Independência dos órgãos científicos é fundamental ao país

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Foto: luoman/Getty Images

 

“Em ciência, os dados podem ser questionados, porém sempre com argumentos científicos sólidos, e não por motivações de caráter ideológico, político ou de qualquer outra natureza.” É o que afirma a nota, divulgada agora pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em resposta às críticas que vêm sendo feitas sistematicamente pelo presidente Jair Bolsonaro contra os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que mostram o aumento sensível e continuado do desmatamento na Região Amazônica.

Para a SBPC, é inadmissível que um presidente ataque o Inpe, uma instituição que há 60 anos realiza esse trabalho e possui, portanto, um amplo conhecimento no país e no exterior, sendo essas críticas lesivas ao conhecimento científico. Essa é a chamada “crise da hora”, detonada, mais uma vez, pela mania que possui o presidente da República de falar antes de pensar ou de dar declarações sem medir as consequências.

Aliás, desde que tomou posse, Jair Bolsonaro e seu grupo de entorno, com destaque para seus dois filhos, têm se portado como uma fonte contínua de geração de conflitos sempre por motivos que passam longe dos interesses da nação e sobretudo da República. Não tem sido diferente com os órgãos de pesquisa, análise de dados e de divulgação de estudos e estatísticas. Principalmente quando esses dados chocam com os números e as pretensões costumeiramente divulgados pelo governo.

O presidente, assim como antecessores, parece não ter entendido ainda que a divulgação de dados sobre o que realmente acontece no Brasil, além de conferir credibilidade ao conjunto do governo, interna e externamente, contribui, de forma direta, para o processo de transparência e isenção tão necessário à República. O respeito e acatamento aos dados divulgados pelo Inpe e por todos os institutos de pesquisas do país são necessários ao próprio governo, à medida que auxiliam na confecção e no encaminhamento de políticas públicas e devem se blindados pelos humores dos governos de plantão.

Ao lançar dúvidas sobre os números divulgados por esses centros de pesquisa, o presidente contribui de forma direta para desacreditar o próprio governo, uma vez que a população passa a ver nos dados superlativos apresentados pelo próprio presidente, em seus discursos, um método para esconder e maquiar a realidade do país.

O conjunto de dados que vão sendo produzidos por esses centros de pesquisa ajuda o país a entender o seu processo de desenvolvimento ao longo do tempo e não pode ser manipulado de forma alguma, sob pena de perdemos o contato com a realidade, construindo um país de faz de contas. A independência de órgãos científicos é, talvez, a mais importante bússola a orientar o país e deve ser seguida, quer desagrade ou não o governo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras.”

William Shakespeare, poeta, dramaturgo e ator inglês.

Imagem: reprodução da internet

 

 

Debate

Deu cheiro de fumaça na Comissão do Direito do Consumidor na Câmara dos Deputados. Alceu Moreira, do MDB, gaúcho, deixou claro que se tivesse que concordar com qualquer coisa que o deputado que o antecedeu dissesse a seu respeito, teria certeza absoluta de que estaria errado. Nada do que ele faça ou diga traria qualquer tipo de acordo. Logo depois, alfineta o deputado petista Jorge Solla, dizendo que tinha certeza que o nobre deputado defendia uma causa, mas não, estava só brincando.

Foto: camara.leg

 

 

Emprego

Processo seletivo aberto pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF). São 217 vagas para várias especialidades e cadastro de reserva em 20 cargos. Bioquímicos, Engenheiros, Enfermeiros, Médicos e Técnicos de Segurança no Trabalho, além de Assistentes Administrativos (apenas para portadores de deficiência física). Inscrições gratuitas até o próximo domingo.

Cartaz: agenciabrasilia.df.gov

 

 

Os sem paz

Foi-se o tempo em que autoridades enchiam o peito para destacar o broche na lapela indicando o alto cargo ocupado. Hoje, salas especiais em aeroportos e saídas secretas diminuem o confronto. Quem se arrisca a frequentar restaurantes deve estar preparado. Com as redes sociais, a notícia chega em segundos e grupos são organizados para o embate. O mais recente a perder as estribeiras foi o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que passa as férias no Pará. Universitários fizeram questão de aparecer no restaurante e registrar os protestos.

Foto: Reprodução

 

 

Nascimento

Começaram a divulgação do show de Milton Nascimento em Brasília. Com participação de Lô Borges, o evento está programado para o dia 7 de novembro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, às 21h.

Cartaz: bilheteriadigital

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As obras, dr. Laranja. O fichamento está bem feito. Falta, agora, emprego. Há muita coisa a atacar de pronto. (Publicado em 25/11/1961)

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