Autor: Circe Cunha
DESDE 1960 »
jornalista_aricunha@outlook.com
com Circe Cunha e MAMFIL
Em nome de um modelo de democracia que parece interessar apenas a grupos como a CUT, MST, UNE e outros grupelhos que orbitam os partidos de esquerda — os mesmos que cuidaram de arruinar o Brasil na última década —, a Esplanada dos Ministérios, incluindo o Museu da República, a Biblioteca Nacional e a Catedral foram, mais uma vez, depredados e pichados por bandos de arruaceiros convocados em várias partes do país para, segundo querem fazer crer, protestar contra a PEC dos gastos públicos e a reforma do ensino médio.
As manifestações violentas deixaram, além de um rastro de destruição material, com prejuízos de milhões de reais para o contribuinte, uma forte suspeita de que foram e estão sendo perpetrados ante as perspectivas desses mesmos grupos virem a perder o dinheiro farto, que, por muitos anos, inundou os cofres dessas entidades parasitas.
Além disso, esses e outros protestos do gênero escondem o fato de que, na verdade, buscam o caos , por meio da agitação das massas e da criação de um ambiente propício para uma convulsão social desenfreada.
(Abro aqui um parêntese para registrar o pulso do senador Renan Calheiros, que não permitiu que a baderna adentrasse pelas galerias da Casa. Viu que a professora Glaucia Morelli havia entrado com um senador da casa. Tentamos contato com o Sr. Weiller Diniz para confirmar que senador a havia acompanhado, mas não obtivemos sucesso sobre o parlamentar).
Dessa forma, por meio da desestabilização do Estado democrático de direito, o que esses agitadores pretendem de fato é enfraquecer o governo Temer e, na sequência, obrigar a convocação de novas eleições para, quem sabe, trazer de volta a mesma gente que infelicitou a grande maioria dos brasileiros e jogou o país nesse fosso instável.
Nessa nova investida dos vândalos contra o patrimônio que é de todos, foi usada uma nova estratégia que é a de atribuir a membros do próprio governo e a uma direita raivosa os atos de depredação e de enfrentamento com a polícia, de modo a lançar no colo alheio a insânia cometida contra a capital. A polícia, que, em casos como este, fica pisando em ovos, para não ser acusada de fabricar um mártir cadáver, deixou escapar a oportunidade de identificar cada um desses bárbaros e, entre outras providências legais, enviar para o endereço certo a conta total dos estragos, inclusive os danos morais sofridos por toda a população brasiliense.
A frase que não foi pronunciada
“É possível, sim, ser eleito sem dinheiro. É só fazer o que fala.”
Eleitor do Reguffe, que conquistou os votos pela ação.
Orgulho
» Entre os homenageados pela Câmara dos Deputados com o Mérito Legislativo está Silvio Avelino da Silva, servidor da Câmara desde os 15 anos de idade. Ele entrou para a Casa por um programa para menores. Iniciou a carreira brilhante como mensageiro. Passou a datilógrafo e daí galgou sua vida profissional até chegar a secretário-geral da Mesa, um dos cargos mais importantes do Legislativo. Nosso reconhecimento e agradecimento pelo exemplo dado às próximas gerações.
Na bucha
» Em um dos depoimentos na Polícia Federal, apareceu a seguinte história. Alguém queria nomear um diretor na época em que José Eduardo Dutra era presidente da estatal. Ao ser questionado pelo então presidente Lula sobre a razão do tal diretor não ter sido nomeado, segundo Dutra, não fazia parte da tradição da Petrobras ficar trocando diretores. Ao que Lula sem pestanejar respondeu: “Se fosse pela tradição nem você seria presidente da estatal nem eu seria presidente da República”.
Consome dor
» A operadora de celular Claro fez mais de 34 ligações para um único cliente, do número 3130482700 em dois dias. Uma pessoa pergunta se o cliente está ouvindo e passa para uma gravação que oferece novos produtos.
História de Brasília
Finalmente, uma advertência. O governo novo se inicia sob um novo regime político, e sua base, seu sucesso, depende, também, da maneira como é tratada a coisa pública. (Publicado em 19/9/1961)
DESDE 1960 »
ARI CUNHA
com Circe Cunha e MAMFIL
Em nome de um modelo de democracia que parece interessar apenas a grupos como a CUT, MST, UNE e outros grupelhos que orbitam os partidos de esquerda — os mesmos que cuidaram de arruinar o Brasil na última década —, a Esplanada dos Ministérios, incluindo o Museu da República, a Biblioteca Nacional e a Catedral foram, mais uma vez, depredados e pichados por bandos de arruaceiros convocados em várias partes do país para, segundo querem fazer crer, protestar contra a PEC dos gastos públicos e a reforma do ensino médio.
As manifestações violentas deixaram, além de um rastro de destruição material, com prejuízos de milhões de reais para o contribuinte, uma forte suspeita de que foram e estão sendo perpetrados ante as perspectivas desses mesmos grupos virem a perder o dinheiro farto, que, por muitos anos, inundou os cofres dessas entidades parasitas.
Além disso, esses e outros protestos do gênero escondem o fato de que, na verdade, buscam o caos , por meio da agitação das massas e da criação de um ambiente propício para uma convulsão social desenfreada.
(Abro aqui um parêntese para registrar o pulso do senador Renan Calheiros, que não permitiu que a baderna adentrasse pelas galerias da Casa. Viu que a professora Glaucia Morelli havia entrado com um senador da casa. Tentamos contato com o Sr. Weiller Diniz para confirmar que senador a havia acompanhado, mas não obtivemos sucesso sobre o parlamentar).
