Estatais para quê?

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br com MAMFIL

 

 

Tirem o mel da vista que os ursos param de vir roubar. A sentença, válida nos parques naturais do Hemisfério Norte para manter os perigosos mamíferos longe dos acampamentos humanos, serve também para o caso brasileiro das estatais.

Afastando os políticos e seus clubes partidários das empresas públicas, estará resolvida boa parte dos flagelos da corrupção que se abatem sobre as estatais. Mas, numa linha direta de raciocínio, melhor mesmo é vendê-las a quem possui o perfil correto para administrá-las dentro das regras de mercado: a iniciativa privada.

Para um Estado que não consegue administrar e prover, com um mínimo de qualidade, os setores de saúde e educação, que são obrigações constitucionais, não faz sentido que detenha o controle de enormes empresas apenas para produzir bens de consumo.

Ao Estado interessa produzir segurança previdenciária, bem-estar social, amparo e proteção jurídica dos seus cidadãos, e não gasolina e lingotes de ferro. A Lei Geral das Estatais, em gestação suspensa agora no Congresso, reflete bem o efeito nefasto da ingerência política em cargos e diretorias de estatais e fundos de pensão.

Com os superescândalos de corrupção que vão sendo levantados paulatinamente pelas investigações da Operação Lava-Jato, foi preciso a confecção de um conjunto de normas, que, em outras palavras, visam unicamente conter a razia sobre uma centena de empresas públicas. Está mais do que confirmado que as indicações políticas estão entre as principais causas das centenas de casos de corrupção chegam , a todo momento ao conhecimento do público.

Nos últimos anos, chegou-se ao requinte que colocar essas empresas e seus fundos de pensão a serviço dos interesses direto dos partidos. Somente no setor das estatais, há uma média de 400 diretorias que são preenchidas de acordo com a necessidade dos 40 partidos existentes. Outros 700 cargos, em empresas e órgãos públicos, aguardam o mesmo destino.

Não adiante, nesses casos, antepor mecanismos de controle nessas empresas. Eles simplesmente não funcionam a contento quando quem está no lado de dentro do balcão é alguém blindado pela chamada prerrogativa de foro.

A denominada governança se mostrou inócua quando a empresa, no caso, é pública. Os casos que mostram os estragos feitos por esse tipo de gestão em empresas como a Petrobras e Eletrobras são exemplares e não devem ser esquecidos sob pena de virmos a repetir não apenas os mesmos erros e deslizes éticos de sempre, mas sobretudo perpetuar os prejuízos bilionários em cima de uma sociedade já exangue.

 

A frase que foi pronunciada

“No famoso quadro de Pedro Américo, que glorifica o Grito do Ipiranga, aparece a figura atônita e circunstancial do tropeiro, símbolo do povo, que via, mas não participava do acontecimento.”

Ulysses Guimarães

 

Dança

De 11 a 31 de julho, Brasília recebe a 26ª edição do Seminário Internacional de Dança de Brasília. Neste ano, a homenagem será em memória do dramaturgo inglês William Shakespeare e dos 400 anos da morte do romancista castelhano Miguel de Cervantes. Inscrições no portal www.dancebrasil.art.br.

 

Sonhos

Os 25 anos de dedicação da bailarina, coreógrafa e professora Gisèle Santoro a tornaram referência nacional e internacional. O festival contempla os amantes da cultura e da dança com espetáculos gratuitos, além de dar oportunidade para que as “pratas da casa” entrem em companhias renomadas mundialmente.

Release

Solidariedade — Com o frio quem tem feito, os mais necessitados poderão contar com a doação de cobertores e agasalhos feita por estudantes interessados no aulão beneficente de Redação Oficial, do IMP Concursos, no sábado (9/7), das14h15 às 17h15, na 603 Sul. Para participar, basta fazer a inscrição pelo site, e confirmação antecipada mediante a doação na secretaria de alguma unidade.

 

História de Brasília

A luta pelo ministério tem sido uma espécie de “queda de corpo”, capoeira, e rebanada, cada um puxando a brasa para a sua sardinha, vendo-se que o braseiro é tão pequeno… (Publicado em 9/9/1961)

Atenção primária é a saída

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br com MAMFIL

 

 

Territorializar o atendimento à saúde da família, dando atenção primária in loco aos casos de menor complexidade e, assim, desafogar as emergências dos hospitais públicos. Esse é o novo modelo de saúde que o GDF tem procurado implantar para conter a crise avassaladora que há anos acomete o setor de saúde pública na capital. O secretário de Saúde do DF, Humberto Fonseca, especialista em medicina da família, traz, paulatinamente, para Brasília modelo parecido que funciona, há alguns anos e com certo sucesso, na cidade do Rio de Janeiro.

A ideia do titular da pasta é driblar a falta crônica de recursos e partir para modelo de atendimento alternativo de assistência à saúde, fazendo dos atuais Centros de Saúde porta de entrada da população que busca atendimento médico. A falta de médicos e de recursos, somada ao aumento exponencial na demanda, tem lotado emergências e hospitais, prejudicando a todos indistintamente.

