VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
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Em toda e qualquer prestação de serviço onde inexiste a figura de uma concorrência sadia, sobram abusos, maus serviços e altos preços. E não adianta reclamar. Diante de monopólios, oligopólios e quaisquer outras formas de concentração e domínio comercial de serviços, quem sempre sairá perdendo e tendo prejuízos, serão os clientes.
Mesmo as autoridades e os órgãos de fiscalização e controle, que teriam, como função preliminar, que cuidar para que haja equilíbrio entre consumidores e fornecedores, têm se mostrado incapazes de dar solução adequada e definitiva a essas relações desiguais. Na maioria das vezes, isso ocorre porque os grupos de pressão atuam diuturnamente para distorcer essas relações em favor das empresas.
Outro fator que é visível e que torna as reclamações inócuas, ao lado do grande poder de lobby dessas empresas, é a pouca margem de manobra de muitas agências reguladoras, já que, desde a sua criação, foram imediatamente aparelhadas politicamente, perdendo de vista seu objetivo inicial. Com isso, lucros máximos passam a acontecer simultaneamente com princípios de ética mínima, atropelados ainda pelo desnível existente entre a grande demanda e a pouca oferta desses serviços.
Num país de dimensão continental como o Brasil, as grandes distâncias e a precariedade dos transportes, mesmo dificultando e emperrando o desenvolvimento do país, são fontes altamente lucrativas para aqueles que isoladamente exploram esses serviços. Esse é o caso, dentre muitos outros setores de nossa economia, das companhias aéreas que atuam no país. Incrivelmente, numa economia que se diz aberta, essas poucas empresas que atuam nesse setor conseguem a proeza de aumentar lucros e ganhos, reduzindo, ao mesmo tempo e na proporção inversa, a qualidade desses serviços.
Milhares de reclamações são registradas por ano por passageiros que se sentem espoliados e desrespeitados por essas empresas e pela Agência de Aviação Civil (Anac), pelos maus serviços seguidos sempre de preços extorsivos. A promessa de que haveria uma redução sensível nos preços das passagens em decorrência da maior cobrança no despacho de bagagens, obviamente foi um engodo, sendo que as tarifas tiveram um aumento de mais de 22%.
Hoje sai mais barato viajar para a Europa do que ir de São Paulo ao Nordeste brasileiro, uma distorção que só acontece por aqui, devido a essas deformidades em nosso mercado.
Durante a segunda grande guerra, o 1º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira (FAB) usava, como dístico na fuselagem de seus aviões de combate, a frase “Senta a Pua”, onde aparecia um avestruz empunhando uma arma que havia sido disparada contra o inimigo. É exatamente o que parece estar acontecendo agora com as companhias aéreas que operam em nosso país: todas mirando contra os passageiros, transformados em inimigos a serem depenados e depauperados pela ganância que há anos voa livre pelos ares desse país.
A frase que foi pronunciada:
“Não há nenhuma maneira de medir a qualidade e o sucesso de um produto pelo qual os consumidores são forçados a pagar.”
Murray Rothbard, heterodoxo norte-americano
Menos imposto
Hoje foi finalizado o Diferencial de Alíquota (Difal) embutido no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Isso significa que, graças ao pedido do Sindivarejista, o GDF colaborou com as fórmulas. A partir de hoje o comércio pagará menos 5% ao adquirir produtos fabricados nos estados.
Concurso
É preciso ter uma mudança radical nos concursos públicos aplicados no Brasil. Para ajudar a evitar fraudes, todos os candidatos deveriam ser autorizados a sair apenas ao final das provas. Isso evitaria fraudes.
Sucesso
O quiosque da Galega está vendendo muito bem no piscinão do Lago Norte. Já gradeou parte da área livre, o que não é o indicado.
Tilápia
Vimos na Rodoviária um senhor saboreando o peixe seco que levava para a Bahia. Tudo pescado no lago Paranoá. A família espera o avô com a melhor farinha do Brasil.
Fake
Professores não serão prejudicados com a Reforma da Previdência. Ela só valerá para quem começar a trabalhar na Educação depois da reforma. Muitas notícias fantasiosas atrapalham a divulgação do que é interesse nacional.
Refeito
Por falar nisso, no primeiro discurso do presidente do Brasil pelo PT, ele também falava sobre a necessidade de uma Reforma da Previdência. Mas não vingou.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Até hoje a Mesa da Câmara não tomou nenhuma providência no sentido de apurar a denúncia do “Diário de Notícias”, segundo a qual um relator de comissão técnica havia pretendido receber propina para o projeto “andar ligeiro”. (Publicado em 19.11.1961)