Autor: Circe Cunha
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br Colaborou: MAMFIL
Construído para ser um dos palcos dos jogos da Copa do Mundo de 2014, o Estádio Mané Garrincha, com capacidade para 72.788, é, de longe, o monumento aos esportes mais polêmico e desnecessário já construído no país.
Com uma média de US$ 11,4 mil gastos por assento, o estádio consumiu mais de US$ 830 milhões para ser erguido e se coloca em primeiríssimo lugar quando o assunto é o mais caro de todas as arenas construídas para receber os jogos da Copa. Em relação às arenas mundiais, é apontado como o terceiro estádio mais caro do mundo.
A enorme fortuna vinda do contribuinte enterrada numa obra gigantesca, em pleno coração da capital, até hoje não justificou o investimento e, pior, vem dando sucessivos prejuízos para os cofres públicos.
Sua manutenção custa ao contribuinte R$ 700 mil mensais. A monumentalidade da obra, projetada totalmente fora dos parâmetros estéticos da arquitetura da capital, chama a atenção de todos que passam naquela localidade por seu volume pesado, apoiado por dezenas de colunas, que lhe conferem um aspecto de objeto inerte, monstruoso e fechado.
A altura do monumento também não respeitou os prédios em volta, o que acabou conferindo a esse mastodonte de concreto uma importância que absolutamente não possui nem para o governo nem para a cidade nem para sua arquitetura desengonçada.
Não bastassem essas características para torná-lo um autêntico elefante branco, essa arena foi erguida numa cidade que não tem nem nunca teve tradição no futebol. Não possui times de expressão nacional e os poucos que se arriscam nessa modalidade não conseguem atrair público para assistir a seus jogos.
A situação beira o surreal: um estádio dessa magnitude, erguido numa localidade onde o futebol praticamente inexiste, em uma cidade onde a população padece de boa educação, boa saúde, segurança e transporte.
Só é possível uma explicação para um fato tão inusitado quando se suspeita que por trás dessa construção tenha ocorrido grandes volumes de propinas e outras modalidades do esporte da corrupção e desvio de dinheiro em obras públicas. Atletismo com a corrida da corrupção onde a disputa se resumia em saber quem levava mais vantagens às custas de uma população inanimada ou talvez uma luta de boxe em que a ética e a moral sucumbiram no primeiro round. Pode-se pensar também num salto ornamental no qual não há como fugir da lei. Da lei da gravidade e se esborrachar como partido.
Para não ter que arcar com todo esse gasto desnecessário, a equipe do governador Rodrigo Rollemberg, que herdou o paquiderme, tratou logo de mudar de finalidade, dando ao estádio a possibilidade de explorar outras fontes comerciais, como a criação de sala de cinema, teatro, academia, casa de shows. Mesmo essas atividades, pelas características de arena da obra, não parecem ter futuro promissor.
Enquanto a solução comercial não surge ou mesmo as sanções penais dos autores desse monumento não acontecem, o estádio continuará a ser palco da selvageria de torcidas organizadas vindas de fora e que transformam aquela arena no que ela é de fato: um monumento ao desperdício e palco de luxo para a violência no futebol, dominada hoje por facções e hordas criminosas.
A frase que não foi pronunciada
“ Vamos afundar o Brasil ou vamos refundar o Brasil?”
Sem ouvir direito a pergunta, alguém quis saber a resposta e também não entendeu.
Leitor
“Saiam do seu mundinho estreito e obtuso e estudem a questão dos meios de comunicação em outros países antes de escreverem bobagens. Assina Wonder Braga.” Apesar de o remetente do e-mail criado ser Wander Braga. Pode ter sido um erro de digitação. Vamos aguardar a resposta sobre a que países ele se refere. A coluna trazia na abertura o título TV chapa branca. Sr. Wonder ou Wander. Esse é um espaço democrático, onde quem pensa diferente e assina que diz é bem-vindo.
Sem tempo
Érica Vivian Leal Gonçalves, estudante, nos diz que está revoltada com o passe estudantil – DFTrans. Sem tempo para encarar a fila, está pagando R$ 12 por dia. A reclamação se estende à falta de publicidade sobre a entrega da documentação, prazo estendido para o dia 2 de junho para o recadastramento
Release
Informação importante para os pais e professores. Estudo da Organização Mundial da Saúde conclui que 32 milhões de crianças vivem com algum tipo de perda auditiva, que em muitos casos poderia ser prevenido. O baixo rendimento escolar, a troca de sílabas durante a pronúncia das palavras e a aparente timidez nem sempre querem dizer que a criança não quer estudar. O problema pode ser a audição.
Absurdo
Renato Mendes Prestes nos pede divulgação no seguinte. O restaurante Scenárius, que fica no Setor Comercial Sul, atendeu com qualidade e esmero seus clientes durante 21 anos. Precisou encerrar as atividades pela falta de segurança na área, assim como o fator determinante: a cracolândia do SCS.
História de Brasília
Daqui, um aviso aos gaúchos: não ponham seus carros no gramado da Câmara dos Deputados. Ela está seca, porque é natural no cerrado. Nas primeiras chuvas, ficarão novamente verdes, se você não puser carros em cima. (Publicado em 07/09/1961)
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Mais uma polêmica envolvendo o governo interino de Michel Temer está no ar, ou melhor, fora do ar. Trata-se da recondução do jornalista Ricardo Melo à presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A determinação foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli em caráter liminar, até o julgamento do mérito da ação pelos membros do tribunal. Melo tinha sido exonerado por Temer, em 17 de maio, que nomeou para seu lugar o também jornalista Laerte Rimoli. Houve um princípio de rebelião na empresa, com a eminência de substituição geral dos muitos nomes indicados pelo Partido dos Trabalhadores para comandar a EBC.
