Cultura é tão necessária como o ar

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com

com Circe Cunha  e Mamfil

Por menor que seja a contribuição do indivíduo para a melhora nas condições de vida de uma cidade, todas as pessoas têm importância e um papel a desempenhar na humanização dos espaços públicos. Nesse sentido, recolher um papel deixado no chão da praça é tão importante e necessário quanto ser o responsável pela administração de toda a praça.

Todos igualmente são responsáveis pela existência de sua cidade, pois ela é apenas o prolongamento natural da casa de cada um e, portanto, pertence a todos sem distinção. O que faz uma cidade um lugar melhor para viver é a união dos esforços de todos. É assim na maioria das grandes cidades do mundo.

Ocorre, no entanto, que algumas pessoas, por suas ocupações profissionais ou amor ao que fazem, acabam por se tornar mais relevantes dentro de uma cidade do que outras. A razão dessa importância é que, sem o trabalho delas, a cidade se torna apenas um lugar limpo e seguro, mas sem a efervescência da vida. O que caracteriza uma cidade viva é que nela pulsa um coração que congrega diferentes grupos que cultivam o saudável hábito de manter viva a cultura. Neusa França, Celina Kaufman e Lúcia Garófalo eram essas pessoas que amavam o que faziam, e a cidade ganhava muito com isso.

São as diversas manifestações culturais que, dando identidade a uma cidade, fazem dela um lugar não apenas para morar, mas para se viver com plenitude. Graças ao trabalho de Neusa, Celina e Lúcia, e também de muitas pessoas que, às vezes, de forma anônima e sem o devido reconhecimento, nos permitem distinguir aquelas cidades que são apenas um lugar físico no espaço a abrigar pessoas, daquelas que são um corpo coletivo e social de civis que tem na cultura seu traço em comum mais importante.

Dessa forma, quando assistimos ao fechamento de espaços públicos dedicados às artes, como galerias, museus, teatros ou o falecimento de agitadores culturais, mecenas, produtores, realizadores e outros agentes de cultura é que nos damos conta de que sem esses lugares e, principalmente, sem o trabalho dessa gente altruísta vamos ficando como abandonados num deserto inóspito. Mais do que qualquer partido ou político fantasiado de uma ideologia que sabemos falsa, a cidade necessita de espaços dignos e de agentes da cultura. Feiras, exposições, musicais, teatros, cinema e outras realizações que festejam a raça humana. É disso que temos fome e necessitamos para viver, além de lutar pela sobrevivência.

 

A frase que foi pronunciada

“A diferença é o amor pelo que se faz.”

Lúcia Garófalo, herança deixada para a cidade

 

Release

» Se for a São Paulo, antes de ir a qualquer restaurante, consulte sobre os vencedores apontados pela Veja São Paulo Comer & Beber 2017. O evento aconteceu na Casa Charlô, na capital paulista, onde 42 categorias gastronômicas foram premiadas. Entre os grandes vencedores da noite, Oscar Bosch (Tanit), escolhido Chef do Ano; Rodrigo Aguiar (Rios), eleito Chef Revelação; Márcio Silva (Guilhotina), Bartender do Ano; Esquina Mocotó, como Restaurante Brasileiro; Rubaiyat na categoria Carnes; D.O.M., como Cozinha de Autor; Fasano, melhor Italiano; Bistrot Parigi, melhor Francês; e Carlos, melhor Pizzaria. O destaque foi para o maître Ático Alves de Souza (Parigi), que, aos 90 anos, arrancou aplausos efusivos dos presentes pela qualidade do trabalho.

 

Manutenção

» Parquinhos infantis e PECs precisam de manutenção. As faixas de pedestres também precisam de reforço antes das chuvas.

 

Invasão

» Ninguém entende como é que, justamente na quadra de parlamentares, na 309 Sul, pode ter tantos quiosques ilegais instalados bem na entrada. Agefis precisa agir por ali.

 

Peso e medida

» Para quem acorda cedo, força motriz desse país, o horário de verão é mais do que um martírio. É um prejuízo à saúde. Trabalhadores que pegam trem, barca, ônibus, canoas por este país afora estão sujeitos à vontade humana de mandar na luz do sol controlando os ponteiros dos relógios. É desumano com alguns, e relaxante para quem curte um uísque no fim da tarde.

 

História de Brasília

Já que falamos em interurbano, as telefonistas continuam ganhando 10 mil cruzeiros mensais para o trabalho intensivo durante oito horas, e até mais. São sacrificadas com seus horários, e às vezes dispõem de apenas 15 minutos para almoço, que é feito na própria mesa telefônica. (Publicado em 5/10/1961)

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