Dessa forma, por meio da desestabilização do Estado democrático de direito, o que esses agitadores pretendem de fato é enfraquecer o governo Temer e, na sequência, obrigar a convocação de novas eleições para, quem sabe, trazer de volta a mesma gente que infelicitou a grande maioria dos brasileiros e jogou o país nesse fosso instável.
Nessa nova investida dos vândalos contra o patrimônio que é de todos, foi usada uma nova estratégia que é a de atribuir a membros do próprio governo e a uma direita raivosa os atos de depredação e de enfrentamento com a polícia, de modo a lançar no colo alheio a insânia cometida contra a capital. A polícia, que, em casos como este, fica pisando em ovos, para não ser acusada de fabricar um mártir cadáver, deixou escapar a oportunidade de identificar cada um desses bárbaros e, entre outras providências legais, enviar para o endereço certo a conta total dos estragos, inclusive os danos morais sofridos por toda a população brasiliense.
A frase que não foi pronunciada
“É possível, sim, ser eleito sem dinheiro. É só fazer o que fala.”
Eleitor do Reguffe, que conquistou os votos pela ação.
Orgulho
» Entre os homenageados pela Câmara dos Deputados com o Mérito Legislativo está Silvio Avelino da Silva, servidor da Câmara desde os 15 anos de idade. Ele entrou para a Casa por um programa para menores. Iniciou a carreira brilhante como mensageiro. Passou a datilógrafo e daí galgou sua vida profissional até chegar a secretário-geral da Mesa, um dos cargos mais importantes do Legislativo. Nosso reconhecimento e agradecimento pelo exemplo dado às próximas gerações.
Na bucha
» Em um dos depoimentos na Polícia Federal, apareceu a seguinte história. Alguém queria nomear um diretor na época em que José Eduardo Dutra era presidente da estatal. Ao ser questionado pelo então presidente Lula sobre a razão do tal diretor não ter sido nomeado, segundo Dutra, não fazia parte da tradição da Petrobras ficar trocando diretores. Ao que Lula sem pestanejar respondeu: “Se fosse pela tradição nem você seria presidente da estatal nem eu seria presidente da República”.
Consome dor
» A operadora de celular Claro fez mais de 34 ligações para um único cliente, do número 3130482700 em dois dias. Uma pessoa pergunta se o cliente está ouvindo e passa para uma gravação que oferece novos produtos.
História de Brasília
Finalmente, uma advertência. O governo novo se inicia sob um novo regime político, e sua base, seu sucesso, depende, também, da maneira como é tratada a coisa pública. (Publicado em 19/9/1961)
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jornalista_aricunha@outlook.com
com Circe Cunha com MAMFIL
Durante os anos que antecederam a chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder e mesmo ao longo dos primeiros anos do governo Lula, a imprensa, de um modo geral, vivia uma espécie de lua de mel com a legenda e com a maioria dos movimentos sociais de esquerda. A coisa parecia natural, pois havia, por parte dos jornalistas mais jovens e mesmo pela geração dos anos de chumbo, uma relativa esperança de que, afinal, o Brasil resolveria, de vez, os graves e seculares problemas de desigualdade social.
A subida da rampa do Planalto pelos partidos de esquerda tinha sido aguardada e adiada desde os anos 1960. Durante o regime militar, esse sonho ficara guardado em segredo por muitos anos. Havia, portanto, uma grande expectativa com a vitória das esquerdas. Não se passaram nem cinco anos e as relações começaram a desandar. O ano de 2005 marca um ponto de viragem nesse romance.
Com a eclosão do escândalo do mensalão, começaram a aparecer as primeiras contradições dentro de um movimento que todos acreditavam e apostavam como moralizador e saneador do Estado. À medida que a imprensa livre investigava e passava a seguir as inúmeras pistas, aumentavam os sinais de fadiga, que levariam a uma espécie de rompimento forçado e definitivo.
A cada enxadada no solo, uma minhoca, a cada pena puxada, surgia uma galinha inteira. Contradições atrás de contradições, desmentidos constantes e, por fim, o divórcio litigioso opondo mídia livre de um lado e o PT e os movimentos sociais, de outro. Estabelecida a cizânia, restou ao partido no poder buscar na cartilha das táticas de guerrilha ou algo do gênero, a melhor estratégia para deter o avanço da imprensa sobre os fatos que não paravam de aparecer.
O ardil escolhido, aquele que parecia trazer melhores resultados para defender o partido das manchetes diárias escandalosas, foi, além da adoção de uma sistemática difusão de calúnias contra a imprensa, feita pelos chamados blogs sujos, custeados, obviamente, com dinheiro público, a colocação de boa parte dessa mesma imprensa como inimigo declarado do PT. Passou-se então a segunda fase desse estratagema, com a incitação aberta para que os simpatizantes que ainda permaneceram sob a órbita do partido atacassem e agredissem, sem tréguas, os profissionais de toda a imprensa hostil ao PT.
Alcunhada com o epônimo de mídia golpista, a ordem das lideranças do partido foi baixar o pau na imprensa, perseguir e espancar jornalistas, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos e todos que ousassem criticar a legenda e seu líder máximo. No entanto, a tática de transformar a imprensa em alvo, como a maioria das decisões autocráticas desse partido, provocou um efeito contrário: quanto mais atacam a mídia, mais a população vai percebendo quanto risco todo o país correu, caso essa turma ficasse, como pretendia, décadas no poder.