Governos passados tentaram a implantação da fórmula de saúde da família a fim de antecipar o atendimento, filtrar casos e orientar as pessoas sobre procedimentos básicos de saúde e higiene. Motivos de ordem política e má vontade de sindicatos fizeram desandar o projeto, que foi simplesmente abandonado, depois de desperdiçarem grandes somas de recursos públicos.

Por esse motivo, o novo modelo trazido agora desperta reservas, não pela qualidade do projeto em si, que parece sensato e adequado, mas pelas dúvidas quanto ao seu prosseguimento nos próximos governos, já que na área o tempo de maturação de qualquer modelo é que confirmará se ele é ou nãobom para a população.

 

A frase que não foi pronunciada

“A perícia da comissão do impeachment parecia mais uma peripécia do que perícia.”

Jornalista no corredor das comissões

 

Bate-papo

Na parada do Palácio do Planalto, a conversa era a saída da Inglaterra da União Europeia. A amiga perguntou para a outra: E agora? O que será que vai acontecer? A resposta: Fia, reza para não pegar dengue nem ser assaltada lá no Jardim Ingá que já está de bom tamanho.

 

Autoescola

Há uma explicação para a imprudência dos motoqueiros na cidade. No momento da prática, falta um estágio nos hospitais na ala dos motoqueiros acidentados. Com certeza seria um estímulo ao juízo.

 

Silêncio

Grupo de pesquisa cênica do Sesc apresenta até 3 de julho, às 20h, no Teatro Sesc Garagem da 913 Sul uma história real que revolucionou a comunicação e ensinou que tudo é possível: O milagre das mãos.

 

Crédito

Agricultores rurais recebem mais de R$ 300 mil em cartas de crédito do Prospera DF. A notícia é do Twitter do GDF.

 

Release

Elijonas Maia informa que o secretário adjunto do Trabalho do DF, Thiago Jarjour, recebeu, ontem, a medalha Alferes Joaquim José da Silva Xavier — Medalha Tiradentes. Essa é a mais importante distinção honrosa da Polícia Militar. Na solenidade, na Academia da PMDF, foram agraciados policiais, servidores da Segurança, secretários de Estado e parlamentares. Jarjour recebeu a medalha, no grau comendador, das mãos do governador Rodrigo Rollemberg pelos serviços prestados à sociedade.

 

Laboratório

CNJ usa como instrumento de mediação a Constelação Familiar, técnica desenvolvida pelo terapeuta e pedagogo alemão Bert Hellinger. Por trás das demandas judiciais, há razões que são destrinchadas com a técnica. Além da solução da lide, a paz social é alcançada.

 

História de Brasília

O que é fato é que todo o mundo votou o parlamentarismo, e, nos dias de posse, nenhum dos parlamentaristas soube explicar à reportagem o mecanismo do regime, o que aconteceria, como deveria ser resolvido este e aquele caso. (Publicado em 9/9/1961)

Um fórum mundial para a água

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

aricunha@dabr.com.br com

Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

 

Promover a conscientização, construir compromissos políticos e provocar ações em temas críticos relacionados à água para facilitar a sua conservação, proteção, desenvolvimento, planejamento, gestão e uso eficiente, em todas as dimensões, com base na sustentabilidade ambiental, para o benefício de toda a vida na Terra. A partir desse ideário, a organização internacional conhecida por Conselho Mundial da Água vem chamando a atenção dos países para a urgência em debater estratégias para a preservação desse importante e vital recurso mineral para a humanidade. Em 2018, será a vez de Brasília sediar o 8º Fórum Mundial da Água. Serão mais de 70 países representados, com a expectativa de que mais de 30 mil pessoas participem das diversas reuniões e debates.

Com um tema atualíssimo, o conselho vem despertando preocupações em todo o planeta, sobretudo pelos alertas feitos pela comunidade científica internacional acerca da intensificação dos fenômenos climáticos decorrentes do aquecimento global.

O fenômeno, causado pela grande queima de combustíveis fósseis e outros fatores provocados pela ação do ser humano, vem sendo sentido de forma cada vez mais intensa em todo o planeta. Secas e inundações. Ondas de calor e frio intensos. Tornados e ciclones gigantes, inclusive em áreas antes livres desses fenômenos, vêm ocorrendo com frequência cada vez maior e com resultados sérios para a economia mundial e a própria vida sobre o planeta.

Especialistas concordam que os desafios para garantir o acesso à água potável nas próximas décadas serão imensos, por isso é preciso a adoção de ações preventivas imediatas, com grandes investimentos em reservas hídricas, principalmente em barragens, saneamento com coleta e tratamento de esgoto e métodos mais atuais de dessalinização da água marítima.

Com a escassez crescente da água em todo o mundo, um novo tema foi introduzido nos debates e vem causando polêmicas. Trata-se do compartilhamento de rios. Temas como a conveniência da transposição do Rio São Francisco, defendido por muitos, serão abordados, principalmente agora quando o Nordeste brasileiro é castigado pela maior seca dos últimos 50 anos. O pior é que os prognósticos feitos por cientistas renomados são de que os períodos de estiagem serão ainda mais severos nos próximos anos e com consequências imprevisíveis.

 

A frase que foi pronunciada

“A omissão é uma motivação branda e um convite à corrupção.”

