A soberania e o boicote

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Charles Boycott. Imagem: www.historia.fr

 

Nove anos antes da instalação de nossa República, lá nas longínquas  terras da Irlanda, quiseram  as circunstâncias locais que a união de produtores rurais, em torno de uma chamada Liga dos Camponeses, forçasse uma reviravolta total nos destinos dessas populações exploradas, de forma vil, pelos proprietários de terras.

Um desses donos de terras era um inglês Charles Cunnigham Boycott (1832-1897). Eram tempos de severa crise econômica, de fome e de muita miséria, com os camponeses naturalmente impedidos de pagarem os altos aluguéis. Com isso, os despejos se seguiram em grande número, forçando famílias inteiras a ir para as ruas em pleno e rigoroso inverno. A situação chegou a um ponto que levou esses e outros camponeses a se unirem para fazer frente aos desmandos de Boycott e de seus capatazes. Sensibilizados pela situação, os moradores locais e das cidadezinhas mais próximas na região levaram, adiante, um plano para isolar completamente o cruel e insensível proprietário de terras. Por meio de uma sabotagem geral, todos os moradores locais passaram a ignorar, solenemente, Charles C. Boycott. Os comerciantes passaram a não vender nada para ele. O mesmo fizeram os bancos, as farmácias e outros estabelecimentos da região. Na cidade, ninguém mais falava com ele. Na igreja todos sentavam distante dele. Passou a ser assim um fantasma vivo na localidade. Mesmo seus empregados diretos, abandonaram-no à própria sorte.

Impedido de seguir uma vida normal naquela localidade, Charles C. Boycott, voltou para Londres, deixando, atrás de si, a imagem de um homem amaldiçoado na Irlanda. Seu sobrenome entrou para a história como exemplo de sabotagem, ou, mais precisamente, como expressão de uma ação coletiva, capaz de anular e derrotar as más ações de pessoas e grupos que agem contra a vontade soberana da população.

          Talvez não seja por outro motivo que lições desse tipo tenham gerado, posteriormente, em diversas constituições pelo mundo, inclusive na nossa, o conceito de soberania popular, como vontade expressa da nação,  acima de quaisquer outros dispositivos legais.

         Só para recordar, logo em seu preâmbulo, no Artigo 1º,  é dito, de forma clara, que :”A soberania popular, é exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, nos termos desta Lei e das normas constitucionais pertinentes, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular.”  Assim, a soberania pode ser definida como um autêntico poder político supremo, ligado tanto à cidadania como à dignidade humana, capaz de dar sentido a própria democracia ou ao que os constitucionalistas chamam de Estado Democrático de Direito.

         É, como diz o norte da Carta, conferindo ao indivíduo um valor constitucional supremo, com cada cidadão tornando-se o ponto central de todo o sistema.

         A questão toda aqui é que a história ensina que, em casos em que a população não é atendida em seus pleitos fundamentais, a saída parece ser aquela que os camponeses fizeram com Charles, boicotando seus intentos e impondo a vontade da maioria.

 

A frase que foi pronunciada:

“Agravo vulgar à política é confundi-la com a astúcia.”

Baltasar Gracián y Morales

Baltasar Gracián. Imagem: Arquivo Mas, Barcelona

 

Vitória

Assinado pelo governador Ibaneis o Projeto de Lei que coletou 10 anos de sugestões e reivindicações que atingirá positivamente os profissionais do Serviço Social. Com a participação do sindicato da categoria e da Secretaria de Desenvolvimento do governo, o acordo foi comemorado. Agora é aguardar a votação na Câmara Legislativa.

 

Quem brincou, brincou.

Soltar pipa no DF tem regras. Se for em local com postes de luz ou trânsito de motociclistas, a multa mínima é de R$500 e pode chegar até R$5.000. É preciso que a área tenha no mínimo 500m² para que não haja prejuízo. A legislação saída do forno da CLDF restringe também o comercio de produtos para pipa.

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

 

Espelho meu

Com queda acentuada em sua popularidade, por diversos fatores, o governo preferiu enxergar e atribuir essa descida aos abismos da aceitação, aos preços dos alimentos. Para tanto e na contramão do que sugere os ambientalistas, o governo está propondo ampliar as áreas de plantio e não descarta uma intervenção nesse setor.

Foto: Ricardo Stuckert

 

Orgulho&Preconceito

Confissão dada pelo senador Jaques Wagner do momento em que se sente mais constrangido na vida. É quando vê a habilidade dos netos com os eletrônicos.

Foto: PEXELS (CC)/Kaku Nguyen

 

História de Brasília

“Alunos desejam que o govêrno aprove um horário pelo qual cumpram diariamente, as oito horas de serviço, mas possam dispor do horário matinal para a frequência às aulas.” (Publicado em 04.04.1962)

Velho continente em crise

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Reprodução: Jovem Pan News

 

          Para a surpresa de zero pessoas, a mídia tradicional do país tem dado pouco ou quase espaço nenhum para os graves acontecimentos que estão tomando conta de todo o continente europeu, nesses últimos meses. Não se sabe o motivo real desse apagão de notícias. O certo é que, nesse vácuo propositado, as mídias sociais tem ocupado esse espaço vazio, preenchendo com notícias diárias, mostrando, claramente, o velho continente envolto numa crise e num caos sem precedentes.

         Para quem acompanha essa crise instalada além mar, que tem levado os produtores rurais a marcharem contra os centros urbanos, o problema é grave e ameaça se alastrar para outras partes, inclusive para o Brasil. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a crise europeia poderá envolver a economia brasileira num círculo de desaquecimento tão intenso, que poderá se propagar para o mercado de trabalho, levando a uma diminuição da renda, do desemprego em muitas áreas, com piora inclusive na atividade industrial.

         São, ao todo, onze países que já aderiram aos protestos. Ao que parece, a paciência dos agricultores europeus acabou. Fronteiras entre vários países da Europa foram bloqueados por manifestantes, tratores, colheitadeiras, caminhões e outros veículos, impedindo, seriamente, o fluxo de pessoas e mercadorias, afetando a economia interna desses países. Portugal, Espanha, Grécia, Holanda, França, Bélgica, Alemanha, Polônia, entre outros países vivem dias de caos, com tratores, vindos dos campos e ocupando os centros das principais capitais, promovendo o que parece ser a maior manifestação coletiva já vista em toda a Europa.