A frase que não foi pronunciada
“Ao ouvir a opinião dos ministros do STF sobre o aborto, pensei logo. Imaginem se a mãe deles pensasse da mesma forma! Se as Excelências tiveram a chance de viver, não deveriam privar outros seres humanos da mesma oportunidade”.
Dona Dita, lendo sobre o caso do aborto em Xerém.
Malhete
Inacreditável que, com o aparato tecnológico que temos hoje, depois de 200 mil anos de vida humana na Terra, os ministros da Suprema Corte brasileira nunca tenham assistido no YouTube vídeos retratando o pavor de um aborto. O Brasil só faz questão de se igualar aos países desenvolvidos no que é negativo. Isso é fato.
Desenvolvido
Por que o Brasil não imita os países desenvolvidos para proteger a população dos agrotóxicos, do sal e do açúcar? Por que não imita a mobilidade nas cidades modernas? Por que não adota a legislação contra a corrupção adotada no Japão? Por que não revê o direito penal e os procedimentos processuais para imitar os Estados Unidos?
Máxima Vênia
Disse a ministra Cármen Lúcia que criminalizar juiz é tática da ditadura. Mas e quando ministros da mais alta corte do país autorizam o cometimento de um crime? O que pensar? Permitir o aborto no primeiro trimestre da gravidez, matando um ser humano indefeso com a anuência do STF, é mais absurdo que a ditadura. Pelo menos as vítimas que sobreviveram nos anos de chumbo tiveram a chance de descrever o horror que sofreram.
Laqueadura
“É dominante, no mundo democrático e desenvolvido, a percepção de que a criminalização da interrupção voluntária da gestação atinge gravemente diversos direitos fundamentais da mulher, com reflexos visíveis sobre a dignidade humana”, disse o ministro Barroso. Isso quer dizer que arrancar um filho do útero é postura digna? Então um conselho de notáveis toma a decisão de que interromper a gravidez é parte de um mundo democrático e fundamenta a defesa nos direitos da mulher e dignidade humana? Entende-se que o ventre da mãe está fora do espaço para a dignidade?
Inerente
“O tempo e as coisas não param. Os avanços alcançados pela sociedade são progressivos. Inconcebível, no campo do pensar, é a estagnação. Inconcebível é o misoneísmo.” Na fala do ministro Marco Aurélio de Mello, fica a certeza de que ele não aproveitou o aparato tecnológico para assistir no YouTube um aborto com um mês de vida, dois ou em qualquer idade da criança. Sim. Porque não adianta dizer que um ser humano ainda não nascido não é ser humano.
História de Brasília
O fato de o senhor ser alto funcionário, e ter sob sua guarda um carro do Estado, não implica em que sua mulher, suas irmãs, sua namorada ou suas parentas aprendam a dirigir no carro que não lhe pertence. (Publicado em 19/09/1961)
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com Circe Cunha e MAMFIL
Com o advento e consolidação das novas tecnologias, como a internet, velhos sistemas organizacionais de trabalho sairão paulatinamente de cena. Em substituição aos modelos vigentes, em que o empregado comparece todos os dias à repartição para desempenho de suas funções e para cumprir carga horária presencial, estão sendo testadas, em todo o mundo e no Brasil, novas propostas de trabalho para as mais diversas áreas que se confirmarem-se viáveis, revolucionarão totalmente o modo como entendemos não só o serviço público, mas todo e qualquer serviço burocrático.
Uma das maiores revoluções trazidas pela internet foi, sem dúvida, o estabelecimento do “não lugar”, ou seja, a existência de lugares físicos para o desempenho de determinadas funções deixou de ser uma condição sine qua non para a realização de um trabalho.
É comum hoje que profissionais liberais, como arquitetos e advogados, tenham como local de trabalho apenas o próprio laptop que carrega debaixo do braço, que armazena absolutamente todas as informações e ferramentas de que necessitam para o exercício de suas funções.
A adoção do chamado teletrabalho, em análise agora no Senado Federal, possibilitará que muitos servidores exerçam plenamente suas funções sem a necessidade de sair de casa, congestionar o trânsito, gastar combustível, perder tempo, economizar água, luz, papel, equipamentos e todo instrumental necessário para a realização do serviço, a começar pela necessidade de existir um espaço físico para seu trabalho diário.
De autoria do senador Eduardo Amorim (PSC-SE), o projeto estabelece o trabalho regular no qual o trabalhador exerce suas funções fora do estabelecimento do empregador com o teletrabalho, também cumprido a distância, mas no qual são utilizados meios telemáticos e informatizados para sua execução.
Nessa nova modalidade, o trabalhador deverá, segundo o projeto, respeitar as normas de confiabilidade dos dados da empresa. No esquema de teletrabalho, o controle de frequência será substituído pelo instrumento da avaliação de metas a serem cumpridas. Um maior grau de autonomia do trabalhador e uma economia significativa para os cofres públicos é o que esperam aqueles que apostam nesta nova proposta.
Ficam de fora, por enquanto, o pagamento de horas extras, exceto nos casos em que o trabalhador for obrigado a comparecer às dependências do contratante em período inferior a seis dias úteis. O projeto estabelece ainda que o empregado terá direito ao ressarcimento com gastos extraordinários para a realização de suas funções, ficando assegurados também a metade do valor do vale-transporte e a integralidade do vale-alimentação. O próximo passo será a modificação para a adaptação das normas da Consolidação das Leis do Trabalho CLT de maio de 1943.