Apesar de o estatuto da empresa apontar para possível independência editorial da emissora, o fato é que ao longo da última década a estatal foi utilizada sistematicamente para fazer propaganda do governo. O uso dessa empresa como agência de propaganda dos ocupantes do Palácio do Planalto e de seu partido vinha chamando a atenção de todo mundo, tanto que a emissora era tratada como uma tevê chapa-branca, concebida nos mesmos moldes do antigo Departamento de Imprensa de Propaganda (DIP) do governo Getúlio Vargas, criado em 1939.
Criada em 2007 para coordenar as emissoras de televisão e rádio públicas federais, a EBC engloba, além da TV Brasil, a TV Brasil Internacional, rádios EBC (Rádios Nacional do Rio de Janeiro, AM e FM de Brasília, da Amazônia e do Alto Solimões, rádios MEC AM e FM do Rio de Janeiro e rádio MEC AM de Brasília), Agência Brasil, Radioagência Nacional e Portal EBC, além de prestar serviços para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República produzindo o canal TV NBR e o programa de rádio A voz do Brasil.
A criação da empresa veio, dentro do esforço que o governo Lula de “democratização dos meios de comunicação” — que na nova linguagem petista significava justamente o contrário —, favorecer as mídias que atuavam em favor do governo e contra toda manifestação da oposição. Como tevê chapa-branca que é, com Dilma ou Temer, o que a empresa estatal não conseguiu, ao longo de sua existência, foi manter-se dentro dos padrões e das exigências do livre mercado. Nesse setor a competição é feroz e altamente profissional.
A EBC, no máximo, conseguia a proeza de ser traço na audiência. Desprezada pelo público em geral, a empresa é mais um encargo desnecessário posto nas costas do contribuinte, que tem que arcar com os altos custos para manter uma TV que ninguém vê. Seja Laerte ou Melo, o melhor que o governo Temer tem a fazer, aproveitando a pendenga, é entregar a emissora para quem conhece do métier, privatizando essa e outras fontes de despesa que não interessam ao cidadão nem, principalmente, ao contribuinte.
A frase que foi pronunciada
“Quando recebo uma injúria, preciso erguer a minha alma tão alto que a ofensa não chegue até mim.”
René Descartes
Release
Um dos maiores especialistas em desenvolvimento e aplicação de lasers do país, o médico Rafael Nunes dá um passo importante para posicionar o Brasil como polo científico e tecnológico. Ele inaugura na próxima semana, em Belo Horizonte, o Centro Avançado de Ensino e Pesquisa para capacitar profissionais e fomentar a pesquisa da medicina estética. Na capital federal, o cirurgião plástico já tem trazido técnicas de ponta e exclusivas para a Clínica Dr. Laser, localizada na 107 Norte, onde atende.
Comida boa
Restaurantes comunitários vão ser valorizados na crise. Ainda com preços baixos, o governo pretende aumentar a oferta com mais refeições e pratos especiais em datas comemorativas.
Teias
Setores Fantasma Sul, Fantasma Local Norte. O número de lojas fechadas dá um ar doentio aos setores de comércio. Placas, faixas, telefones informando o fim dos negócios. A situação reflete o futuro sombrio que desponta.
Rios mortos
André Carvalho nos informa que, depois de seis meses do desastre em Mariana (MG), as condições de fiscalização das barragens de mineração em todo o território brasileiro preocupam sobremaneira o DNPM. Sem condições de monitorar as 662 barragens, o crime ambiental ocorrido em Mariana poderá se repetir.
Sucata
Desde maio de 2001, documentos registrados pelo Tribunal de Contas da União alertam para a situação de sucateamento do DNPM. Na página 9.490 do Diário do Senado Federal está à mostra dos quase 15 anos de denúncia para essa situação que mesmo depois da morte de um rio, continua a mesma.
História de Brasília
Amanhã começarão a chegar aqui os primeiros carros com a chapa RS. São parte do ritual e do rodízio por que vive a cidade. (Publicado em 7/9/1961)
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No realismo fantástico em que se transformou a política brasileira na última década, nada mais causa espanto. Até mesmo o retorno melancólico de Dilma Rousseff à Presidência da República, com direito a foguetório, fanfarra e tudo mais. Ocorre que o martelo não foi batido e Dilma ainda é uma presidente afastada. Fala-se em revisão de alguns votos no Senado. Basta, para tanto, que dois dos 55 votos dados em prol do impeachment sejam modificados.
O governo do presidente interino Michel Temer tem dado alguns tropeços na largada, hesitado em algumas medidas, perdido ministros, aumentado salários fora de hora. Se, pelo lado jurídico, o processo que respaldou o impeachment está bem amarrado tecnicamente, o mesmo não ocorre com o trâmite político da questão, em que a variável humana é colocada ao sabor do momento em que a Operação Lava-Jato se encontra.
À medida que as investigações avançam sobre os políticos, pode haver um recuo no voto de um ou de outro parlamentar. Paira a nuvem da incerteza sobre a votação final. As gravações mostrando os diálogos de Sérgio Machado abriram brecha de luz sobre todo o processo. Pelo menos é o que creem os petistas.