         No centro das discussões, estão os acordos feitos por vários governos dentro da União europeia e que vêm prejudicando seriamente os agricultores desses países. Com os acordos na UE, vieram os aumentos nos custos da produção que deram um salto para cima, embora o valor das mercadorias tenha caído.

         Por outro lado, as importações de alimentos dispararam, principalmente vinda de países como o Brasil. Mesmo diante destes distúrbios, a União Europeia segue firme em sua narrativa de regular a produção local, por conta, dizem, das mudanças climáticas. Os agricultores locais acusam a UE de interferir na produção do campo e de facilitar a concorrência com produtos vindos de fora do continente.

         O agro em todo o mundo sempre esteve na mira dos governos, sendo taxado e colocado sob regime de controle. No Brasil, essa situação não é diferente, com o atual governo acusando os produtores de atividades fascistas e outras queixas sem lastro na verdade. Poucos dias atrás, a bancada do agro no Congresso criticou as homenagens prestadas pelos governistas aos 40 anos do MST, um inimigo declarado do agronegócio nacional.

         Enquanto na Europa os agricultores pedem que sejam interrompidos os acordos feitos com o Mercosul, no Brasil, os produtores rurais querem que o governo mantenha, ao menos, uma posição de não interferência nas atividades econômicas, respeite a propriedade privada e não incentive a invasão de terras por grupos a ele ligados.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se a agricultura correr mal, nada mais terá hipótese de correr bem.”

M. S. Swaminathan

M. S. Swaminathan. Foto: britannica.com

 

Vitória

Assinado pelo governador Ibaneis o Projeto de Lei que coletou 10 anos de sugestões e reivindicações que atingirá positivamente os profissionais do Serviço Social. Com a participação do sindicato da categoria e da Secretaria de Desenvolvimento do governo, o acordo foi comemorado. Agora é aguardar a votação na Câmara Legislativa.

Quem brincou, brincou.

Soltar pipa no DF tem regras. Se for em local com postes de luz ou trânsito de motociclistas, a multa mínima é de R$500 e pode chegar até R$5.000. É preciso que a área tenha no mínimo 500m² para que não haja prejuízo. A legislação saída do forno da CLDF restringe também o comercio de produtos para pipa.

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

 

Espelho meu

Com queda acentuada em sua popularidade, por diversos fatores, o governo preferiu enxergar e atribuir essa descida aos abismos da aceitação, aos preços dos alimentos. Para tanto e na contramão do que sugere os ambientalistas, o governo está propondo ampliar as áreas de plantio e não descarta uma intervenção nesse setor.

Foto: Ricardo Stuckert

 

Orgulho&Preconceito

Confissão dada pelo senador Jaques Wagner do momento em que se sente mais constrangido na vida. É quando vê a habilidade dos netos com os eletrônicos.

Foto: PEXELS (CC)/Kaku Nguyen

 

História de Brasília

“Alunos desejam que o govêrno aprove um horário pelo qual cumpram diariamente, as oito horas de serviço, mas possam dispor do horário matinal para a frequência às aulas.” (Publicado em 04.04.1962)

Ainda não falamos das flores

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Foto: Reprodução/iStock/lolostock

 

Dados fornecidos pelo Núcleo da Violência da Universidade de São Paulo (USP), em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostraram que a cada duas horas, aproximadamente, uma mulher é morta de forma violenta em nosso país.

O grau de violência que tem as mulheres, de todas as idades e das mais variadas camadas sociais, como seu principal alvo demonstra, de forma cabal, que existe em nossa população uma patologia e uma anomalia de tal proporção que não seria exagerado considerar que a sociedade brasileira parece rumar para sua própria desintegração.

Observem que esse é um dado verídico, que apresenta apenas aqueles casos que culminaram com a morte, de forma absolutamente criminosa, dessas mulheres. Se formos levar em conta também as denúncias feitas formalmente por mulheres que foram vítimas de violência doméstica, de ameaças e de assédios sexuais, de estupros, os registros não deixam dúvidas de que ser mulher neste país é uma missão que envolve altíssimos riscos.

O que mais chama a atenção nesses dados é que esse tipo de crime vem aumentando a uma taxa de quase 10% ao ano, isso de acordo apenas com as estatísticas oficiais. Ocorre que esse tipo de violência, quando praticado por pessoa da família, não chega sequer a ser denunciado às autoridades. Daí que muitos acreditam que os dados reais relativos às práticas de violência contra as brasileiras são estarrecedores.

De tão recorrentes e bárbaros, foi preciso o estabelecimento de uma nova tipicidade de crime, no caso, o feminicídio, como forma de conter essa escalada de violência. Infelizmente, a criação de delegacias especiais para o atendimento de mulheres e mesmo o advento de leis, como a Maria da Penha, e a inclusão do feminicídio como crime hediondo, com endurecimento severo nas penas, não tiveram o condão de abrandar os registros de violência praticada contra as mulheres no Brasil.

Além da violência física e moral, as mulheres são vítimas de uma outra forma de crime, aceita por muitos como fatos de menor importância, mas que demonstra um certo comportamento misógino enraizado em nossa cultura há séculos.

As discriminações no ambiente de trabalho com as diferenças salariais entre homens e mulheres e as oportunidades diferentes de crescimento dentro da profissão evidenciam essas injustiças mesmo em pleno século 21.

Outro caso de flagrante discriminação contra as mulheres ocorre durante as eleições. Para burlar a lei eleitoral que obriga uma cota mínima de 30% de mulheres na lista de candidatos ao Legislativo, muitos partidos passam a adotar a estratégia de candidaturas do tipo laranja, na qual mulheres são inscritas, não realizam campanhas e devolvem o dinheiro do fundo eleitoral e partidário diretamente para os caciques desses partidos, que dão a destinação que bem querem a esses recursos públicos.

