Um país eviscerado

Publicado em ÍNTEGRA

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jornalista_aricunha@outlook.com

MAMFIL com Circe Cunha

Diante da contundência e da naturalidade com que foram revelados os pagamentos feitos pela Odebrecht às principais lideranças políticas do país em troca de favores diversos, a questão urgente que se impõe é como prosseguir o cortejo, levando o cadáver de uma república, justamente com os mesmos personagens que lhe tramaram a morte?

O que os brasileiros de bem reclamam neste momento não é pelo justiçamento cego dos envolvidos no megaescândalo, mas afastamento preventivo de todos até que as luzes da razão voltem a iluminar a caverna Brasil. Com que autoridade os listados podem agora cuidar das reformas estruturais tão importantes para a vida da população? Que representatividade efetiva podem ter os que se venderam e traíram o cidadão por 30 dinheiros? Essa história toda só serve para confirmar a tese de que quem se vende não vale o que recebe.

Por seu lado, fica a constatação evidente de que todos os pleitos eleitorais em que essa “desconstrutora” inoculou seu dinheiro sujo estão, obviamente, maculados e nada mais valem. Aqueles que, por algum motivo, não foram cooptados por essa empresa ficaram em evidente desvantagem nas disputas eleitorais e podem recorrer com o argumento de que perderam porque jogaram limpo. Da mesma forma, fica elucidado que a maioria das grandes obras públicas foi contratada apenas para o benefício direto de um pequeno cartel de construtoras.

A frase que foi pronunciada
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.”
Abraham Lincoln

Outro mundo
» Senador Paim quer mais debates sobre as reformas trabalhista e previdenciária. O impacto sobre o trabalhador será enorme. Enquanto comparam a situação em outros países, esquecem-se de que o salário mínimo lá fora é U$1000.

Dívida
» No Monitor Fiscal, material produzido pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira do Senado Federal com base em informações do Banco Central, informa-se que o endividamento do setor público é sinalizado em porcentagem do PIB. Em relação ao setor público consolidado em 2017, a projeção da dívida bruta do governo geral alcançará 79,9% do PIB.

Atendimento
» Sem muito estardalhaço na divulgação, o trabalho do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua, Centro POP, abriga, alimenta, higieniza e disponibiliza espaço para guardar os poucos pertences. O diretor de Serviços Especializados da Família e Indivíduos da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Felipe Areda, é um dos entusiastas da iniciativa.

Zoonose
» Melhor que prender animais e matá-los seria castrá-los. A política pública para animais abandonados no Brasil não evoluiu com o tempo. Merece estudos e planejamento.

Insuportável
» Depois da Fafá de Belém e Moacyr Franco, agora serviços funerários são oferecidos por telefone. A falta de respeito é sem cerimônia. Em qualquer dia e hora.

Simples assim
» Quando prefeitos estiveram em Brasília, conseguiram investimentos e repasses. Não há que fazer monitoramento do dinheiro gasto por amostragem. Para receber novos recursos, o mínimo a apresentar seria a prestação de contas.

Vergonha
» “Não existe ninguém no Brasil que tenha sido eleito sem caixa 2.” A declaração de Marcelo Oderbrecht mostra como a história do candidato não é relevante. Nem passado, nem presente, nem tampouco futuro.

História de Brasília
A gasolina azul está dando menos lucro que a amarela. Isso é o suficiente para que todos os postos de Brasília possuam apenas gasolina amarela, o que constitui uma desatenção com os consumidores. (23.9.61)

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