Autor: Circe Cunha
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
O mais razoável é que cada prestação de serviço, por sua importância para o cidadão, tenha uma regulação própria de modo a não afetar a nem a liberdade de fazer greve e muito menos o direito do cidadão à prestação desse serviço, já que pagou por ele antecipadamente, e a um preço muito alto.
A frase que foi pronunciada
–> Prezado Ari Cunha e Prezada Circe Cunha,
A propósito da nota “Sistema S de Segredo”, publicado em sua coluna do dia 02/05, no Correio Braziliense, esclarecemos que os recursos do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviços Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que integram o Sistema Indústria, são aplicados de forma eficiente, responsável e transparente.
Primeiramente, é importante esclarecer que os recursos repassados pelas empresas ao SESI e ao SENAI não são impostos e não integram o orçamento público (artigos 165 e 240 da Constituição Federal). O mesmo ocorre com as taxas e emolumentos devidos aos cartórios notariais e com as contribuições obrigatoriamente pagas aos conselhos profissionais (OAB, por exemplo). Ao contrário dos impostos, a contribuição compulsória devida ao Sistema S é recolhida por empresas de determinadas categorias (industrial, comercial, transportes, agricultura) e não pela coletividade em geral, e têm de ser destinada, necessariamente, a propósitos específicos (artigo 240). Este artigo 240 deixa claro que os recursos são privados, pois pertencentes a entidades privadas, o que já foi confirmado em diversas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o STF, no momento em que os recursos da contribuição compulsória ingressam nos cofres das entidades, eles passam a se submeter a uma gestão autônoma e privada, própria dos serviços sociais autônomos (Acórdão 1.382-4, 26/8/2009, DJe 2/9/2009 e AgRg na Acórdão n.º 1953/ES, 18/12/2013 e DJe 19/02/2014).
Ressaltamos que o SESI e o SENAI estão presentes em 2,7 mil municípios brasileiros, investindo mais de 80% da arrecadação em ações finalísticas, nas áreas de educação básica e profissional e em saúde e segurança dos trabalhadores. A eficiência na aplicação dos recursos das duas entidades pode ser medida pelo fato de mais de 73 milhões de trabalhadores terem sido qualificados pelo Sistema Indústria ao longo das últimas décadas, o que foi decisivo para a construção de um parque industrial forte e diversificado no Brasil. Não há, por exemplo, nenhum empreendimento industrial relevante instalado no país que não tenha contado com a qualificação da mão de obra feita pelo SENAI. Anualmente, a entidade realiza mais de 2,3 milhões de matrículas na educação profissional e mais de 1,3 milhão de ensaios laboratoriais e atende quase 20 mil empresas em serviços técnicos e tecnológicos. O SESI, por sua vez, beneficia anualmente mais de 1 milhão de pessoas em educação básica, continuada e em ações educativas e mais de 4 milhões de pessoas com serviços de segurança e saúde no trabalho.
Atualmente, o SESI e o SENAI são imprescindíveis para o enfrentamento dos desafios da quarta revolução industrial, que já está em curso e exige a constante adequação de empresas e trabalhadores às novas tecnologias e a mercados cada vez mais competitivos. Destaque para os 25 Institutos SENAI de Inovação, os 57 Institutos SENAI de Tecnologia e os Centros de Inovação do SESI, que têm apoiado a indústria de forma decisiva nesse novo cenário. Apenas nesses institutos, o Sistema Indústria está investindo cerca de R$ 3 bilhões.
Importante destacar também a alta qualidade da educação profissional ministrada pelo SENAI. Uma prova disso foi o primeiro lugar alcançado por seus alunos na Worldskills 2015 e pelo segundo lugar alcançado na Worldskills 2017. Equipes do SENAI ficaram à frente de equipes da Coreia do Sul, Suíça, Alemanha, Estados Unidos, Japão e França nesta que é considerada a maior competição internacional de educação profissional. Já o SESI destaca-se na Educação Básica, sendo que seus alunos têm alcançado, nos últimos anos, os melhores desempenhos na Prova Brasil, que avalia a qualidade da educação no país. Além disso, na semana passada, equipes de alunos do SESI foram campeões no Torneio Mundial de Robótica, realizado nos Estados Unidos, com participação de equipes de 60 países.
Esclarecemos, por fim, que a aplicação dos recursos da contribuição compulsória repassados pelas empresas ao SESI e ao SENAI se pauta pela máxima transparência. Todas as informações sobre os orçamentos, as demonstrações contábeis e outros dados sobre a gestão e as contas das duas instituições estão disponíveis nas páginas Transparência dos sites de SESI e SENAI, que podem ser acessadas livremente por qualquer cidadão, por meio dos seguintes links:
www.portaldaindustria.com.br/sesi/canais/transparencia e www.portaldaindustria.com.br/senai/canais/transparencia
Além disso, as contas das duas entidades são fiscalizadas por diversas instituições, como Tribunal de Contas da União (TCU), Contralodoria Geral da União (CGU), Ministério da Educação, Ministério do Trabalho, Ministério do Desenvolvimento Social.
Solicitamos que estes esclarecimentos sejam publicados na coluna, para que seus leitores fiquem informados sobre a eficiência e a transparência que norteiam a aplicação dos recursos do SESI e do SENAI.
Atenciosamente,
Superintendência de Jornalismo da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
História de Brasília
ARI CUNHA
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Se os políticos falassem apenas por suas atitudes, afirma o filósofo de Mondubim, por certo muitos deles seriam varridos do cenário nacional e da história do país.
Um ano após o início da atual legislatura na Câmara Distrital, o Instituto Exata de Opinião Pública apresentava uma pesquisa em que mostrava que de cada dez brasilienses, sete declaravam-se decepcionados com os políticos com assento na Câmara Legislativa. A sondagem mostrava que nada menos do que 69,5% dos moradores da capital da República se diziam contrariados e desiludidos com a sequência de escândalos que recaiam sobre os políticos locais e a Instituição. O motivo para tamanha contrariedade da população estava no fato de a Câmara Legislativa não usar de suas principais atribuições, particularmente quanto a fiscalização, sobre os gastos excessivos do Executivo. Outro ponto que merecia reprovação das pessoas pesquisadas naquela ocasião era quanto a gastança observada na própria Câmara local. De acordo com a maioria ouvida na pesquisa, havia um desperdício acentuado de recursos públicos.