As manifestações populares que varreram o governo Dilma para fora do Palácio do Planalto também são uma incógnita. A questão é: haveria espaço para pressão popular contra um rito estritamente legal que trouxesse Dilma de volta ao Executivo? Observadores têm chamado a atenção para uma possível carta na manga escondida pela presidente, que seria a promessa de convocar a antecipação de eleições gerais, tão logo voltasse ao poder. Esse recurso extraordinário serviria para passar uma borracha no passado de muita gente, inclusive, no da própria presidente que, hipoteticamente, seria substituída e absolvida do processo político de afastamento.
Nas oportunidades em que ela precisa falar em público, a presidente tem martelado que o governo de Michel Temer empreenderá cortes profundos nos programas sociais. O que ela não explica e esconde da audiência é que, se esses cortes forem feitos de fato, é porque os cofres públicos estão vazios. Ademais, o enxugamento de muitos programas sociais foi feito ainda durante seu segundo mandato, por imposição da frágil realidade dos números. Para as plateias encantadas, Dilma tem repetido o latinório de que a direita golpista e neoliberal vem impondo um retorno ao passado e que os mais prejudicados serão os menos favorecidos.
Esse discurso de que se ensaia volta a um passado de angústias e aflições escamoteia o fato de que o regresso da querida ao Poder Executivo é, em si, repetição do mesmo modelo que já arruinou a Venezuela e ameaça se repetir no Brasil. O que Dilma não compreende e seus companheiros não aceitam é que eles são parte de um passado que a nação, a duras penas, tenta esquecer.
A frase que foi pronunciada:
“Fofoqueiros alimentam as injúrias, os justos pedem provas.”
Karl Nesh
Release
Recebemos convite para o Arraiá do Dotô, que vai acontecer para a imprensa. O presidente da AMBr, Luciano Carvalho, estará presente e à disposição para falar de assuntos como a crise no setor de saúde do DF e o excesso de exames pedidos nos consultórios. A festa junina da Associação Médica de Brasília será no próximo dia 11, na própria associação.
Concorrência
Comunicação importante sobre a parceria entre os Correios e EUTV. A experiência foi bem-sucedida em Angola. O presidente dos Correios, Heli Siqueira de Azevedo, aduz que a empresa pretende disponibilizar planos de serviços e ofertas próprias, de acordo com o perfil do público. “Nossos clientes são os usuários de nossa rede de atendimento de quase
12 mil pontos em todo o território nacional. É esse público que pretendemos atender com esse novo serviço. Somando a capilaridade e a força da marca Correios com a expertise e a disposição da EUTV em prover serviços inovadores e de forte apelo para o público de baixa renda, essa parceria reúne todos os elementos para ser um grande sucesso.”
Lá vem
Por falar em Angola, um título de matéria da rádio Atividade, da Jovem Pan, chama a atenção: “Lava-Jato mostra que Brasil, Angola e Portugal são mais que países-irmãos, são irmãos metralha”. Esse poço de corrupção é mais fundo que o pré-sal!
História de Brasília
Brasília sofre sempre as influências de origem. Na mudança, eram os cariocas. No governo, eram os mineiros, depois, os paulistas, e agora, os gaúchos. (Publicado em 7/9/1961)
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Num mundo globalizado pelos efeitos instantâneos da internet, as informações correm o planeta com a velocidade da luz. Antes mesmo que as autoridades possam agir para peneirar as notícias, retirando de circulação aquelas mais incômodas para o governo, a verdade dos fatos já circulou por todos os cantos e se impôs soberana.
Com relação à epidemia do zika vírus que vem assolando o Brasil, o mundo sabe que, nessa altura dos acontecimentos, nosso país é o campeão em casos registrados. Nos últimos meses, mais de 91 mil casos dessa doença foram notificados. Somente na Região Nordeste, mais de 30 mil casos foram reportados entre janeiro e abril deste ano. Essa é a região com mais números de casos de microcefalia. Pelas estimativas, por baixo, mais de 1,5 milhão de brasileiros contraíram a doença. O problema é de tal magnitude, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, recentemente, o alerta de emergência global.
Além da microcefalia, o vírus da zika pode causar a síndrome de Guillain-Barré, grave enfermidade neurológica, que provoca paralisia e pode levar à morte do paciente. No primeiro trimestre deste ano, 802 mil casos de suspeita de dengue foram registrados, com 140 mortos. É tamanha a repercussão internacional com as notícias dessas epidemias que um grupo formado por cerca de 150 cientistas de renome mundial chama a atenção do governo para as graves consequências trazidas pelo vírus. Para o grupo de pesquisadores, algumas das consequências são bem mais graves do se supunha no início.
Da microcefalia aos distúrbios neurológicos, os vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, são potentes, com predileção pelo sistema nervoso humano e ainda não se conhece, com exatidão, a extensão de seus malefícios para a saúde humana. Em mais de 60 países, a presença do vírus já foi detectada, dos quais 39 nas Américas, alerta a OMS. Pesquisadores e sanitaristas famosos têm sustentado, inclusive, a hipótese de as autoridades brasileiras reverem a realização das Olimpíadas do Rio de Janeiro, remarcando o evento para uma data futura, da mesma forma que foram adiadas ou canceladas as Olimpíadas de 1916, 1940 e 1944.