Clodomir Padilha Alves da Silva, economista, meteorologista e meu amigo

 

Margarita Morales

Amanhã conheça a vivência de constelação familiar. Será no espaço Aliah, na 303 Norte, às 19h30. R$ 20. Margarita Morales é coach ontológica há mais de 15 anos. Atua em terapias integrativas a exemplo de constelações familiares e consciência corporal. Vale conhecer.

 

Sustente-se

Quando falam em sustentabilidade, parece que é uma coisa de outro mundo. Ninguém percebe que para plantar uma árvore bastam terra, semente e chuva? É de graça. Agora na estiagem é o momento de plantar nos saquinhos para passar para o chão com a vinda das águas. Tão simples. Frutas e flores cabem em qualquer lugar.

 

Ah tá!

Esta foi boa. Chega de Washington a notícia que garante que a atividade dos hackers chineses diminuiu. Eles tentam menos burlar o sigilo comercial norte-americano. Mas se o procurador-geral assistente John Carlin tivesse certeza disso, não haveria hackers.

 

Português

Propaganda é mesmo a alma do negócio.  Vejo o título da correspondência na mesa. “Ajude a fundar o partido do pequeno e microempresário brasileiro no seu município”. Afundar? Mais? O pequeno e microempresário brasileiros estão afogados há muito tempo.

 

História de Brasília

Isto quer dizer que qualquer dia o sr. Esmerino Arruda poderá obter uma vitória, com a sua emenda, desde que o Congresso a tanto seja constrangido. (Publicado em 9/9/1961)

Nova União Ibérica

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

Com a debanda do Reino Unido da União Europeia, os formuladores do bloco foram, de certa forma, apanhados de surpresa. Ao que parece, na arquitetura do grupo comum, não havia mecanismos prévios de separação e desmembramento abruptos. A saída ligeira de um membro importante retirou um dos pés de sustentação do bloco, o que pode dar início a um processo de esfacelamento em cadeia de toda a União.

Trata-se de um momento marcante de nossa história contemporânea. O que para uns significa o início de uma crise sem precedentes, para outros, é o sinal de que novas oportunidades e lucrativos rearranjos estão se formando. Esse pode ser o caso da América Latina e de seu incipiente mercado comum, o Mercosul.

As oportunidades se abrem, não só para todo o continente, mas para parte significativa da própria Europa — principalmente para aqueles países que sempre foram alijados e tratados como periféricos da União Europeia. É sabido que a entrada de países, como Portugal e Espanha no bloco, sempre foi vista com desconfiança e retardada o máximo possível.

O sociólogo Gilberto Freyre costumava afirmar que Portugal, por sua posição geográfica e sua formação histórica, era muito mais África do que Europa. Havia, em sua visão, uma certa “reverberação lusotropical” que incidia sobre os portugueses. Também a Espanha, por suas idiossincrasias históricas, possui fortes ligações com os trópicos.

Talvez esteja nas características formativas desses dois povos a oportunidade de nova reedição da União Ibérica, como ocorrida entre os anos 1580 a 1640, só que, agora, reformuladas dentro de uma perspectiva democrática de mercado comum. Nesse caso, imaginem o potencial fabuloso de um mercado comum ou um bloco do gênero formado por Portugal, Espanha e toda a América Latina. Que a Europa resistiria a um portento dessa magnitude. Se Espanha e Portugal são os primos pobres da União Europeia, o mesmo ocorre com a América Latina, tratada igualmente pelos “irmãos do Norte” (EUA e Canadá).

A formação de um mercado comum transoceânico desse porte poderia se constituir num conjunto de forças nunca antes experimentado, mas que permitiria aos países ibéricos se transformarem numa nova potência dentro de uma Europa que os trata como membros de segunda categoria. Da mesma forma, a América Latina, uma vez superadas certas questões políticas, como o bolivarianismo e outros vezos primitivos, se beneficiaria tremendamente. O que pode parecer um projeto utópico, com enormes barreiras a serem transpostas, pode ser tão irreal, como foi um dia a ideia de um mercado comum europeu.

 

A frase que não foi pronunciada

“Diz-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.”

Barão de Itararé

 

Cuidado

Mobilidade na Feira dos Importados e arredores é palavra desconhecida. Calçadas e desníveis tornam perigoso o trajeto até para atletas.

 

Decibéis

Ibram, o instituto responsável em manter a paz noturna dos cidadãos, não trabalha a contento. Se não há um número telefônico que atenda as ligações dos desesperados pelo silêncio na madrugada, de que adianta?

 

Abuso

“A partir de agora você passa a receber mensagens publicitárias com novidades e ofertas da Claro e de seus parceiros.” Era só o que faltava. O cliente que não quiser essa superoferta precisa dedicar o seu tempo para cancelar o brinde.

 

Futuro

Almir Barbio, do Departamento Cultural da Portela; Luiz Carlos Magalhães, vice-presidente da Portela; Moacyr Oliveira Filho, presidente da Aruc e do Consulado da Portela no DF; Márcio Martins, do Consulado da Portela em Florianópolis (em formação); e Rogério Rodrigues, diretor Cultural da Portela, se reuniram em um comitê alegre e descontraído. No momento mais sério, o assunto discutido e mediado por Luís Carlos Magalhães foi o Carnaval além da Sapucaí.