Os entrevistados apontavam para a necessidade de economia nos gastos e miravam as verbas de gabinete e a verba indenizatória como exemplos de gastos exorbitantes que deveriam cessar de imediato. Para os brasilienses, mais importante do que legislar, apresentando projetos e leis, era economizar o dinheiro público e se afastar, para bem longe, de casos de corrupção.
Acima de tudo, o que os eleitores expressaram na pesquisa foi a importância fundamental da postura ética de cada um no exercício do mandato. Com a aproximação das eleições e término dessa legislatura, o balanço geral feito por muitos analistas indica que as eleições que se avizinham será uma das mais difíceis de toda a história da Câmara Legislativa, com a previsão de que possam ocorrer altos índices de renovação, da ordem de 70%. Isso se as urnas funcionarem com precisão.
Para os eleitores, os seguidos casos de malversação do dinheiro público, o pouco empenho do distritais em cortar despesas internas, conforme desejo expresso em campanhas pela maioria dos brasilienses, mostram que os atuais membros dessa legislatura não merecem ser reconduzidos ao cargo.
Para os eleitores, a redução em 40% da verba indenizatória não passou de uma manobra astuta para ludibriar a população. As constantes faltas de quórum em importantes discussões de interesse da população foram outro fator que pesou na opinião negativa da população.
Para um poder que ainda não conseguiu se entender com a população, não causa surpresa o fato de a Câmara Legislativa abrir licitação, no valor de R$ 55 mil para a compra de equipamento destinado à proteção dos policiais legislativos, já antevendo a necessidade de seu uso nas manifestações que certamente virão, caso o Legislativo local não mude de atitude e acerte os ponteiros com os princípios da ética, conforme insistentemente tem exigido a população.
A frase que foi pronunciada:
“A UnB é um inferno para quem quer estudar.”
Leitor devidamente identificado.
Lazer
Sem razão de ser, a ciclovia do Lago Sul dá as boas-vindas aos cidadãos da cidade com um portão preso a uma corrente. Parece um ritual de humilhação. Para entrar, é preciso se abaixar.
Multas
Agora, no mês de maio, os motoristas inventaram faixas que não existem para estacionar na festa da Igrejinha. Um prato cheio para o Detran e PM.
Arte
A delicadeza da Sra. Yamane ao fazer cartões postais com flores secas é de impressionar. Veja as fotos no blog do Ari Cunha
Vergonha
Sai ou não sai a reforma dos centros culturais da cidade? Qual a razão para tanta demora em devolver o Teatro Nacional à cidade?
Release
A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em colaboração com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Laboratório de Políticas Públicas Internacionais (Laboppi), realizará, nos dias 21 e 22 de maio, o Workshop Difusão de Políticas Públicas e Cooperação Internacional: Diálogos entre Academia e Prática. O evento tem como público-alvo estudiosos da academia e profissionais ligados a organismos internacionais, órgãos de governo da esfera nacional e subnacional, ONGs e think tanks, assim como sociedade civil. Link do evento e inscrição no blog do Ari Cunha.
Mais informações: ENAP – COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Notícia boa
Nesse mês a comunidade universitária – professores, alunos e técnicos – terão 40% de desconto nos livros publicados pela Editora UnB. Visite a loja, ao lado do Banco do Brasil do Campus Darcy Ribeiro, ou compre pelo site, enviando comprovante de vínculo com a UnB pelo e-mail http://lojavirtualeditora@unb.br / telefone: 3035-4200.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O seu Viscount, vindo de Recife, já se aproximava da cabeceira da pista, quando teve que arremeter, porque um Curtiss da FAB estava taxiando. (Publicado em 20.10.1961)
ARI CUNHA
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Com previsão para ficar pronta no segundo semestre desse ano, as obras de infraestrutura e urbanização da Praia Norte, localizada às margens da DF 005, no Setor de Mansões do Lago Norte, vão a cada dia tomando a forma concebida pelo autor do projeto. Em arquitetura há muito é conhecido o dito de que o papel branco tudo aceita, mesmo os mais bizarros traços.
No passado, os riscos de um projeto urbano que não se adequasse ao espaço, cumprindo seu propósito, atendendo às necessidades dos usuários e, ao mesmo tempo, mantendo um relacionamento respeitoso com o entorno imediato, eram menores que hoje.
Contribuía para isso, o fato de que anteriormente ao advento dos sofisticados programas de computação gráfica, os projetos de arquitetura, principalmente aqueles que tinham como alvo interferir em área urbana, eram feitos por uma equipe multidisciplinar, obedecendo à um ritual de elaboração que tramitava, sem atropelos, pelas mãos de diversos técnicos. Naquelas ocasiões, eram necessárias várias visitas ao local escolhido para um levantamento minucioso de todos os detalhes que compunham a região, até mesmo a trajetória do sol, as correntes de ar, as vistas dentro e fora da obra, os impactos ao entorno próximo e distante e todas essas variantes que compõem um projeto urbano bem pensado e bem resolvido.
Interferir na paisagem é de uma responsabilidade tamanha que somente os grandes arquitetos são capazes de perceber e acertar. Em se tratando de paisagem natural, essa responsabilidade é ainda maior. Sem qualquer interferência do homem, o céu, a terra e água compõem juntos uma paisagem onde todos os elementos mais prezados se harmonizam em escala, beleza, proporção e equilíbrio. A interferência humana nesse meio tem que ser feita com muito cuidado para não “sujar” a paisagem com interferências impensadas e outras garatujas impróprias.
