraordinárias de cada momento político.
A partir de 2018, os brasileiros passaram a notar também que, nessa variação ou queda de braço entre Executivo e Legislativo, um outro personagem passava a ganhar protagonismo, graças à atuação cada vez mais desinibida dos ministros da mais alta Corte do país. A esse comportamento, prontamente identificado sob a denominação de ativismo judiciário, e cuja as origens remontam a insistência com que os parlamentares passaram a judicializar os processos políticos, vieram se juntar também outras auto atribuições, que antes só se viam no âmbito do Legislativo e do Executivo.
É a tal teoria da ocupação de espaços vazios. De tanto serem molestados com avalanches de consultas e pareceres urgentes, o Supremo passou de instância envolvida nas lidas jurídicas para verdadeiro protagonista de governo, absorvendo funções dos outros Poderes.
Ao persistir nessa anomalia com perda de identidade própria, o Supremo acabou se tornando numa fonte de insegurança jurídica a contribuir, ainda mais, para a instabilidade política geral. Os efeitos nefastos são muitos, a começar pela ciclotimia de decisões formuladas no calor dos acontecimentos.
Nesses entreveros entre os Poderes, difícil seria encontrar culpados diretos ou isolados. São todos igualmente responsáveis. Há aqui todo um conjunto de dessintonias que tem seu nascedouro no modelo de escolha dos magistrados e seu enclausuramento posterior no labirinto das vontades políticas.
Hoje, o Supremo irá tomar mais uma decisão que, por seus desdobramentos, poderá representar uma pá de cal definitiva sobre o combate à corrupção. Caso o STF decida que a Lei de Improbidade Administrativa possa retroagir para beneficiar não apenas os futuros gestores, mas todos os já condenados pelo mal uso do dinheiro público, num julgamento que muito interessa aos políticos enrolados com a lei, todo o esforço de combate ao desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, peculato e outros crimes serão perdoados e seremos todos forçados a regressar ao passado de impunidade total.
Corruptos de todos os quilates poderão regressar à vida pública para delinquir novamente. Essa será uma decisão que terá não apenas efeitos severos sobre a próxima eleição, mas irá afetar todo o futuro do país com consequências danosas para a sociedade.
A expressão latina “Ex Tunc”, ou seja desde o início, com efeito retroativo. Caso decidam que a nova Lei de Improbidade Administrativa, esfacelada pelo Congresso, poderá alcançar também os já condenados “Ex Tunc”, haverá o perdão de todos os larápios do passado.
Pudesse o código de leis retroagir para beneficiar os cidadãos, praticamente todas as atuais leis, incluída a Constituição, seriam revistas, dando a cada um conforme suas ações.
A frase que foi pronunciada:
“A tirania de um príncipe em uma oligarquia não é tão perigosa para o bem-estar público quanto a apatia de um cidadão em uma democracia.”
Montesquieu
Auto estima
O Senado vai avaliar um projeto bastante sensível enviado pela Câmara dos Deputados, que aprova campanha de incentivo à doação de cabelo a pessoas com câncer. São muitos homens e mulheres que sofrem com o impacto imposto pela doença. O autor da proposta é o deputado federal Vinicius Carvalho, do Republicanos paulista.
Será?
Aumenta o número de passageiros, clientes do BRB, que reclamam por não conseguirem vagas no aeroporto de Brasília. A informação dada no local é que há uma área especial somente para os diretores.
História de Brasília
Já está pronto, o projeto da via de acesso aos postes de serviços públicos, localizados nas interrupções da W-1. (Publicada em 08.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Todas essas costuras políticas, alinhavadas nos bastidores pelos partidos e respectivos candidatos, feitas às vésperas do início oficial das campanhas, servem apenas as legendas para um eventual agrupamento de intenções, passando longe da realidade diária da população brasileira, que a tudo assiste entre absorta e indiferente.
É forçoso inferir que estamos em dois mundos distintos, separados por unidades astronômicas de distanciamento. Tudo isso se dá por uma simples razão: nesses dois polos, estão cada um cuidando da própria vida. Com um divórcio dessa natureza, impossível acreditar que haja sintonia de propósitos entre o que almejam os políticos e o que anseia, de fato, a população.