Com os altos investimentos já feitos na imensa infraestrutura do evento, o governo brasileiro tem relutado em encarar a possibilidade de adiar o torneio. A própria OMS tem sido acusada de rejeitar a proposta de cancelamento provisório do evento, pedida por muitos cientistas, devido a conflito de interesses e por ter parceria com o Comitê Olímpico. A consequência, dizem os cientistas, é que aumenta o risco de difusão do vírus e da enfermidade. “Com meio milhão de pessoas indo ao Rio para os Jogos — e não se trata de visitantes habituais, e sim que vêm de cada canto do mundo —, abre-se a possibilidade de que uma pessoa de qualquer lugar se contamine. Ao retornar ao seu país, os mosquitos locais podem transmitir a doença.” Para esses especialistas, há uma chance real de que a epidemia surja em outras localidades do planeta, com consequências imprevisíveis.
Depois da Copa do Mundo de Futebol, que deixou um rastro de obras mal explicadas por todo o país e um 7×1 intragável, a não realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro, por causa de um mosquito, colocaria o Brasil na vitrine mundial, como exemplo de país em que o encontro do esporte com a política resultou no maior desastre que se tem notícia em todos os tempos.
A frase que foi pronunciada
“Corte-se até a verba para a alimentação. Mas não se sacrifique a biblioteca.”
Oswaldo Cruz
Mais cedo
A senadora Simone Tebet agitou as discussões sobre o impeachment. Depois que o presidente da comissão, Raimundo Lira, acatou o pedido da senadora para diminuir o prazo para a entrega das alegações finais da defesa e para a acusação de 15 para 5 dias ,o ambiente esquentou. A ideia é que tudo esteja resolvido em julho.
Iniciativa
Criar núcleos de planejamento, coordenados por pesquisadores de universidade e com a participação de atores locais, tanto de instituições públicas quanto privadas, com o propósito de fortalecer as economias e os sistemas produtivos das regiões. O objetivo está estampado nos informativos da Câmara dos Deputados.
Ação
O deputado federal Vitor Lippi é quem coordena o Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados. Dirigentes das principais universidades e especialistas em pesquisa de extensão discutem o conhecimento científico e ações que valorizam as microrregiões do país.
História de Brasília
Agora, ao dr. Jânio. Antes que o senhor chegue ao próximo porto, em seu navio de luxo, no exílio voluntário, saiba que o país tem novo governo. Sua ausência na hora necessária já está suprida, e lamentamos apenas os dias angustiantes pelos quais passamos. Hoje, todos procuram uma razão para o seu gesto, e nós encontramos apenas duas: ignorância ou má-fé. (Publicado em 6/9/1961)
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No imenso armário de esqueletos, deixados para trás pela gestão petista nos 13 últimos anos, jazem amontoados num canto escuro os escombros daquela que foi a mais importante organização estudantil brasileira. Fundada em 1938, durante o governo Vargas, a União Nacional dos Estudantes (UNE) tomou a frente nos principais acontecimentos políticos do país, angariando apoio e respeito não só entre os estudantes do ensino superior, mas do grosso da população, que via em suas bandeiras de luta uma oportunidade de tirar o Brasil do subdesenvolvimento econômico e político.
Tão grandes eram seu prestígio e atuação que, durante os momentos de fechamento político, foi a primeira organização a sofrer retaliações dos ditadores, temerosos do poderio e da abrangência de suas ações. Era, de fato, a voz dos milhares de estudantes de todo o país. Das suas trincheiras, saíram grandes lideranças que ainda hoje militam no front político. Eram outros tempos e a independência em relação aos poderosos granjeava apoio e simpatias de todos. Como nada é para sempre, o moedor de carne da história cuidou também da UNE.
Por mais incrível que pareça, os tempos de glória começaram a virar passado e pó, com a ascensão ao poder justamente do PT. Abduzida pelo poderio da máquina estatal e pelas doações generosas de dinheiro público feitas pelos ocupantes do Palácio do Planalto, a entidade, de autônoma, se transformaria em braço ou franja do Partido dos Trabalhadores perante os estudantes. Silenciada pelo aparelhamento do Estado, a UNE perdeu o seu mais precioso patrimônio, que era o respeito dos estudantes. Hoje, é comum nas manifestações e reuniões de estudantes que a entidade seja vaiada e mesmo hostilizada dentro da universidades, chamada de fascista e adesista.
Com relação aos casos de corrupção, o silêncio da entidade que irrompeu, a partir de 2005, com o mensalão e com os episódios do petrolão, bem como o apoio público dado pelos dirigentes da UNE às ditaduras de Cuba, da Venezuela e da Coreia do Norte, criou um fosso profundo entre ela e o grosso dos estudantes.
Melancólico, o fim da UNE chega agora com a instalação, na Câmara dos Deputados, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que vai buscar respostas para o paradeiro de mais de R$ 44 milhões recebidos pela entidade a título de “reparação pela perseguição sofrida no Regime Militar”, além dos repasses de mais de R$ 12 milhões que, de acordo com o Ministério Público, foram justificados com a apresentação de notas frias.
Para a sociedade, é uma ótima oportunidade de passar a limpo esse período em que a UNE se vendeu. Para a UNE, se ainda resta tempo, é uma chance de aprender com os erros e, talvez, recomeçar do zero, recriando uma entidade sem rabo preso com qualquer governo.
A frase que foi pronunciada
“A melhor maneira de começar uma amizade é com uma boa gargalhada. De terminar com ela, também.”