 

História de Brasília

Igualmente, o mesmo Congresso vem, há 16 anos, rejeitando a emenda do sr. Raul Pilla, que, ultimamente, vinha tendo, entre os deputados e senadores, a mesma consideração da emenda do sr. Esmerino Arruda, sobre a coincidência de mandatos. (Publicado em 9/9/1961)

Saída pela direita

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

 

Com a construção do Eurotúnel em 1994, ligando a França à Inglaterra, a verve típica dos ingleses produziu um comentário que traduz muito a visão daquele povo sobre o restante dos habitantes do planeta: “Agora o continente não se encontra mais isolado”. Individualismos à parte, o certo é que as fronteiras, todas elas, são arbitrárias, e resultam de decisões temporais e humanas e servem, em última análise, para impedir que pessoas de outras culturas adentrem o território. No caso da decisão agora, tomada por consulta popular, do Reino Unido abandonar a União Europeia, as consequências, como diria o filósofo de Mondubim, virão a posteriori e trarão reflexos não só para a Inglaterra e UE, mas para o mundo Ocidental.

Como se trata de decisão soberana, oriunda de vontade livre de cidadãos que se manifestaram por meio de plebiscito, não há o que contestar. Ocorre que esse resultado veio muito em cima do calor do momento, quando a Europa sente os efeitos da chegada repentina de uma leva de quase 1 milhão de migrantes desesperados, procedentes de regiões pobres do planeta, assoladas por guerras e fome. Um novo mundo está se desenhando. Nem tão novo assim, mas que parece se encaminhar de volta ao próprio umbigo.

Para alguns analistas, dentro do ciclo perpétuo da sístole e diástole, o processo da globalização começa a dar sinais de esgotamento e uma tendência que vem acompanhando esse movimento de retorno para dentro das fronteiras, é precisamente o fortalecimento de uma direita conservadora e xenófoba, para quem os males da Europa decorrem da excessiva permissividade para a entrada e trânsito de estrangeiros no continente.

Com a saída dos ingleses, há o risco dessa decisão se repetir com outros membros do bloco, catalisando um processo que pode levar a falência da União. É preciso lembrar que a Inglaterra, assim como a França nunca viu com bons olhos a entrada para o bloco de países periféricos como Portugal, Grécia, Espanha e outros. Em sua concepção original, a União seria representada unicamente pelos países mais prósperos do continente, numa espécie de clube dos ricos.

Para o Brasil, as consequências virão com efeitos dessa decisão sobre os mercados mundiais e que as bolsas de valores começaram a refletir, com a despencar da libra. Em menor escala, o Brasil ensaia, com o ministro das Relações Exteriores, José Serra, tomar certo distanciamento do Mercosul, para que o país possa negociar acordos bilaterais de livre-comércio, amarrados desde o ano 2000, quando o Bloco decidiu que esse acordos só poderiam ser firmados de forma conjunta.

O determinismo geográfico tem sido a sorte e a ruína da Inglaterra ao longo de sua existência, protegendo-a das ambições de Napoleão e de Hitler. Mas o fato de ser uma ilha, num mundo conturbado como o atual, não é, por si, garantia de um futuro próspero. Quando protagonizou a Revolução Industrial, base e origem de sua riqueza, a Inglaterra teve que buscar, além-mar as matérias-primas que necessitava para sua empreitada. Quando necessitou de mercado consumidor para os produtos que fabricava, também foi alhures onde buscou compradores. De fato é preciso ressaltar que, à semelhança do homem, nenhum país é uma ilha.

A frase que não foi pronunciada

“É preciso usar o lobo frontal para legislar. “

Pensamento de um certo juíz

Deu bode

Falta pouco tempo para a abertura das Olimpíadas 2016. Fato novo preocupa os organizadores. O controle do doping brasileiro foi suspenso. As amostras do laboratório serão transferidas para um outro instituto credenciado pela Agência Mundial Antidopping. Faltava o cumprimento às normas internacionais.

Concurseiros

Vai ser na próxima semana a votação no plenário do Senado Federal sobre a Medida Provisória 714/2016. Ela amplia a participação de capital estrangeiro de 20% para 100% em empresas aéreas brasileiras com direito a voto.

Vagas

Concurso da Abin promete. Já foi feito o pedido ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. São 650 vagas. Ano passado foram 470.

Juntos

Não é só o Ministério Público do Brasil que está resignado a acabar com a corrupção. O MP da Suíça tem enviado ao país documentos importantes sobre endereços luxuosos dos nossos políticos.

História de Brasília

Esta atual legislatura, os mesmos deputados já haviam, no Rio, rejeitado a mesma emenda que foi aprovada às pressas, no auge da crise político-militar do fim do mês passado. (Publicado em 9/9/1961)

A revolução econômica dos aplicativos

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br com MAMFIL

25

Com a interconexão do planeta via internet, o que parecia ser sonho distante de uma aldeia global vem se tornando, a cada dia, realidade e com reflexos diretos e profundos nas relações econômicas. Aos múltiplos serviços, proporcionados pelos meios digitais, seguem-se novos outros continuamente, num ciclo tão veloz e inesperado, que não será surpresa nenhuma se as teorias econômicas que conhecemos hoje virarem pó logo ali adiante.

