VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Uma frase escrita nesse domingo pelo jornalista Fernando Gabeira, em sua coluna no O Globo, chamou a atenção pela síntese que faz do momento atual que vivenciamos nessa travessia que nos conduz da margem esquerda para a margem direita do Brasil. Disse o articulista: “ideologias se interessam pelas ideias, não pelas pessoas.”
De fato, em todo o tempo e lugar, a preocupação fundamental das ideologias sempre foi a defesa do pensamento e das ideias daqueles núcleos que estão momentaneamente no controle do Estado, exercendo o poder e, por conseguinte, ditando regras aos demais. Regras, que se sabe, não são seguidas pela classe dominante. Na verdade, as ideologias têm servido apenas para ajustar a sociedade ou massas aos ditames emanados de cima, sejam elas de que matizes políticos forem.
Na atual situação experimentada pelos brasileiros ficou mais do que evidente de que os autos intitulados progressistas, capitaneados pelo Lulopetismo, não possuíam, de fato, compromisso algum com a democracia e muito menos com a chamada classe trabalhadora, na qual se apoiava apenas para manter o poder. Exemplo desse descompromisso e desdém pode ser comprovado com a razia promovida por aquele governo nos Fundos de Pensão do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e da Petrobras e dos Correios e porque não dizer, com o FGTS dos trabalhadores brasileiros.
Trata-se, nada mais, nada menos do que o dinheiro da poupança feita com o suor da labuta diária, com vistas a uma aposentadoria mais digna ao final da vida. Mesmo na questão do Programa Mais Médicos, o petismo mostrou, toda a indiferença para com os profissionais cubanos, transformados em meras commodities de Cuba e aqui exercendo um trabalho que muitos consideraram análogo à escravidão, inclusive os próprios médicos.
O mesmo se pode dizer das investigações da Operação Custo Brasil, deflagrada pela Polícia Federal em junho de 2016, que mostrou como o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e outros petistas desviaram entre 2009 e 2015, mais de R$ 100 milhões, de milhares de funcionários públicos que recorriam ao crédito consignado. Exemplos desse pouco caso com a classe trabalhadora promovido pelo partido que se dizia “dos trabalhadores” estão por toda a parte e confirmam a questão central das ideologias.
De fato, as ideologias se interessam pelas ideias, não pelas pessoas. Com isso, é preciso ficar atento também com as condições que serão postas aos brasileiros que ousaram atravessar a ponte, fugindo dos progressistas, rumo às terras prometidas pelos conservadores. É preciso observar, com cuidado, se, nesse novo paraíso, as ideologias ficarão focadas apenas nas ideias, distante ainda do desejo real da população.
A frase que foi pronunciada:
“Uma poesia tem mais poder que o manifesto. Talvez porque nós, os seres humanos, deixamos que as tripas decidam primeiro e depois a razão busque justificativas.”
Mujica, em entrevista
Humanos robotizados
Fossem juntar, uma a uma, todas as reclamações registradas oficialmente contra o mal atendimento do Banco do Brasil e a elas somassem as múltiplas contrariedades sofridas pelos clientes apenas na última década, com certeza, esse montante superaria, em muito, todos os recursos guardados nos cofres dessa instituição.
Não sabem atender
Com o advento dos computadores, um modernismo em que para os países sérios serviu para melhorar e agilizar o atendimento, o Banco do Brasil parece ter regredido à idade da pedra. A colocação de robôs e de pessoas mecanizadas com script único para todo e qualquer serviço, a qualidade que já era ruim conseguiu piorar.
Clientela
Com isso, fica a explicação do por que esse e outros bancos que operam no Brasil têm tanto medo da abertura desse mercado para a concorrência internacional. Fica claro também que essa é outra tarefa gigantesca que o novo governo terá pela frente. Derrubar o muro de Berlim dos bancos que operam no Brasil é uma questão reclamada pela sociedade, principalmente por aquela parcela que não opera com milhões de reais.
Comum
Já quem se serve desses bancos para lavar dinheiro e para realizar outras operações ilícitas o fazem sem aborrecimentos e sem que sejam detectadas por quaisquer instituições de fiscalização. Para esses, o atendimento é VIP.
Escravidão
33077200. Esse é o número disponível para denúncias sobre o trabalho análogo a escravidão. Já é um passo importante ter a quem apelar. Só que se trata de um telefone fixo do Ministério do Trabalho, que só funciona em horário comercial, embora o assunto exija maior flexibilidade nas denúncias que podem ocorrer na madrugada ou em fins de semana.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os japoneses da W-4 estão explorando demais nos preços da verdura. Outro dia, um deles disse que havia jogado fora enorme quantidade do produto, e advertido, por uma freguesa, da imoralidade de sua atitude, justificou dizendo que era para manter o preço. (Publicado em 05.11.1961)