Com a adoção das novas tecnologias de projeto, trazidas pelos modernos programas de computação gráfica, as facilidades e a rapidez para a confecção de projetos parece ter retirado dos projetistas a capacidade de enxergar obviedades como o chamado “espírito do lugar”, em que o arquiteto passa a pressentir que impactos sua proposta irá provocar naquele sítio e nas pessoas que por ali transitam.
O papel que tudo aceitava cedeu lugar ao computador que tudo aceita. Tudo passa a ser resolvido dentro de um escritório e na tela do computador. Nos projetos do passado, quando o relógio parecia rodar mais vagaroso, era comum encontrar projetistas acampados vários dias no local de futuras interferências para sentir e se impregnar do ambiente. Hoje, essas excentricidades estão esquecidas e deram lugar à tecnologia. Com isso, surgem construções e interferências urbanas assustadoras, como é o caso do Estádio Mané Garrincha, um aleijão assentado definitivamente numa área nobre, sem qualquer relação com tudo em volta e mesmo sem relação alguma com a arquitetura pensada para a cidade.
No caso do Projeto Praia Norte, os projetistas, ou seja, o computador, esqueceram de um pequeno detalhe: as milhares de pessoas que trafegam pela DF 005 e que tinham naquele ponto, entre os Trechos 5 e 6, uma visão ampla e bela de grande parte do Lago Paranoá. Com a urbanização “tecnicista” feita naquele ponto, a paisagem ficou coberta pela construção de banheiros (acreditem) e quiosques, formando um paredão de alvenaria feio, crasso, errado e desengonçado a esconder a paisagem, numa demonstração de que a arte e a sensibilidade humanas parecem banidas e desterradas com as novas tecnologias.
A frase que não foi pronunciada:
“Primeiro a Caesb invade a paisagem para “tratar” a água do lago Paranoá e agora os banheiros invadem o pôr-do-sol. Não há lugar para a inteligência e sensibilidade em projetos feitos por quem não tem relação com essa cidade.”
Lelé, de onde estiver.
Desconsideração
Inúmeros e-mails de acordo com a coluna sobre a destruição da Brasília Super Rádio. É mais uma iniciativa de quem não tem consideração pela comunidade candanga. Os idosos já acostumados com o baile, os coralistas com a programação erudita, os apreciadores da boa música ficaram sem a tradicional programação. Na realidade, trocaram as músicas que duraram 200 anos, por outras que duram 2.
Esclarecimento I – SISTEMA S
As contribuições repassadas pelas empresas ao SESI e ao SENAI não são impostas e sim recursos privados, conforme atestado em diversas decisões do STF. Tais recursos são aplicados de forma eficiente e responsável. Anualmente, o SENAI realiza 2,3 milhões de matrículas na educação profissional e atende 20 mil empresas em serviços técnicos e tecnológicos. Já o SESI beneficia cerca de 5 milhões de pessoas com educação básica e serviços de segurança e saúde no trabalho.
Esclarecimento II – SISTEMA S
A aplicação dos recursos do SESI e do SENAI se pauta pela máxima transparência, com fiscalização de nove instituições. Todas as informações sobre orçamentos e demonstrações contábeis das duas entidades estão disponíveis em seus sites, e podem ser acessadas livremente por qualquer cidadão, por meio dos seguintes links abaixo.
SESI: http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/canais/transparencia/
SENAI: http://www.portaldaindustria.com.br/senai/canais/transparencia.
Quebra do respeito
Conselho dos anciãos. Desde a Bíblia, vinha sendo transmitida a sabedoria humana de geração em geração, pelos mais velhos. Infelizmente, o conselho dos anciãos foi trocado pelo Google, mas com a seguinte diferença: o primeiro é real e tem endereço, o segundo é virtual e não há responsáveis.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O comandante Raposo, num momento de feliz perícia (perícia mesmo), evitou, ontem, um acidente no aeroporto de Brasília, que poderia ser de graves proporções. (Publicado em 20.10.1961)
ARI CUNHA
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Seja qual for a redação definitiva que o texto estabelecendo o fim do foro privilegiado venha a ter no Supremo Tribunal Federal, uma coisa é certa: com a votação unânime pelo seu cessamento sob algumas condições, foi dada a partida para o restabelecimento do ideário republicano, conforme é claramente explicitado na Constituição em seu art. 5º que diz “Todos são iguais perante a lei…”
Por muito tempo essa quebra do princípio da igualdade de todos perante a lei representou a característica que mais diretamente afronta o espírito norteador da República. Ao retirar da alçada da justiça comum mais de 50 mil brasileiros, ungido-lhes a cabeça com a exclusivíssima prerrogativa de foro, o que essa lei conseguiu de fato foi criar na cabeça do indivíduo comum a sensação de que vivíamos no país um autêntico apartheid, com cidadãos de primeira e de segunda classe, tratados de forma distinta, conforme sua posição na máquina do Estado.
Esse quadro esdrúxulo produz ainda, em todos os mortais da nação, o sentimento de que essa prerrogativa, além de ser uma porta aberta, é um incentivo para o cometimento de crimes. É um sinal evidente da impunidade sem limites. Mercê do compadrio e de outras intimidades entre os áulicos dos três poderes, o julgamento, e mesmo a condenação desses fidalgos, era uma decisão que jamais se concretizava.
Nesses casos, na alta instância da justiça o que se tinha era tão somente a injustiça. A prescrição dos muitos delitos, pela demora nos julgamentos, passou a ser a regra geral. A prerrogativa de foro, retirada agora apenas de deputados e senadores, obviamente necessita ser estendida também para outras funções, acabando, de vez, com esses dois Brasis. É preciso definir didaticamente para todos que o que está em cima é igual ao que está em baixo.
Ainda é um primeiro passo, mas o que importa é que ele foi dado na trilha segura mostrada pelo texto constitucional. Prerrogativas de função deveriam possuir, por exemplo, professores, cientistas e pesquisadores, assegurando que seriam essas as categorias de servidores públicos cujo os vencimentos representariam o teto salarial para todos os funcionários do Estado.