O caso do aplicativo Uber e UberX, em pauta agora na capital, ilustra bem essa revolução silenciosa que presenciamos. Aprovado em primeiro turno pela Câmara Legislativa, o projeto que regulamenta os aplicativos de transporte individual de passageiros disponibilizado via celular veio para ficar, independentemente de governos ou de políticos, simplesmente porque estão ao alcance da mão de qualquer cidadão.

A concorrência do tipo eletrônica e instantânea, com as facilidades dos mapas de percurso via satélite, tornou o serviço racional e poderosamente barato e acessível. Aplicativos outros, como o site de aluguel de imóveis Airbnb, permite que o indivíduo alugue o que quiser em qualquer parte do planeta por preços menores que dos hotéis tradicionais. Mesmo as compras via internet, pela comodidade, vão avançando no mercado tradicional das lojas.

A chamada economia colaborativa, com o apoio da tecnologia está mudando a cara do mundo e, por tabela, do próprio capitalismo. Trata-se na visão de especialistas de novo ciclo econômico que vem surgindo no seio capitalista, aprimorando as relações econômicas. A redução dos custos, proporcionada pelas transações on-line, é bem-vinda e evita burocracias desnecessárias.

Essas mudanças, lógico, terão impactos, num primeiro momento, em relação ao capital humano ou à mão de obra. Em março último, o Ministério da Justiça lançou concurso para premiar aplicativos (apps) que possibilitem dar maior transparência aos repasses de recursos públicos e, com isso,  contribuir para o combate à corrupção. Exemplos de apps que facilitem a vida das pessoas surgem a cada instante e vão pavimentando o caminho para a consolidação não só da economia colaborativa, mas também da economia compartilhada, que é feita a partir de bens excedentes e que vem se espalhando com rapidez pelo planeta. Ao lado dessas mudanças, outras transformações paralelas surgem num processo em cadeia.

O mundo moderno começa a entender a importância de novos conceitos econômicos como o co-working, que é compartilhamento de espaços e recursos. Nesse caso, uma sala comercial serve a vários profissionais ao mesmo tempo. Os custos são repartidos e todos lucram. Num planeta onde os recursos naturais começam a dar sinais preocupantes de esgotamento acelerado, o uso das novas tecnologias poderá levar à nova mentalidade de consumo, com resultados satisfatórios para todos.

 

A frase que foi pronunciada

“Nunca vivi um momento tão constrangedor: uma presidente eleita pelo voto popular ser afastada de forma tão truculenta”.

Disse o senador Paulo Paim, querido de verdade pelo povo trabalhador e vacinado contra os males da mosca azul

 

Tecnologia

Lockheed Martin e a Bravo Industries passam a manter as turbinas aéreas em uma base no Recife. O senador Armando Monteiro recebeu o mérito pelo presidente da Bravo, JR Pereira, e vice-presidente da Lockheed, Raymond Fajay, que já o chamam de padrinho do projeto.

 

No Brasil

A Lockheed é conhecida como a mais avançada indústria de tecnologia aérea e defesa mundial. Duas razões para a escolha por Pernambuco. Ser um centro de logística e pela proximidade do Porto Digital. América Latina e África serão atendidas pela base.

 

Guerra

Lockheed Martin ganhou um contrato naval com o Japão de apoio ao sistema de guerra submarina por US$ 169,5 milhões, de acordo com relatórios de mídia dos EUA na quinta-feira.

 

História de Brasília

Nos estatutos do PSD, da UDN ou do PTB não se encontra um único artigo que defenda esse sistema de governo. Entretanto, todos os partidos votaram a favor, para “acabar logo com a história”. (Publicado em 9/9/1961)

 

Mirem-se  no exemplo  daquelas  senhoras

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

 

 

Defenestrada do mais alto cargo da República, nem mesmo o tombo majestoso que lançou Dilma Rousseff ao chão, apeando-lhe do poder quase imperial que desfrutava, serviu-lhe de lição para conter o gigantismo de seu ego. Talvez a rudeza de seu caráter ou intelecto pouco ilustrado tenha ofuscado a visão da realidade à sua volta, fazendo-a prisioneira dos próprios limites. Essas restrições pessoais, somadas `ss distorções dos fatos trazidas diariamente por uma assessoria medíocre e amedrontada, turvaram irreversivelmente sua compreensão sobre os acontecimentos que rolavam além das janelas do Palácio do Planalto.

Desorientada pelo desmoronamento de seu mundo, Dilma não se deu conta do término abrupto de sua jornada. Tanto que escolheu para si aguardar na residência oficial do Alvorada o desfecho final de seus dias como chefe do Executivo. Em situações semelhantes, manda a prudência que o melhor é reconhecer a ocasião desfavorável e promover, o quanto antes, recuo estratégico. No caso da quase ex-presidente, o mais sensato seria o retorno para sua residência particular, onde é senhora absoluta de seus domínios. Imporia a si uma espécie de silêncio obsequioso, aguardando, estoicamente, o descerrar das cortinas.