Oscar Wilde
Impressionante
Atentado ao território
da UnB já desperta a atenção das autoridades. Quem é a favor de preservar o patrimônio nacional está impressionado com a ousadia de terem autorizado uma obra da Caixa tomando a frente do ICC Sul.
Outros tempos
As avenidas principais de Taguatinga — Samdu e Comercial — terão mão única. Sandu, no sentido oposto, e a Comercial, no sentido centro. Não foi fácil para o vice-governador, Renato Santana, receber tanta pressão dos grupos políticos ligados a Taguatinga. Mas pôs um ponto final e a mudança vai acontecer.
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Segundo levantamento recente feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), uma mulher é estuprada no país a cada 11 minutos. Esse número pode ser ainda bem maior, já que dados confirmam que dos 527 mil casos de brasileiros que sofreram violência sexual em 2013, apenas 10% foram registrados na polícia. O pior é que os casos de abusos e de assédio registrados em todo o país só têm aumentado. Qualquer índice que se analise mostra que a situação das mulheres brasileiras é de extremo perigo e requer combate urgente, não só por parte das autoridades competentes, mas por toda a sociedade diuturnamente.
Infelizmente, os maus-tratos acontecem aonde menos se espera. Segundo os dados, 38,72% das mulheres em situação de vulnerabilidade sofrem agressões diariamente; para 33,86%, a agressão é semanal. Diversos relatos de violência registrados nas Centrais de Atendimento indicam que, apenas nos 10 primeiros meses de 2015, 85,85% corresponderam a situações de violência doméstica e familiar contra as mulheres. Em 67,36% dos casos, as violências foram cometidas por homens com quem as vítimas tinham ou tiveram algum vínculo afetivo: companheiros, cônjuges, namorados ou amantes, ex-companheiros, ex-cônjuges, ex-namorados ou ex-amantes das vítimas.
Em cerca de 27% dos casos, o agressor era familiar, amigo, vizinho ou conhecido. Para se ter uma ideia desse quadro dramático e que envergonha os brasileiros de bem, nos 10 primeiros meses de 2015, do total de 63.090 denúncias de violência contra a mulher, 31.432 corresponderam a denúncias de violência física (49,82%), 19.182 de violência psicológica (30,40%), 4.627 de violência moral (7,33%), 1.382 de violência patrimonial (2,19%), 3.064 de violência sexual (4,86%), 3.071 de cárcere privado (1,76%) e 332 envolvendo tráfico (0,53%). Os atendimentos registrados pelo Ligue 180 revelaram que 77,83% das vítimas têm filhos e que 80,42% dos filhos presenciaram ou sofreram a violência.
Segundo a última pesquisa DataSenado sobre violência doméstica e familiar (2015), uma em cada cinco mulheres já foi espancada pelo marido, companheiro, namorado ou ex. E 100% das brasileiras conhecem a Lei Maria da Penha. A violência contra mulheres no Brasil causou aos cofres públicos, em 2011, um gasto de R$ 5,3 milhões somente com internações. O dado foi calculado pelo Ministério da Saúde e mostra que 5.496 mulheres foram internadas no Sistema Único de Saúde (SUS), apenas no ano passado, em decorrência de agressões sofridas por pessoas de suas relações. Qualquer nação civilizada que preze pelo futuro de seus membros tem na proteção de suas crianças, mulheres e idosos o mais precioso e inafastável dos objetivos.
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Com o passar dos meses, aumenta a impressão, entre os brasilienses, de que os problemas na área de saúde pública do Distrito Federal caminham para estado de colapso generalizado. A situação parece vir num processo lento de degradação, por mais que o GDF empreenda esforços no sentido contrário. O que parece é que os remédios empregados para deter a piora nos serviços do setor não têm sido devidamente prescritos. No aprendizado de medicina, uma parte fundamental do curso é despendida no ensino da semiologia ou propedêutica, que analisa os sinais e sintomas das doenças. Esse estudo é essencial para formar um quadro real do paciente e, com isso, levar a um diagnóstico preciso.
Mesmo nesses cursos, os avanços na tecnologia, vêm substituindo o saber ancestral médico pelos diagnósticos originados de máquinas. Os médicos, hoje, confiam muito mais nos exames de laboratórios e de imagens do que nos métodos de contato e conversa com seus pacientes. Não é por outra razão que uma simples consulta, dura o necessário apenas para o médico prescrever os exames complementares que as máquinas farão na sequência. Não se deve menosprezar o poderio de máquinas com o Petscan e o Raios X, na área médica. Da mesma forma, deve-se aprimorar o estudo da semiologia, como fazem as escolas de medicina da China e de outras partes do mundo.
É esse diagnóstico do diálogo, nascido da perscrutação profunda das causas e não das consequências, que parece faltar também nas áreas de administração da saúde pública. Falta ao gestor de saúde um diagnóstico do setor. O que a população assiste, com apreensão a cada dia, é à corrida desesperada do governador à Câmara Legislativa ou aos órgãos federais em busca de mais e mais recursos para a área de saúde pública do DF. Parece que o governador, à semelhança de uma criança que brinca na praia, cavou um buraco na areia e, com um baldinho, tenta transferir toda a água do mar para essa cavidade.