A frase que foi pronunciada
“Cada um dá o que tem”
Quintino Cunha, devolvendo uma braçada de rosas a quem lhe deu um chifre de presente de aniversário.
Release
» Uma beleza a homenagem a Sarah Abrahão – primeira mulher a assumir o cargo de secretária-geral da Mesa no Senado Federal. A Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho lançou ontem a biografia Memórias do Senado. O livro, com prefácio do ex-presidente José Sarney, narra fatos marcantes da história, desde quando se tentava manter o Congresso aberto durante a ditadura militar até os bastidores da Constituinte de 1988, conjugados à trajetória da biografada.
Merecido
» Foi condecorado como cidadão honorário pela Câmara Legislativa do DF, o oncologista Gustavo Fernandes, diretor médico do Hospital Sírio-Libanês na capital. O evento ocorreu durante uma sessão solene na Câmara Legislativa, por iniciativa do deputado Cláudio Abrantes.
Imperdível
» Concerto do Coro Sinfônico Comunitário da UnB, amanhã e dia 2, às 20h, no Colégio Militar de Brasília. Solistas Jean Nardoto e Aida Kellen sob a regência de David Junker. Entrada franca.
História de Brasília
Os senhores que têm sob sua guarda automóveis do Estado deviam agir com mais respeito, mais vergonha, mais zelo, mais cautela e mais dignidade. A ordem do governo anterior está transformada numa orgia de gasolina, sem que ninguém leve em conta que tudo aquilo pertence ao Estado, e só pelo Estado deve ser usado. (Publicado em 19/9/1961
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com Circe Cunha e MAMFIL
Numa democracia, em que o voto tem poder de fato, é comum observar que os candidatos que saem eleitos das urnas são exatamente aqueles que a população quis como representantes. Em eleições livres, a sociedade tem exatamente o poder de escolher os governantes que querem e almejam, sem pressões de qualquer tipo. Dito de outra forma, corruptos e malfeitores, eventualmente, alçados a representantes legais da população foram colocados nessa posição pelo do poder do voto popular livre e soberano.
Em 1811, o filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821) cunhou a frase que ainda hoje permanece válidapara entendermos um pouco sobre nosso sistema atual: “Cada povo tem o governo que merece”. Com base nessa constatação, é perfeitamente possível declarar que, os brasilienses têm os deputados distritais que livremente escolheram e, portanto, merecem. Mesmo aqueles que são constantemente vistos nas páginas de jornais reservadas a assuntos policiais e aos escândalos políticos, representam o eleitor.
De um lado e de outro das urnas, não existem inocentes. Formam, em nossa democracia, tanto no âmbito local quanto federal, uma espécie de corruptos de estimação dos eleitores, e seguem alojados no poder, anos após anos, sem serem incomodados, amealhando verdadeiras fortunas, sob o olhar de aprovação daqueles que franquearam, nas urnas, o caminho e as portas dos cofres públicos à sanha desses dilapidadores profissionais diplomados e com foro especial.
Nessa nova temporada de escândalos, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios denunciou, por duas vezes, os cinco distritais da Mesa Diretora por corrupção passiva, dentro dos desdobramentos da chamada Operação Drácon. Não bastassem as graves denúncias, surge agora a notícia de que a mesma presidente afastada da Casa teria, segundo gravações feitas com ex-senador Gim Argello, preso em Curitiba, recebido mesadas no valor de R$ 420 mil do Detran e participado de desvios de recursos de publicidade da própria CLDF.
Indiferentes não só ao vendaval da polícia que vasculha essas maracutaias, mas sobretudo à falência das finanças públicas do DF, as excelentíssimas autoridades encontraram tempo diante desse turbilhão de notícias para aumentar em 20% o orçamento da Câmara Legislativa para o ano que vem. Dizer o quê? Que os mandantes do assassinato da ética foram os eleitores?
A frase que foi pronunciada
“Por que sou um escorpião e esta é a minha natureza.”
Da fábula do escorpião e do sapo para o candidato e eleitor
Chegada
» Adib Abdouni, advogado criminalista e constitucionalista, desembarca hoje em Brasília para autografar o livro Operação Lava Lula, de sua autoria, na Livraria Cultura do Shopping CasaPark, às 19h30
A hora
» Indagado pelos colegas sobre a diferença de abordagem, Adib explica que chegou a ser filiado ao PCdoB, mas deixou o partido nas primeiras suspeitas de envolvimento do ex-presidente Lula com o esquema de corrupção na Petrobras que veio à luz com a Operação Lava-Jato.
De mudar
» São quase 600 páginas, nas quais o advogado reúne em linguagem acessível detalhes da explosiva delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, além de transcrever depoimentos prestados ao juiz Sérgio Moro e tecer comentários sobre todos os casos de encarceramento de presidentes e ex-presidentes do Brasil. Leitura obrigatória nas férias.
Release
» Hoje, o Ipea lançará publicação que consolida dados sobre ações de cooperação para o desenvolvimento internacional implementadas pelo governo federal. Em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o relatório Cooperação brasileira para o desenvolvimento internacional: 2011-2013 traz informações levantadas em 93 órgãos e instituições do governo federal que atuam em 159 países. “Essa pesquisa vai possibilitar ao governo brasileiro formular uma política de cooperação internacional que ainda não existe”, observou o editor da publicação, o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea João Brígido Bezerra Lima.