Prerrogativas e outros privilégios deveriam caber aos doentes que necessitam de atendimento, aos idosos que buscam proteção, às crianças desvalidas que perambulam por nossas metrópoles, aos cidadãos que se matam de trabalhar para pagar os impostos e nunca aos indivíduos cujos os altos proventos e mordomias diversas já fazem deles os mais privilegiados entre todos.
A frase que foi pronunciada:
“O foro privilegiado fere a ideia básica da democracia de que todos devem ser tratados como iguais. Acho que não existe muita razão sobre foro …”
Juiz Sérgio Moro
Depoimento
Quando vim morar em Brasília, em 1990, descobri a Brasília Super Rádio FM operando havia mais de dez anos, com uma programação diferenciada. Música orquestrada nos dias úteis e cantada nos fins de semana. Notícias a cada meia-hora. E programas selecionados, como “Um piano ao cair da noite”, ao vivo, em pequeno auditório no Conjunto Nacional. Era a Rádio de Mário Garófalo. Uma estação que se diferenciava de todas as outras. Patrocínio comercial restrito, razão de seu fim agora em maio de 2018. Só resta lamentar essa perda e registrar nossa tristeza. Roldão Simas Filho
Emater
Técnicas simples de cultivo de plantas alimentares e ornamentais, com apenas 25 vagas, em cada turma das sextas-feiras de maio. Começa no dia 11, sobre minijardim e terrário de suculentas. O cultivo, a multiplicação e as espécies das suculentas. Como fazer um terrário. Os cursos têm duração de 8h e preços a partir de R$150 já com material didático. Veja no Blog do Ari Cunha a informação e programação completas.
Patriotas
Faltando 60 dias para as eleições, os voluntários começam a ter traçadas suas funções em reunião em audiência pública comandada pelo juiz eleitoral. Dados do TSE apontam que em 2014, 1,3 milhão dos 2,4 milhões de mesários que trabalharam eram voluntários. Merecem pelo menos um lanchinho especial. Quem quiser trabalhar nas eleições é só acessar a página do TSE no Programa Mesário Voluntário. Colocamos o link para você no blog do Ari Cunha.
Link: http://www.tre-df.jus.br/eleitor/mesario-voluntario
Simples assim
A falta de coragem dos juízes de abrir mão dos privilégios é de corar a face. É nesse momento em que os eleitores do senador Reguffe-DF se sentem representados. Não adianta estudar para cumprir as leis se não há espelho em casa.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Nós havíamos comentado, aqui, que o Banco da Lavoura era o único banco de Brasília a não aceitar cheques preenchidos com canetas esferográficas. Estou recebendo, agora, um comunicado do Banco, informando que a partir de hoje, serão aceitos estes cheques. (Publicado em 20.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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No melhor estilo dos camisas negras de Mussolini ou de seus similares no Brasil, os camisas verdes, de Plínio Salgado, são os alunos do movimento estudantil da Universidade de Brasília. Subservientes, ao que parece ter restado dos partidos de extrema esquerda, os mesmos que invadiram o prédio da “reitoria amiga”, vêm há dias promovendo dentro do campus atos de extremo vandalismo e de intimidação contra todos aqueles que ainda resistem a seus desígnios de orientação nitidamente fascista.
Desconhecem esses alunos os ensinamentos e exemplos nefastos trazidos pela experiência da história, particularmente pelo período entre guerras, durante o qual o mundo assistiu silenciosamente a ascensão das ideologias fascistas e nazistas. Naquela ocasião, a imposição arbitrária dessas ideologias, por milícias uniformizadas, recorria das mesmas táticas de depredação, de ameaças, de vandalismo e, em muitos casos, de assassinatos para calarem opositores e todos aqueles que não aderiam às suas teses extremistas.
As intimidações, paralisações de aulas, pichações e depredações do patrimônio público, duramente custeados por aqueles que não tiveram oportunidade de cursar uma universidade, representam mais do que uma afronta direta à população de Brasília. O que essas hordas de baderneiros têm conseguido com esses atos irracionais é lançar o antigo prestígio dessa instituição ao chão, expondo a universidade ao ridículo e passando para os brasilienses a ideia de que essa academia do saber encontra-se hoje tomada pela anarquia, sem rumo e sem direção. A reitoria parece temer fazer o que é correto e legal.
Somente a certeza de que esses filhinhos de papai jamais serão responsabilizados por seus atos insanos é que levam esses desocupados a agir livremente e sem freios. Escolhidos como o inimigo da hora, os alunos de agronomia, bravamente têm resistido a ceder e a compor forças com esses arruaceiros. O que esses agitadores não percebem é que, por suas atitudes extremas, estão fazendo crescer, entre os estudantes sérios e comprometidos, uma forte contra reação e a certeza definitiva de que essa turma, definitivamente, não representa o grosso dos estudantes.
A abdução de centros acadêmicos, principalmente por partidos em franca decadência, demonstra, na prática, que tem faltado a esses alunos justamente o elemento definidor de uma faculdade que é o pensar, o livre pensar.
Mas para isso é preciso leitura, muita leitura, preparo e aprimoramento intelectual. Para alcançar esse status é necessário, primeiro, que esses desorientados busquem, junto a imensa biblioteca que adorna essa universidade, um objeto confeccionado de papel que está estocado, empoeirado e esquecido nas prateleiras e que, comumente, atende pelo nome livro.
Abram com cuidado, absorvam seu conteúdo, municiem primeiro seu intelecto com as armas da razão. Depois, pronto. Partam para o mundo no desejo de moldá-lo às suas próprias ideias, sem repetir modelos falidos. A violência e a cegueira mental têm na ignorância seus laços em comum.
A frase que foi pronunciada:
“Espero por você lá no Estuprinho ou Sequestrinho.”
Aluna da UnB marcando encontro no estacionamento ao lado a Faculdade de Direito. Em alguns aplicativos eletrônicos de localização é possível visualizar esses pontos.