Caso optasse pelo caminho do deprendimento e da abnegação, aguardando com serenidade os derradeiros atos políticos, boa parcela da opinião pública lhe seria solidária. Ao contrário, a escolha infeliz de ir morar no mesmo Palácio dos tempos de fausto passou para a população a impressão de apego desmensurado as benesses do cargo e outras deformidades humanas.

Das muitas imagens que registram os derradeiros momentos de Dilma no Poder, nenhuma é mais ilustrativa do que a foto em que ela e seu chefe gabinete, Jaques Wagner, estão espreitando, com os olhos arregalados, por trás das cortinas do Palácio do Planalto, a multidão crescente e insatisfeita que se aglomerava ali defronte. Situação parecida deve ter ocorrido no longínquo 14 de julho de 1789 na França.

O fato de os Estados Unidos não terem experimentado o regime monárquico, como o Brasil, talvez explique a exigência, naquele rico país, de os presidentes serem obrigados a pagar para ter suas roupas lavadas e passadas. Na Alemanha, a chanceler, Angela Merkel, de longe a mais respeitada líder política da Europa, vai todas as semanas pessoalmente ao mercado fazer compras, carregando suas sacolas, seguindo sua rotina antiga como uma legítima dona de casa.

A rainha da Inglaterra, com todo os salamaleques da função, é vista constantemente cuidando de seu cotidiano com simplicidade. Os 127 anos que nos separam da Proclamação da República ainda não foram suficientes para mudar hábitos herdados e incrustados desde o período monárquico. Agarrada ao que ainda resta de mordomias, bancada pelo cidadão, Dilma demonstra que não aprendeu nada, não esqueceu nada.

 

A frase que não foi pronunciada

“Um mosquito não é mais forte que um país inteiro, mas a mosca azul é.”

Jarbas Passarinho, de onde estiver, avaliando a situação da vida nacional

 

Hoje

O dr. Paulo Hoff, diretor-geral do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, e o diretor técnico de Brasília, dr. Gustavo Fernandes, convidam a comunidade médica e representantes das operadoras de planos de saúde para celebrar oficialmente a ampliação do serviço de radioterapia.

 

Café

Dr. Pierre Marraccini, pesquisador do Cirad Embrapa respeitadíssimo no Brasil pelo seu trabalho com café, é uma pessoa que aparece pouco apesar da extensão e da importância do trabalho científico que desenvolve sobre o café brasileiro como parte de uma parceria entre Brasil e França.

 

Release

Com palestras sobre o cenário político no Brasil, a segunda edição do Roda de Debate, organizado pelo grupo Visamos —Pelo futuro do Brasil, traz ao Teatro do Brasília Shopping os convidados Alexandre Borges e Beatriz Kicis Torrents De Sordi.

 

Continua

Com o tema “Política, imprensa e ideologia”, o publicitário, articulista e diretor do Instituto Liberal, Alexandre Borges, abrirá o evento. A palestra será seguida de conversa e debate. Na sequência, Beatriz de Sordi. Ela é procuradora de Justiça do Distrito Federal, aposentada e fundadora do Instituto Resgata Brasil. Dia 27 próximo, às 19h, no Auditório do Brasília Shopping. Por R$ 40.

 

História de Brasília

Hoje é 7 de Setembro, dia da Independência. Discutida, maltratada, combatida, manchada, mas é independência. É independência do povo, independência do pensamento, independência de jugos. Relativa, mas é. (Publicado em 7/9/1961)

Céus abertos

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

 

 

Com a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da Medida Provisória 714/16, aumentando em até 100% a participação do capital estrangeiro com direito a voto nas companhias aéreas nacionais, estão lançadas sobre o pano verde das probabilidades as apostas de que tudo neste setor mudará da água para o vinho. A crença é, no entanto, arriscada. Os consumidores, que são sempre os últimos a serem consultados, esperam que haja, logo de saída, queda acentuada nos preços das passagens aéreas. Desse ponto de vista, a redução nos preços das tarifas aéreas faz sentido, pois voar dentro do Brasil, na maioria dos trechos, nos quais a concorrência praticamente inexiste, é muitíssimo mais caro do que viajar para o exterior.

A companhia aérea irlandesa Ryanair, que opera com tarifas de baixo custo na Europa, virá para o continente sul-americano, mas já deixou claro não vai operar no Brasil. “Iniciamos negociações em todos os países da região, menos no Brasil, já que há muita corrupção”, afirmou o executivo da empresa, Tony Ryan. Autorizar em 100% a entrada de capital estrangeiro acarretará, logicamente, mudanças radicais no setor. De todas elas, a mais temida, sem dúvidas, será a pressão sobre as empresas brasileiras e, principalmente, sobre o capital humano. Os baixos custos das empresas modernas são obtidos com uma mistura de poucos funcionários, um suporte massivo nos sistemas de venda e check-in via internet, funcionários que desempenham diversas tarefas simultâneas, além da cobrança por qualquer serviço extra.

Não há mágica: preços baixos vêm acompanhados de prestação de serviços de baixa qualidade. De qualquer forma, é preciso lembrar que durante o longo tempo em que as empresas nacionais voaram sem concorrência, elas cobraram praticamente as tarifas que quiseram, sempre com a desculpa dos altos preços do combustível importado e das peças de reposição e leasing de aeronaves cobrados em moedas estrangeiras. As esquerdas, para quem o Estado é uma vaca gorda de infinitas tetas, chiaram e falam em entreguismo do governo Michel Temer, e lembram que, nem os Estados Unidos, considerados a Meca do liberalismo, permitem 100% de capital estrangeiro no setor. Tampouco, a União Europeia.