Com isso, a representação feminina no Congresso e nas assembleias legislativas permanecem desiguais, em torno de 30%, isso para um país onde em cada 10 habitantes, cinco são do sexo feminino. O aumento de mulheres na Câmara dos Deputados, nas últimas eleições, foi de apenas 18%.

Esse fato não é apenas um desrespeito e um crime praticado contra as mulheres, mas um grave delito contra a própria democracia representativa e o futuro do país.

 

A frase que foi pronunciada:

“A grande dificuldade nessa área é que o Judiciário não tem poder de construir prisões, de melhorar prisões. Tudo isso é tarefa do Poder Executivo. O Poder Executivo, pelo visto, não tem interesse em nada disso. Eu acho que há exemplos no direito comparado que exigiriam uma ação bem mais enérgica e atenta por parte do Ministério Público. Eu não entendo por que o Ministério Público não propõe ações de ordem coletiva para forçar os Executivos a investir.”
Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa. Foto: STF/Divulgação

 

Pauta
Quem gosta da boa música prepare-se para o que há de melhor. Nos dias 23 e 24 de março, às 20h, na Escola de Música de Brasília, o coral Cantus Firmus e orquestra apresentarão o Requiem de Mozart, conduzido pela maestrina Isabela Sekeff, conhecida internacionalmente por diversas premiações. Nos solos, Renata Dourado, Érika Kallina, Jean Nardotto, Guilherme Aquino e Regiane Cruzeiro.

EMB. Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

 

Estáticos
Os Correios não são os mesmos. Uma cartinha enviada com a inscrição “Nesta” demorou duas semanas para chegar. Bem diferente do tempo do general Floriano.

Imagem: correios.com

 

História de Brasília

Está definitivamente acertado que a Universidade não terá aulas noturnas. Isso vem prejudicar uma boa parte dos alunos aprovados, e que é integrada de funcionários públicos. Esses alunos, entretanto, estão procurando a chefia da Casa Civil para que o presidente Mazzili possibilite aos funcionários, civis e militares , aprovados nos exames, frequentar os cursos. (Publicado em 04.04.1962)

A vez dos idosos

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Imagem: reprodução

 

Não é segredo para ninguém que, por sua qualidade de vida, Brasília ocupa hoje um lugar de destaque entre as capitais do país com maior número de indivíduos com mais de 65 anos. Fica evidente que o Distrito Federal vem envelhecendo a um ritmo acelerado. Segundo estudos elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas idosas subiu de aproximadamente 129 mil para 249 mil entre 2010 e 2022, representando quase 9% da população total. O aumento de 94% de idosos foi o maior do país.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), antes de 2040, a participação da população idosa será mais significativa do que a população menor de 15 anos. Nesse período, a população idosa saltará dos 7,6% para mais de 16,6% do total de habitantes da capital. A questão aqui ganha relevância, quando se discute como tornar mais digna a vida desses idosos, que já deram sua contribuição laboral para a formação do Produto Interno Bruto (PIB).

Engana-se quem pensa que essa parcela significativa da população do Distrito Federal não contribua ainda para o crescimento da economia como um todo. Esse contingente consome como nenhum outro. Paga igualmente impostos e taxas como todo mundo. Muitos ostentam, inclusive, uma qualidade de vida superior à da massa dos trabalhadores ainda na ativa. É claro que, para essa parcela da população que cresce a cada dia, serão precisas novas estratégias e modelos de gestão pública, capazes de permitir qualidade de vida e, sobretudo, dignidade para esses brasilienses.

Para desestimular que esses idosos e aposentados migrem para as cidades litorâneas é preciso que o Governo do Distrito Federal providencie, o quanto antes, um conjunto de políticas para propiciar não só atendimento às necessidades imediatas dessa parcela da população, como também a introdução de serviços especializados no atendimento dos idosos.

É óbvio que caberá também, à iniciativa privada, providenciar espaços de acolhimento e lazer exclusivos para os brasilienses da terceira idade. Importante que ainda há espaços em Brasília a ser desbravados para atrair e absorver esse potencial representado pelos idosos. Uma das ideias, já ventiladas anteriormente neste espaço, diz respeito à colocação de transporte público exclusivo e gratuito para idosos nos fins de semana e feriados, permitindo que eles circulem livremente pela capital.

Outra ideia, aqui para os empresários, é a construção de shoppings exclusivos para os idosos, com variedade de serviços e lojas próprias para essa parcela de consumidores. Assim, esses novos espaços poderiam oferecer, além de área de alimentação adequada para essa faixa etária, lojas com produtos apropriados e ao gosto dessa nova freguesia. Além disso, esses novos espaços poderiam contratar apenas idosos para o atendimento do público, possuir bibliotecas, salas de jogos, livrarias, teatros, cinemas, galerias de arte e outras atrações. Haveria, ainda nesses locais, a oferta de clínicas médicas nas várias modalidades de saúde, piscinas, atendimento de geriatras, academias, espaços de encontros e descanso, serviços de transporte exclusivos para os clientes e toda uma gama de serviços adequados para essa faixa etária. Obviamente não esquecendo de estacionamento gratuito e vigiado, como era no Shopping Iguatemi.

Em Brasília, a incansável psicóloga Juliana Seidl posta, pelo Instagram, Facebook, Youtube, Linkedin todas as oportunidades da cidade para os mais vividos. Desde empregos (Carreira Longevas), empreendedorismo, como combater o etarismo, sugestões de leitura, entre outras tantas atividades e informações.

Há todo um universo de serviço a ser oferecido para essa parcela da população e um potencial enorme a ser posto em prática, capaz de transformar a capital do país num exemplo a ser seguido.

 

A frase que foi pronunciada:

“A representação do mundo, como o próprio mundo, é obra dos homens; eles descrevem isso do seu próprio ponto de vista, que confundem com a verdade absoluta”.
Simone de Beauvoir

Foto: Simone de Beauvoir em Paris em 1945. Denise Bellon (Álbum) – (brasil.elpais.com)

 

Jardinagem
Ainda bem que não sacaram fora a figueira plantada por Edgardo Eriksen, na 503 Norte. Só deixaram o tronco. A árvore deve ter mais de 40 anos. Por isso é valiosa.