Na Câmara Legislativa, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde colocou à disposição dos cidadãos um Disque-Denúncia (3348-8751) para coletar reclamações e dados sobre o setor. É um primeiríssimo passo de uma longa jornada. De saída, sabe-se que do número de vagas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), 1.071, apenas 281 estão no Sistema Único de Saúde (SUS). A demanda por leitos hospitalares é aquém da demanda há muitos anos, como mostra um estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM). Nos últimos seis anos, 820 leitos foram desativados.
Brasília ocupa o terceiro lugar no Brasil em encerramento de leitos. Pessoas que deveriam estar nas UTIs, são obrigadas a aguardar vagas, por dias, em corredores insalubres e muitas não resistem. Faltam profissionais médicos e enfermeiros em todas as unidades. O problema é nacional. De acordo com o CFM, em 70% dos estados não há número de leitos de UTI recomendado pelo Ministério da Saúde.
Em Brasília, ocorre uma distorção flagrante: tem uma das piores disponibilidade de leitos do SUS por 10 mil habitantes, (0,96) ao lado do Rio de Janeiro. Mas a cidade está entre as melhores capitais na média de leitos privados de todo o país. O grande número de ações judiciais mostra o caos no setor. Em contrapartida, o GDF já gastou este ano quase R$ 100 milhões a mais somente com vigilância, limpeza a alimentação nos hospitais. Desde janeiro, foram empenhados quase R$ 250 milhões com serviços de manutenção de hospitais e unidades de saúde. Herdado da gestão passada, o dilema do GDF ainda não foi solucionado: gasta mais em manter a estrutura física dos hospitais do que em medicamentos. Ou o governo começa a pensar num meio de criar estruturas de pessoal próprio para manter e fornecer alimentos para a rede de saúde, ou ficará eternamente refém dessas empresas. E olhem que essa é apenas uma ponta do iceberg.
A frase que foi pronunciada
“Parece inegável que a haverá diminuição na independência funcional dos atos de controlar e fiscalizar internamente o Poder Executivo. E, em um momento tão conturbado como o que o Brasil vivencia atualmente, principalmente do ponto de vista político e judicial, atos da Presidência devem sempre fortalecer e dar mais independência aos órgãos de combate à corrupção, e não os subordinar, provocando o efeito oposto.”
Senador Randolfe Rodrigues
Vale a pena
Atenção, quem evita alimentos com agrotóxicos. Hoje começa a 12ª Semana dos Alimentos Orgânicos do DF. O evento é organizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e tem vários órgãos como parceiros — entre eles, a Emater-DF. Até domingo, consumidores, produtores e técnicos terão a oportunidade de conhecer o progresso da produção orgânica. Dia de Campo — Sistemas de Produção Agrícola Sustentáveis, das 9h às 12h, na maravilhosa Fazenda Água Limpa da UnB, no Núcleo Rural Vargem Bonita.
Sociedade
Duli Mittelstedt, ao piano, acompanha o tenor Georgiano Giorgi Gelashvilli. Um concerto promovido pela Embaixada da Georgia, que acontecerá no Clube Naval.
História de Brasília
Em toda esta crise, Brasília mostrou que é, realmente, a capital do país. Em nenhum instante a solução veio do Rio, o remédio veio de fora. Isolada, como dizem seus inimigos, no Planalto Central, nunca esteve tão próxima de todo o mundo como nesses últimos dias, graças ao excelente equipamento de comunicações. (Publicado em 6/9/1961)
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Desde que a frota de Cabral aqui aportou em 1500, o Brasil nunca experimentou uma verdadeira revolução, no sentido de transformação profunda e radical dos costumes. Do ponto de vista dos índios que habitavam essas paragens, a chegada do branco europeu inaugurou a temporada de invasores que viriam na sequência em grande número, pondo fim definitivo ao paraíso de Pindorama. Para eles, talvez, tenha havido uma revolução, no sentido negativo do termo.
Seguimos assim, meio adormecidos e desanimados durante todo o período colonial. Da mesma forma, continuamos lerdos ao longo da fase de império. Novidades, quando havia, chegavam com meses de atraso e não animavam o grosso da população. Prosseguimos, igualmente, deitado eternamente em berço esplêndido ao longo dos período republicano.
Seguimos assim, meio aparvalhados durante a primeira década do século 21, incorporando pequenas mudanças, mas sem o ímpeto para sacudir a poeira de 500 anos de história. O tamanho territorial do país e a miscigenação inédita de povos de três continentes conferiram à nossa personalidade traços de comportamento que oscilam entre a abulia profunda e os píncaros da ansiedade. Seguimos assim, meio Pedro Malasartes, meio Macunaíma.
O homem cordial e inzoneiro, propenso a substituir as regras do manual pelo jeitinho fácil. Não fossem os avanços da tecnologia da comunicação, prosseguiríamos esquecidos e felizes nesta parte do planeta, alheios ao restante da humanidade. Talvez tenha sido justamente essa interação com o restante da espécie humana que tenha reacendido nos jovens o desejo de sacudir a poeira. Lampejos dessa inquietação repentina foram propiciados pelas gigantescas manifestações de rua que varreram um governo que se propunha a permanecer para sempre no poder.
No futuro, quando os pesquisadores se debruçarem sobre a história dos brasileiros, o curto período que marca as recentes manifestações de rua merecerá detida análise, justamente por marcar um acontecimento sui generis na nossa trajetória como nação. Nossa revolução popular contra a indiferença secular das autoridades foi propiciada pelas facilidades cibernéticas e arregimentação das pessoas, trazidas pela tecnologia dos celulares e pelas redes sociais interligadas à internet, mesmo que a limitem propositadamente.