Para a nova coalizão política dentro do Congresso, a concorrência trará novos e bem-vindos investimentos. O projeto segue para o Senado, onde deve ser votado até o fim do mês, para não perder a validade. Para um país continental, como o Brasil, a novidade pode ser solução, não só para o turismo, mas para o próprio setor de aviação que vem colecionando deficits ano após ano.

 

A frase que foi pronunciada

“Leve a crítica a sério, mas não como algo pessoal. Se houver alguma verdade na mesma, irás aprender com ela; caso contrário, ignore-a.”

Hillary Clinton

 

Sampa

Iniciativa da Associação Lamara com a rede de salões de beleza Jaques Janine chama a atenção pela sensibilidade. Os maquiadores ensinam mulheres com deficiência visual a usar os apetrechos de beleza com segurança e propriedade.

 

E mais

Além do curso de automaquiagem, a associação presta serviços ao mesmo público-alvo com técnicas para a limpeza de casa, culinária, estudos e até higiene pessoal. %u201CSabemos que não é só a maquiagem que vai definir a autoestima de uma pessoa, mas ela contribui muito para elas se sentirem mais felizes%u201D, diz a coordenadora do Programa do Jovem e do Adulto, Cecília Maria Oka.

 

Feijão

Se você não é afeito a boicotes e estiver achando o preço do feijão muito alto compre bastante milho. O ministro Blairo Maggi, da Agricultura, acaba de sugerir que o preço do milho aumente para melhorar o abastecimento do produto. Dona Efigênia dizia que o feijão e o milho eram a salvação dos pobres. Agora, é preciso verificar.

 

Parabéns!

Por falar em agricultura, comemora 16 anos de existência a carreira de fiscal federal agropecuário. É bom lembrar que esses técnicos, servidores do Ministério da Agricultura, são os responsáveis pelas políticas públicas pela defesa da soberania nacional, promoção do desenvolvimento econômico e social e na geração de riquezas e divisas para o País.

 

História de Brasília

Quando um pai leu para o filho de 9 anos uma poesia de Olavo Bilac na qual o poeta dizia: “Criança, jamais verá um país como este”, o garoto interrompeu o pai para dizer: “É mesmo, né, paiê, rebolado, né? (Publicado em 7/9/1961)

Século 21  mais perto  da barbárie

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

.

.

.

Fossem tomados como parâmetro da evolução da espécie humana apenas os direitos inalienáveis do homem à vida, à dignidade, à liberdade, à propriedade, entre outros, com certeza, o século 21 poderia se enquadrar num estágio de progresso bem mais próximo da barbárie do que da civilização moderna. A razão desse paradoxo está estampada em letras garrafais nos principais noticiários mundo afora. Nunca, em tempo algum, tanta violência foi perpetrada contra o ser humano.

Custa acreditar que seja essa a mesma espécie que experimentou os mais refinados graus de tecnologia, que construiu cidades fantásticas, que decifrou o mapa genético humano, que pôs os pés na Lua, que elevou as ciências humanas ao céu e realizou tantas outras maravilhas. Custa crer que seja esse mesmo ser que manda pelos ares seus semelhantes, em atentados brutais e banais, em nome de uma ideologia vazia.

Segundo levantamento realizado pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur), o ano de 2015 registrou número recorde de refugiados no mundo. São mais de 65 milhões de pessoas deslocadas no planeta por causa das guerras e conflitos armados. Países como a Síria, o Afeganistão, a Somália, têm empurrado os cidadãos para fora de suas fronteiras, por causa do derramamento contínuo de sangue.  Essas massas, que acorrem principalmente para a Europa, fugidas da fome e do medo, formam hoje grande contingente de desesperados que muitos já consideram esse o mais flagelo dos tempos modernos.

Aqueles que não ficaram pelo caminho, desaparecidos no Mediterrâneo — o novo cemitério da humanidade—, chegam a países hostis e com hostilidade são tratados. A Acnur registra um recorde absoluto no número de refugiados.

O Brasil abriga cerca de 9 mil refugiados vindos de 78 países. Segundo o Comitê Nacional para os Refugiados, nos últimos 6 anos houve aumento surpreendente de 2.800 % nos pedidos de asilo. Os 500 pedidos de asilo que havia por ano pularam para 1.200 por mês.

Por trás dessa realidade bruta que nos joga de volta à barbárie, está a indústria de armamentos, que nunca vendeu e lucrou tanto. Os fabricantes russos são os mais bem posicionados nesse mercado da morte. As empresas americanas e europeias vêm perdendo terreno para os russos, que despontam como os novos senhores da guerra neste mundo moderno.

Para um planeta tão convulsionado quanto o nosso e onde parece imperar ainda a lei da selva, vale prestar atenção nas palavras do Dalai Lama: “O planeta não precisa mais de pessoas bem-sucedidas. O planeta precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todos os tipos”.