Lado bom
O HUB vai participar do XII Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança, organizado pela Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE). Neste sábado (5), a partir das 8h. O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) tem 24 cirurgias pediátricas marcadas. Cid Fragoso, chefe da Unidade de Atenção à Criança e ao Adolescente do HUB, comanda muito bem a equipe. A propaganda das mães que tiveram filhos atendidos por lá é sempre positiva.
Nota certa
Em entrevista, a recém-eleita nova conselheira do ICOMOS (International Council of Monumentes and Sites) para a Região Centro-Oeste, Emilia Stenzel, manifesta grande preocupação com o estado de conservação da estrutura viária na área tombada e com as propostas de reconstrução que vêm sendo consideradas. O Plano Piloto se confronta com o resultado de décadas sem manutenção, o que já levou ao colapso parte do Eixão, agora literalmente tombado. Para a nova conselheira, “É necessário que os critérios de restauração respeitem os parâmetros consolidados na preservação, no sentido de a capital manter seu reconhecimento como Patrimônio da Humanidade.”
Alegria
Na segunda e na terça-feira, o Centro de Convenções, às 20h, abrigará o Coral Adventista, o coral Ad Infinito e o Coral de Goiânia, além da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. Trabalho intenso dos maestros Eldom Soares e Claudio Cohen para mostrar à população da cidade uma das obras primas de Beethoven: A Nona Sinfonia.
Link para informações sobre o evento: https://www.facebook.com/events/382276532288175/
Tristeza
Todos aconselham que não estacionem à noite no Centro de Convenções para qualquer evento. Por falta de policiamento, meliantes quebram os vidros dos carros para furtar, levam rodas, fazem o que querem e como querem. Vamos ver se dessa vez a Secretaria de Segurança providencia rondas no local para proteger o patrimônio dos cidadãos de bem.
Jovens
Nubank é a febre entre os jovens. Sem gana por taxas e sem pontuação para funcionários, o novo tipo de conta/cartão tem feito sucesso.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Banco da Lavoura é o único banco de Brasília que não aceita cheques escritos com caneta esferográfica. Seria o caso de nosso Tonico tomar uma providência, para igualar seu banco aos demais. (Publicado em 19.10.1961)
ARI CUNHA
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Sem imprensa livre, não existe Estado Democrático de Direito com respeito às liberdades civis e aos direitos humanos. Possuindo assim importância tão relevante e fundamental para a existência de um Estado moderno e transparente, não surpreende que a imprensa e, principalmente, os jornalistas sejam, em todo o mundo, transformados em alvo em potencial por governos desonestos e grupos criminosos diversos que almejam manter nas sombras suas atividades.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a cada semana mais de um jornalista é assassinado em algum lugar do planeta, sendo que apenas um entre dez crimes é levado aos tribunais. Nos países dominados por ditaduras ou onde o crime organizado possui ramificações dentro do Estado, o trabalho dos jornalistas se torna tão ou mais perigoso do que cobrir conflitos armados e sangrentos diretamente do front. Somente na última década mais de 600 jornalistas foram assassinados em diferentes pontos do planeta. No último dia 30, 10 jornalistas foram mortos, de uma só vez, em uma emboscada covarde preparada pelo grupo terrorista Estado Islâmico no Afeganistão.
Relatório divulgado agora pela ONG Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) aponta o aumento de crimes cometidos contra os profissionais de imprensa no Brasil, no Paquistão e na Somália, entre 2003 e 2012, e que permanecem sem solução. O Brasil que ocupa a 10ª posição nesse ranking, possui 9 assassinatos a cada 10 sem solução.
Apenas nos primeiros quatro meses desse ano 39 jornalistas foram mortos em todo o mundo, contra 79 no ano passado. Até 2013, o Brasil era considerado o país mais perigoso do continente da profissão de jornalista, vindo posteriormente a ser substituído pelo México, onde o narcotráfico mais e mais vai se ramificando entre a classe política e agentes da lei, transformando o Estado numa espécie de cúmplice desses crimes.
Com as manifestações que começaram a ocorrer a partir de 2013, a imprensa, taxada de golpista pelos governos petistas, passou a ser o alvo principal de ataques de todo o tipo, sendo rotineiramente ameaçada na cobertura dos eventos convocados pelos partidos de esquerda.
Para o diretor-geral da Unesco, Audrey Azoulay, “Para se ter informação de qualidade é necessário realizar o trabalho de verificação das fontes e de seleção dos assuntos pertinentes; também são necessários ética e um espírito independente. Dessa forma, isso depende totalmente do trabalho dos jornalistas.
Além das ameaças e dos assassinatos cometidos contra os profissionais da notícia, nas últimas décadas a imprensa, de modo geral, vem enfrentando um novo e sério inimigo. Com o advento das mídias sociais, propiciadas pelo fenômeno da internet, surgiram as fake news, que espalham notícias falsas, calúnias aos profissionais e órgãos de impressa, gerando um ambiente de confusão onde a verdadeira notícia é escondida sob uma névoa densa de outras informações mentirosas.
O presidente do TSE, ministro Luiz Fux, contou em entrevista num programa de TV que o TSE tem um conselho de Inteligência que trabalha com a Abin, Exército e Polícia Federal para a repressão e prevenção das notícias falsas espalhadas pela Internet. Disse também que a melhor aliada da Justiça eleitoral é a imprensa. Ela tem uma responsabilidade preventiva formidável, disse o ministro, por aferir e colher a informação.
Na verdade, o surgimento das fake news fez aumentar a credibilidade dos jornais e revistas impressas, assim como das agências tradicionais de notícias. A Internet é 100% vulnerável às notícias falsas.
A frase que foi pronunciada:
“Os eleitores mais enfadados são os mais susceptíveis às notícias falsas.”