 

Verdade
Lendo nos jornais, em tempos de eleições, que os candidatos vão atrás dos eleitores, veio à lembrança uma história que se passou na Inglaterra. Turistas numa cidadezinha conhecida pelos rebanhos de carneiros repararam um pastor que não andava na frente dos animais. Curiosa, uma senhora perguntou a razão. O guia sabia a resposta. Aquele não era o pastor, era o açougueiro! Estava escolhendo o melhor corte.

 

Vistoria
Faz-se urgente uma revisão nos bueiros da cidade. É de total responsabilidade do governo quando uma qualquer pessoa cai dentro da tubulação mal protegida. Nesta semana aconteceu uma ocorrência na Asa Norte com uma criança.

 

História de Brasília

Muito embora nada exista de positivo a respeito, há, entretanto, receio de parte dos concorrentes do concurso da Câmara. (Publicado em 04.04.1962)

Babel e a aldeia global

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Charge do Dum

 

Um dos problemas gerados pela modernidade digital é que ela trouxe consigo uma plêiade de generalistas de toda a ordem, imbuídos de certezas e de vaidades, que os credenciam a ofertar conselhos e modelos de comportamento. Essa vã ambição, de ser o que não se é, passa a ser mais perigosa ainda, quando as análises desses novos gurus se tornam adornadas com a moldura política e ideológica que professam.

À exceção de poucos jornalistas, cujo mister os obriga a se inteirar de uma gama de assuntos variados, o que assistimos hoje nas mídias sociais não passa de um festival de besteirol, cuja adesão é tão perigosa como caminhar sobre pântanos.

O critério do bom senso sumiu no horizonte. Obviamente que existem exceções e que valem a pena ser anotadas. Em outros tempos, nas redações de jornalismo era consenso natural que entrevistas ou opiniões fossem coletadas apenas daqueles personagens que tinham o que dizer e que não tropeçavam na língua e no raciocínio. Desse modo, era acertado que jogador de futebol devia jogar e não comentar assuntos fora de seu habitat. Cantores deveriam cantar e não falar coisas que não entendiam. Artistas, de modo geral, idem. Assim a coleta de depoimentos coerentes ficava restrita àqueles que tinham o que dizer. Era a razão a serviço da informação, poupando os ouvidos e olhos dos leitores e da audiência de serem inundados com observações vazias.

Essa regra e outras de igual valor, quando desobedecidas, não raro geravam ruídos que não só prejudicavam quem os proferiram, como passava a alimentar uma cadeia de fofocas que descredenciava a seriedade do próprio jornalismo.

Hoje, à guisa de preencher um vazio de ideias, todos falam de tudo. O mais trágico é que poucos se entendem. Vivemos numa espécie de Torre de Babel moderna, onde a linguagem parece ter perdido seu poder de comunicação e entendimento. Ora porque o que se diz não se faz e não se vê, ora porque não se diz nada mesmo. O mais incrível é que todo esse fenômeno atual, onde a comunicação perdeu sua força de comunicar e estabelecer entendimentos, se dá num momento em que as comunicações via internet parecem ligar o mundo instantaneamente, ao vivo e a cores. Curioso é saber que este momento de ruídos na comunicação já havia sido previsto muito tempo atrás. O caos político em nosso país demonstra essa tese. As inúmeras guerras e conflitos armados pelo mundo reforçam ainda mais o enunciado citado.

Em 2011 foram comemorados os 100 anos de nascimento do filósofo e professor canadense Marshall McLuhan (1911-1980), autor do polêmico conceito de aldeia global. Suas ideias sobre essas previsões foram revistas e repensadas.

MacLuhan acreditava que os meios de comunicação teriam se tornado uma espécie de extensão natural do homem moderno. Para ele, as novas tecnologias iriam interligar o mundo e unificar as culturas, já que essas novas ferramentas iriam influenciar o modo de pensar da sociedade. Em parte, algumas dessas ideias se concretizaram, mas à custa de uma realidade paradoxal: nunca, em tempo algum, estivemos tão conectados e solitários ao mesmo tempo.

Alimentava-nos a ideia de que somos intrinsecamente iguais e quando nos defrontamos com as diferenças, tornamo-nos arredios. Um caso típico e que nos diz respeito diretamente pode ser nos debates políticos envolvendo esquerda e direita.

O fato de essas duas vertentes não se entenderem é até compreensível. O que não se pode aceitar é o fato de o Brasil e brasileiros ficarem à margem dessas discussões, não tanto pela ação de um lado, mas por uma visão obtusa dos que não aceitam o fato de que o país mudou e com ele surgiram as diferenças expressas pela maioria da população.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“As eleições pertencem ao povo. A decisão é deles. Se decidirem virar as costas ao fogo e queimar o traseiro, terão apenas que sentar sobre as bolhas.”
Abraham Lincoln

Abraham Lincoln. Foto: wikipedia.org

 

Partida
Num encontro casual, na padaria do Lago Norte, no último domingo, Danilo Gomes, o escriba, confessou: primeiro leio a coluna do Paulo Pestana, depois a sua! Lá se vai mais um amigo, jornalista de uma geração respeitada. Nosso abraço à família.

 

Parabéns, Renato!
Expectativa em relação a Renato Santos, de Brasília, que vai disputar dois torneios no World Karate Championships WKA, em Malta, entre os dias 21 e 24 deste mês.

Renato Santos (faixa verde) durante treinamento para competições de karatê – (Foto: Divulgação)

 

História de Brasília

Os candidatos do concurso da Câmara estão apavorados com a possibilidade de ser encontrada uma “fórmula” para o aproveitamento dos contratados. É que gente importante, que trabalha como contratado e que teve classificação muito baixa, poderá, de uma hora para outra, passar à frente dos demais. (Publicado em 04.04.1962)

Rumo ao fundo

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         Criada em 2015, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Fundos de Pensão tinha como propósito investigar um rombo de mais de R$ 46 bilhões nos Correios (Postalis), Petrobras (Petros), Caixa Econômica Federal (Funcef) e Banco do Brasil (Previ). Esse escândalo, de proporções gigantescas, lesou centenas de milhares de pensionistas associados, sendo mais de quinhentos mil prejudicados diretamente.