História de Brasília
Revoltante e lamentável o uso indevido de carros oficiais aos domingos. No Iate Clube, o recorde foi batido, numa demonstração de pouco caso para com a coisa pública, de falta de atenção para com o que não lhe pertence.
(Publicado em 19/9/1961)
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com Circe Cunha e MAMFIL
Qualquer universidade que se preze tem que ser um foco permanente de tensão. Somente pela tensão, os problemas que afligem a sociedade são discutidos, testados e postos à prova. A paz das calmarias se adequa melhor aos cemitérios. Universidade é onde os pensamentos se agitam e a diversidade aflora. Com a Universidade de Brasília (UnB), não deve ser diferente. Em sua primeira entrevista como reitora eleita para o período 2016/2020 , a professora do Instituto de Geociências Márcia Abrahão fez questão de deixar claro que será a reitora tanto daqueles que hoje ocupam diversas dependências da Instituição pública, como daqueles que são contrários à ocupação com a paralisação das atividades acadêmicas. No entanto, a professora Márcia reconheceu que é de seu mister buscar uma solução pacífica para as ocupações, de modo que o semestre termine conforme o programado, sem prejuízos para ninguém. O que se sabe é que mais de uma dezena de prédios estão ocupados pelos estudantes desde o dia 31 de Outubro, inclusive o próprio prédio onde funciona a reitoria.
O cumprimento do calendário acadêmico tem sido, desde sempre, uma preocupação constante da maioria das instituições de ensino público, envoltos, ano sim e outro também, em movimentos paredistas. O que ocorre quase sempre, é que esses movimentos têm data apenas para começar. Mesmo com a decisão do Tribunal Regional Federal, determinando a desocupação da UnB em 48 horas, permanece o impasse.
Para uma nova reitora que chega, na condição de primeira mulher a ocupar este cargo, o que se tem são velhos problemas, agravados agora pela tomada da Instituição por estudantes e movimentos órfãos do Partido dos Trabalhadores.
Em seu despacho, o juiz Itagiba Catta Preta deixou claro que “o objetivo do movimento é político, direciona-se à rejeição de projeto de emenda constitucional, matéria que não tem relação direta com a atividade acadêmica, o que retira qualquer legitimidade dos atos de ocupação/invasão.”
Para complicar uma situação que poderia ser resolvida intramuros, a Justiça Federal, atendendo um pedido do Ministério Público Federal (MPF), suspendeu, por quinze dias, o processo de desocupação da UnB, para que os estudantes tenham prazo maior para aprofundar as discussões sobre o tema.
É em meio a este imbróglio, em que nem a Justiça se entende, que Márcia assume uma das maiores universidades do país, por onde passaram figuras ilustres, como o atual governador do DF, Rodrigo Rollemberg, que estranhamente ainda não emprestou sua experiência como político e apareceu como mediador no longo e danoso impasse.
A frase que foi pronunciada
“Nós não devemos forçar as teorias à nossa intuição: nós mudamos a intuição para entender as teorias”.
Carlo Rovelli, físico da Universidade de Marselha na França
Menos médicos
» Nada boa a situação do programa Mais Médicos no Espírito Santo. Médicos, professores de cursos de medicina, alunos e residentes protestaram contra a inauguração da Faculdade de Medicina da Universidade Multivix em Cachoeiro do Itapemirim. A Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Vitória também impetrou ação, que foi acatada pelo juiz federal Rodrigo Reiff Botelho.
Voz do leitor
» Cercaram uma enorme área no aeroporto. Colocaram os locais de estacionamento de idosos e deficientes bem longe da entrada. Espertamente cobriram uma parte do estacionamento para lugares privilegiados com taxas maiores, sob o pretexto de sombra e proximidade. Os preços são abusivos. Três minutos pagamos o equivalente a 4 ou 5 dólares. Nenhuma autoridade nem a promotoria de defesa do consumidor e do idoso se manifestou.
A opinião é de leitor devidamente identificado.
História de Brasília
Revoltante e lamentável, o uso indevido de carros oficiais aos domingos. No Iate Clube, o recorde foi batido, numa demonstração de pouco caso para com a coisa pública, de falta de atenção para com o que não lhe pertence. (Publicado em 19/09/1961)
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com Circe Cunha e MAMFIL
Concebido para trazer o conforto ambiental da umidade, criando as condições para a formação de um microclima mais saudável e suportável, o Lago Paranoá é, ao lado do Plano Piloto, concebido por Lucio Costa, a obra mais importante da capital. Sem a presença desse imenso espelho d’água artificial, que levou cinco anos para encher seus 48Km² de área, morar em uma metrópole em pleno Planalto Central do Brasil seria uma tarefa difícil e penosa, dada as condições agrestes da região. Tamanha é sua importância que é possível afirmar que Brasília e o Lago Paranoá formamum único elemento.
Além dessa utilidade, o Lago Paranoá se consolidou, ao longo do tempo, como importante bacia ecológica, abrigando grande variedade de peixes, animais aquáticos e aves diversas. Sua construção foi primeiramente pensada durante a Missão Cruls, em 1896. Atualmente, o Lago Paranoá é considerado a principal área de lazer dos brasilienses. São mais de 10 mil embarcações licenciadas na Capitania dos Portos, ou seja, a terceira frota náutica do país.
Por essas características e importância absoluta para a vida da cidade, não se compreende a razão de o Lago Paranoá ainda não ter uma secretaria de Estado exclusiva e bem equipada, apenas para cuidar desse imenso e delicado patrimônio de todos. Por sua relevância, torna-se inconcebível que as autoridades do GDF insistam em fazer vistas grossas às recorrentes agressões cometidas contra o espelho d’água.
