Conversa com Gandhi

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Severino Francisco
Bomba! No momento em que se discute projetos para flexibilizar a posse de armas, esta coluna conseguiu uma entrevista mediúnica exclusiva com o grande líder pacifista Mahatma Gandhi. Fala, mestre!
Qual a sua visão de democracia e por que ela é importante?
Minha noção de democracia é um regime em que o mais fraco deve ter as mesmas oportunidades que os mais fortes. A democracia disciplinada e esclarecida é a melhor coisa do mundo.
Como enfrentar os inimigos da democracia?
O único tirano que aceito neste mundo é a voz interior, suave e serena.
Nós estamos vivendo um momento de muita intolerância. O que fazer?
A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.
Como se livrar de uma agenda do ódio que domina o nosso país?
Eu me considero incapaz de odiar qualquer ser humano no mundo. Por meio de um longo caminho de disciplina e devoção deixei de odiar a quem quer que fosse. Olho por olho, e o mundo acabará cego.
Um dos efeitos da corrupção que nos assola não é desvalorizar o trabalho?
Nada desmoraliza tanto uma nação como aprender a desprezar o trabalho. A pureza de espírito e a ociosidade são incompatíveis.
As máquinas libertam ou aprisionam o homem?
Para serem bem usadas, as máquinas têm de ajudar e atenuar o esforço humano. O uso atual das máquinas tende cada vez mais a concentrar a riqueza nas mãos de uns poucos em total menosprezo a milhões de homens e mulheres, cujo pão lhes é arrebatado da boca.
Como enfrentar o culto da violência?
Eu sou contra a violência porque parece fazer bem, mas o bem só é temporário; o mal que faz é que é permanente. Creio que a não violência é infinitamente superior à violência.
A não violência é uma filosofia dos fracos?
A não violência exige muito mais coragem do que a violência. Não estou pedindo que se pratique a não violência por ser uma nação fraca. Quero que se pratique a não violência por estar consciente de sua força e poder. A força da não violência é infinitamente maior do que todas as armas inventadas pela engenhosidade do homem. Essa força da não violência só é ativa se temos um amor a Deus.
As suas ideias são belas, mas elas são viáveis?
Aqueles que querem praticar o bem não são egoístas, não têm pressa. Sabem que é preciso muito tempo para impregnar as pessoas com o bem. A força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável.
Como resolver a questão da pobreza no mundo?
Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição.
Que mensagem o senhor deixaria aos governantes neste momento tão conturbado?
Dai-me um povo que acredita no amor e vereis a felicidade sobre a Terra. O amor é a força mais sutil do mundo. O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo.
Severino

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