VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Fossem divulgados, de forma absolutamente aberta e transparente, os dados que o governo federal possui em mãos e que as autoridades como o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e mesmo aqueles que anualmente a ONU levanta, indicando um aumento assustador da pobreza no Brasil e no mundo, a sensação que muitos têm desse fenômeno preocupante logo se transformaria em um estado de pânico generalizado, tamanho é o problema que se arma pela frente.
Em todas as suas variantes, a pobreza avança vorazmente sobre as cidades, dentro e fora do país, o que confere a esse fenômeno internacional um status de maior desafio da humanidade nesse início de século. Dados relativos apenas ao nosso continente, divulgados há poucos meses pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), vêm alertando para as consequências que o aumento da pobreza e da desigualdade social trarão, a curto prazo, para o desenvolvimento econômico, social e político e que poderão resultar não apenas em crises humanitárias de grandes proporções, mas em motor de instabilidades generalizadas desses países.
A estimativa feita pelos técnicos da Cepal, ainda no final do ano passado, era de que o número de pobres e miseráveis alcançaria a marca de mais de 191 milhões de pessoas, índices esses puxados justamente por países como a Venezuela e o Brasil.
O pior é que esse avanço da pobreza na região vem seguindo uma alta constante e crônica nos últimos anos. O baixo crescimento econômico do Brasil em 2019 de apenas 1,2%, e que resultou numa fraca expansão nos investimentos, colabora, ao nosso modo, para o crescimento da pobreza e da desigualdade.
Não é preciso aos brasileiros, que observam essa cena, qualquer especialização nas ciências econômicas para se certificar de que o aumento exponencial da pobreza é um dado negativo que requer providências permanentes. Aqui mesmo na capital, são flagrantes, principalmente na área do Planto Piloto, o aumento de pessoas vivendo nas ruas, inclusive menores de idade e idosos.
Em praticamente todas as áreas de comércio, seja das entre quadras ou das regiões centrais, observa-se, a cada dia, o aumento de pedintes ou de pessoas vivendo de bicos improvisados para sobreviver. A esses se juntam menores que se drogam à luz do dia protegidos pelo Estado e que tornam a vida dos transeuntes um risco constante.
Os economistas são unânimes em reconhecer que por detrás de um crescimento sustentável e real está a diminuição da desigualdade e da pobreza. Na avaliação desses especialistas, só há desenvolvimento econômico onde o fantasma da pobreza foi vencido de formam racional e satisfatória.
É preciso, no entanto, acabar com a narrativa ilusória de que a redução da desigualdade havida entre 2002 e 2014, foi, no caso do Brasil, motivado por ações políticas do período petista. Na realidade esse bom período na economia interna foi motivado, exclusivamente, pelo boom, sem precedentes, havido no mercado internacional, com relação aos preços das commodities, setor no qual nosso país se destaca.
Ao contrário, tivesse existido naquela ocasião um meticuloso respeito pelos princípios da responsabilidade fiscal e pelos ensinamentos milenares de que, em épocas de bonança, o que vale é o estímulo à poupança, não haveria hoje uma legião de mais de doze milhões de desempregados deixados pela incúria daqueles governos.
A frase que foi pronunciada:
“Não foi Deus quem criou a pobreza. Ela existe porque você e eu não dividimos o que temos.”
Madre Teresa de Calcutá, religiosa católica de etnia albanesa naturalizada indiana.
Leitura
Ministra Ellen Grace tem participação importante na interpretação da Lei do Marco Civil da Internet. Em artigo sobre o assunto, ela faz uma análise sobre a constitucionalidade da legislação dentro das perspectivas de liberdade de expressão, privacidade do usuário e neutralidade da rede.
Concerto
Hoje é dia de Concerto Internacional de Verão na Escola de Música de Brasília, a partir das 18h15, com o coral da Musicalização Infanto-juvenil. Às 20h, Canções da Ópera do Malandro, e 20h30, Bandas do 41 CIVEBRA. A programação continua amanhã, veja os detalhes a seguir.
Opinião
Alison Sousa, vice-presidente do Sindilegis, em audiência pública na comissão dos Direitos Humanos do Senado, declarou que a política do ministro Guedes é ultrapassada. Estava em defesa dos servidores públicos. Propôs um serviço público eficiente com um Estado com capacidade de investimento e manutenção de políticas públicas eficientes. “Se existe alguém com capacidade para ajudar o progresso do país, esses são os servidores públicos.”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O primeiro sorteado terá direito a um rádio, o segundo a um molinete, o terceiro, um par de sapatos, e o quarto, uma camisa esporte. (Publicado em 16/12/1961)