É preciso deixar claro para a sociedade que a situação atual do Lago é crítica, sendo necessária a adoção de medidas emergenciais para deter, de uma vez, as múltiplas formas de poluição e de assoreamento por terras e lixo que atingem a bacia em toda sua extensão. O perigo é se atingir um ponto tal de saturação de poluentes e terra que venha a ser decretada a morte prematura do lago, levando o Paranoá a se transformar numa espécie de Tietê candango, ou seja, um imenso esgoto a céu aberto.
Hoje a contaminação pela proliferação dos micro-organismos nocivos à saúde praticamente já inviabilizou a pesca e as práticas desportivas em boa parte do braço sul do lago. Há riscos sérios à saúde em tomar banho e consumir peixes dessa região. Por enquanto, as providências das autoridades têm se limitado à colocação de placas de aviso, alertando para os riscos de banho e consumo de peixes. É muito pouco. Uma fiscalização séria é importante. Que seja constante e minuciosa para a identificação dos vários focos de poluição. Para os casos comprovados, é necessária a lavratura de pesadas multas contra os agentes poluentes. Antes, porém, é aconselhável um amplo programa de educação da população, e campanhas internas no governo para que as nascentes recebam mais segurança, chamando a atenção para a importância da conservação desse espelho d’água.
A frase que foi pronunciada
“Estamos cercados pelos sete lados!”
Frase predileta do Lauro Morhy, diante de crises, como agora. Fonte: arquivos de Timothy Mulholland
Missiva
» Recebemos do leitor Uirá Lourenço dizendo que ele atua na área de mobilidade urbana e ficou indignado
quando soube da retomada pelo atual governo das obras totalmente retrógradas de ampliação viária na saída Norte da cidade.
Protege
» Uirá Lourenço é um ativista que protege o meio ambiente e tem denunciado o problema em textos, fotos e vídeos. Com a ampliação e os inúmeros túneis e viadutos, a situação só tende a piorar, sem contar a questão ambiental (devastação e assoreamento do lago).
Imagens
» Vamos postar no blog do Ari Cunha o vídeo que teve, na segunda parte, participação especial de crianças que dão uma lição aos gestores sobre a necessária humanização da cidade. Uirá alimenta o seu blogue com histórico, fotos e queixas dos moradores da cidade.
Imobilidade e rodoviarismo no norte do DF
Esperança
» Com a mobilização dos blogues, o leitor espera que os protestos surtam algum efeito e finaliza com o desabafo: “Chega de tantos projetos e tantas obras absurdas, que promovem o caos, não priorizam o transporte coletivo nem melhoram efetivamente a qualidade de vida.”
História de Brasília
Estes são alguns dos problemas que deverão ser enfrentados pelo novo prefeito. São problemas iguais em todas as cidades do mundo, mas há peculiaridades que só quem é de Brasília conhece, e pode indicar uma solução. (Publicado em 17/9/1961)
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Entre o que deseja a sociedade e o que quer a classe política dominante no Brasil, existe uma distância imensurável e que parece aumentar a cada dia. O fosso que vai se abrindo entre os representantes políticos e os cidadãos, ganhou maior amplitude com as investigações da Operação Lava-Jato.
No Brasil, como em parte do mundo Ocidental, sociedade e elite política vivem não só realidades diferentes, mas em mundos antagônicos. Qualquer pesquisa de opinião demonstra que a classe política é mal avaliada. Pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas, neste ano, mostrou que apenas 5% da população confia nos partidos políticos. Trata-se do mais baixo índice de todos os tempos. A falta de confiança nesse patamar contamina os mecanismos da própria democracia.
Vivemos num labirinto onde, para manter a aparência de Estado democrático de direito, somos obrigados a conviver com leis que não servem para a realidade. Uma lida na Constituição brasileira é uma viagem ao desconhecido. Como acreditar no Brasil quando um juiz aceita receber R$ 600 mil mensais como remuneração?
Com relação à organização política, o que a sociedade anseia é pelo fim dos privilégios, a começar pela prerrogativa de foro. Aqui em Brasília, a população assiste, a cada dia, à sequência ininterrupta de denúncias, envolvendo os deputados distritais nas mais cabeludas transações. A situação chegou a tal ponto que o Tribunal de Justiça do DF determinou o afastamento de toda a Mesa Diretora da Câmara Legislativa, a começar pela própria presidente da Casa. Acéfalo, os distritais tiveram que encontrar, às pressas, novos membros para comandar o Legislativo local, não sem antes se certificar de que os novos ocupantes da Mesa se manteriam fiéis aos colegas defenestrados pela Justiça.
Desde que foi fundada, a CLDF vem brindando a população de Brasília com escândalos de toda a ordem. Não surpreende, pois, que, duas décadas depois de sua criação, a Justiça venha determinar que polícia empreendesse buscas e apreensões dentro do Poder Legislativo, tal e qual é comumente realizado nos covis do crime organizado. É a desmoralização completa. Pior de tudo é a população constatar que as suspeitas da polícia são de que os recursos públicos foram desviados justamente da área de saúde, onde é comum encontrar cidadãos morrendo à míngua nas portas dos hospitais.
É preciso lembrar ainda que um ex-presidente dessa mesma Casa cumpre pena pesada num presídio de Curitiba. Os brasilienses já perceberam que, em termos de representação política, estão sós e entregues à própria sorte. O que parece mais estranho é a coragem de votar em figuras que mais adiante subtraem não só o que poderia estar na carteira, mas a própria dignidade.