Sem esses recursos da ciência moderna, dificilmente haveria as grandes manifestações de ruas. Indiretamente, também, o governo Dilma foi apeado do poder pela tecnologia. Deve-se também aos avanços da tecnologia o nível de informação factual da atual geração, que toma conhecimento dos fatos, em tempo real, diminuindo assim o período de resposta.
A despeito desses avanços, nossas escolas permanecem relegadas ao passado de atraso, alheias ao progresso e presas a métodos de ensino que já não empolgam e atraem os mais jovens. Os mesmos movimentos de rua que expulsaram Dilma e sua turma do Palácio do Planalto ameaçam agora sacudir as escolas de todo o país com a tática de ocupar esses espaços até que autoridades adotem medidas moralizadoras e de transparência na gestão dos recursos públicos. Os escândalos refentes aos desvios de recursos da merenda escolar, como ocorridos em São Paulo, poderão se alastrar por todo o país a um clique do celular ou do computador.
O que começou como um caso de corrupção ganhou pauta mais atualizada e mira agora na precariedade física de nossas escolas e na forma atrasada como ainda lidamos com a educação de jovens. Passados esses instantes de interinidade do governo Temer, essa poderá ser a nossa segunda revolução e a que, sem dúvidas, trará maiores benefícios futuros para a nação.
História de Brasília
Ausência marcante: ministros militares. Quando se formava no pátio de manobras a guarda de segurança do sr. João Goulart, os ministros militares, da Marinha, Exército e Aeronáutica, tomaram um avião da FAB e rumaram para o Rio. (Publicado em 6/9/1961)
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Na avaliação de quem entende e conhece bem os bastidores do Supremo Tribunal Federal, como o ex-ministro Carlos Ayres Britto, as tentativas e insinuações da classe política, flagradas nos diálogos interceptados pela Polícia Federal, revelando que haveria um grande acordo entre os Poderes para atenuar os efeitos da Operação Lava-Jato, não terão êxito. A razão, segundo crê, é singela: qualquer acordão esbarraria na vontade popular, que é soberana e que, por questões óbvias, defende a operação.
Em entrevista recente, o ministro afirmou: “Jamais o Supremo entraria neste tipo de orquestração, de conluio. O Supremo é um fidedigno intérprete e aplicador do sistema jurídico a partir da Constituição. A Lava-Jato está vacinada contra qualquer tentativa de embaraço, de desfazimento, de bloqueio, ela se autonomizou”.
Para a parcela majoritária dos juristas que defendem a Operação Lava-Jato, as inúmeras escutas telefônicas captadas e que chegaram ao conhecimento do público, revelam uma característica comum aos políticos brasileiros de um modo geral, que é a facilidade com que vendem aquilo que, efetivamente, não podem entregar.
Somente o sentimento de onipotência de alguns políticos pode explicar os recentes diálogos. Mesmo as tentativas já ensaiadas, como é o caso do deputado petista Wadih Damous, que apresentou projeto proibindo delações de acusados que estejam presos, parecem não ter futuro algum no parlamento. A pressão popular e a lupa da opinião pública sobre tentativas de melar a Operação Lava-Jato estão mais presentes e atuantes do que nunca.
Para o ex-ministro do STF, a Lava-Jato “se autonomizou”. O que equivale a dizer que ela adquiriu vida própria, acima dos partidos políticos e dos Poderes. Para Ayres Britto, que já ocupou a presidência daquela Corte em 2012, numa fase também de grande turbulência da República, a Lava-Jato, nestes dias, “passou a ser uma questão de honra nacional.”
A operação, hoje, considera o ministro, “é um patrimônio objetivo do país. Não há governo, não há bloco político, não há conluio que impeça a Lava-Jato de prosseguir”.
Por todo o país, têm se multiplicado os manifestos em defesa da Operação Lava-Jato: nas universidades, nas associações de classe, entre juristas e alunos de direito. Na realidade a investigação ganhou status suprapartidário, se distanciando, inclusive, do traumático processo de impeachment.
Sabedores desse fato, muitos políticos ou tomam distância dessa polêmica, ou a apoiam publicamente para ficar de bem com eleitorado. Nessa altura dos acontecimentos e com o nível de informação atual da sociedade sobre o andamento dos processos na Lava-Jato, colocar-se contra a operação, mais do que nadar contra a corrente de milhões de brasileiros, é, para os políticos, suicídio eleitoral.
Nessa fase, para os eleitores, pouco interessa o fato de o candidato ser de esquerda ou de direita. Importa saber como ele se posicionou com relação a Operação Lava-Jato. Até mesmo o Supremo, segue na mesma direção da população e tem considerado, reiteradamente, que as tentativas de acordos para obstruir a operação, quando flagradas, representam tentativa contra os trabalhos da Justiça e da ordem. Nesses casos, é mandar para a cadeia, como aconteceu, pela primeira vez na história republicana, com a prisão do senador Delcídio do Amaral. O que está ocorrendo com esta Operação é, na opinião de Ayres Britto, a “união virtuosa e democrática entre o direito penal e os princípios republicanos”.
A frase que não foi pronunciada:
“Gente, alguém dá de presente um gravador Tascam DR40 para o sr. Sérgio Machado? Pelo amor de Deus! A qualidade do áudio parece gravada em cera.”