Ministro Luiz Fux
Discussão
Ciclo mutações – A outra margem da política. Filósofos do Brasil e exterior vão se reunir no grande encontro promovido pela Escola Nacional de Administração Pública, Enap. Às 18h, a partir do dia 8 de maio, com a palestra de Franklin Leopoldo. As conferências serão simultâneas no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Veja a planilha de palestrantes e temas no blog do Ari Cunha. Não precisa de senha.
Consciente
Diego Barros Maia, postulante a candidato a deputado federal, lançou uma série de vídeos preparando os eleitores do país para um voto consciente. O primeiro vídeo está circulando na Internet e é muito didático. Vale compartilhar. Assista no blog do Ari Cunha.
Dignidade
Fernando Gomide gravou um vídeo sobre o Hospital da Criança e o imbróglio com o GDF. Está no blog do Ari Cunha. O vídeo foi publicado no dia 25/04/2018.
Gaudi
Em Lençóis, na Chapada Diamantina, a arte em pedra de milhões de anos lembra Gaudi. A foto nos foi enviada pelo cientista Reginaldo Marinho. Você poderá conferir no blog do Ari Cunha.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Dois telefones que ninguém consegue ouvir: Hospital Distrital e Palácio Planalto. (Publicado em 19.10.1961)
ARI CUNHA
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Karl Popper (1902-1994), considerado um dos mais influentes e destacados filósofos do século XX, costumava afirmar que se não estivermos preparados para defender uma sociedade tolerante contra o ataque dos intolerantes, então os tolerantes serão aniquilados e a tolerância desaparecerá com eles.
Na sua visão, as ideologias da intolerância, que ele viu crescerem em sua Viena natal com a ascensão do Nazismo, devem ser combatidas com argumentos racionais e mantidas sob controle pela opinião pública. É preciso debater no nível de argumentação racional. A experiência de vida havia ensinado a Popper que as ideologias enganosas que incitam a violência e a morte devem ser encaradas como atividades criminosas, já que ao fim, ao cabo, o que pregam, de fato, é o retorno à escravidão.
Essa visão adquire, no Brasil do século XXI, uma atualidade espantosa. Entre nós, o fato que deflagraria o ambiente de intolerância generalizada que aos poucos foi tomando conta do país não foi nenhuma tese filosófica ou doutrina ideológica partidária com fundamentos sólidos, mas tão somente a sequência infindável de escândalos espetaculares que começaram a vir à tona, mostrando um Estado que estava sendo totalmente corroído por dentro.
A disseminação do ódio e da cizânia surgiu como única estratégia possível para a defesa daqueles que haviam, por mais de uma década, promovido a maior dilapidação já vista do Estado. Nesse sentido, os episódios de intolerância que ainda insistem em acontecer por parte daqueles que perderam a razão e o juízo, evidenciam que, na falta de argumentos razoáveis e sólidos, a opção fica a cargo da intimidação física e dos punhos.
O caso, surrealista, em que o próprio presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindjors), Milton Simas, foi flagrado intimidando o repórter da TV Record Paraná para que não realizasse cobertura dentro de um acampamento em Curitiba, demonstra que o aparelhamento político partidário dos sindicatos, ao transformar essas entidades em braços auxiliares do governo de plantão, criaram, mais uma vez, todas as condições para enfraquecer e desacreditar o movimento sindical como ferramenta em defesa dos interesses dos trabalhadores, independente do credo político de cada um.
Se, como dizia Karl Popper, o Marxismo morreu de Marxismo, o sindicalismo, tal como estruturado na atualidade, irá perder importância e desaparecer, vítima de excesso de partidarismos e de ideologias que absolutamente não interessam aos associados.
A frase que foi pronunciada:
“Sindicato é uma agremiação não política segundo a norma legal brasileira e fundada para a defesa comum dos interesses de seus membros associados em colégio – colegiado.”
Dicionário e norma legal brasileiras desatualizados.
Nova cultura
Eleita a nova conselheira do ICOMOS (International Council on Monuments and Sites), Emília Stenzil admite, em entrevista, que terá um trabalho árduo em Brasília. A capital tombada está repleta de pontes sem manutenção. O trato com a arquitetura da cidade precisa ser técnico e não político, sob o risco de a capital do país perder a chancela de Patrimônio da Humanidade.
Tristeza
Enquanto a Rádio MEC FM comemora com glamour seus 35 anos no dia 10 de maio, às 20 h, na sala Cecília Meireles, no Rio, a Brasília Super Rádio FM joga fora anos de tradição desconsiderando o carinho da classe artística de Brasília pelo programa Um Piano ao Cair da Noite, onde eram feitas, pessoalmente, as divulgações da vida cultural da cidade.
Mistério
Renato Santana tem investido em publicidade com o mote “desatando nós.” O que ninguém entendeu até agora é a dificuldade que o vice tem tido para conseguir desatar seu próprio nó górdio com o governador Rollemberg.
Release
Nesta sexta, a partir das 18h30, no Carpe Diem, o escritor, terapeuta, palestrante e Leader Coach, Mário Salomão, lança livro que desmistifica os processos de insegurança, ansiedade, timidez, pânico e fobias, utilizando-se de uma linguagem clara, conduzindo o leitor a uma compreensão simples e esclarecedora. A mecânica do medo -A aceitação de si (Tagore Editora, 172 páginas, R$ 40,00).
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O presidente João Goulart, falando aos bispos, fez elogios à “Mater et Magistra”, mas ao se referir ao Papa João XXIII, chamou-o de S.S. Pio XXIII. (Publicado em 19.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Com o fim do imposto sindical, decorrente da reforma trabalhista, que passou a valer desde 11 de novembro passado, todos as atenções se voltam, novamente, para o imposto compulsório cobrado diretamente pelo gigantesco Sistema “S” que engloba, além do Sesi, Senai, Sesc, Senac e outras entidades como Sest, Senat, Sebrae, Senar, Sescoop, Apex , ABDI.
Ao todo, esse Sistema arrecada por ano algo em torno de R$ 20 bilhões, descontados da folha bruta e de forma obrigatória das empresas, em percentuais que variam de 0,2% a 3%. Criado em 1942 e reafirmado na Constituição de 1988, esses serviços sociais autônomos possuem personalidade jurídica de direito privado e se destinam à assistência, ao ensino e lazer de grupos profissionais sem fins lucrativos.