         As causas desse desastre podem ser debitadas a um misto de corrupção deslavada e má gestão proposital. As estatais sempre foram defendidas com socos e pontapés, sob o argumento de que eram patrimônios da nação e, como tal, jamais deveriam ser privatizadas e entregues à iniciativa privada. Como ficou patente após os trabalhos daquela CPI, as razões daquelas defesas eram singelas: as privatizações retirariam as minas de ouro fartas e exclusivas que passavam longe dos interesses dos trabalhadores e pensionistas. Afinal, no fim dessa história mal contada e sem fim, o Tesouro Nacional acabaria, como sempre, socorrendo essas estatais, deixando todo esse passivo monstruoso nas contas e costas dos pagadores de impostos.

         Ainda assim, os filiados tiveram que, por anos a fio, contribuir para quitar, mensalmente, esses rombos bilionários. Era muito dinheiro e deixado em mãos de gestores escolhidos cuidadosamente que “administravam” essas fortunas. Em dois anos, pouco depois desse escândalo, balanços feitos juntos aos fundos mostravam que esses rombos, devido a correções e outras atualizações, já beiravam os R$ 50 bilhões. Com a chave do cofre nas mãos, ficou ainda mais fácil o acesso a esses bilhões, porque seu controle e fiscalização pela União sempre foram deixados para as próprias estatais. Lembrando ainda que quando premido a realizar privatizações, aqueles governos cuidaram sempre para fazer com que os próprios fundos de pensão entrassem nesse negócio, comprando parte dos bens públicos vendidos na bacia das almas.

         Desse modo fica claro que buscar recursos, a fundo perdido, junto aos fundos de pensão das estatais, sempre foi um bom negócio para os mesmos. Os próprios trabalhadores dessas empresas, aprovavam esses empréstimos às cegas, certos de que iriam lucrar fábulas de dinheiro.

          Com a justiça e os órgãos de fiscalização do Estado fazendo cara de paisagem para aquelas práticas corriqueiras, o caminho para as minas de ouro estava amplamente pavimentado. Por certo, como ficou posteriormente verificado, os objetivos dessa rapinagem, ao estilo blitzkrieg, obedeciam muito mais a razões de consolidação de poder pessoal, do que a fatores de ordem ideológicas, como queriam que todos acreditassem. Quem quiser relembrar esse capítulo inacabado da nossa história pode conferir nos arquivos ainda disponíveis nas redes sociais e Internet em geral.

          Também é de importância mencionar que a recordação desses fatos obedece não apenas à missão de não deixar que essa história seja reescrita, mas, sobretudo, chamar a atenção para aqueles acontecimentos, que, segundo muitos pensionistas desses fundos, voltaram a se repetir com o mesmo modus operandi, à luz do dia e na cara de todos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um critério puramente objetivo, de quantidades, irremediavelmente legitimaria o tráfico de pequenas quantidades. Não se resolve em um passe de mágica. Há pequena quantidade que é objeto de tráfico, assim como uma quantidade maior pode ser para isso.”

Senador Pacheco

Senador Pacheco. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Diga leitor

Proibiram os supermercados de usar sacola para guardar as compras para proteger a natureza. Mas se o estabelecimento quiser vender a mesma sacola para o consumidor, daí é permitido. Qual a natureza dessa iniciativa? Que meio ambiente foi protegido nesse caso?

Foto: Paulo Frazão/Rede Amazônica

 

Solução

Por falar em meio ambiente, as esponjas de pia fazem parte de um programa nacional de reciclagem promovido pela Scotch-Brite. No link Programa Nacional de Reciclagem de Esponjas Scotch-Brite, as explicações detalhadas.

Arte: scotch-brite.com

 

Caixinha, obrigada

Um liquidificador da década de 60 pode perfeitamente estar funcionando hoje em dia. Com uma boa manutenção, nada impediria. Acontece que os celulares caríssimos, envelhecem rápido. Aplicativos que são atualizados não são comportados em aparelhos antigos. O caso abrange, inclusive, o Banco do Brasil, cujo aplicativo é rejeitado, por exemplo, no Galaxy Note4 modelo SM-N910C.

Imagem: Divulgação

Fortaleza

Os amigos mais próximos de Eduardo Jorge, do PV, comentam que ele tem um compromisso budista de só falar a verdade.

Reprodução/Partido Verde/Facebook/

 

História de Brasília

A primeira derrota que o se. Israel Pinheiro sofreu nos últimos anos foi recebida com tal esportividade que pouca gente parecia crer. O construtor de Brasília foi o quinto colocado no concurso de jardins e foi derrotado pelo seu ex-chefe de gabinete Ney Ururahy, que conquistou o primeiro lugar. (Publicada em 03.04.1962)

Quando o início da obra é o telhado

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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

         São muitas as questões para se resolver em relação ao consumo e à venda de drogas em nosso país, antes que leis ou outras regulações jurídicas venham a ser implementadas, na busca vã de pôr um ponto final nesse problema.  Essa questão, por sua complexidade, parece ser um daqueles fatos, gerados pela realidade nacional e mundial, que a humanidade busca incessantemente solucionar, até como saída para perpetuar a existência da própria civilização. Trata-se de uma questão dialética, a mostrar que, no seio ou núcleo da sociedade, existe um elemento que possui o poder de destruí-la por dentro.

         Para a polícia, que não se perde nessas e outras elucubrações de fundo existencial, a solução mais viável está em estrangular economicamente o tráfico dessas substâncias. Fossem enumeradas aqui, as possíveis soluções reais e fictícias para acabar com esse problema, esse espaço seria insuficiente.

         Pegando um atalho nessa questão, fica claro, logo de saída, que cabe, à população, na forma de consulta popular, dizer o que quer o Estado faça para resolver esse problema, que vem se arrastando por anos e que parece crescer exponencialmente com o passar do tempo. Enquanto nada é feito, as cracolândias e os zumbis, que nelas habitam, continuam medrando em cada canto desse país, como erva daninha. Trata-se de um problema a olhos vistos. A prosperar com essa miséria humana, dezenas de organizações do crime se espalham por todo o território nacional, tornando nosso país mais perigoso do que as verdadeiras zonas de guerra existentes hoje no mundo.