É sabido que somente após todas essas amarrações de bastidores é que será possível estabelecerem-se alguns rascunhos, feitos em papel de pão e nas coxas, de programas de governo. Desconhecem-se, até o momento presente, programas realistas, enxutos e exequíveis, apresentados pelas federações de partidos. Por certo, não haverá também. Ainda que surjam, não haverá tempo suficiente para ser devidamente debatido, nem internamente, nem, tampouco com os eleitores.
Estamos todos mergulhados no mais profundo dos primarismos em termos de agendas e de programas. De última hora, surgirão programas que nem mesmo os marqueteiros de cada federação conseguirão destrinchar em miúdos. É nesse improviso geral, arquitetados pelos caciques partidários e pelos candidatos que rumamos para as eleições de outubro. Com uma paisagem desolada de ideias como essa, é fácil prever o que surpresas surgirão nas próximas campanhas.
O pobre do cidadão, a quem cabe engolir e a bancar toda essa gororoba, feita às pressas, é que irá sofrer durante as transmissões das propagandas obrigatórias. O pior é que todo esse esboço, mal ajambrado, em forma de programa de governo, não será implementado por candidato algum. É tudo propaganda vazia. Num mundo ideal, todo esse merchandising deveria ser regulado também pelos institutos de defesa do consumidor.
Muito mais útil ao cidadão e eleitor seria a Justiça Eleitoral, uma excrescência exótica e só nossa, obrigar a todos os candidatos a comparecerem aos debates públicos, sob pena de abandono do pleito. Nesses debates, deveriam incluir também entidades de interesse público, desnudando cada um desses postulantes e mostrando para todo mundo quem é quem e quem pensa que é alguém.
O que temos até aqui são bonecos tipo marionete, cada um açulando sem concorrente, tudo numa pobreza de ideias e projetos de fazer dó. A razão, por detrás de toda essa pantomima vazia, pode ser encontrada, com facilidade, na não feitura de uma verdadeira reforma política, capaz de colocar cada ideia, cada partido, cada candidato no seu devido lugar.
Nessa altura dos acontecimentos, todo esse desarranjo, que tem pai, mãe e propósitos muito bem arquitetados por alguns postulantes, fica fácil intuir que todo esse arrasta pé eleitoral visa ao confundir o eleitor, embaralhar-lhe a razão, servindo, por fim, somente àqueles que querem iludir e tirar proveito eleitoral imediato, pouco importando as consequências futuras.
Esse trem desgovernado, que agora parte da estação, levando a bordo aqueles que são os legítimos candidatos de si mesmo, rumo a outubro, mostra que ainda temos muito que evoluir até que tenhamos representantes à altura de um país continental e de nação de tamanha importância estratégica para o mundo. É preciso, o quanto antes, fixar uma placa anunciando: Procura-se urgentemente, um candidato à altura do Brasil. Falar com os brasileiros de bem.
A frase que foi pronunciada:
“Naquilo que concordamos denominar “civilização” reside inegavelmente um princípio diabólico do qual o homem apenas se deu conta, demasiado tarde, quando já não era mais possível remediá-lo.”
E.M. Cioran
Susto
Aumenta a audácia dos rackers em prejuízo, dessa vez, de correntistas bancários. Imagine consultar sua conta no celular e ver que tudo se foi. Isso passou a acontecer depois que o token eletrônico surgiu. Se continuasse sendo uma chave nas mãos dos clientes, dificultaria a ação dos meliantes. Aliás, a lei branda para esse crime está contribuindo sobremaneira para o aumento das ocorrências.
Cuidado
Ainda sobre o assunto acima, para se defender dos bandidos eletrônicos os correntistas que já sofreram esse tipo de ação passaram a usar dois celulares. Um apenas para movimentação bancária e outro para as redes sociais. A cada dia que passa está mais perigoso abrir links.
Sociedade
Dia 02 de agosto, às 15h, a Câmara dos Deputados vai debater em audiência pública “A importância da Policia Judicial na proteção de membros e serventuários do Poder Judiciário”. No link A importância da Polícia Judicial você vai saber como participar.
História de Brasília
No eixo de acesso SO 09-10 há dois postes no meio da rua, cercados de asfalto por todo o lado. Parece Pindamonhangaba, mas é Brasília. (Publicada em 08.03.1962)