Cálculos feitos ainda no ano passado dão conta de que o imposto pago pelas empresas ao Sistema “S” soma 5,80% do total dos salários pagos no país. Com tanto dinheiro em caixa, arrecadado diretamente das empresas, não surpreende que sempre que algum órgão ou autoridade fala em auditar as contas do Sistema, o mundo vem abaixo.
Através de um fortíssimo lobby junto ao Congresso, o Sistema tem o segredo de suas contas preservados da intromissão e da bisbilhotice alheia e principalmente dos órgãos de fiscalização. Em diversas oportunidades esse Sistema tem sido classificado como uma verdadeira “Caixa Preta”, tamanho é o volume de recursos que transitam por essas entidades.
O senador por Tocantins, Ataídes Oliveira, tem denunciado à tribuna os desvios de recursos arrecadados pelo Sistema S, afirmando que bilhões de reais vêm sendo sistematicamente aplicados no mercado financeiro, sem a devida fiscalização.
Somente a folha de pagamento dos executivos desse Sistema consome mais de R$ 5 bilhões ao ano. Transformado em uma espécie de feudo e cabide de empregos para pessoas ligadas a políticos, o Sistema “S” virou, ao longo dos anos, um gigante de pés de barro, tamanha as malfeitorias que são praticadas em nome da profissionalização do trabalhador.
A pouco, o juiz da 3ª Vara Criminal de Belo Horizonte decretou a intervenção e mandou afastar o presidente e quarto diretores da Fecomércio/MG por obstrução da justiça. No Rio de Janeiro, a justiça também mandou afastar e prendeu o presidente da Fecomércio/RJ por desvio de mais de 3 milhões de reais da entidade. Como cabe ao Tribunal de Contas da União e à Controladoria Geral da União fiscalizarem as contas dos filiados ao Sistema, é necessária pressão política sobre esses órgãos para abrirem essa caixa preta. É aí que moram as dificuldades.
A frase que foi pronunciada:
“A prática não é complemento, mas elemento indissociável da aquisição do conhecimento e do desenvolvimento humano.”
Abram Szajman
Cansaço
Revolta total dos alunos do EJA que têm mais idade. Alguns professores de Educação Física exigem pulação de corda, corrida e outras façanhas que os trabalhadores não aguentam depois de 8 horas de trabalho.
Release
Os mecanismos genéticos e celulares que levam à formação ou ausência da semente na uva (apirenia) acabam de ser desvendados pela equipe do Laboratório de Genética Molecular Vegetal da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, em conjunto com cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Estadual de Campinas A descoberta tem potencial de acelerar e subsidiar pesquisas para desenvolver uvas sem sementes, por meio do uso de técnicas de biotecnologia.
Zero fiscalização
Recebemos um lembrete sobre as Rádios Comunitárias do DF. Muitas que não deveriam ter fins lucrativos têm mostrado ganhos pela publicidade que vai ao ar. Estranho. O Ecade está de olho.
Alienação Parental
“A morte inventada” é um filme que trata da alienação parental. Crianças que percebem a mentira nos pais e passam a ter a espontaneidade afetiva comprometida, tendo, a partir daí, dificuldades para estabelecer vínculos com outras pessoas.
Vans
Sem o mínimo de fiscalização, as vans estão voltando. Na mesma velocidade, sem o mínimo de segurança. Com os trabalhadores responsáveis e cumpridores do horário, elas caem do céu.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Sabe-se que os funcionários da Caixa Econômica estão fazendo um abaixo assinado para a volta, àquela repartição, do sr. Felinto Epitácio Maia. Errado. O lugar do sr. Felinto é em Brasília, e a sua saída representará um prejuízo muito grande para a cidade. (Publicado em 19.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Imposto, que as gramáticas definem como sendo o particípio passado do verbo impor, nunca em tempo algum e em nenhum lugar do planeta, foi aceito de bom grado e entendido como minimamente razoável por quem quer que seja. Não é por outra razão que, ao longo de toda a história da humanidade, muitas injustiças e crimes e mesmo guerras foram praticadas em nome da imposição desses encargos financeiros sobre os ombros da população.
Do ponto de vista do governo e daqueles que defendem essa cobrança, essa é a única forma disponível, até o presente, para financiar as ações do Estado dentro de uma sociedade. Essa visão, contudo, não possui sustentação duradoura quando se observa que, por se tratar de um tributo que não está diretamente vinculado à uma prestação de serviço de interesse do cidadão, pode ser utilizado para infinitas outras atividades, muitas delas de interesse imediato e direto apenas daqueles que compõem o governo e de grupos de interesse que orbitam ao redor do poder.
Assim sendo, o contribuinte mesmo esclarecido de que não há nada e nenhum contrato que lhe assegure que haverá uma contrapartida na prestação de serviços é instado a entregar ao governo, todo o ano, parte do que produziu. A não observância desse preceito acarreta severas sanções ao infrator, principalmente se ele estiver locado na base da pirâmide social, onde a realidade só possui dois matizes: preto e branco.
Cálculos diversos têm demonstrado que o Imposto de Renda no Brasil tem incidência bem menor sobre os rendimentos dos mais ricos, que abrigam suas riquezas em fontes não tributáveis, como é o caso de lucros e dividendos distribuídos aos sócios de empresas.
Levantamento feito por tributaristas respeitáveis mostra que para cada R$1 de rendimento taxado pelo IR dos mais ricos, outros R$2 ficaram isentos de tributação. Inversamente, para aqueles que percebem entre um e dois salários mínimos, para cada R$ 1 de renda isenta, outros R$ 7,60 foram tributados, na fonte ou na declaração do IR. Essa situação ganha ainda maior gravidade quando, ao longo do ano, o cidadão passa a assistir todas as noites nos telejornais os desfiles de altos figurões da república acusados de desviar e lavar bilhões de reais dos cofres públicos, transferindo montanhas de dinheiro para paraísos fiscais, pagando e recebendo propinas sem serem molestados pelos técnicos da Receita.