         O receituário vindo de El Salvador, onde o governo local construiu um mega presídio e nele colocou todos os criminosos que atuavam no país, parece ainda uma solução distante de nossa realidade. Mas há que reconhecer:  isso é justamente o que grande parte dos brasileiros quer ver acontecer por aqui. Afinal, o país real, vive longe das sedes do poder, em periferias comandadas pelo crime.

         Nossas cidades se transformaram em selvas. Somente com base nas respostas oferecidas pela população soberana, por meio de consulta direta, é que os poderes poderiam agir. A começar, obviamente, pelo Legislativo. Qualquer outro modelo diferente dessa sequência ou roteiro, está fadado ao fracasso. Infelizmente, o que estamos assistindo é uma Corte tomando para si a tarefa de buscar uma solução como se fosse possível começar a construção de um edifício pelo telhado. Nada mais ilusório e inútil.

Por certo, os grandes chefões do crime organizado, que possuem boa parte de seus negócios lastreados na comercialização de drogas, estão comemorando todo esse non sense. Pudesse a população externar, livre e diretamente, seu parecer sobre essa questão, outros seriam os caminhos apontados. Caso fosse perguntado, à sociedade, como limitar ou impedir o avanço dessa praga sobre a sociedade, a resposta seria, logo de saída: primeiramente, blindando e imunizando toda a máquina pública e suas instituições desse flagelo. De que forma? Impedindo que todo e qualquer indivíduo, que faça uso dessas substâncias, atue nesses serviços. Como? Por meio da realização de exames periódicos, como é feito hoje nos esportes.

Essa história de ficar decidindo, agora, a quantidade de drogas que cada consumidor pode portar, de tão surreal, não merece ser discutida. A não ser que esse seja uma espécie de desejo secreto, alimentado pelas elites, que pensam em dominar o país, tornando sua população alienada e fácil de ser manipulada.

A frase que foi pronunciada:

“Um critério puramente objetivo, de quantidades, irremediavelmente legitimaria o tráfico de pequenas quantidades. Não se resolve em um passe de mágica. Há pequena quantidade que é objeto de tráfico, assim como uma quantidade maior pode ser para isso.”

Senador Pacheco

Senador Pacheco. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Diga leitor

Proibiram os supermercados de usar sacola para guardar as compras para proteger a natureza. Mas se o estabelecimento quiser vender a mesma sacola para o consumidor, daí é permitido. Qual a natureza dessa iniciativa? Que meio ambiente foi protegido nesse caso?

Foto: Paulo Frazão/Rede Amazônica

 

Solução

Por falar em meio ambiente, as esponjas de pia fazem parte de um programa nacional de reciclagem promovido pela Scotch-Brite. No link Programa Nacional de Reciclagem de Esponjas Scotch-Brite, as explicações detalhadas.

Arte: scotch-brite.com

 

Caixinha, obrigada

Um liquidificador da década de 60 pode perfeitamente estar funcionando hoje em dia. Com uma boa manutenção, nada impediria. Acontece que os celulares caríssimos, envelhecem rápido. Aplicativos que são atualizados não são comportados em aparelhos antigos. O caso abrange, inclusive, o Banco do Brasil, cujo aplicativo é rejeitado, por exemplo, no Galaxy Note4 modelo SM-N910C.

Imagem: Divulgação

Fortaleza

Os amigos mais próximos de Eduardo Jorge, do PV, comentam que ele tem um compromisso budista de só falar a verdade.

Reprodução/Partido Verde/Facebook/

 

História de Brasília

A primeira derrota que o se. Israel Pinheiro sofreu nos últimos anos foi recebida com tal esportividade que pouca gente parecia crer. O construtor de Brasília foi o quinto colocado no concurso de jardins e foi derrotado pelo seu ex-chefe de gabinete Ney Ururahy, que conquistou o primeiro lugar. (Publicada em 03.04.1962)

Plano Nacional de Educação

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Foto: irbcontas.org

 

Responsabilização é o termo que mais aparece, quando educadores examinam de perto os resultados do Plano Nacional de Educação 2014/2024, que termina agora. Tanto é, que sugerem sua prorrogação por mais quatro anos, a fim de cumprir as metas propostas, integralmente ou em parte. Faz sentido, quando se sabe que planos de médio e longo prazos, referentes à educação, só podem ter sequências válidas e razoáveis, quando cumpridas, satisfatoriamente as metas precedentes.

O Novo Plano Nacional de Educação 2024/2034, que o atual governo quer ver implementado ainda este ano, pode vir a sofrer solução de continuidade, ou mesmo ser provisoriamente posto de lado por falta de planejamento adequado. Dentro do Congresso já é certo que o texto a ser enviado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, será submetido a uma tramitação vagarosa e detalhada, podendo ser implementado apenas em 2028. Existe ainda, a atropelar a implantação do novo PNE, a questão do Novo Ensino Médio, que ainda não foi posta à prova de forma definitiva. Há também nessa pauta congestionada da educação, as mudanças propostas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ainda em fase de discussão. Uma coisa é certa: políticos e educadores parecem de acordo com a ideia de prorrogação do PNE 2024/2034.

É aí que o termo “responsabilização” entra nessa questão mal resolvida. Há planos demais e pouca responsabilização dos entes envolvidos no cumprimento das metas estabelecidas. Grande parte das 20 metas propostas no PNE 2024/2024 não foram totalmente cumpridas. Algumas sequer foram iniciadas como deveriam. O que parece mais certo na avaliação dos educadores é que a nova proposta terá de repetir grande parte das metas não alcançadas no Plano anterior. Há que ressaltar aqui o grande esforço do governo anterior em cumprir as metas propostas, prejudicadas enormemente pelos efeitos inesperados e danosos da pandemia mundial da covid-19, que se estendeu praticamente por longos três anos.

Nesse ponto e diante daquela calamidade pública, tanto o Brasil, como o resto do mundo, experimentaram um retrocesso no processo significativo quer na manutenção ou no aperfeiçoamento dos programas e metas educacionais. Destaca-se aqui a avaliação do próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que acompanha essas execuções de perto, ao considerar que o PNE, que agora finda, apresentou um baixíssimo nível de execução, não sendo cumpridas nem 40% das metas estabelecidas. Fica patente que a educação pública no país ficou estagnada ou mesmo apresentou um sensível retrocesso.