 

A frase que foi pronunciada

“A dúvida é um dos nomes da inteligência.”

Jorge Luís Borges

A frase que foi pronunciada

 

Bombou

Protestos no plenário da Câmara chegaram à Comunicação Social da Casa. Eduardo Cunha dava entrevista exclusiva, o que causou estranhamento nos colegas pela importância e o destaque dados. Logo os ânimos dos inimigos foram arrefecidos. A entrevista era dada em canal da internet.

 

Pesquisa

Fundação Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde americano fazem parceria para estudos sobre o vírus zika durante a gestação. A meta é determinar o espectro do risco para a saúde da gestante, feto e bebê. Talvez Pernambuco seja um bom lugar para o começo. Outros problemas foram registrados como bebês natimortos, abortos, defeitos oculares e problemas de audição.

 

História de Brasília

Igualmente, deverão ter ficado aborrecidos os senhores Maurício Joppert e Menezes Cortes, este último, por causa do trânsito na chegada do sr. João Goulart, que funcionou admiravelmente. (Publicado em 7/9/1961)

Partidos da crise

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

aricunha@dabr.com.br com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

 

 

De 2005, quando veio à tona o escândalo de mensalão, para cá, o sistema político-partidário brasileiro, como um todo, começou a dar sinais de esgotamento e fadiga. Passada uma década, o processo se acelerou a tal ponto que tomou caminho sem volta. O passo seguinte para a decadência completa desse modelo de partidos e de se fazer política foi dado pelas gigantescas manifestações de rua, quando os políticos, de modo geral, foram impedidos de participar dos protestos populares, sendo inclusive hostilizados publicamente com cartazes do tipo: “não nos representam”. O bafo quente das ruas assustou muitos eleitos que preferiram ficar distantes do eleitorado.

Houve um ensaio tímido por parte do Legislativo e do próprio Executivo de acenar com algumas reformas cosméticas, mas que foram logo abandonadas, tão logo as ruas aquietaram. O fato é que o sistema partidário e, sobretudo, o modelo de governo de coalizão estão desmoralizados e não despertam mais o fundamental respeito por parte do eleitorado.

Com a delação, em cena agora, do operador na Transpetro, Sérgio Machado, o capital político dos partidos se desintegrou por completo. As lideranças políticas e respectivas siglas não despertam o ânimo e confiabilidade. O modelo vive os últimos momentos de existência. Qualquer pesquisa de opinião pública aponta a descrença acentuada em todas as siglas, inclusive, naquelas formadas mais recentemente.

Aos 35 partidos que se degladiam hoje no Congresso em busca de vantagens, devem se juntar outras novas 23 siglas em fase final de reconhecimento. Serão, então, 58 partidos literalmente divorciados da sociedade. O empurrão derradeiro para que essa miríade de legendas sem lastro foi dado justamente pelo Supremo Tribunal Federal ao considerar inconstitucional a chamada Cláusula de Barreira, que filtraria aquelas siglas que não obtivessem, pelo menos 5% do total de votos válidos para a Câmara e 2% dos votos em um terço dos Estados.

A delação de Sérgio Machado, vem mostrando, com clareza pedagógica a todo o país, o modus operandi dos partidos dentro da estrutura de governo do Estado. Para a maioria dos investigadores não restam dúvidas de que as legendas , na sua maioria, foram organizadas para saquear os cofres públicos, principalmente as empresas estatais. Pior, induziram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a lavar o dinheiro vindo dos dutos da corrupção por meio do álibi das doações “devidamente registradas” na contabilidade da Justiça Eleitoral.

O branqueamento desses recursos pode ter favorecido a eleição e reeleição desses partidos, mas para a sociedade, informada agora, da origem desses recursos, fica a certeza de que com companhias como estas, nossa democracia não seguirá adiante, pois não tem futuro.

 

A frase que não foi pronunciada

“ A gente todos os dias arruma os cabelos: por que não o coração?”

Provérbio Chinês

 

Entorno

Vicente Limongi Neto elogia a pequena Nicole do Recanto das Emas que pediu para que a coluna registrasse o descaso da administração com a sua rua. Nos seus 8 anos de idade já sabe que tem direito de viver com dignidade.

 

Fundos previdenciários

Enfim os dispositivos de governança serão aprimorados. Agora as entidades fechadas de previdência complementar vinculadas à União, Estados, DF , municípios e suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas terão que pelo menos ser mais transparentes à sociedade. É o que rege a lei que depende agora da aprovação dos deputados federais.

 

Emoção

Apenas compartilhando com os leitores a emoção de ver na historinha da coluna as notas que meu pai publicava no dia do meu nascimento. Entre um discurso e outro na Câmara dos Deputados, no dia da posse de João Goulart, ele ficava de olho no telefone do plenário. Até que o deputado Último de Carvalho o tranquilizou e assumiu o compromisso de lhe dar a notícia do nascimento. Envolvido com o trabalho percebeu a mão em seu ombro: A Lourdes está bem. É uma menina, disse o deputado recebendo um abraço pela notícia.

 

História de Brasília

Os episódios políticos dos últimos dias devem ter deixado tremendamente aborrecido o sr. Gustavo Corção, porque Brasília provou, mesmo, que é capital. (Publicado em 7/9/1961)