A frase que foi pronunciada
“Se, por vezes, o juiz deixar vergar a vara da Justiça, que não seja sob o peso das ofertas, mas sob o da misericórdia.”
Miguel de Cervantes
Tristeza
» Asta Rose Alcade, a dama da ópera de Brasília está hospitalizada. A cidade está triste.
Alegria
» Ex-alunos do Colégio Rosário estão organizando um encontrão no local. Sábado, 10 de dezembro, durante todo o dia.
Release
» Na peça Infinito vazio, o universo feminino é trazido com sua delicadeza que nos ensina a ser mais afetuosos, explicam os diretores Valdeci Moreira e Ricardo César. Esse espetáculo poético-musical já passou por Goiás e Minas, estará em Ceilândia, hoje, e em Samambaia, em 1º e 2 de dezembro. A peça ganhou o Prêmio Sesc de Teatro 2013 e, agora, o projeto é patrocinado pelo FAC/DF, trazendo elenco formado apenas por oito mulheres.
Aposentadoria
» Solange Calmon apresenta o último programa INCLUSÃO transmitido pela TV Senado. Sábado, às 20h, e domingo às 8h e 16h. Com a sensação de missão cumprida, essa profissional da notícia coleciona na bagagem muitos amigos e gratidão profunda de tanta gente que teve espaço para se expresser depois de passar toda uma vida sem ter sido ouvida.
Agora vai
» A verba para o combate ao mosquito da dengue passaram de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão em 2015. Neste ano, o aporte foi de R$ 580 milhões, chegando a R$ 1,87 bilhão. Além disso, o Ministério da Saúde contou com apoio extra do Congresso Nacional, por meio de emenda parlamentar, no valor de R$ 500 milhões.
Consumidor
» Na lanchonete da escola do Sesc, não é permitido comprar um ou quatro pães de queijo. Só a porção estipulada. Isso pode, Arnaldo?
História de Brasília
Diversões e transportes são outros problemas. A população viver servida por apenas dois cinemas, enquanto a Concha Acústica, um espetáculo de obra, está abandonada, não utilizada. Os ônibus da TCB estão sempre ausentes, sempre que alguém os espera. (Publicado em 17/9/1961)
DESDE 1960 »
jornalista_aricunha@outlook.com
com Circe Cunha e MAMFIL
Em 2017, o Paranoá será contemplado com a instalação de uma unidade do Comunidades de Aprendizagem do Brasil.Trata-se de um modelo de escola que utiliza métodos inovadores de ensino, em que jovens e adultos, em interação com a comunidade, aprendem uns pelos outros. O modelo se baseia no conceito de bairro-escola, território educativo e de cidade educadora. De acordo com o Centro de Referências em Educação Integral (EI), o conceito de comunidades de aprendizagem engloba projetos educativos que extrapolam os limites da escola, envolvendo toda a comunidade no processo de formação de seus indivíduos.
O Comunidades de Aprendizagem traz uma proposta de transformação social e cultural que envolve alunos, professores, pais e demais cidadãos locais na construção de um projeto educativo e cultural próprio, para educar a si, suas crianças, seus jovens e adultos. Desenvolvido pela Universidade de Barcelona, na Espanha, em 1995, o modelo veio como tentativa de superar o fracasso do ensino tradicional, com seus baixos índices de aprendizagem e altos índices de evasão escolar. O problema com o modelo tradicional, concebido em séculos passados, é que ele não foi capaz de acompanhar as significativas mudanças que a sociedade passou a experimentar no alvorecer do século 21.
A metodologia, segundo os criadores, tem foco tanto no aspecto instrumental do saber quanto nos laços da comunidade com a escola. Para a pesquisadora do Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa (Niase) da Universidade de São Carlos, em São Paulo, Roseli de Mello, “as comunidades de aprendizagem são aquelas onde há diversificação de interações e atividades e intensificação dos tempos de aprendizagem”, e o foco está na aprendizagem dos alunos e no envolvimento de familiares e membros da comunidade em um ambiente de diálogo igualitário, no qual todos são responsáveis, todos aprendem e todos ensinam. Em entrevista à jornalista Julia Chaib (20/11, no caderno Brasil), o educador e fundador da Escola da Ponte em Portugal, José Pacheco, disse que “é preciso passar da área da pedagogia para a dimensão da ética”. Em sua avaliação, não é possível mais “insistir num modelo educacional do século 19, com professores do século 20 ensinando para alunos do século 21”.
A frase que não foi pronunciada
“— Por que sinto tanta vergonha quando vejo um pai de família, que ocupa um cargo público, preso por corrupção?”
“— O nome dessa vergonha é caráter meu filho.”
Conversa na classe média
Futuro
»Em poucos anos, as reuniões realizadas na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado serão parte importante da história trabalhista do Brasil. Iniciou-se o processo de discussão sobre o teletrabalho. A transformação na área dará mais autonomia e mais responsabilidade aos funcionários. Mundialmente, essa tem sido a solução para o crescimento do setor terciário.
Teletrabalho
»A base da discussão foi o Projeto de Lei 3.26/13, de autoria do senador sergipano Eduardo Amorim. Ele prevê a produtividade como parâmetro da relação com o empregado e não o controle de jornada. Bem-estruturado, o projeto prevê as possibilidades da localização para execução das tarefas, confidencialidade, autonomia, pagamentos, ressarcimentos, vales, seguro, entre outros detalhes. A relatoria foi cumprida pelo senador Requião.
