Dinheiro público

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL


Dinheiro público é sagrado,
pelo menos, deveria sê-lo. Fossem respeitados os limites para os gastos do governo, obviamente não seriam necessárias a adoção de medidas emergenciais e paliativas como o aumento de impostos e muito menos de arrocho fiscal. Houvesse esse temor reverencial aos recursos retirados dos cidadãos, nada do que ocorre hoje, inclusive o lento processo de impeachment, estariam em pauta.

Leis claras e objetivas deveriam ser erigidas para blindar o dinheiro público das razias dos governantes. Leis que penalizassem os infratores na exata medida de seu desatino. Se para cada real desviado, correspondesse um dia de prisão e multa equivalente, o caminho da probidade estaria facilmente aplainado.

Em maio deste ano, o ainda governo Dilma, através do decreto 8.456, cortava 22% ou R$ 70 bilhões do Orçamento da União, para fazer frente aos desajustes profundos nas contas públicas. Essa medida em si já sinalizava, para além do núcleo fechado do governo, que alguma coisa de muito séria estava acontecendo com os recursos da União.

O chamado “corte na carne”, anunciado fora de tempo e contexto, por uma equipe econômica já sem crédito e complemente rendida aos caprichos da presidente, causou mais surpresas do que contrariedades. Por esta época, o país já vivia sob o clima pesado por conta dos sucessivos escândalos que brotavam de dentro do governo. Embora não se conheçam os detalhes internos que levaram a adoção desse decreto, o certo é que ele marcou de forma indelével as relações da presidente com seu partido. A adoção dessa medida deixou claro que as promessas de campanha não só não seriam cumpridas, como não seriam cumpridas nenhum outro planejamento prévio, inclusive o Plano Plurianual.

A bandeira do partido da presidente que pregava a redução sustentada das desigualdades sociais e econômicas, fora irremediavelmente rasgada, Restava a presidente o apoio constrangido de sua base de apoio. Os corte atingiram em cheio os Mínistérios do Desenvolvimento agrário (53%), da Educação (23,7%), da Pesca e Aquicultura ((78%), além das Secretarias de Promoção da Igualdade Racial (56%) e Direitos Humanos (56%). A redução significativa dos investimentos nas áreas sociais, deixou a presidente suspensa no ar, segura apenas pelo pincel. Diante da encruzilhada de cortar em áreas sociais e sobreviver no cargo, Dilma optou pela segunda hipótese, conseguindo ainda uma sobrevida no governo, mas já era tarde.

A profanação do dinheiro público, pela má gestão desses recursos e, principalmente pelos inúmeros episódios de corrupção que a Nação vai tomando conhecimento, selaram o destino de Dilma. Os episódios que resultaram no seu afastamento, resumidas nas chamadas pedaladas fiscais, representam apenas uma gota d’água no oceano das tribulações experimentadas e induzidas por um governo de triste memória.

A frase que foi pronunciada:

“ Só criei o SBT porque as portas estavam fechadas para mim.”

Silvio Santos, dando a dica para quem precisa conhecer o próprio valor.

Hoje

Vale visitar o templo budista na entrequadra 315/316 Sul. Volta a quermesse que já se tornou tradição na cidade. Monge Sato e equipe mantém a organização, clima de paz e a delícia da cozinha japonesa.


Ah ta!

Agora é lei. Todos os alimentos perto do vencimento devem ser doados pelos supermercados a instituições de caridade. O que acontece é que o mercado diminui o preço justamente desses produtos, que ainda caro são desovados nos carrinhos das donas de casa que sempre estão em busca de ofertas para manter o equilíbrio das finanças domésticas.

Leitora

Sobre a falta de pediatras no hospital do Gama. Não conheço a realidade daquele hospital, mas constato o caos na pediatria em Brasília de forma geral.

Recentemente, a pediatria do hospital Alvorada ( particular e ligado ao grupo AMIL ) fechou as portas e a reabertura está nas mãos da justiça. Nesta semana, fala-se do fechamento da pediatria do HRAN, (um dos principais e bons hospitais públicos da cidade).
Alega-se que esta especialidade da medicina não demanda muitos procedimentos e acaba tornando pífio e inócuo o retorno financeiro. Apenas sobrecarrega fisicamente os hospitais.
No entanto, a questão permanece. Seja no Gama, no Plano Piloto, em qualquer parte. A pediatria cuida do futuro. Há pediatras – e muitos – querendo fazer seu trabalho. Mas como, se o futuro está cada vez mais longe? Ana Maria

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Para os que gostam de caça e pesca, vejam este resultado de fim de semana no nosso Dick Shaw, do Informador: 5 pacas, uma capivara e 80 quilos de Tucunaré. Superou o recorde de “conversa de pescador”, que pertencia, até então, ao Auristelio Ponte.(Publicado em 12/09/1961)

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