Metas como a erradicação do analfabetismo; a universalização do atendimento escolar; a superação das desigualdades educacionais e outros projetos, ficaram a meio caminho.
A piorar uma situação, que em si, já é por demais complexa e inacabada, há ainda, por parte dos educadores mais conservadores, a preocupação com a questão da doutrinação política proposta claramente pelo atual governo. Na opinião desses educadores esse novo Plano, deixa de lado os verdadeiros instrumentos de formação, para se direcionar a aspectos de militância política.

Em um trecho desse novo documento se lê: “se faz urgente a contraposição efetiva do Estado, nas diversas esferas federativas às políticas e propostas ultraconservadoras, garantindo a descriminalização das escolas frente ao avanço de processos e tentativas de descriminalização da educação domiciliar, as intervenções do movimento Escola Sem Partido e dos diversos grupos que desejam promover o agronegócio por meio da educação, a ataques a liberdade de cátedra e ao livre pensamento(…)” O fato é que sem a participação ativa da população no acompanhamento e execução desse novo Plano, continuaremos marchando no mesmo lugar, nos distanciando, cada vez mais, dos países desenvolvidos no quesito educação.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não podemos esmorecer para não desmerecer.”
Senadora Zenaide Maia, lembrando Osvaldo Cruz, para dar um recado “para todas as colegas parlamentares e todas as mulheres que estão nos ouvindo: fé, aquela fé que faz a gente insistir, persistir e nunca desistir de lutar, não por privilégio, mas por justiça para todas nós.”

Senadora Zenaide Maia. Foto: senado.leg

 

Registro
O Luís Alencar da Embaixada do Piauí está animado com o trabalho de David Aires. Artista plástico de mão cheia, está escrevendo há três dias parte da história de Brasília e do Piauí que acontece naquele pedacinho da Comercial da 313 Sul. O rosto dos frequentadores de um lado e as marcas do Piauí que trazem saudades. Os mais antigos frequentadores da casa como Rubem Uchoa, Ramon, Jari Carlos, Thiago Zacariotto, Carlos Benevenuto entre outros, também comemoram. A foto do pintor em ação está no blog do Ari Cunha. É só procurar na Internet e clicar no título.

 

O avesso do educativo
Pais e professores se mobilizam para o recolhimento do livro distribuído pelo Ministério da Educação em escolas públicas de todo o país. A deputada estadual Lia Nogueira, indignada, encontrou duas palavras para descrever o conteúdo insidioso: “abominável e nojento”. Usa a cor da pele como chamariz, mas apresenta um sexo inapropriado para conteúdo escolar.

Lia Nogueira – (Foto: Divulgação)

 

História de Brasília

O Cine Brasília vai de mal a pior. A inovação agora é cortar a fita para terminar logo a sessão. (Publicada em 03.04.1962)

Regulando o que não se pode regular

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Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

 

Quem mais poderia saber o que é bom para os trabalhadores, senão eles mesmos? Com uma questão clara como essa, dita de forma simples e direta, fica patente que quaisquer outros intermediários ou tutores que venham interferir nas relações de trabalho entre motoristas e entregadores e os aplicativos, não são bem-vindos. A razão, confessada pelos próprios profissionais que trabalham nesses nichos é simples: para eles, o governo entra nessa relação para atrapalhar o negócio, prejudicando e onerando as empresas de tal forma que elas não terão outra alternativa, senão fecharem as portas e saírem do país, deixando milhares de trabalhadores sem emprego.

O que o governo não entende e tende a não aceitar, por questões ideológicas anacrônicas, é que são próprios do capitalismo tanto a participação aberta da livre iniciativa, quanto a livre concorrência, ditada pelas forças do mercado. Tentar interferir nessas forças naturais, por meio do poder do Estado, com regulamentações obtusas e de fundo ideológico, só faz sentido na mente daqueles que acreditam ainda que o governo tudo pode, inclusive revogar a lei da gravidade.

O problema é que o atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, por sua origem sindical ligada ao Partido dos Trabalhadores, não consegue admitir ou aceitar que uma tão numerosa e crescente categoria profissional possa existir prescindindo de uma representação sindical, de preferência ligada às teses políticas do atual governo.

Para os trabalhadores de aplicativos, o que o ministro e o presidente desejam com a proposta de regulamentação desse setor autônomo é trazer mais filiados e contribuintes para as entidades sindicais e para o governo. Alguns políticos, como o presidente do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, a proposta do governo vai, simplesmente, “aniquilar os aplicativos de transporte em nosso país”. Segundo ele, o projeto de Lei, encaminhado à apreciação do Congresso em caráter de urgência, vai tirar o sustento de 778 mil famílias em todo o país, prejudicando, ao mesmo tempo, plataformas, usuários e trabalhadores.

Por razões que só as esquerdas entendem, a remuneração com base apenas no desempenho, como fazem os aplicativos, é inaceitável. Também a persistência com que o governo quer adotar o pagamento mínimo por hora trabalhada, além de uma contribuição previdenciária obrigatória, entra nessa modalidade de serviço para melar o negócio. Os trabalhadores, bem como os aplicativos, deixaram claro também que rechaçam a criação de sindicatos para a categoria.

Nessa modalidade de prestação de serviço, o que vale é a boa avaliação do trabalhador, e não leis e regulações que igualam, por baixo, todos os profissionais, como é comumente imposto pelos falidos regimes socialistas. A qualidade dos serviços, que sempre foi uma meta pregada pelas empresas de aplicativos, deixará de existir, piorando os serviços e desincentivando a performance e o esforço dos bons profissionais.

 

A frase que foi pronunciada:

“Todos os nossos problemas procedem da injustiça. O privilégio foi o estigma deixado pelas circunstâncias do povoamento e da colonização, e de sua perversidade não nos livraremos, sem a mobilização da consciência nacional.”
Ulysses Guimarães

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Robótica 

Sucesso no Parque da Cidade. Estudantes de todo o país participaram do Festival Sesi de Educação, promovido pelo Serviço Social da Indústria. Essa foi a etapa classificatória para o mundial dos Estados Unidos, em abril. O Sesi atende crianças de 9 a 14 anos que gostam de robótica, com duas aulas por semana à tarde. Os valores devem ser consultados na unidade da matrícula.