Mesmo quanto as contrapartidas advindas de uma das maiores cargas tributárias do planeta, no Brasil, essa questão adquire contornos surrealistas quando se verificam as péssimas condições em que se encontram hoje hospitais, escolas, segurança pública e outros quesitos necessários à uma vida digna. O brasileiro, cumpridor de seus deveres, paga religiosamente seus tributos, embora saiba no seu íntimo que esses recursos jamais lhes serão restituídos com a devida justeza.
Há quem sugira, a despeito da desobediência civil, que todos os impostos sejam pagos, integralmente. Mas sub judice. Até que o cidadão receba pelos serviços que paga, constitucionalmente garantidos.
A frase que foi pronunciada:
“A coisa mais dura de entender no mundo é o Imposto de Renda.”
Albert Einstein
Release
Quem nos envia o release é Naiobe Quelen. A cantora Bell Lins, que participou do programa The Voice no time de Ivete Sangalo em 2016, apresenta-se na Dolce Far Niente de Águas Claras, no dia 05/05 (próximo sábado), às 20h.
Mostra
Intimista, a exposição que o artista Murilo Frade fez em sua residência. Com obras de várias décadas de produção, Frade mostrou a sensibilidade própria dos criadores. Entre traços e cores, traz um equilíbrio nada previsível, instigando os apreciadores da arte. Veja algumas fotos no blog do Ari Cunha.
Sem graça
Só pode ser provocação. A Caesb chega a todas as invasões para instalar água, não cuida dos mananciais, oferece água com barro ou com cloro, a água acaba, interrompe o fornecimento fugindo da obrigação, dá a estiagem como justificativa, pede a população que contribua usando a água com parcimônia, oferece água podre para os moradores do Paranoá e Itapuã e, quando chove, anuncia o aumento na conta d’água porque houve consumo menor durante a estiagem. Alguém pode explicar essa palhaçada?
W3
E a falta de atenção continua: pichações, marquises sem conservação, buracos nas calçadas, desníveis constantes oferecendo perigo aos pedestres. Brasília já tem público para aproveitar esse espaço revitalizado. Nem o concurso feito anos atrás conseguiu dar jeito na W3.
Detran
Próximo ao Colégio Dom Bosco, ao redor dos shoppings, no setor comercial sul e norte, vagas são criadas pelos motoristas, transformando pistas duplas em única. Um prato cheio para as multas.
Desse jeito
Acadêmico devidamente identificado pela coluna estava com dois professores, pós doutores em Transporte. O trio iniciou uma série de visitas em grandes empresas de transporte urbano. A intenção era ofertar uma consultoria para otimização de fluxos e rotas, tempos e movimentos, tal como é feito nos EUA e na Europa. Inicialmente, a empresa não teria nenhum tipo de desembolso e uma vez que o estudo fosse realizado seria cobrado apenas um percentual da economia gerada.
O Brasil
Para surpresa dos decanos, nenhuma das empresas visitadas se interessou pelo tema. Conversa vai, conversa vem, um empresário soltou essa: “a preocupação com o custo não chega nesse nível não… é mais fácil aumentar a tarifa.”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um dos primeiros atos do ministro da Justiça, foi recomendar moralidade, no uso dos carros oficiais. É que mesmo com a proibição por parte do Chefe da Casa Militar, ainda tem havido abuso na utilização dos próprios do governo. (Publicado em 19.10.1961)
Às segundas-feiras, reservaremos este espaço para artigos recebidos no email: colunadoaricunha@gmail.com
O Estadão replica na internet, em 3 de abril, matéria do New York Times com o sugestivo título: Pedreiros ainda estão a salvo da automatização do trabalho.
O repórter cobriu, na Spec Mix Bricklayer 500, a maior competição de pedreiros do mundo, desafio entre homem e robot. E, ao contrário dos desafios de xadrez, neste a máquina perdeu feio. Para piorar o papelão, nem deu acabamento que preste, pois não “sabe” fazer curvas ou arredondar cantos.
Recentemente, ouvi da boca de um dos principais engenheiros de construção imobiliária dos nossos tempos que investir em robôs, para este tipo de tarefa, é perda de tempo e dinheiro… O resultado do desafio talvez justifique a afirmação. Já eu, acho que, em situações específicas, como a do arremessador de argamassa, tratada no post Inovação na Construção Civil – Com que roupa…, contribuiria tanto no ganho de produtividade, como, e principalmente, em ergonomia, preservando a saúde do profissional.
Normalmente, somos levados a pensar que, nos Estados Unidos, só utilizam materiais inovadores, mas a matéria nos faz lembrar da existência de bloco cerâmico nos Estados Unidos, e que seu uso por lá parece ser ainda popular, pois trata-se de insumo barato.
No Brasil, se tivéssemos de eleger um símbolo para o setor, certamente o bloco cerâmico de oito furos mereceria a eleição. E, para fazer justiça, teria de ser um não conforme com as normas técnicas brasileiras, como a quase totalidade dos que utilizamos na capital federal, onde não existe, nem no estado de Goiás – onde Brasília está inserida -, sequer uma olaria credenciada no Programa Setorial de Qualidade do Ministério das Cidades, inclusão que garante credibilidade ao produto.
A matéria tranquiliza os pedreiros, pois não bastasse a lerdeza dos robôs, são poucos no mundo, apenas 11, e caros: US $ 400 mil dólares cada um.
De toda a forma, é bom lembrar que também vem dos Estados Unidos a bela fábula de Paul Banyan, um lenhador gigante e popular, desbancado – para frustração da população de Fargo, no estado de Dakota do Norte – por apenas meio centímetro de altura numa pilha quilométrica de lenha, pelo nanico que portava uma das grandes inovações do início do século 20, a serra elétrica.