VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Quem já ficou internado em hospital público ou privado e, de alguma forma, pôde observar, com atenção, como se processa a mecânica da rotina diária dentro desses estabelecimentos, com certeza, identificou inúmeras falhas de procedimento, algumas graves, ocorrendo a cada hora e que podem facilmente levar um paciente a óbito por erro hospitalar. Engana-se quem acredita que essas barbeiragens ocorrem apenas nos hospitais do Estado. Todos, invariavelmente, cometem erros primários, principalmente por causa da ação humana incorreta.
Um exemplo simples desses procedimentos incorretos e que, não raro, ocasionam graves consequências para os internados com baixa imunidade, está localizado bem diante de todos, mais precisamente nas maçanetas das portas. Nesse exato local, por dezenas de vezes ao dia, praticamente todas as mãos dentro de um hospital tocam e acionam. Do pessoal da limpeza, passando pela equipe responsável pela alimentação, por médicos, enfermeiros, atendentes e familiares, todos têm na maçaneta das portas seu ponto comum de contato e de proliferação de germes e bactérias.
Fosse esse o erro mais comum e que muitas vezes passa desapercebido por todos, o problema seria de fácil solução, com a adoção de um outro mecanismo para abrir e fechar portas. A esses deslizes no procedimento dos profissionais, se somam uma infinidade de outros erros e desatenções que custam a vida de 6 brasileiros a cada hora. Em comum a esse número espetacular de óbitos hospitalares é que todos eles ocorrem dentro dessas instituições, ocasionados por erros e falhas de assistência ou de procedimentos básicos de atendimento e que, em muitos casos, poderiam ser facilmente evitados ou minorados.
Em 2017 quase 55 mil pessoas perderam a vida dentro dos hospitais do país em decorrência de maus procedimentos e de infecções contraídas dentro dessa área que deveria ser de saúde. A situação chegou a um tal ponto que muitos médicos passaram a recomendar o mínimo de tempo possível de internação. As chances de um doente vir a óbito dentro de nossos hospitais crescem para cada dia de permanência.
Eventos como a septicemia, pneumonia, infecção urinária, infecção do sítio cirúrgico, complicações com acessos, dispositivos vasculares e outros dispositivos invasivos, lesões por pressão, erro no uso de medicamentos e complicações cirúrgicas, como hemorragia e laceração, ocorrem todos os dias em proporções alarmantes.
Além disso, muitos hospitais não possuem programa de prevenção a casos de parada cardiorrespiratória, insuficiência renal aguda, aspiração pulmonar, hemorragia pós-operatória e insuficiência respiratória aguda, entre outras ocorrências. Com esses eventos adversos, mais de R$ 10 bilhões são desperdiçados a cada ano, apenas no sistema privado de saúde.
Segundo pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), os erros hospitalares provocam 150 mortes por dia, ou seis a cada hora. O pior é que de cada 10 mortes registradas pelos “eventos adversos graves”, 6 poderiam ser evitadas com a adoção de procedimentos corretos. O mais grave e mais bizarro é que mesmo cometendo erros fatais, os hospitais são pagos de acordo com os “trabalhos realizados”, não importando, nesse caso, se o paciente veio à óbito em decorrência de procedimentos incorretos. Com isso, torna-se indiferente para as finanças de um hospital se o paciente melhorou ou se foi direto para o necrotério.
A frase que foi pronunciada:
“Os médicos disseram que talvez eu tivesse amnésia pós-operatória. Não tive, mas, pensando bem, com a quantidade de contas que tenho para pagar depois de tantos dias no hospital, até que seria uma boa uma amnésia.”
José Alencar 1931 – 2011
TTN
Nos domingos, seria um tanto sensato deixar entradas e saídas para o Eixão abertas a partir da quadra 16 Norte.
Esportes
Quantas vezes motoristas de Brasília foram abordados por atletas que angariavam fundos para viagens. Agora chega a boa nova. Brasília ficou com 38 medalhas na etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude, que aconteceu em Natal. Foram 13 medalhas de ouro, 12 de prata e 13 de bronze. As disputas terminaram nessa semana.
Chega disso!
Depois da Black Friday, a ressaca moral. Propagandas enganosas, promessas de mentira e fishings para todo o lado. Uma tradição não brasileira está atormentando consumidores. Lojas conhecidas são campeãs no número de reclamações. Veja o ranking do Reclame Aqui no blog do Ari Cunha.
Link de acesso ao ranking: Black Friday no Reclame Aqui
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outro abuso que a Novacap precisa tomar conhecimento: a barbearia que está localizada no prédio da Novacap, nos altos do “Belacap”, paga aluguel irrisório, e, agora, resolveu aumentar escandalosamente o preço do cabelo e barba. (Publicado em 05.11.1961)