Ética
»Colocar o país adiante da amizade é tarefa para poucos. Um caso que deve ser sempre lembrado ocorreu na presidência de Itamar Franco. Poderoso e com a simplicidade de sempre, Hargreaves era o ministro da Casa Civil. Com pouco mais de um ano no cargo, acusações começaram a aparecer com a possibilidade de desvio de verbas públicas levantadas pela CPI do Orçamento. Conhecendo o próprio caráter com a mesma propriedade de quem conhece os inimigos políticos, Hargreaves fez o que todo homem honesto faria: entregou o cargo para preservar o presidente. Em poucos meses voltou à Casa Civil, já que as acusações não tinham o menor fundamento. Sofreu muito, à época, mas até hoje é uma das poucas figuras públicas lembradas pelos cidadãos com o respeito merecido.
História de Brasília
Cidades-satélites. Há apenas a planificação para as cidades satélites. Em todas elas, entretanto, a vida é insuportável, e todo os problemas de ordem humana têm que ser enfrentados com possível solução. (Publicado em 17/9/1961)
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jornalista_aricunha@outlook.com
com Circe Cunha e MAMFIL
Para um governo que é obrigado a direcionar 77% do orçamento para quitar a folha de pagamento de 214 mil servidores, ou apenas 7% da população, alguma providência precisa ser adotada com urgência para recuperar um mínimo de racionalidade nas contas públicas locais. O GDF sabe que caminha no limbo quando o assunto é finança pública. Recebeu, no plano distrital, a mesma herança desastrosa deixada na esfera federal pelos governos petistas.
Com o comprometimento dos recursos do Tesouro local com o pagamento do funcionalismo, sobra pouco mais de 1% para investimentos, o que é insuficiente para manter em atividade uma capital como Brasília. Entre 2014 e 2015, o montante investido em infraestrutura na capital caiu de R$ 1,79 bilhão para R$ 539 milhões, um encolhimento de 70%. Para piorar a situação, os repasses constitucionais da União tiveram redução sensível, sendo que, no mesmo período, houve um forte recuo na arrecadação de impostos.
Com os cofres vazios, o que resta ao GDF nestes tempos de vacas magras é partir para medidas criativas e modernizadoras que levem ao enxugamento da máquina do Estado. De nada adianta ajustar as contas do Tesouro por meio da contratação de mais empréstimos, tomados a juros extorsivos. O endividamento apenas alivia questões de momento, empurrando para um futuro ocupante do Palácio do Buriti os mesmos problemas encontrados pela atual gestão.
Diante de uma situação de desarranjo das contas públicas, como é possível explicar para a sociedade que o GDF tem um Centro Administrativo novinho (Buritinga) construído a preços exorbitantes? Mais um assunto para investigação. Enquanto aquele monumento ao desperdício é deteriorado pela ação do tempo, o GDF continua pagando aluguel para ocupar prédios particulares.
A pressão de diversas categorias do serviço público por reajustes deverá aumentar, trazendo ainda mais incertezas para as finanças locais. Talvez tenha chegado o momento de usar a inteligência, reduzindo gastos com parte do funcionalismo que poderia exercer suas funções de casa, dentro da filosofia moderna de home office, economizando com instalações prediais, luz, água, cafezinho, transporte e outros gastos. Em países sérios funciona. Basta uma gestão rígida paga por produtividade. Na era dos drones e dos aplicativos Waze, por que ainda se utilizar dos caríssimos helicópteros para serviços de monitoramento do trânsito e outros serviços? Mudança exige coragem e planejamento bem-feito.
A frase que não foi pronunciada
“Envelhecer é igual a dirigir. Nem tudo depende só de você.”
Dona Dita, sentindo a frieza dos jovens.
Release
» Brasil deveria sobretaxar bebidas açucaradas para combater a obesidade? Essa é a pergunta que a Organização Mundial de Saúde não quer calar. A recomendação seria benéfica para toda a população.
Droga
» Por falar nisso, quem é vidrado em açúcar tem por obrigação ler Sugar blues, de William Dufty. Livro surpreendente que desvenda tudo o que há por trás de séculos de segredos e tradições dessa droga que dissolve dentes e ossos da humanidade.
Novidade
» STF vai decidir se jogos de azar são constitucionais. Por enquanto, desde 1940, trata-se de contravenção penal. O assunto está nas mãos do ministro Luiz Fux. A decisão terá repercussão geral em todo o país.
Preferência
» Instalado, na Câmara dos Deputados, um grupo de trabalho, que tem a finalidade manter aos taxistas a exclusividade no transporte individual de passageiros. O projeto de lei que trata do assunto é o 5.587/2016. Na opinião do deputado Carlos Zarattini, do PT paulista, o Uber é uma ameaça de extinção para os taxistas. Se a população prefere o Uber, quem deve se adaptar à nova realidade?
Na lupa
» Na onda das empreiteiras, o Ministério Público deve ter material suficiente contra empresas que asfaltam a cidade. Basta uma chuva para a reprodução de buracos. As crateras são suficientes para deixar o automóvel dias em uma oficina. O contribuinte que paga os impostos não deveria pagar o prejuízo.
História de Brasília
Desemprego. Há nova onde de desempregados em toda a cidade, e isto sempre constituiu uma ameaça em todo o mundo. Braços parados desvirtuam espíritos, e quando isto acontece numa coletividade, os males são muito maiores. (Publicado em 17/9/1961)