Categoria: ÍNTEGRA
» Ontem, Maria Odília, José Aroldo e o sr. José Cordeiro Cavalcante prepararam surpresa para dona Terezinha Cavalcante. Um aniversário cheio de carinho, em que, rodeada pela família, pôde viver a alegria dos frutos que deu. Marido, filhos e netos a sua volta, exatamente como são aos domingos, engajados no programa da rádio Nova Aliança, que vai ao ar às 20h. Meu amigo Levy de Assis ficaria orgulhoso dessa família.
Sem obstáculos maiores pela frente, a proposta do governo prevê benefícios diretos a todas as empresas que delatarem esquemas de corrupção na União, nos estados e municípios. O intuito, segundo o governo, de construir agenda econômica positiva, evitando demissões e fechamento de empresas, não resiste a análise mais detida desses acordos.
Na verdade, a pressa do governo tem sentido prático: mostrar aos grandes empresários, sobretudo os envolvidos na Operação Lava-Jato e congêneres, que os políticos que integram o atual governo, beneficiários diretos do grande propinoduto revelado, desaprovam a conduta bisbilhoteira do Ministério Público e da Polícia Federal sobre suas atividades.
Como prova desse descontentamento, acendem uma luz no fim do túnel para guiar com segurança os grandes doadores das campanhas políticas para fora dessa encrenca. De certa forma, ao abrandar as penas dos empresários desonestos, sob o argumento de preservar empregos, o que o governo deixa transparecer é a ansiedade pelo advento de possível grande pacto de conciliação, capaz de esfriar a fervura com as investigações lá de Curitiba.
Para aqueles que entendem do assunto, a MP é inconstitucional, pois coloca na mesma mesa de negociação corruptores e corrompidos, alijando o resto da sociedade, que, ao fim ao cabo, é que ficará com os prejuízos. Acordo dessa natureza só poderia ser estabelecido, após as conclusões da Operação Lava-Jato e semelhantes, colocando, em primeiro lugar, as punições cabíveis e ressarcimentos devidos, para, depois, se for o caso, pensar em abrandamento das penas.
Ao colocar o carro adiante dos bois, este governo, já desacreditado pela maioria da população, consegue levantar mais suspeitas sobre si e seus atos. Chama a atenção ainda o apelo, sob forma de alerta, de que as empresas que primeiro assinarem os acordos terão mais chance de perdão do que as retardatárias.
“O crime compensou!”
Voz desconhecida saída da Papuda
Aprovado pelo Congresso o projeto de lei sobre repatriação de recursos. À primeira vista, o nome remete à recuperação de recursos que deveriam responder ao fisco brasileiro. Na realidade, trata-se da anistia para os crimes de sonegação fiscal contra o que deveria ser contribuinte.
Na lista de anistia da proposta, há ainda o perdão ao descaminho, uso de documento falso, associação criminosa, contabilidade paralela, funcionamento irregular de instituição financeira e falsa identidade a terceiro para operação de câmbio. A informação é do jornal da Câmara.
“Nosso parque é à prova até de bomba atômica.” Assim o ministro Dias Toffoli garantiu que a Justiça Eleitoral pode, com pouca verba e alta segurança, administrar o Registro Civil Nacional.
Quem discordou para proteger o cidadão de ações políticas foi o subsecretário de Arrecadação da Receita Federal, Carlos Occaso, que tomou a palavra para esclarecer que o CPF é seguro e que essa integração de dados é descabida. Contrariado, o ministro respondeu que estava naquela audiência para debater apenas com parlamentares, ou seja, apenas com quem não conhece a prática do sistema.
Odilio Denys: “Desconheço os problemas que dizem existir. Se existe algum, ele pertence ao Congresso Nacional”. (Publicado em 28/8/1961)
Com a confirmação pelo Supremo Tribunal Federal, abrindo ao Senado a possibilidade não só de validar por maioria simples o afastamento de Dilma Rousseff por seis meses, como rever toda a decisão adotada pela Câmara, a judicialização do rito de impeachment, que é um processo eminentemente político, ganha protagonismo.
A maioria da população, que enxerga no atual governo a origem de toda a crise, terá que aguardar, até o fim do recesso, para saber que caminhos as autoridades apontam para tirar o país do fosso. Até lá, muita coisa pode acontecer, a começar pela mobilização das ruas e radicalização das manifestações pró e contra o impeachment.
Para muita gente lida, vista e ouvida, a decisão da Corte Suprema, dando sobrevida a Dilma, não surpreendeu, pois muitos identificam no STF uma instância simpática aos desejos de um governo que, ao fim ao cabo, indicou a maioria dos atuais ministros. Há inclusive quem acredite que o voto do relator, Edson Fachin, a favor do rito da Câmara, deu a senha para a mudança de rumos dos demais ministros, numa ação combinada nos bastidores.
O advogado-geral da União, Luís Adams, ao comemorar a vitória no STF com a afirmação de que “o trem entrou nos trilhos”, deixou dúvidas se, no caso, o trem era o processo em si ou a própria Corte, que votou de acordo com as necessidades do governo. De toda a forma, o que se tem, com a decisão final do STF sobre o rito do impeachment, é a volta aos trilhos da própria crise, pelo prolongamento do percurso e do tempo que esse trem terá ainda que percorrer.Em outra frente, o governo volta a intervir indevidamente no PMDB, reconduzindo, de forma artificial, o deputado amigo Leonardo Picciani (PMDB-RJ) na liderança do partido. Essa recolocação do “homem do Planalto”, chamado por alguns de “líder paraguaio”, garante a indicação de nomes contrários ao impeachment de Dilma na comissão a ser novamente formada. Daí terá o poder de criar feridas profundas nessa legenda, aprofundando o racha e tornando ainda mais incertos os rumos desse partido.
À coleção de pessoas magoadas pela atual ocupante do Planalto, soma-se agora parte significativa do maior partido de sua base de apoio. Durante o recesso do Judiciário e do parlamento, o Executivo vai trabalhar em todas as frentes para soterrar, de vez, o processo de impeachment.
Nessas negociações, sabe-se que o preço cobrado pelo apoio é sempre exorbitante. Diante de uma situação em que os especialistas já denominam de depressão econômica, o labirinto que o governo teceu com as próprias mãos ameaça enredar também os brasileiros. Todos, sem exceção.
“Não é possível que um país com tantos cientistas e instituições respeitadas de pesquisas fique de braços cruzados assistindo pernilongos diminuírem o cérebro da próxima geração.”
Osvaldo Cruz, se fosse vivo