Alguém no meio dos repórteres na entrada da Chapelaria no Senado.
Artigo
Na prática, a Petrobras detém o monopólio dos terminais, dutos e refinarias, o que inviabiliza a competição no mercado. Dessa forma, a liberação dos preços, ocorrida em 2002, faz pouco sentido. Em cada litro de gasolina vendida por R$ 3,635, uma parcela de cerca de R$ 1,427 deve-se ao recolhimento de tributos. A gasolina é o combustível mais tributado no Brasil. Conclusão do artigo de Paulo César Ribeiro Lima, consultor Legislativo da Câmara dos Deputados.
História de Brasília
Um sargento da Aeronáutica recomendou para seus comandados: qualquer ordem arbitrária, qualquer ordem de violência, seja dada por quem for, não poderá ser obedecida. Prestem atenção. (Publicado em 6/9/1961)
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Entra e sai governo, e o problema da revitalização da avenida W3 persiste sem solução à vista. Ao longo dos anos, alguns concursos públicos para a escolha de um projeto de urbanização dessa importante via de comércio da cidade foram realizados, os resultados e os vencedores foram divulgados e conhecidos de todos, mas, até agora, nada de prático. Ocorre que esses projetos vencedores, com o passar do tempo e do esquecimento, ficaram, de certa forma, datados, e as soluções apontadas não se encaixam nas exigências atuais. Burocracias à parte, o problema com a decadência das avenidas W3 Sul e Norte, à primeira vista, não necessita de cérebros sofisticados para se chegar a bom termo.
De saída, o que essas vias requerem, com urgência, é limpeza e uniformização das calçadas. Ao longo de todo o trecho, ambas as avenidas não dispõem de piso largo, uniforme, limpo e convidativo para as pessoas perambularem despreocupadas. Calçadas bem desenhadas, com as exigências que um bom desenho técnico recomenda, representam a pré-condição para a revitalização da área, atraindo pessoas de todas idades e condições físicas.
No caso da W3 Sul, importante, ainda, é a reconstrução das marquises em frente às lojas, dentro dos padrões atuais, dando mais segurança e abrigo aos passantes. Fundamental também nas duas avenidas são a limpeza e a padronização dos letreiros e propagandas das lojas, acabando com a poluição visual que enfeia e prejudica os locais.
As paradas de ônibus necessitam ser revitalizadas, seguindo o padrão Brasília, com conforto e segurança aos usuários do transporte público, dentro do que propõe o desenho modernista. A ideia de revesti-los com azulejos Athos Bulcão pode ser pensada.
O problema com a infiltração de comércio nas quadras 700 Sul, que são residenciais, pode ser tranquilamente resolvido, usando-se, para isso, a lei e a autoridade do governo para levar esses empreendedores para a área destinada a esse fim que fica logo ali, atravessando a avenida, nas quadras 500.
Deixar essas importantes ruas de comércio entregues à criatividade e à inventividade de cada um desses comerciantes, resultou no que se tem agora: uma avenida que é o retrato do terceiro mundo. Pior, bem no coração da capital. O prolongado descaso das autoridades com essa região, traz prejuízos para a população e para os próprios comerciantes que vêm os clientes serem tangidos para os shoppings e outros pontos de comércio mais seguros e limpos.
Desfiguradas com a proliferação de puxadinhos verticais e horizontais, a situação é calamitosa nessas avenidas. Sujeira, poluição visual, barreiras físicas e outras anomalias urbanas impõem providências urgentes, principalmente agora em momento de profunda crise econômica, quando milhares de estabelecimentos comerciais fecham as portas.
Revitalizar a avenidas W3 Sul e Norte pode ser a redenção da atividade econômica não apenas nessas áreas específicas, mas para toda a cidade, trazendo mais movimento na economia, comércio, mais lazer, mais empregos, e devolvendo aos brasilienses duas importantes vias, conforme idealizadas por seus projetistas.
A frase que foi pronunciada
“A máquina política triunfa porque é uma minoria unida atuando contra uma maioria dividida.”
Will Durant
Uma por todos
Poucas pessoas em Brasília estimulam os artistas como Flávia Obino Boeckel. Concretiza exposições, apresenta um talento ao outro, dá conselhos, organiza jantares. É uma raridade altruísta no campo das artes. Estudou em várias instituições importantes do Brasil e do exterior. Nenhum dos diplomas dos vários cursos que fez registrou essa qualidade. Aqui está o agradecimento de todos os artistas que você apoiou, Flavita.
Convenhamos
São 180 dias para tentar encontrar qualquer coisa que jogue fumaça no desfalque do Partido dos Trabalhadores aos cofres públicos. O mestre da arte da política, José Sarney, está longe desse burburinho petista. A conversa muito mal gravada sobre a solidariedade do ex-presidente a Sérgio Machado não traz nenhum indício de ilícito.
Dados
Resultados estarrecedores apresentados em audiência pública na Câmara dos Deputados. Lançado o primeiro Plano Nacional de Enfrentamento ao Homicídio de Jovens. Daniel Cerqueira, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, disse que o Brasil perde R$ 150 bilhões com a morte dos jovens a cada ano no Brasil. Uma juventude que poderia ser parte do desenvolvimento do país.
História de Brasília
Muito benfeito, o policiamento. A não ser o caso criado com o deputado Osmar Cunha, nada houve de anormal. O comportamento dos soldados foi exemplar. (Publicado em 6/9/1961)