Foto: José Cruz/Agência

 

Momentos brilhantes

Outra oportunidade para alunos de todo o país é a inscrição no programa Jovem Senador. Até o dia 30 de abril o Senado receberá os textos das redações com o título: “Os 200 anos do Senado e os desafios para o futuro da democracia.” O primeiro passo começa na escola pública. Todas as redações serão enviadas para a Secretaria de Educação do estado que selecionará os três melhores textos que irão para o julgamento do Senado. Os estudantes que vencerem o concurso participam de todo o processo na construção de uma lei, indo inclusive ao plenário.

Banner publicado na página oficial do Senado Federal

 

Literatura em áudio

Quem adora ler, tem boa voz e qualquer idade pode buscar no www.vox.org uma forma de, voluntariamente, ler livros que se transformarão em livros eletrônicos ou mesmo histórias lidas e apresentadas no YouTube, que são disponibilizadas para pessoas que não conseguem mais ler e gostam de ouvir as histórias.

 

História de Brasília

Quando a gente acha absurda uma coisa destas, e vai ver, os dois carros são chapa branca, o que quer dizer mais ou menos isto: carro do govêrno é prá bater. (Publicado em 3/4/1962)

Salvadores da pátria

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Imagem: gov.br

 

          Dos pequenos aos grandes empresários e produtores, a crença geral é de que ideologia não enche barriga, não ajuda a pagar as contas e muito menos contribui para o crescimento da atividade laboral privada. Pelo contrário. Premido pelas circunstâncias e modus operandi próprios da esquerda, o governo se vê, cada vez mais, enredado por um emaranhado de impostos e tributos, cuja tendência é sempre de alta.

          A regulamentação excessiva imposta, pelo atual governo, sobre a iniciativa privada, tem sido causa de uma sequência assustadora de falências e fechamento de muitos negócios. Alguns com décadas de existência e luta contra a burocracia estatal. Para o grosso da população, os empresários são os novos heróis do país. Obviamente que estão fora desse rol aqueles grandes empresários – já apresentados um a um a toda a população, durante a vigência da Operação Lava Jato – e que se tornaram costumeiros e generosos doadores de campanha, aderindo, sem pudor, às teses e artimanhas dos mandatários. Para esses, todas as bençãos e indulgências da lei. Para os demais, apenas a operosidade da lei fria.

          Com uma estrutura como essa, feita para gáudio de uns e desassossego de muitos, chega a ser um milagre que o agronegócio tenha, sozinho e, mais uma vez, conseguido a proeza de alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) para um patamar de 2,9%. Por certo, essa façanha pegou o mercado e o governo de surpresa. Certo também é que, sem modéstia e sem se avexar, o governo atribuiu esse desempenho positivo apenas a si próprio. Nada mais falso, quando se sabe que o setor do agronegócio mantém distância de um alinhamento com o atual governo. Não custa lembrar que, por diversas vezes, o atual governo taxou o agronegócio de fascista. Aliás, não fosse o agronegócio, o primeiro ano do atual governo seria um desastre ainda muito maior do que foi. Mesmo assim custa a acreditar,  que  como gesto de gratidão, por ter salvado o país da bancarrota, o governo ainda açule o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outros desocupados contra os produtores, quer incentivando-os no esbulho de terras privadas, quer fechando os olhos para esses atentados.

         O problema aqui, como já esperavam alguns economistas é que o agronegócio não pode sozinho, continuar a ser o patrocinador do crescimento do PIB brasileiro. Para esse ano, e por interferência negativa do próprio governo, o crescimento do agronegócio poderá sofrer alguns reveses, já que existe uma previsão de leve queda no Valor Bruto da Produção Agropecuária, em torno de 2,5%. Para aqueles que fingem não saber, o agronegócio responde hoje por mais de 25% do nosso PIB. Ou seja, a cada R$ 4,00 que o país produz, R$ 1,00 vem do agronegócio. Também 20% de todas as vendas feitas pelo Brasil são de bens produzidos pelo agronegócio.

         É importante desatacar que mais de 30 milhões de brasileiros estão envolvidos, direta e indiretamente, nas atividades do agronegócio. Tivesse juízo, o governo mandaria estender, não um tapete vermelho, mas um tapete verde e amarelo para receber, com todas as pompas e circunstâncias, incluindo banda de música, os  agropecuaristas brasileiros no Palácio do Planalto. Afinal, eles salvaram a pátria, inclusive a pátria petista.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Todos os nossos problemas procedem da injustiça. O privilégio foi o estigma deixado pelas circunstâncias do povoamento e da colonização, e de sua perversidade não nos livraremos, sem a mobilização da consciência nacional.”

Ulysses Guimarães

Ulysses Guimarães. Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Robótica

Sucesso no Parque da Cidade. Estudantes de todo o país participaram do Festival Sesi de Educação, promovido pelo Serviço Social da Indústria. Essa foi a etapa classificatória para o mundial dos Estados Unidos, em abril. O Sesi atende a criançada de 9 a 14 anos que gosta de robótica com duas aulas por semana à tarde. Os valores devem ser consultados na unidade da matrícula.

Foto: José Cruz/Agência

 

Momentos brilhantes

Outra oportunidade para alunos de todo o país é a inscrição no programa Jovem Senador. Até o dia 30 de abril, o Senado receberá os textos das redações com o título: “Os 200 anos do Senado e os desafios para o futuro da democracia.” O primeiro passo começa na escola pública. Todas as redações serão enviadas para a Secretaria de Educação do estado que selecionará os três melhores textos que irão para o julgamento do Senado. Os estudantes que vencerem o concurso participam de todo o processo na construção de uma lei, indo inclusive ao plenário.

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História de Brasília

Quando a gente acha absurda uma coisa destas, e vai ver, os dois carros são chapa branca, o que quer dizer mais ou menos isto: carro do govêrno é prá bater. (Publicado em 03.04.1962)